sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Clube Wine - Seleção de Dezembro 2010 - Esporão Resreva Branco 2009 e Esporão Reserva Tinto 2008

Esporão Reserva Branco 2009 (imagem retirada do site da Wine)


A Wine oferece aos seus clientes o Clube Wine, que é bastante interessante, principalmente para os iniciantes no mundo do vinho (mas também para quem já tem estrada, e pode contar com bons vinhos a bons preços). Todo mês o confrade recebe uma caixa impecável com 4 vinhos selecionados pelo competente Manuel Luz. Neste mês de dezembro os confrades receberam 2 garrafas de Esporão Reserva Tinto 2008 e 2 garrafas de Esporão Reserva Branco 2009. O Esporão Reserva foi um vinho a mim indicado (há muitos anos atrás...), pelo amigo Fernando Tinton, em uma mesa do Ciao Bello, em São Carlos. Ele me dizia que não havia melhor custo benefício. Eu diria que, pelo preço oferecido pela Wine, também é dificil bater. Acho que de uns anos para cá a adega resolveu se internacionalizar um pouco, perdendo um pouco da austeridade e ganhando as famosas notas de baunilha para agradar os consumidores do novo mundo. Mas a qualidade ainda é excelente. O branco está uma delícia, com um nariz muito gostoso, apresentando notas de maçã, leve abacaxi e um amendoado sutil. Na boca é bem consistente e com acidez que o torna excelente acompanhamento para carne de porco. Aliás, seu irmão tinto também acompanha uma leitoa a pururuca com maestria. Seus taninos são presentes e escoltam a gordura que é uma beleza. Devem arredondar com mais alguns anos de adega, mas o vinho já pode ser bebido. Uma decantação pode ajudar. A Cabernet Sauvignon aparece bastante, com suas notas de cassis e leve mentolado. O vinho tem também notas de groselha, baunilha e depois de um tempo na taça o chocolate começa a aparecer. É um vinho redondo, com final longo e muito agradável. Uma bela seleção da Wine para dezembro.

Esporão Reserva Tinto 2008 (imagem retirada do site da Wine)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Rutini Pinot Noir 1999! Isso mesmo, 1999!

Quem pensa que vinho Argentino e Chileno não envelhece bem (e nisso inclui-se a Wine Spectator, que sempre coloca limites curtos para eles...) está enganado! Aliás, quem pensa que vinho Brasileiro não envelhece bem, também está enganado. Já bebi recentemente Lote 43 de 1999 e Marco Luigi Reserva de Família 1999 que estavam uma maravilha. Sem contar os de 2002.
Bem, mas hoje tomei em Jaú, na companhia de meu cunhado Bu, um maravilhoso Pinot Noir de Rutini, do ano de 1999. Eu abri com medo, mas logo que cheirei a rolha vi que teria uma maravilhosa surpresa. Vinho para deixar borgonhinhas genéricos no chinelo, e arrepiar alguns de comunas. Uma beleza! Um senhor! Vinho com cor púrpura. levemente atijolada, e com um belo halo de evolução. Apesar da idade, as frutas ainda estava bem vivas, com predominância da cereja. Notas também de tabaco e baunilha. Na boca, extremamente redondo, com taninos doces, macios e redondos pelo tempo. Que maravilha de vinho! Para quem gosta de vinhos maturos e tem paciência de esperar. Acompanhou com maestria o Strognoff delicioso que minha querida Terumi fez. Bem, agora vou convencer meu cunhado a abrir a garrafa do 2002 que ele tem aqui...
Olha a bela cor do danado...

