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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Só vinhões na confraria: Pintia 2009, Amarone della Valpolicella Tedeschi 2008 e 3 repetecos de peso

A reunião era em comemoração ao aniversário do confrade Caio, e mesmo com algumas ausências, a noite foi muito boa. 
O Rodrigo levou uma beleza de vinho, o Pintia 2009. Aliás, para nossa felicidade, ele gosta de levar este rótulo, visto que já o fez outras vezes (clique aqui). Considerando o carimbo Vega Sicilia, o vinho dispensaria maiores comentários. Mas sempre vale a pena falar bem deste vinho. Este 2009 matura 14 meses em barricas de carvalho (70% francês e 30% americano). É um vinho poderoso, de cor escura, quase impenetrável, típica de vinhos da região de Toro. Os aromas são deliciosos, de amoras, cerejas pretas, chocolate, tabaco e alcaçuz. Em boca repete o nariz e embora potente, traz a sedosidade que marca os vinhos da Vega Sicilia. O final é longo e especiado. Uma beleza de vinho, que sempre pede outra taça. Daqueles que a gente lamenta quando acaba. Valeu Doc!
O João, irmão do Rodrigo, levou um ótimo Amarone della Valpolicella Tedeschi 2008. O vinho é feito com 30% Corvina, 30% Corvinone, 30% Rondinella e 10% de outras castas (Rossignola, Oseleta, Negrara e Dindarella). Este surpreendeu por dois aspectos. O primeiro é o frescor, aportado por uma ótima acidez (incomum para um Amarone). E o segundo, a riqueza em especiarias. As notas de ameixa e cassis eram envoltas em aromas intensos de alecrim, sálvia e tomilho. Impressionava por esta característica. Vinho que suplicava por um pernilzinho de cabrito assado, bem temperado. Muito bom vinho!
Bem, estes foram as duas novidades da noite. Os outros 3 foram repetecos... Mas que repetecos!
O primeiro foi o levado pelo aniversariante, o Brunello di Montalcino Capanna 2007. Visto que já foi comentado aqui recentemente (clique aqui), não gastarei mais linhas com ele. Só uma coisa: Brunello distinto, sem modismos, delicioso! Isso aí, Caião!
O segundo replay é um que já apareceu várias vezes aqui no blog (clique aqui), o Don Melchor 2006. Também não preciso escrever mais sobre este vinho. Só dizer que está inteirão e mostrando umas notas especiadas bem legais depois de um tempo respirando.
O terceiro repeteco foi levado por este que vos escreve, e era um Peñalolen TEZ 2009. O vinho é um Cabernet Sauvignon chileno de baixíssima produção (a garrafa era a n. 187 de apenas 490!), feito pelo enólogo Jean-Pascal Lacazes, também responsável pelo Domus Aurea. Também não preciso gastar muitas linhas com ele, já que já foi comentado aqui no blog há pouco mais de um ano (clique aqui). Mas vale ressaltar que está melhorando, adquirindo notas especiadas, de curry, em meio a cassis e menta. Ainda tânico, pegado, mas um vinhão. Vinho fresco, sem exagero de extração.
Isso aí, grande noite celebrando mais um verão do Caião!
A turma reunida... O Amarone ficou de costas...rs


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Noite de cachorro grande no Ciao: Peñalolen TEZ 2009, Triangle 2008, Neyen Espiritu de Apalta 2007 e Mingre 2007! Só vinhobão!

Nada melhor para celebrar o retorno do confrade Rodrigo que uma noite regada a grandes vinhos. Eu já havia programado uma sequência de tops chilenos, inspirado em uma postagem do seu xará, o amigo Rodrigo, do Vinhos e Viagens. E chegou a hora! Mas nosso confrade Rodrigo queria fazer a introdução e fechamento do evento, e levou os vinhos para tal. A introdução foi com um Champagne Veuve Clicquot e o encerramento, com um sauternes Carmes de Rieussec 2006, para acompanhar o meu famoso (quase 20 pessoas conhecem...rsrs) Creme Brulée. Bem, evento iniciado e concluído nos conformes!

Depois de umas taças de champagne partimos para os tintos, que decantei por 2 horas antes de levar ao Ciao Bello. Isso foi fundamental, pois eram vinhos relativamente novos e alguns deles, brigões.

Fizemos uma rodada inicial com cada um, e depois, com todos abertos e a comida na mesa, mandamos ver livremente de acordo com a preferência de cada confrade.

