segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Campo Ardosa 2004, Viticcio Riserva 2007, Crognolo 2007, Pulenta XI Gran Cabernet Franc 2008 e Carlos Basso Signature Blend 2005 - Na Confraria do Ciao

Nessa última quinta-feira a reunião foi na cozinha do Tom, que nos brindou com belos assados, como sempre (e um arroz de cair o queixo...). 
O Caião levou o vinho que a turma, incluindo eu, considerou o destaque da noite. Fico feliz, pois fui eu quem lhe indicou... rs. Era um Campo Ardosa 2004, da Duriense Quinta da Carvalhosa, adquirido no Bota-Fora da World Wine por menos da metade do preço. O nome do vinho vem da presença da ardósia na região, a qual é utilizada até para construção dos esteios para condução das videiras. Segundo a vinícola, a presença da ardósia no solo dá aos vinhos da região um apelo mineral adicional. O vinho é feito com Tinta Roriz, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca, de vinhedos que ocupam apenas 8 hectares entre Régua e Pinhão. É um vinho redondo, sedoso, elegante, com notas de amora madura e groselha, e aquele floral típico da Touriga Nacional (mas sem exageros!). Notava-se também especiarias, como a canela. Um vinho muito bom, que facilmente passaria por um bom Bordeaux. Valeu a compra no Bota-Fora.
O JP levou aquele que considero um dos melhores Cabernet Franc do cone sul, o Pulenta XI Gran Cabernet Franc 2008. Apesar de novo, estava perfeitamente apreciável. Ao nariz, aquelas notas de frutas mescladas a azeitonas pretas e pimenta do reino, com leve grafite ao fundo. Com o tempo as notas apimentadas foram diminuindo e a fruta compotada foi aparecendo mais, lembrando ameixa preta seca. Em boca, potente, denso, com final longo e taninos corretos. Vai melhorar com os anos, mas já estava muito bom o danado.
O Fernandinho levou um belo Chianti Clássico Riserva, que sempre tá ali presente nos top 100 da WS. Foi um Viticcio Riserva 2007. No começo ele estava brigão, italianão com aquela pegada típica. Mas com o tempo em taça foi mostrando suas qualidades. Ao nariz mostrava groselha e chá, em meio a notas florais e especiadas. Em boca, muito gostoso, amplo, e com aquela acidez que o fazia par perfeito para a Bisteca Fiorentina feita pelo Tom. Este Viticcio foi Top 100 da WS em 2010, com 93 pontos.
Nota sobre outra garrafa bebida em 2018: Depois de 11 Anos o vinho ainda está bom, mas a fruta já está diminuindo. O vinho ainda está com ótima acidez e mais seco. Neste estágio, pede ainda mais comida para acompanhar!
Eu levei outro da Bota, o Crognolo 2007, da Tenuta Sette Ponti. Este irmão menor do belo Oreno também é um querido da WS, sendo também top 100, com merecidos 93 pontos (os mesmos do Viticcio 2007).  Vinho rico em frutas, com destaque para a cereja e amora, em meio a cacau e couro novo. Em boca, amplo, intenso e sedoso. Como o Viticcio, ele também pede tempo em taça para mostrar suas qualidades, que são muitas. A propósito, o adquiri com um belo desconto na World Wine Ribeirão Preto. Aliás, tanto o Viticcio (Grand Cru), quanto o Crognolo (World Wine) são belos vinhos, com preços similares e que oferecem muita qualidade.  Bem, não precisa nem dizer que sou fã de ambos, precisa?
O amigo Rodrigo levou um argentino da Viña Amalia, o Carlos Basso Signature Blend 2005. É corte de Malbec, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Syrah, sendo a Malbec majoritária (50%) e a mais presente nos aromas e em boca. O vinho tem aquelas notas de ameixa típicas, com um pouquinho de figo, café com leite e chocolate. Em boca é sedoso, bem redondo, mas tem aquele excesso de doçura que me incomoda um pouco. Falta-lhe um pouco mais de acidez e pegada. Mas acompanhou bem a carne.
Bem, mais uma daquelas belas noites, com ótima comida, bebida e companhias (e muita chuva!!!). Até a próxima!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

SALDÃO MERCOVINO 2012! VEJA A LISTA DE VINHOS EM PROMOÇÃO


A Mercovino também iniciou seu saldão. Vejam a lista abaixo. Tem vinho bom na lista. Os italianos da Dessilani são muito refinados, experimente (veja postagens sobre o ótimo Ghemme 03 aqui e aqui). Os vinhos ficarão em promoção de 23 a 31 de janeiro, ou provavelmente, enquanto durarem os estoques. A loja da Mercovino fica em Ribeirão Preto, no Boulevard, à Rua Marcondes Salgado, 1538. O telefone é 16 3635 5412.