Leyda Reserva Sauvignon Blanc 2009

A Sauvignon Blanc (ou apenas Sauvignon, na França) é uma de minhas uvas preferidas. Mãe da Cabernet Sauvignon, junto com a Cabernet Franc, é uma uva maravilhosa e que rende grandes vinhos. O Chile tem se especializado nesta casta, principalmente em zonas frias e com influência marítima. Os Sauvignon Blanc do Leyda e Vale do Limarí são espetaculares. Eu gosto muito do Maycas, Amayna e daqueles da Viña Leyda. Ontem eu e meu cunhado Carlos (Bu, de Jaú, terra de Saul Galvão) apreciamos um vinho de excelente custo benefício da Viña Leyda, um Sauvignon Blanc Reserva 2009 que foi considerado um super preço pelo competentíssimo Patricio Tapia, no guia Descorchados, que lhe atribuiu 91 pontos. Aliás, a safra de 2009 rendeu excelentes Sauvignon Blanc. O vinho em questão é excelente para bebericar ou acompanhar queijo de cabra. Uma delícia! Notas cítricas, sem exagero de frutas (nem tampouco o famoso "xixi de gato", que nunca cheirei...). Notas ainda tradicionais de grama cortada e de giz (típicas dos vinhos do Leyda e Limarí). Excelente custo benefício que pode ser encontrado na Grand Cru e Wine, e em São Carlos na Gran Reserva (3375 2028).

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Premium de Final de Ano! Barca Velha 2000, Castello di Brolio 2006, Clos Apalta 2007, Côte-Rotie Guigal 2004, Migliara 2006, Matallana 2004, Rieussec 2005 e Quarts de Chaume 2003


Entrada da cozinha do Tom, e o próprio se aquecendo no Pinball
 Como em todo final de ano, pela terceira vez, a Confraria do Ciao se reune para um grande jantar regado a grandes vinhos. Desta vez foi na casa do Tom, em uma bela mesa ao ar livre, em meio a grandes árvores. De entrada o Tom nos presenteou com Barquetes de Haddock... Uma delicia! Depois tivemos os Pernis de Cabrito que assei lentamente, por 8 horas, que sem modéstia alguma estavam muito bons; o Porquinho de Leite do Tom, também feito com o esmero de sempre e os Galetos defumados chegados na brasa. Hummmmm.... Tudo muito bom! Para a sobremesa fiz meu aclamado Creme Brullé, par acompanhar os brancos que citarei depois de falar dos tintos. Eu havia dito que nem comentaria sobre os vinhos, apenas citaria seus nomes, mas tenho que falar um pouquinho, pois não resisto.
A lista não foi fraca: Castello di Brolio 2006 - Uma maravilha do Barone Ricasoli que ficou em quinto lugar na lista dos melhores do mundo em 2009 da Wine Spectator, com 96 merecidos pontos. Um vinhaço, com notas de amora, alcaçuz e baunilha. Encorpado, superequilibrado, com taninos finíssimos e final longo. Eu sou suspeito, pois sou fã incondicional dos Italianos, mas este Chianti Clássico estava demais, e duas garrafas foram pouco. Foi a abertura da noite...
