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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Alión 2006 lidera noite de belos vinhos, mas o Chateau Guiraud 2003 a fechou com chave de ouro!


Na última terça-feira recebemos o convite de nosso confrade Rodrigo para assistir o jogo do Brasil em sua casa. E a noite foi regada a belos vinhos, que acompanharam belas paletas de cabrito. Do jogo, vimos os gols, e foi só...rs. Descreverei os vinhos na sequência da foto. O primeiro, um LAN Reserva 2009, foi levado pelo Thiago. LAN é sempre certeza de agradar. Este tinha estilo mais moderno, cor mais escura e notas tostadas ao fundo da cereja preta e ameixa. Em boca, boa acidez e taninos redondos. Mais um bom LAN!
Do lado do LAN, um conterrâneo dele, mas de Ribera de Duero: Pingus Psi 2012. Obra de Peter Sisseck, o vinho é uma introdução, cara, aos ainda mais caros Pingus. Ele é feito com uvas de microparcelas e envelhece em barricas utilizadas para o Pingus e Flor de Pingus. Embora as barricas sejam usadas, a madeira aparece um pouco, mas muito bem integrada. Ao nariz mostra notas de ameixas pretas e cerejas, em meio a toques balsâmicos e alcaçuz. Em boca, repete o nariz, é mineral e mostra taninos sedosos. O final é levemente balsâmico e especiado. Foi o melhor da linha que eu bebi. Muito bom! Levado pelo Paulinho, que desta vez, não levou português.
E do lado direito do Psi, um vizinho seu de Ribera del Duero, Alión 2006, levado pelo Tonzinho. Com a assinatura de Vega Sicilia, o vinho roubou a cena e ocupou o primeiro lugar no podium da noite. Aromas complexos, de frutas em meio a muita especiaria, curry e alcaçuz, em um fundo terroso. Em boca, muita presença, acidez correta e taninos firmes. O final era muito longo e especiado. Uma beleza de vinho, estilo moderno, e representante fiel do produtor. Com 10 anos, está ainda um menino. Teria ainda muitos anos pela frente. Excelente Alión! 
À direita do Alión, dois portugueses. O primeiro, um Pôpa Vinhas Velhas 2007, levado pelo Joãozinho. O vinho, de produção pequena (apenas 3.000 garrafas) é duriense produzido unicamente com castas portuguesas, de vinhedos com mais de 60 anos, e tem a consultoria do grande Luis Pato. Não tem estágio longo em madeira, apenas 4 meses, o que faz com que a fruta tenha mais destaque. É vinho com ótimo frescor e com notas especiadas. Bebi pela segunda vez, e gostei! É vinho que pede comida e que fica no lado dos menos potentes. O melhor é bebê-lo sem a companhia de vinhos potentes.
O outro português, mas agora do Alentejo, foi o Monte do Pintor Reserva 2011. Este sou fã e desde que o experimentei em uma degustação da Adega Alentejana, fiquei curioso para bebê-lo mais calmamente. Me pareceu um pouquinho diferente de quando bebi da primeira vez. Na verdade, até me agradou mais. Seu destaque é a ótima acidez, que lhe aporta muito frescor. Desta vez, notei ainda mais um toque terroso bem interessante, em meio à fruta madura e chocolate amargo. Belo vinho, que deve evoluir muito bem. De novo, gostei muito!
O último tinto na foto foi levado pelo JP: Pulenta XI Cabernet Franc 2011. O Joãozinho havia levado um deste cerca de 3 meses atrás. E ele repetiu as sensações da outra vez: Nariz muito picante (pimenta do reino e pimentão), passando por cima das notas de amoras, azeitonas e chocolate amargo. Em boca, o pimentão ainda reinava, e estava lá o toque doce que notei da outra vez. Muito concentrado. Como eu mencionei na outra postagem, já gostei mais deste vinho. Este exemplar, não agradou. Será que alguns bons anos lhe amaciarão? Não sei... Eu prefiro ficar com outros Cabernet Franc que têm sido produzidos na Argentina, como o Numina e o Rutini.
Bem, e para finalizar a belíssima noite proporcionada pelo amigo
Rodrigo, ele me chega com uma garrafa de um grande Chateau Guiraud 2003! Uau! Este nem precisaria comentar muito. É um excelente Sauternes que faz muito sucesso, e que não deve ficar fora da mala de quem viaja. Cor dourada, belíssima, brilhante... Aromas de damasco seco, gengibre, mel e especiarias. Em boca, acidez equilibrando o dulçor e final interminável. Que beleza de vinho! Como mencionado na Wine Spectator, que lhe tascou 95 pontos (aliás, os Guiraud são colecionadores de grandes notas), uma explosão de Botrytis! Clama por queijo azul ou foie gras. E como não poderia deixar de ser, dividiu o podium com o Alión.
Grande noite, amigo Rodrigo! Grazie mile!
Cabrito by Barone e finalização da família anfitriã