Itália

Dessilani – Piemonte
Gattinara DOCG 2003 - 91 WS
De: R$ 145,00 Por: R$ 72,50

Ghemme DOCG 2003 - 92 WS/ 3 GR
De: R$ 145,00 Por: R$ 72,50

Fara Caramino DOC 2003 - 86 WS/ 2 GR
De: R$ 155,00 Por: R$ 77,50

Barbaresco DOCG 2003
De: R$ 198,00 Por: R$ 99,00

Barolo DOCG 2003
De: R$ 215,00 Por: R$ 107,50

Fara Caramino DOC 2003 Magnum
De: R$ 290,00 Por: R$ 145,00

Barbera D’Alba 2006 Magnum
De: R$ 160,00 Por: R$ 80,00

Rocca di Castagnoli - Toscana
Mollino delle Balze Chardonnay 2009
De: R$ 99,00 Por: R$ 49,50

Chianti Clássico Poggio A´frati DOCG 2006 - 3 GR
De: R$ 150,00 Por: R$ 75,00

Stielle IGT 2000 - 3 GR
De: R$ 235,00 Por: R$ 117,50

Buriano IGT 2003 - 93 RP| 3 GR
De: R$ 270,00 Por: R$ 135,00

Tenuta di Capraia – Toscana
Chianti Clássico Tenuta di Capraia DOCG 2007
De: R$ 86,00 Por: R$ 43,00

Chianti Clássico Tenuta di Capraia Riserva DOCG 2003 - 3 GR
De: R$ 170,00 Por: R$ 85,00

Poggioargentiera – Toscana
Guazza IGT 2006
De: R$ 64,00 Por: R$ 32,00

Alture IGT 2006
De: R$ 67,00 Por: R$ 10,00

Fattoria Le Casalte – Toscana
Rosso Toscana 2006
De: R$ 55,00 Por: R$ 27,50

Rosso di Montepulciano 2006
De: R$ 87,00 Por: R$ 43,50

Nobile di Montepulciano DOCG 2005
De: R$ 159,00 Por: R$ 79,50

Vini Mateucci – Abruzzo
Pecorino IGT 2008
De: R$ 55,00 Por: R$ 27,50

Ninfea Montepulciano D’Abruzzo 2007
De: R$ 49,00 Por: R$ 24,50

Ninfea Cerasuolo Montepulciano D’Abruzzo 2008
De: R$ 49,00 Por: R$ 24,50

Cantina Argiano – Toscana
Suolo IGT 2000
De: R$ 600,00 Por: R$ 300,00


Espanha

Dios Ares – Rioja
Díos Ares Branco 2009
De: R$ 47,00 Por: R$ 28,20

Díos Ares Crianza 2006 | 2007 - 90 RP
De: R$ 52,00 Por: R$ 31,20

Díos Ares Reserva 2006 - 90 RP
De: R$ 84,00 Por: R$ 50,40

Bodegas Canopy – Toledo
Tres Patas 2006|2007 - 89 RP
De: R$ 120,00 Por: R$ 72,00

Malpaso 2006| 2007 - 90 RP
De: R$ 120,00 Por: R$ 72,00

Palacio Quemado – Alange
PQ Primicia 2008
De: R$ 59,00 Por: R$ 35,40

PQ 2007
De: R$ 99,00 Por: R$ 59,40

Casalobos – Montes de Toledo
Casalobos 2005
De: R$ 128,00 Por: R$ 76,80

Bodega Los 800 - Priorato
Los 800 2004
De: R$ 132,00 Por: R$ 79,20

Bodegas Fontana – Tierra di Castilla
Quercus 2004
De: R$ 280,00 Por: R$ 110,00

Can Bonastre – Penedés
Can Bonastre Crianza 2005/2006
De: R$ 100,00 Por: R$ 60,00


Portugal

Casa Cadaval – Tejo
Padre Pedro Branco 2005
De: R$ 39,00 Por: R$ 10,00

Casa Cadaval Pinot Noir 2007
De: R$ 80,00 Por: R$ 40,00

Casa Cadaval Cabernet Sauvignon 2004
De: R$ 80,00 Por: R$ 40,00

Ribeira da Ervideira – Alentejo
Terraços do Tejo Branco 2007
De: R$ 29,00 Por: R$ 10,00

Conde da Ervideira Garrafeira 2003
De: R$ 169,00 Por: R$ 84,50

Esmero – Douro
Esmero 2005/2006
De: R$ 146,00 Por: R$ 87,60

Mimo 2005/2006
De: R$ 103,00 Por: R$ 61,80

França

Château Bellevue – Bordeaux
Château Bellevue Bordeaux Supérieur 2006
De: R$ 74,00 Por: R$ 37,00

