Na semana passada, de casa cheia, apreciamos bons vinhos. O melhor da noite, a meu ver, foi um Pêra-Grave Reserva 2012, levado pelo Paulinho. O vinho é feito pela Quinta São José de Peramanca. A Quinta é propriedade da família Grave desde 1913. Mas a região de onde ele vem, próxima ao Ribeiro de Peramanca, tem a história ligada ao vinho desde o século XIII, quando D. Afonso II mandou plantar vinhas ao lado do Ribeirão, considerando o local um terroir único para a produção de vinhos de excelência. No século XVI, D. Manoel escolheu os vinhos desta região para viajar com as caravelas, com a recomendação de que fosse bebido apenas pelo Capitão e seus pares, além de ser oferecido para os povos que encontrassem. Na carta de Pero Vaz de Caminha, sobre o descobrimento do Brasil, há citação da oferta de vinhos, provavelmente da região, aos indígenas. Em 2003, depois de quase um século de interrupção, João Grave resolve retomar a produção, plantando novas vinhas. Em 2005, engarrafa o primeiro Pêra-Grave. As vinhas ocupam apenas 15 hectares, e os vinhos produzidos têm tido reconhecimento internacional. O tinto Pêra-Velha Grande Reserva tem sido comparado ao famoso (e caro) Pêra-Manca. A vinícola tem como enólogo Nuno Cancela de Abreu (ex-Quinta da Alorna). Este Pêra-Grave Reserva 2012 foi produzido com Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Syrah. A maturação ocorreu por 18 meses em barricas de carvalho francês e americano. Ao nariz mostra notas florais, de amoras e ameixas, em um fundo levemente abaunilhado. Em boca, repete o nariz e mostra muita elegância. A acidez é correta e os taninos maduros. Seu final é longo e com presença elegante da madeira. Um ótimo vinho! Imagino que o seu irmão maior, Pêra-Velha, deva ser dos grandes. Os Pêra-Grave são importados pela Clarets.
Descreverei os outros vinhos apreciados na sequência da foto abaixo.
O primeiro é um Brioso 2010, de Susana Balbo, levado embrulhado por este que vos escreve. Alguns chutaram a presença da Cabernet Sauvignon e a complexidade do vinho. O Little John, ressaltou a pimenta do reino. Realmente, o vinho é feito majoritariamente com Cabernet Sauvignon (60%), Malbec (15%), Merlot (10%), Cabernet Franc (10%) e Petit Verdot (5%). Assim, os confrades passaram perto. É um vinho com aromas de ameixa e cassis, em meio a cacau e especiarias. Em boca é encorpado, denso, com boa acidez e taninos vigorosos. O final é longo e com toques de cacau. Um ótimo vinho, para ser apreciado com uma boa carne assada. Todos gostaram, inclusive eu. Liderou a noite junto com o Pêra-Grave, com o qual se equilibra também em questão de custos. No entanto, apesar de ter gostado do Brioso, eu prefero o alentejano.
O Paolão levou um Berola 2009, espanhol das Bodegas Borsao, da região de Campos de Borja (este nome não traz boas lembranças para meus confrades São Paulinos...rs). O vinho é feito com 80% Garnacha e 20% Syrah, com passagem por madeira por 14 meses. Ao nariz mostra fruta bem madura, ameixas e amoras compotadas, em meio a alcaçuz (bem presente) e baunilha. Em boca é volumoso e tem entrada doce, com destaque para fruta compotada. É bem concentrado e no estilo extraídão. É para os fãs do estilo. A mim, não agradou nem um pouco.
O JP levou uma figurinha carimbada: Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2011. Este dificilmente desagrada. Notei uma mudança de estilo em relação a outros mais antigos. A madeira e a pimenta do reino aparecem menos. Mostra notas de ameixas e ameixas, em meio a especiarias. Os taninos já estão redondos e o vinho é bem amigável. Acho que perdeu um pouco em relação a exemplares anteriores. Ficou fácil de beber. Eu preferia o nervo dos mais antigos, que levavam uns anos para amaciar. Do jeito que está, pareia com outros mais baratos.À direita na foto, o vinho levado pelo Tonzinho: Trapézio Bobó 2007, argentino feito com Malbec (70%) e Cabernet Franc (30%). Passa 18 meses em barricas e adicionais 16 descansando em garrafa antes de ser comercializado. É feito com capricho. Ao nariz mostra notas de ameixas e cassis, em um fundo de chocolate e picante. Em boca é denso, com boa acidez (que corta o dulçor) e taninos firmes. A madeira aparece um pouco e o final é levemente picante. É um bom vinho, para ser apreciado com um bom churrasco. Acho que não combinou com as comidas que pedimos. Precisa de decantação. Os 9 anos não lhe afetaram. É vinho longevo.
O último da foto acima é um Ferreirinha Vinha Grande 2013. Vinho de pedigree, de safra nova, e provavelmente o mais pronto da linha que bebi. Está muito pronto para a idade. Ótima fruta ao nariz, com notas de framboesa e amoras, em um fundo floral. Em boca é muito macio, com boa acidez e taninos redondinhos. O Vinha Grande mais fácil que bebi. Estava uma delícia. Não precisa ser guardado. Pode ser bebido agora sem problema. Gostei! Passando para a foto abaixo, um Dorna Velha Reserva 2005, levado pelo Caião. O vinho é feito com Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Ao nariz mostra notas de cerejas, herbáceas, cacau e especiarias. Em boca é seco, com toques de ervas e taninos redondos. O final é médio e com toques de especiarias. Um bom vinho, que depois de 11 anos ainda mostra força. Gostei dele.