Continuamos com um que o Fernandinho adorou: Clos Apalta 2007. Vinho da Casa Lapostolle, a mais francesa no Chile, que ganhou 93 pontinhos da WS nestas safra. Só lembrando, o 2005 foi o primeirão dois anos atrás, feito inédito para um Chileno. É um vinho de primeira, raçudo mas sedoso. Fruta na medida certa (cassis e ameixa). Notas de cacau, baunilha e tabaco. O apimentado no final, aportado pela Carmenére é uma delícia. A Petit Verdot lhe dá taninos que ainda precisam de tempo para ficarem mais redondos. Apesar de já estar uma maravilha, achei uma criança. Deve ganhar muito com alguns anos na adega.
Em seguida veio o vinho que para mim foi o destaque da noite, o Migliara 2006 da Italiana Luigi D'Alessandro. Esta vinicola é especialista em Syrah, e é considerada por muitos a que melhor trabalha esta casta na Itália, no nível dos melhores Hermitages. Eu achei este vinho um grande injustiçado na lista dos Top 100 deste ano. Teve 98 pontos da WS e nem apareceu na lista. Uma maravilha de vinho. Bastante mineral e longe dos Syrah frutados e enjoativos do novo mundo. Notas florais e deliciosas de amora, framboesa, anis e pimenta preta. Taninos super finos e um final interminável. Ainda bem que ainda tenho uma garrafa dele, pois deve envelhecer maravilhosamente. João Paulo, Paulao e eu adoramos.
Na mesma linha, mas agora partindo para o Rhone, apreciamos um E. Guigal Côte Rotie 2004. Um belo vinho de um produtor grande destaque no Rhone.  Vinho floral e com boa fruta (groselha e cereja), em meio a alcaçuz. Também aparecem as notas características de carne e azeitona. Um vinho delicioso, claro. E a noite continuava...
Veio então um espanhol, do onipresente e competente Telmo Rodriguez, o  "enfante terrible". O vinho escolhido foi Ribeira del Duero, o Matallana 2004. Apesar de estar muito gostoso, notas de couro, caramelo e fruta na medida, deixou um pouco a desejar. Confesso que esperava mais para um vinho de Telmo Rodriguez, ainda mais pelo precinho salgado... Os vinhos que ele faz a região de Toro são melhores, sem dúvida.
Bem, para fechar tem uma Magnum de um ícone: Barca Velha 2000!  Vinho clássico português, da Casa Ferreirinha, e responsável por colocar o Douro na posição de destaque que hoje ocupa. O vinho só é lançado em safras excelentes e até hoje, desde o primeiro em 1952, não chegaram  a vinte. Este ficou 3 horas no decanter, quietinho, abrindo toda sua potencialidade. Por incrível que pareça, não tinha nada de precipitado. Não preciso nem dizer que é um belíssimo vinho. Rico, complexo e para ficar na memória. De encher a boca. Mas vou gerar a ira de meus confrades agora: Confeso que prefiro o Quinta do Vale Meão! Para mim é mais rico e o preço é bem melhor. Além disso, é feito com uvas de vinhas utilizadas pelo Barca Velha.