Château Terrefort Bibonne – Pompignac
La Fontaine Reserve Vin DAuteur 2005
De: R$ 40,00 Por: R$ 20,00

Domaine de Terrefort Bibinne 2006
De: R$ 63,00 Por: R$ 31,50

Jaffelin – Bourgogne
Bouzeron Branco 2007
De: R$ 108,00 Por: R$ 54,00

Nuits St Georges 2007
De: R$ 270,00 Por: R$ 135,00

Savigny 1er Cru 2006
De: R$ 215,00 Por: R$ 107,50

Beaune 1er Cru 2006
De: R$ 260,00 Por: R$ 130,00

Taça espumante Canard Duchêne (120ml)
De: R$ 20,00 Por: R$ 10,00


África do Sul

Stellenbosch Hills – Stellenbosch
1707 Reserve 2007
De: R$ 122,00 Por: R$ 61,00



Muga Reserva 2007 - Mais um bom vinho de Muga!

Quem quiser beber um bom riojano, no estilo tradicional, pode eleger um Muga que sempre estará bem servido. Eu já comentei sobre alguns deles (clique aqui), e espero comentar sobre outros tantos. Desta vez comento sobre o Muga Reserva 2007, descorchado neste sábado para acompanhar uma costelinha de porco. O vinho é feito com 70% Tempranillo, 20% Garnacha e 10% Graciano e Mazuelo. O envelhecimento é feito em barricas de carvalho francês, por 24 meses, com adicionais 12 meses em garrafa antes da comercialização. Vinho com notas de cereja, casca de laranja, couro, café e um fundinho terroso. A madeira é presente, mas bem integrada. Em boca, o que chama a atenção é a acidez vibrante, que lhe aporta muita vivacidade e frescor. Aliás, esta é uma característica dos Mugas, que os torna bem gastronômicos. É um vinho para aguentar ainda bom tempo de adega, devendo proporcionar grande prazer após uns 2-3 anos. Mas agora, já está muito bom! Já citei em outras postagens, mas vale lembrar que os Muga gostam e ganham com uma boa aeração.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Trapiche Gran Medalla, Montes Alpha, Pinot Olivier Guyot, Milcampos Tempranillo e Peter Lehmann Shiraz - Na Confraria do Ciao

Nessa última quinta-feira, na reunião da Confraria do Ciao, levei um clássico e sempre correto Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2005. Incrível como ainda está vivo e potente! O tempo lhe amaciou os taninos, mas o danado ainda tá cheião. Ao nariz, notas de ameixa, cassis e pimentão, com aquele fundinho de eucaliptol e grafite. Em boca, tava gostoso, mas foi melhorando muito com o tempo. Sempre bom esse danado! 
E do lado dele, um outro Cabernet Sauvignon, levado pelo amigo JP. Só que tratava-se de um argentino, o Trapiche Gran Medalla Cabernet Sauvignon 2007. Duvido que alguém às cegas pudesse acertar se tratar de um Cabernet argentino. Tudo remetia a um ótimo Cabernet chileno. Inclusive, ele estava bem parecido com o colega Montes Alpha ali do lado... Logo ao nariz já mostrava aquelas notas de eucaliptol, que com o tempo foram diminuindo e dando lugar à fruta e um fundinho de grafite. Também aparecia a baunilha e um tostadinho gostoso. Em boca, os taninos ainda suplicam um pouco de tempo, mas o vinho já está perfeitamente apreciável. Com o tempo em taça foi ficando cada vez melhor. Como foi comentado, um degrau acima do Montes Alpha. Muito bom! Para mim, o melhor da noite. Se for apreciá-lo é recomendável decantar por uma hora.
O Caião levou o Olivier Guyot Pinot Noir 2007, adquirido do último Bota-Fora da World Wine (inclusive eu indiquei o danado em minha postagem sobre o Bota-fora). Eu bebi o 2005 tempos atrás e gostei muito, mas este 2007 estava bem diferente. Bem frutado ao nariz, com notas de morango e framboesa. Em boca, repetiva o nariz, mas possuia uma doçura que não agradou muito. E como foi lembrado pelo JP, carecia daquele toque terroso borgonhês. O vinho ficou nem lá, nem cá, ou seja, não parecia nem um borgonha clássico, nem um Pinot do novo mundo. Embora correto, não agradou muito. Mas pode agradar aqueles que gostam do Pinot mais doce, tendendo para o novo mundo. Faço aqui "mea culpa", pois fui eu quem indiquei para o Caião...
O amigo Rodrigo levou um espanhol que ainda não conhecíamos. Faz parte daquela turma de espanhóis que a Grand Cru está comercializando, que têm bom preço e boas notas de nosso amigo Parker. Era um Milcampos Tempranillo 2009, de Ribera del Duero. Mas era difícil dizer que era Tempranillo. Mostrava ao nariz notas tímidas de frutas vermelhas, com um fundinho de alcaçuz doce e especiarias. Em boca era bem leve, meio doce, fácil de beber. Não é do tipo que eu gosto, principalmente em se tratando de espanhóis. Mas tem seu público. No entanto, em sua faixa têm vários com maior presença.
E a noite foi finalizada com um Shiraz australiano levado pelo amigo Tom, o Peter Lehmann Shiraz 2008. Um típico australiano, com muita fruta madura, compotada (ameixa), chocolate e aquele fundinho especiado. Em boca era de médio corpo e com taninos bem redondos. Um bom vinho, redondo, que poderia ser só um pouquinho menos compotado. 
E foi isso! Até a próxima! Ah, e espero que com a presença do amigo Paolão, que tá fazendo uma falta danada.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Quarta-feira "fraquinha" essa nossa: Almaviva 2007, Don Melchor 2006 e Cabreo 2007!