E para finalizar, o vinho levado pelo Thiagão: Castello di Farnetella Nero di Nubi 2005. É um Pinot Noir da Fattoria de Fèlsina, feito a partir de uvas de vinhedos plantados na região mais alta da vinícola, em apenas 2,5 hectares. Vinho de pedigree, cujos 11 anos nem se foram sentidos. Tem cor escura e aromas de cereja em meio a folhas secas, tostado, tabaco e outras especiarias. Aqueles aromas típicos da Pinot Noir ficam encobertos. Em boca mostra nervo e bom corpo, com boa acidez e mineralidade. O final mostra um toque de tabaco e ervas. Mais uma vez, a fruta fica um pouco encoberta e é difícil identificá-lo como Pinot Noir. Eu acho que precisaria de tempo em decanter para se abrir. O problema dele: Preço em comparação com Borgonha, Oregon e Nova Zelândia.
Isso aí!
Descreverei os outros vinhos apreciados na sequência da foto abaixo.
O primeiro é um Brioso 2010, de Susana Balbo, levado embrulhado por este que vos escreve. Alguns chutaram a presença da Cabernet Sauvignon e a complexidade do vinho. O Little John, ressaltou a pimenta do reino. Realmente, o vinho é feito majoritariamente com Cabernet Sauvignon (60%), Malbec (15%), Merlot (10%), Cabernet Franc (10%) e Petit Verdot (5%). Assim, os confrades passaram perto. É um vinho com aromas de ameixa e cassis, em meio a cacau e especiarias. Em boca é encorpado, denso, com boa acidez e taninos vigorosos. O final é longo e com toques de cacau. Um ótimo vinho, para ser apreciado com uma boa carne assada. Todos gostaram, inclusive eu. Liderou a noite junto com o Pêra-Grave, com o qual se equilibra também em questão de custos. No entanto, apesar de ter gostado do Brioso, eu prefero o alentejano.
O Paolão levou um Berola 2009, espanhol das Bodegas Borsao, da região de Campos de Borja (este nome não traz boas lembranças para meus confrades São Paulinos...rs). O vinho é feito com 80% Garnacha e 20% Syrah, com passagem por madeira por 14 meses. Ao nariz mostra fruta bem madura, ameixas e amoras compotadas, em meio a alcaçuz (bem presente) e baunilha. Em boca é volumoso e tem entrada doce, com destaque para fruta compotada. É bem concentrado e no estilo extraídão. É para os fãs do estilo. A mim, não agradou nem um pouco.
O JP levou uma figurinha carimbada: Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2011. Este dificilmente desagrada. Notei uma mudança de estilo em relação a outros mais antigos. A madeira e a pimenta do reino aparecem menos. Mostra notas de ameixas e ameixas, em meio a especiarias. Os taninos já estão redondos e o vinho é bem amigável. Acho que perdeu um pouco em relação a exemplares anteriores. Ficou fácil de beber. Eu preferia o nervo dos mais antigos, que levavam uns anos para amaciar. Do jeito que está, pareia com outros mais baratos.À direita na foto, o vinho levado pelo Tonzinho: Trapézio Bobó 2007, argentino feito com Malbec (70%) e Cabernet Franc (30%). Passa 18 meses em barricas e adicionais 16 descansando em garrafa antes de ser comercializado. É feito com capricho. Ao nariz mostra notas de ameixas e cassis, em um fundo de chocolate e picante. Em boca é denso, com boa acidez (que corta o dulçor) e taninos firmes. A madeira aparece um pouco e o final é levemente picante. É um bom vinho, para ser apreciado com um bom churrasco. Acho que não combinou com as comidas que pedimos. Precisa de decantação. Os 9 anos não lhe afetaram. É vinho longevo.
O último da foto acima é um Ferreirinha Vinha Grande 2013. Vinho de pedigree, de safra nova, e provavelmente o mais pronto da linha que bebi. Está muito pronto para a idade. Ótima fruta ao nariz, com notas de framboesa e amoras, em um fundo floral. Em boca é muito macio, com boa acidez e taninos redondinhos. O Vinha Grande mais fácil que bebi. Estava uma delícia. Não precisa ser guardado. Pode ser bebido agora sem problema. Gostei! Passando para a foto abaixo, um Dorna Velha Reserva 2005, levado pelo Caião. O vinho é feito com Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Ao nariz mostra notas de cerejas, herbáceas, cacau e especiarias. Em boca é seco, com toques de ervas e taninos redondos. O final é médio e com toques de especiarias. Um bom vinho, que depois de 11 anos ainda mostra força. Gostei dele.
E para finalizar, o vinho levado pelo Thiagão: Castello di Farnetella Nero di Nubi 2005. É um Pinot Noir da Fattoria de Fèlsina, feito a partir de uvas de vinhedos plantados na região mais alta da vinícola, em apenas 2,5 hectares. Vinho de pedigree, cujos 11 anos nem se foram sentidos. Tem cor escura e aromas de cereja em meio a folhas secas, tostado, tabaco e outras especiarias. Aqueles aromas típicos da Pinot Noir ficam encobertos. Em boca mostra nervo e bom corpo, com boa acidez e mineralidade. O final mostra um toque de tabaco e ervas. Mais uma vez, a fruta fica um pouco encoberta e é difícil identificá-lo como Pinot Noir. Eu acho que precisaria de tempo em decanter para se abrir. O problema dele: Preço em comparação com Borgonha, Oregon e Nova Zelândia.
Isso aí!