domingo, 30 de dezembro de 2012

Quero um 2013 sem neuras!

Fonte: http://www.guarapari.es.gov
Confesso que há alguns meses tenho pensado em fechar o blog. Não só porque a atividade tem me tomado muito tempo, mas também, porque noto que tenho levado a coisa muito a sério. Aliás, esse é um problema que preciso resolver. Lembro-me quando comecei a jogar tênis com um amigo, em uma quadra no Parque das Águas de Caxambu, durante um congresso (nos intervalos das atividades, claro... rs). Ele e eu apenas jogávamos a bola para o outro lado, sem técnica alguma (que ele não leia esta postagem...rs). Mas a gente se divertia demais. Logo entrei em uma escola, comprei livros, a melhor raquete (cordas do Guga), o melhor tênis, bolas com a melhor (nano)tecnologia etc. Resumo da ópera: Perdi o companheiro de jogo! E parei de me divertir jogando tênis. Em vez de dar risadas, gastar energia para perder a "pochete" e tudo mais, queria agir como um profissional. Que besteira! Aquele meu amigo, que me levou pela primeira vez a uma quadra de tênis, me chamou a atenção quanto a isso, dizendo que eu tinha que fazer as coisas mais por diversão, e que eu não conseguia fazer nada sem ir a fundo na questão. Eu tenho notado que estou fazendo o mesmo em relação ao vinho. Antigamente, quando morava em São Paulo, me divertia indo a lojas no centro da cidade, perto do Mercadão, e comprando algumas garrafas com a grana limitada que tinha. Eu não tinha adegas climatizadas, taças próprias para cada vinho, decanters especiais, saca-rolhas high-tech etc. Tinha a vontade de tomar vinho. No máximo, lia aquela edição especial da revista Gula, com a  tradicional lista anual dos melhores vinhos. Mas acho que foi aí o começo de tudo. Lembro de ter fotocopiado a lista dos melhores do ano e levado comigo em visita a uma loja no centro de São Paulo, que eu gostava muito. Ao ver aquilo, o proprietário chileno, deu risadas e me perguntou se eu também era daqueles que tomava vinho com base nas listas de revistas. Hoje, reflito bastante pensando naquele momento. Depois daquilo, vieram os (muitos) livros, revistas (impressas e eletrônicas), listas (e mais listas), Guias (e mais Guias), compras diretamente em importadoras (sem a conversa descontraída com o vendedor), compras pela internet (impessoalidade total), megadegustações, confraria e o blog... Ah, o blog... E com ele, as centenas de acessos diários, a posição entre os mais visitados, os mais relevantes etc. Estava eu novamente envolvido em um grande emaranhado...rs. Para que?
Eu criei o "Vinhobão" apenas para facilitar o registro de vinhos que bebia, sozinho, ou preferencialmente, com meus amigos. Antes, eu retirava o rótulo mergulhando em água quente, colava em uma agenda e escrevia algumas parcas linhas para registrar aquele momento tão especial. E de vez em quando, abria calmamente a agenda para relembrar os vinhos que havia bebido. Hoje, vejo que estou levando a coisa a sério demais, e não era isso que eu pretendia. Quero beber vinho bão, e pronto! Sem complicação! 
No entanto, vejo no blog uma coisa muito positiva e que me leva a continuar: Os amigos que ele me trouxe! Alguns, (por enquanto) apenas virtuais, outros, já tive o prazer de conhecer pessoalmente, como o Eugênio, do Decantando a Vida e o Vitor, do Louco por vinhos. Espero logo encontrar outros blogueiros, os quais visito diariamente. Além disso, tem as muitas (mesmo) pessoas que acessam o blog diariamente, e a quem devo respeito. Se passaram por ali por vontade própria, ou por acidente "internético", não importa. Fico feliz em responder cada comentário, da forma mais polida possível. Aliás, fico chateado quando comento em um blog e não tenho resposta. Opa! E eu ía me esquecendo dos meus confrades, que acredito visitem diariamente o blog (visitam? rs).
Bem, mas decidi que vou manter o blog em 2013. No entanto, serei mais light e descompromissado. E quero beber vinho sem neuras, devagar (como eu gosto), sem me importar com que o Parker ou qualquer outra pessoa achou dele... Como se estivesse sentado em uma cadeira, de frente à uma bela praia... Me divertindo...