Tá difícil o negócio! Nessa quarta-feira o Carlão ligou, desesperado, dizendo que teríamos que nos reunir para tomar um Almaviva e um Don Melchor. E o que fazer? Beber, claro! E fomos à casa do amigo Idinir, onde apreciamos um Almaviva oferecido pelo amigo Dr. Marcão (como todos o chamam), um Don Melchor oferecido pelo Carlão e o supertoscano Cabreo, oferecido pelo anfitrião. Eu levei um Caballo Loco 12, que nem foi aberto (mas que está guardado para outra ocasião).
Comecemos pelo grande Almaviva 2007. Que maravilha! Nada daqueles vinhões potentes e com superextração, e sim, elegância e refinamento característico dos Rothschild. E me desculpem aqueles que acham que o EPU pode ser o primeiro vinho. Sem chances! O Almaviva se coloca em um degrau acima: polido, equilibrado, sedoso, aveludado, o que nos deixa sempre ansiosos pela próxima taça. Este 2007, feito com 64% Cabernet Sauvignon, 28% Carmenére, 7% Cabernet Franc e 1% Merlot ainda é um garoto, um pouco fechado e com muito ainda por mostrar nos próximos anos. Fico aqui imaginando como estará daqui a uns 3 anos... Agora, mostra uma fruta tímida, com destaque para o figo e cassis, em meio a notas de chocolate meio amargo, anis, café-com-leite, alcaçuz, grafite e baunilha. Com o tempo foi se abrindo e ficando cada vez mais cativante. Em boca, sedosidade pura e final maravilhoso! Uma delícia! Como disse o Idinir: Para beber de paletó e gravata!
E do lado do Almaviva, outro icone: Don Melchor 2006, levado pelo Carlão. Em comum, obviamente, a Concha y Toro e a grande qualidade. Já comentei aqui no blog sobre o 1997, o 2005 e o próprio 2006, que tomamos tempos atrás. Agora, o 2006 já está mais aberto que anteriormente. No início, mostra notas de cassis, cacau, alcaçuz e baunilha. Com o tempo, foram surgindo notas que lembrava pitanga e caqui. Em boca, muito redondo, com taninos finos e final longo. Outra beleza de vinho! Para escoltar muito bem o nosso amigo Almaviva.
E para completar a tríade de muitíssimo respeito, um supertoscano oferecido pelo amigo Idinir, o Cabreo Il Borgo 2007. O vinho é feito pela Tenute Folonari, com 70% Sangiovese e 30% Cabernet Sauvignon. A mescla descansa em barricas de carvalho 30% novas, 40% de um ano e 30% de 2 anos, com decantação a cada 3 meses durante 16-18 meses. Outro vinhaço! Sem dúvida dá boas chineladas em muitos Brunellos por aí. A Sangiovese reina, mas a Cabernet lhe aporta muita intensidade. Ao nariz, notas intensas de cereja madura, groselha, chá e florais, em meio a couro, tabaco e alcaçuz. Um vinho riquíssimo. Em boca é amplo, untuoso, e com taninos levemente terrosos. Vinho com alma italiana, perfeito para uma boa comida, do jeito que eu gosto. Vinhão!
E o Idinir ainda nos serviu um vinho branco doce chileno, feito com a uva Moscatel de Alexandria, a mesma utilizada no sul da Espanha para elaboração dos vinhos de Jorge Ordoñez. Parece que há uma tendência no Chile em utilizar esta casta, que aliás, gosto bastante. Era um vinho de baixa tiragem, chamado Bandido Neira. Infelizmente esqueci de tirar a foto. O vinho tinha notas gostosas de mel, leve abacaxi e uma ótima acidez, que o deixava muito fresco. Só lhe faltou um pouquinho mais de estrutura, mas ele promete.
Bem, nem preciso dizer que a noite foi memorável! Obrigado amigos!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Ruffino Anteprima Novello 2011 - Uma resposta Toscana aos Beaujolais Noveau