Eu acaricando a magnum do danado...


Paulo e Fernandinho
Colocando o Barca no decanter, sob os olhares do Caio

Caio, João Paulo, Tom e Margarido, em frente ao porquinho

O amigo Rodrigo se deleitando...
Para fechar a noite, e acompanhando o Creme Brullé e queijo azul, tomamos um Quarts de Chaume 2003 de Baumard. Este produtor doVale do Loire faz vinhos brancos de cair o queixo, com a Chenin Blanc. Este, que teve 96 pontos da WS, é amendoado, com notas de mel e pessego. Tem excelente acidez e mineralidade que compensam o doce. Para competir com ele bebemos um Chateau Rieussec 2005, de Sauternes. Uma maravilha que justifica os 96 pontos da WS. Vinho pleno, com notas firmes de damasco e mel. Equilibrio perfeito e final interminável. Todos o adoraram.


O que dizer mais da noite? Comida maravilhosa, vinhos espetaculares e amigos sensacionais. Não tem palavras.
Tom, Fernandinho, Caio, Paolao, Rodrigo, João Paulo e Margarido: Obrigado pela noite e por mais um ano!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Terça na casa do Tom - Chilenos e Argentinos em maioria

Ontem era para ser a nossa premium anual, mas adiamos para a próxima terça... No entanto, fomos à casa do amigo Tom apreciar uma boa picanha,carré de porco defumado, linguiça Cuibana e um Risoto de Funghi Secchi. Não combinamos, mas quase todos os vinhos foram 4 chilenos, 1 argentino e apenas um ibérico. Eu levei um Casa Marin Pinot Noir 2009 que não passa por madeira. É fruta pura, com notas de groselha e morango. O vinho é refrescante demais, doce, mas com boa acidez, e merece todos os elogios do Patricio Tapia, no Descorchados 2010, onde teve 91 pontos. Uma delicia para ser apreciada mais resfriado. 
Seguindo este, bebemos um Montes Alpha Pinot Noir 2008 levado pelo Caio. Este já tem mais complexidade, aportada pela madeira. É um vinho redondo, com notas de cereja e morango. A madeira, presente, lhe aporta um tostado gostoso. É só um pouco doce, como muitos Pinot chilenos. Bem, mas Montes Alpha é Montes Alpha, ou seja, sempre bom. Mas acho que não tem a qualidade dos Alpha Cabernet, Merlot ou o Syrah.
 O Paulão levou um Séptima Gran Reserva 2008, um argentino potente, musculoso, mas muito elegante. É um corte de Malbec, Cabernet e Tannat. A Malbec reina com a doçura e notas de ameixa, mas a Cabernet lhe aporta elegância e a Tannat os taninos, que são muito redondos. O vinho é perfeito para um churrasco e deve envelhecer muito bem. A meu ver ainda está novo. Excelente custo benefício. 
O amigo Rodrigo Ray levou o estranho no ninho, o português Vallado 2008. Já comentei sobre este vinho no blog, mas não sobre este 2008, que como o outros de anos anteriores, está muito bom. A touriga nacional se destaca, com as notas perfumadas de violeta.  A madeira geralmente pega um pouquinho quando o vinho é jovem, mas com o tempo, as coisas se equilibram. Vinho sempre bom. 
Aí chegou o João Paulo, um pouco atrasado (o que não é de seu costume...rs). Levou uma pérola, que é o Erasmo 2006. Bem, também já comentei bastante sobre este vinho no blog, mas não posso deixar de lembrar que foi a mescla do ano no Descorchados 2010, com elogios rasgados do Patricio Tapia. O último que havia bebido estava um pouco fechado, mas este do João Paulo já estava bem mais aberto. Depois de algum tempo na taça foi só alegria. Que vinho! Um Bordeaux! Melhor que muitos Bordeaux por ai, e muito mais barato. Feito no Chile por um Italiano. Que mescla! Bem, é um vinho elegante ao extremo e que recomendo fortemente. 
Para finalizar o Tom resolveu abrir uma magnum de um Tabali Syrah Reserva Especial 2007. É um vinho muito bom. Bem diferente da maioria dos vinhos do Limarí, que são mais minerais e menos doces. Este está na parte dos sobremaduros, com uma explosão de frutas. A cor é bem escura, e na boca é pleno. Um belo vinho dentro da familia dos super-maduros.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Terça de Brancos na casa do Tom: Rutini Chardonnay, Era dos Ventos e Perenand-Vergelesses Champy 2002


Chegando em casa cansado, depois de aulas na tarde de terça, recebi um telefonema dos amigos Caio e João Paulo para falar que estavam na casa do amigo Tom e Rodrigo tomando uns brancos e apreciando camarões (gigantes, por sinal...) e outros frutos do mar com vinhos brancos. Cheguei um pouco tarde e perdi o primeiro vinho, um Mapu 2007, Chileno, magnum, de chardonnay e sauvignon blanc. Como não bebi, não posso comentar. Mas deve ser coisa boa, pois tem as mãos do Baron Philippe Rothschild. Dizem que é um vinho bem vivo. Cheguei em tempo de tomar uma taça do Rutini Chardonnay 2008. Bem, Rutini dispensa apresentação. Este vinho estava bem fresco, com boa acidez, e com aromas de abacaxi na medida. Muito bom vinho. Pena que era a última taça... Tomamos ainda uma garrafa do belo brasileiro Era dos Ventos 2008, já comentado aqui no blog (clique aqui). Pelas características próprias deste vinho, ficou meio perdido entre os outros. É um vinho particular e que eu gosto muito. Terminamos com um vinho que levei da Borgonha, um Pernand-Vergelesses 2002 da Maison Champy. Eu gostei muito do vinho. Prá começar, tomamos na temperatura certa (12-14 graus), pois não deu tempo de gelar. Isso permitiu que ele mostrasse todas as suas virtudes. O vinho tinha aromas já evoluidos, com notas de pera, leve abacaxi e côco, como destacado pelo Caio. Na boca, muito frescor e elegância. Uma delícia de vinho e que o amigo Tom adorou.