O primeiro a ser apreciado foi o O Mingre Assemblage 2007, da tradicional vinícola J.Bouchon. O vinho é feito com Cabernet Sauvignon (37%), Malbec (21%), Carmenére (21%) e Syrah (21%), de vinhedos com mais de 60 anos e de baixo rendimento. Os enólogos são Patrick Valette, Rafael Sanchez e Pablo Toro, ou seja, só gente boa. O vinho, que é feito com uvas de vinhedos de baixo rendimento, passa 14 meses em barricas de carvalho francês. Ele tem boa fruta, mas sem exagero, com notas de framboesa e ameixa, em meio a cacau, chocolate ao leite e um tostado na medida certa. Em boca é sedoso, complexo e muito elegante. Era o mais barato da turma, e o mais pronto para ser bebido. Agradou a todos, sem exceção. Muito bom o vinho! Recomendo. Fiquei arrependido de não ter comprado mais garrafas dele.

O segundo vinho foi o Neyen Espiritu de Apalta 2007. A vinícola Neyen possui 135 hectares de vinhedos, mas apenas uvas de 30 deles são utilizadas para o Neyen Espiritu de Apalta, o seu vinho top. O enólogo é o competente Patrick Valette. O vinho é feito com 70% Carmenére e 30% Cabernet Sauvignon, e passou 14 meses em barricas de carvalho francês (70% novas). É bastante especiado, com notas de especiarias indianas em meio à fruta madura e café. Em boca, muito correto, com taninos levemente arenosos e final especiado muito gostoso. Um vinho excelente, mas para paladares que sabem entendê-lo. Lembrou até características do Domus Aurea (embora este último seja feito só com a Cabernet).

O terceiro vinho foi o Triangle 2008, da jovem vinícola Crazy Wines, a qual é propriedade de de Jean-Pascal Lacaze, Christophe Beau e Olivier Bastet. O enólogo é Rhodolphe Bourdeau. A área plantada é de apenas 1,5 hectares. O Triangle 2008 é feito com 100% Cabernet Sauvignon, de vinhedos sem irrigação de Cauquenes, no Vale do Maule. O vinho foi muito elogiado no Descorchados 2012, onde foi chamado de "monstro". Sugerem ainda que precisaria no mínimo 5 anos de garrafa, além dos 2 anos que já passou em madeira. E realmente é um monstro! Foi eleito por unanimidade o melhor da noite. Um vinho potente mas muito equilibrado. Notas de frutas maduras, como a goiaba e amora, em meio anotas tostadas, balsâmicas e chocolate amargo. Em boca é amplo, potente, mineral e com longo final. Lembra a potência dos vinhos da região de Toro, na Espanha. Um vinhaço, com anos e anos pela frente. Vou guardar uma garrafa por uns anos, porque tenho certeza de que evoluirá maravilhosamente.

E para fechar, uma nova estrela chilena, o Peñalolen TEZ 2009. A vinícola Peñalolén foi fundada em 1998 e tem como enólogo Jean-Pascal Lacaze. É do mesmo grupo da Quebrada do Macul, que faz o grande Domus Aurea, e do Pargua. Portanto, tem pedigree. Aliás, ele já tem arrebatado prêmios em eventos realizados no Brasil. Ele foi lançado na Vitória Expovinhos 2012 e já ficou entre os Top Five. Até hoje, há apenas duas safras lançadas, a 2009 e a recente 2010. O vinho é feito com uvas de baixo rendimento e a produção é muito pequena. Só para se ter uma idéia, foram feitas apenas 2 barricas do 2009 e 4 do 2010! Essa garrafa que bebemos era a número 192  de apenas 490 que foram produzidas! Portanto, se quiser beber um desses, corra, pois acabará logo. É um vinho muito aromático, com muita fruta (menos madura que do Triangle), com notas de goiaba e cassis, em meio a um leve mentolado. Em boca é potente e com um final muito longo. Um vinhaço que ainda está novo e que deve evoluir muito bem. Em minha opinião, ficou ali pertinho do Triangle. 

Minha conclusão final: Noite impecável! Abertura com Champagne, final com Sauternes e Creme Brulée, e um recheio com tintos chilenos de primeira! Falar o que? Todos os tintos estavam ótimos, com destaque para o Triangle e TEZ, mas muito bem na fita o Neyen e o Mingre (que se mostram mais prontos para beber).


Todos os tintos são importados e comercializados pela Vinos y Vinos, que aliás, também importa os excelentes vinhos da vinícola Elvio Cogno, já comentados aqui no blog (1 e 2)