Nessa última semana abri uma garrafa de um vinho trazido por um amigo da Itália. Era um Ruffino Anteprima Novello 2011. Segundo o próprio produtor, os Novello devem trazer uma prévia das características, cores e sabores da nova safra. O vinho é produzido com Sangiovese e Gamay, fermentadas após maceração carbônica para manter a fragância, frescor e vivacidade de um vinho jovem. Seu lançamento deve ser feito no início de novembro, assim como o seu primo Beaujolais Noveau. E não é vinho para ser guardado: Deve ser apreciado em no máximo 6 meses após ser lançado. Este 2011 obviamente, estava muito aromático, com notas de framboesa, florais e leve baunilha. Em boca, era leve, festivo, como deve ser esse tipo de vinho. Particularmente, achei mais interessante que os Beaujolais Noveau. Obviamente, de um Novello, não espere complexidade, e sim, um vinho fácil de beber, alegre e festivo. E este Ruffino estava assim. Para apreciá-lo, resfrie um pouco mais que o de costume para um tinto, deixando perto de 14 graus, e acompanhe com pratos leves e petiscos.

sábado, 14 de janeiro de 2012

E na primeira reunião da Confraria do Ciao em 2012, só vinhobão: Xisto 2005, Chateau Larrivet Haut-Brion 2000, Chateau L'Arroseé 2007 e dois Barolos!

Nessa última quinta-feira a Confraria do Ciao se reuniu pela primeira vez em 2012. E de quebra comemorou os aniversários dos confrades Caio e Fernandinho (que estava resfriado e não foi... infelizmente). A noite começou com um vinho que levei, que figura entre os tops portugueses, o Xisto 2005. A confraria já apreciou este vinho uma vez, levado pelo amigo Rodrigo (clique aqui). Desta vez, o vinho estava mais aberto, mesmo porque, eu o decantei por mais de uma hora antes de levar. É um vinhaço! Potência e elegância juntas. É feito com 60% Touriga Nacional, 15% Touriga Franca e 25% Tinta Roriz. O envelhecimento é feito em barricas de carvalho Francês 60% novas e 40% de 1 ano, por um período de 18 meses. Aromas ricos de amoras, violetas e chocolate amargo, em meio a alcaçuz e grafite. Em boca, amplo, poderoso, com taninos presentes e acidez perfeita. Aguentaria mais  uns bons anos. Quem tiver uma garrafa do danado pode guardar por que ele deve evoluir muito bem.
O Caião, aniversariante, levou um Gran Cru Classé de Saint Emilion, o Chateau L'Arroseé 2007. O blend tem Merlot como majoritária (60%), cortada com 20% de Cabernet Sauvignon e 20% de Cabernet Franc. Vinho novo ainda, mas que surpreendentemente já se mostrava aberto. Ao nariz, mostrava muita fruta, com destaque para cereja e groselha, em meio a notas florais e um toquezinho de cravo. Em boca, muito sedoso e redondo, com tudo muito harmônico. Um vinho delicioso e que deve ganhar novas nuances com o tempo.
O JP levou um Gran Vin de Pessac-Leognan, o Chateau Larrivet Haut-Brion 2000. O vinho, que é feito com 55% Merlot, 40% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc, passa 16 a 18 meses em barricas 50% novas de carvalho Francês. Bem, aqui a safra fala alto. O vinho tem poder e muita finesse. A fruta divide espaço com aqueles aromas que adoro, de couro, tabaco e alcaçuz. Em boca, mais seco que o L'Arroseé e com final longo. Um belíssimo vinho que foi se abrindo com o tempo e no final da noite mostrava-se um Bordeaux autêntico, muito elegante. Eu gostei muito mesmo.
O amigo Tom levou um Barolo Livio Pavese 2006. A Cantina Livio Pavese fica em Treville, Valle D'Aosta, é uma das poucas que pode engarrafar Barolos e Barbarescos fora da DOCG. É um Barolo mais para o estilo leve, mais amigável. Foi decantado e ao longo da noite foi mostrando, além das notas de framboesa e cereja, aquelas notas de rosas típicas da Nebbiolo. Em boca os taninos estavam presentes, como era de se esperar, e a acidez marcante pedia comida. Ficou perfeito com a polenta frita ao molho de queijo. Mas sinceramente: Leva umas boas chineladas do Langhe Nebbiolo Perbacco de Vietti.
O amigo Rodrigo, coincidentemente, levou outro Barolo, mas de estilo bem diferente do anterior. Era um Poderi Colla Bussia Dardi Le Rose 2006, do vinhedo de Bussia, em Monforte. É um vinho mais potente, austero, rico em aromas de alcatrão, funghi e alcaçuz. A fruta ainda está sobrepujada por eles. Os taninos ainda pegam e levarão tempo para arredondar. Um vinho com muita presença, que deve ficar bom daqui a alguns anos. Bebe-lo nesta idade, sem ao menos decantar, foi um grande pecado, para não dizer desperdício...
Bem, a noite foi de vinhos de pegada. Em minha opinião, o Xisto foi destaque, seguido de perto pelo Larrivet Haut-Brion e L'Arroseé, ambos excelentes. Os Barolos, pelas circunstâncias, não tiveram muita chance. O Caião pode até discordar, mas no ano que vem, como aniversariante, terá que levar o primeiro da noite, por que desta vez o Xistão foi implacável... rs.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

COMEÇOU O BOTA-FORA WORLD WINE 2012 - CORRAM!

A World Wine iniciou seu famoso Bota-Fora! São inúmeros rótulos com descontos que chegam a até 70%. Além de ser uma oportunidade para comprar ótimos vinhos a bons preços, há também a possibilidade de encontrar vinhos mais evoluídos, as vezes já não encontrados no mercado. Geralmente eu busco estes, que costumam me dar muita satisfação. É também uma boa chance para comprar bons vinhos para o dia-a-dia, a preços mais que convidativos. É só saber escolher, lembrando que vinhos correntes não têm a mesma capacidade de guarda de vinhos mais elaborados. Desta forma, em se tratando destes, busque os mais jovens. Tente também conhecer novos rótulos e não ficar no óbvio. É sempre bom entrar em contato com coisas novas, e este tipo de promoção abre esta possibilidade. Que tal um novo produtor? Ou investir em brancos e rosés? Garanto que a experiência valerá. 
Quer algumas sugestões? Os chilenos Maycas del Limarí são excelentes! Experimente o Quebrada Seca Chardonnay e verá o quanto é bom (para mim, um dos melhores Chards chilenos). O Syrah também é muito gostoso, assim como o mineral Sauvignon Blanc. O Pinot Noir orgânico e artesanal do Francês Olivier Guyot é uma delícia [veja aqui minha opinião, pós-postagem, sobre o que achei do 2007, após experimentá-lo]. Há também ótimos espumantes, em diferentes faixas de preços, incluindo o Champagne Delamotte a um ótimo preço. Os países estão bem representados, com bons exemplares espanhóis, portugueses, franceses e italianos, dentre outros. Inclusive, há o grande italiano Giorgio Primo 2004 na lista: Top!
Para ver o catálogo virtual clique aqui. E divirta-se!

Altas Quintas Crescendo 2007: Muito bom e de bom preço!

Chef Jérôme Dardillac (foto extraída
do site www.hoteliernews.com.br)
Nesse último final de semana fui acompanhar a pré-temporada do Vascão no Hotel Bourbon, em Atibaia. Para minha surpresa, vi que o Chef de cozinha do Resort é um conhecido de muito tempo, o Chef Jérôme Dardillac, que residiu em São Carlos e que conheci há uns 15 anos. Que legal! E foi ele que preparou o Menu que apreciei no Restaurante Cave, acompanhado de um vinho Português produzido sob a batuta do grande Paulo Laureano.
O vinho era o Alentejano Altas Quintas Crescendo 2007. É um vinho que fica acima do básico da vinícola, o Altas Quintas 600. Ele é produzido majoritariamente com Aragonez, mas possui pitadas de Trincadeira e Alicante Bouschet. A maturação é feita em barricas de carvalho Francês e Americano, por 12 meses. O vinho é aromático, com notas de ameixas maduras, amoras silvestres, cereja, florais e leve tostado. Em boca é muito redondo, de médio corpo e com taninos muito sedosos. É um vinho com gosto de vinho, sem firulas! Tem bom preço e passaria por um vinho mais caro. Achei bem interessante. É importado pela Decanter. E ele acompanhou muito bem o Carré de Cordeiro com Crosta de ervas preparado pelo Jérôme (que foi precedido por uma bela Salada de Lagosta com Molho Citrico e Carpáccio de Jacaré - Tudo excelente!).
Carré de Cordeiro

Salada de Lagosta

Quem for ao Bourbon Atibaia precisa conhecer o Restaurante Cave, onde fica a Adega, gerenciada pelo simpático e atencioso Robson. A Adega possui mais de 300 rótulos, bem acondicionados e para todos os bolsos. Aliás, o Robson ainda conduziu uma prova de vinhos no dia seguinte para um grupo muito legal de hóspedes. Valeu Robson!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Torre Muga 2005 - Potência e vivacidade!

E nesta última semana nos esbaldamos com grandes espanhóis. E este que tratarei é da turma dos grandes. Vinho top das Bodegas Muga, só abaixo do grande Aro, este Torre Muga 2005 que levei para os amigos agradou a todos, sem exceção. As Bodegas Muga se localizam no Bairro de La Estación, em Haro, capital de Rioja Alta. As Bodegas utilizam de métodos tradicionais na elaboração de seus vinhos, dos quais gosto muito. Já comentei aqui no blog sobre alguns que apreciei (Muga Reserva Selección Especial 2005 e Muga Reserva 2004).  Este Torre Muga 2005 foi feito majoritariamente com Tempranillo, mas com aquelas pitadas típicas de Mazuelo e Graciano. É fermentado sem controle de temperatura e com leveduras indígenas, estagiando um total de 24 meses em carvalho francês. Ao nariz, mostra grande riqueza aromática, com notas de cereja, groselha, casca de laranja, canela, caramelo e leve tabaco. Em boca, é amplo, suntuoso, cheio, e com bela acidez. Os taninos são presentes, mas muito corretos. É um vinho que vai crescendo na taça e que merece uma ou duas horas em decanter para domar sua potência e mostrar todas a sua potencialidade. Um vinhão! Faixa-preta, como diria meu amigo Eugênio. 
Quem quiser conhecer os vinhos desta Bodega comece pelo Muga Reserva, que tem bom preço e é muito bom. Os vinhos das Bodegas Muga são importados pela Épice.
E neste mesmo dia apreciamos um vinho doce Húngaro levado pelo JP. Era um Tokaji Szamorodni 2004, de Samuel Tinon, um enólogo Francês que se aventura pelas terras Húngaras produzindo Tokaji. "Szamorodni" significa "como nasceu", em Polonês. Isso por que os cachos, com as uvas parcialmente Botrytizadas, são colhidos inteiramente, sem seleção dos bagos Botrytizados (Aszú), como é feito para os grandes Tokaji. Os produtores de Tokaji recomendam este tipo de vinho como uma introdução ao mundo dos grandes Tokaji. Este vinho em questão, o Szamorodni 2004, foi feito com 90% de Furmint e 10% de Harslevelu. A fermentação foi por um período de 2 anos em barricas, em contato constante com oxigênio e sem adição de sulfito. O vinho tem aromas cítricos muito presentes, em meio a notas de amêndoas, damasco seco, mel e gengibre. Em boca, é bastante rico, longo e possui uma boa acidez. Um bom vinho, acompanhamento óbvio para queijos azuis, mas que também pode ser apreciado solo. O Fernandinho fez uma brincadeira e colocou um "T" no sobrenome do Samuel, para ficar igual ao seu (Tinton). 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Caymus Cabernet Sauvignon 2007: Eu esperava mais dele!

Bem, os amigos podem achar que cometo um pecado já no título desta postagem, mas confesso que queria escrever um título bem diferente. Mesmo por que, tem já alguns anos que eu queria apreciar um Caymus tinto com calma, sem pressa. O último deste produtor que apreciei assim foi um branco, o Conundrum 1997, que estava uma beleza. 
A vinícola Caymus, propriedade da família Wagner, é muito prestigiada, não apenas nos EUA, mas internacionalmente. Seus vinhos são sempre merecedores de prêmios. Seu top de linha, o Caymus Cabernet Sauvignon Special Selection, faturou por duas vezes o título de vinho do ano da Wine Spectator. Desta forma, era normal que JP, Fernandinho, Tom e este que vos escreve, tivéssemos grande expectativa quando apreciamos o digníssimo da foto, o Caymus Cabernet Sauvignon 2007, que levei nesta última quinta-feira. O vinho é correto, liso, sem arestas e deve agradar um número imenso de enófilos. Mas tem um pecado que vejo em muitos vinhos americanos: Um fundinho doce que diminui o desejo pela próxima taça. Ele tem um nariz charmoso, com notas de ameixa mescladas com tabaco doce, tostado e alcaçuz. Em boca, tudo (ou quase tudo...) correto: Sedoso, com taninos doces, redondos, e muito boa presença. Mas estava lá o docinho no fundo que incomodou não só a mim, mas a todos da mesa. Como eu queria que tivesse sido diferente, mas não gostamos e sobrou vinho, o que é de matar, principalmente porque é um vinho de preço alto. Mas não teve jeito e tenho que ser sincero em minha opinião. Eu espero um dia apreciar outras garrafas, sem medo algum de mudar meu parecer, o que farei sem nenhum problema (se ele me convencer). Os vinhos Caymus são importados pela Mistral

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Começamos o ano com tudo: Tondonia Branco Reserva 1991 e Aalto 2006

E começamos bem 2012. Nesta primeira semana do ano JP, eu e uma presença breve do Tonzinho, mandamos ver em dois vinhos de muita classe. O primeiro deles, que ofertei aos amigos, foi de uma vinícola que adoro, e que já comentei sobres alguns de seus vinhos aqui . Era um Riojano de Lopez de Heredia, o Tondonia Branco Reserva 1991. Vinho de 20 anos, feito no ano que prestei meu concurso para professor na UFSCar. Uma comemoração digna para o concurso de Titular, feito agora, 20 anos depois. O néctar, feito com 90% Viura e 10% Malvasia, maturou 6 anos em barricas de carvalho e mais alguns anos em garrafa antes de ser comercializado. É pura classe!  Sua bela cor dourada abre as portas para momentos de grande prazer. Ao nariz, mostra notas deliciosas de frutas secas, amêndoas, cítricas, favo de mel e aquele fundinho de Jerez cativante. Em boca, repete o nariz e mostra sedosidade e uma acidez perfeita. O final é longo, delicioso. Que beleza de vinho! É importado pela Vinci. É vinho que pode ser tomado sozinho, tranquilo, olhando para o infinito, mas que ficou excelente como queijo Serra da Estrela trazido pelo JP. A propósito, quem quiser se deliciar com esta preciosidade, deve ficar atento para a temperatura, entre 14 e 16 graus, para que ele mostre todas as suas qualidades. Nada de fazer picolé!
E depois do belíssimo branco, passamos para outro espanhol de muita classe, levado pelo amigo JP. Foi um de Ribera del Duero, o Aalto 2006, também já foi apreciado e comentado aqui no vinhobão (clique aqui). Mas agora, pouco mais de um ano depois, já está mais aberto e com taninos mais redondos que da primeira vez. O vinho esbanjava notas densas de amora e ameixa maduras, mescladas com chocolate e alcaçuz. Em boca era untuoso, cheio, com potência mas também muita elegância. Uma beleza! Bem, Aalto é sempre garantia de muito prazer. É vinho importado pela Península
Bem, tudo indica que o ano será grandioso.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

E ainda em 2011, dois Uruguaios de peso: Prelúdio 2005 e Massimo Deícas Tannat 2007

E antes que o ano se encerrasse, ainda apreciamos na casa do Carlão dois belos vinhos uruguaios da Família Deicas. O primeiro deles, já comentado aqui no blog, foi Prelúdio Lote 81 2005. É um vinho feito com 38% Tannat, 22% Cabernet Sauvignon, 10% Cabernet Franc, 15% Merlot, 8% Petit Verdot e 7% Marselan. Um corte bastante interessante e que gera um vinho muito complexo. Ao início, a baunilha e tostado aparecem bastante, mas com o tempo vão surgindo notas de figo seco, anis e ameixa em compota, além de chocolate e caramelo. Em boca é um vinho amplo e muito sedoso. Pela segunda vez, gostei muito do danado.
Em paralelo, apreciamos outro da Familia Deícas, agora um puro Tannat, o Massimo Deícas Tannat 2007. É o Tannat top da vinícola, cujo nome é homenagem ao seu fundador. O vinho descansa por no mínimo 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, é suntuoso, com notas densas de frutas negras, alcaçuz e madeira na medida certa. Em boca, é muito amplo, estruturado, mineral e com taninos presentes, mas muito finos. Tudo isso, junto com uma acidez que pedia comida, de preferência uma bifão grosso de picanha. Que beleza de vinho! Um dos melhores Tannats que já apreciei. Com alguns anos de adega deve ficar sensacional. 
Contra rótulo do Massimo Deicas
E como os amigos ainda não estavam satisfeitos, ainda abriram um Palácio da Bacalhoa 2007, belo vinho que já comentei aqui no blog duas vezes, e por isso não tecerei mais comentários. Está melhorando a cada garrafa. Jeitão bordalês e com muitos anos pela frente.
Bem, agora é 2012 vindo aí... Que belos vinhos nos aguardem.

Nota pós-postagem: Como eu suspeitava, o Massimo Deícas é a nova denominação para o  grande Família Deicas 1 Cru D'Exception Tannat. Escrevi para a vinícola e o Sr. Diego Pérez, do Departamento de Exportação, prontamente me respondeu com a informação. A propósito, os vinhos da Família Deícas são importados pela Interfood