Feliz 2013 a todos! 

Nota pós-postagem: Leiam o belo texto escrito pelo amigo Vitor, do excelente blog Louco por Vinhos.

sábado, 29 de dezembro de 2012

T.H. Undurraga Syrah 2008: Mais um bom vinho da linha Terroir Hunter

A linha T.H. (Terroir Hunter) é uma linha especial da vinícola chilena Undurraga, da qual gosto bastante. Tempos atrás bebi um Pinot Noir (clique aqui) e um Sauvignon Blanc (clique aqui), ambos muito bons (aliás, os meus preferidos da linha). Três T.H. Syrah são produzidos pela vinícola. Um deles com uvas do Vale do Leyda, outro do Limarí e um último do Maipo. Os dois primeiros são de clima frio, mais  frescos e minerais (que confesso gostar mais). O último, que trata-se do vinho da postagem, vem do Maipo, e consequentemente, é mais quente, mais nervoso, com mais extração. A maturação é feita em barricas de carvalho francês (40% novas), por 12 meses. O vinho é concentrado, com notas de amoras maduras, café, chocolate e pimenta preta. Em boca, repete o nariz e mostra-se quente, carnudo, com taninos maduros bem presentes, mas domados. É um típico Syrah de clima quente. Eu gostei dele, que bate de frente com Syrah mais concentrado, como um Montes Alpha, por exemplo. Mas como citei anteriormente, prefiro os Syrah de clima frio, pelo frescor e mineralidade. Se você quiser fazer um teste legal, compre um T.H. Syrah do Maipo e um do Limarí (ou Leyda) e compare, para ver a diferença. A brincadeira pode ser feita também com um mineral Maycas del Limarí Reserva Especial (que eu gosto muito).

Nota 1: A Undurraga tem aumentado a produção dos T.H., que antes era menor. Espero que isso não resulte em perda de qualidade.
Nota 2: O vinho foi oferecido pelo Júnior, em uma noitada vínica na casa do Carlão.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

BERINGER Cabernet Sauvignon Knights Valley 2009: Um americano muito bom!

Devo confessar que ainda não tive grandes surpresas positivas com vinhos americanos. Também não bebi muito deles, comparado com os espanhóis e portugueses, por exemplo. Assim, sendo um cientista, devo saber que amostragem pequena não gera resultados confiáveis. Mas recentemente apreciei alguns  vinhos americanos que me deixaram felizes, e que serão motivos de futuras (espero breves) postagens. Mas voltando ao vinho do título, do qual abri uma garrafa recentemente, o Beringer Cabernet Sauvignon Knights Valley 2009, devo adiantar que é um belo vinho, que me agradou bastante. A vinícola é muito antiga, do século XIX e como bom empreendimento americano, possui uma excelente estrutura de turismo em sua base no Napa Valley. Quem visitar o seu site verá isso. No entanto, senti falta das fichas técnicas mais detalhadas de cada vinho, por safra. A vinícola produz uma ampla gama de vinhos, dentre os quais, esse Cabernet Sauvignon citado. Um esclarecimento: Esse vinho que descrevo não foi aquele que faturou o oitavo lugar na lista dos Top 100 da Wine Spectator em 2012. Aquele é o Reserva, que custa perto do dobro desse vinho que descrevo (que já não é lá muito barato... Poderia chegar a um preço mais acessivel). Pelo que eu saiba, a importadora ainda não tem o Reserva 2009 em estoque. Mas é legal conhecer o irmão menor antes de ser apresentado ao Reserva. E pelo que ele mostrou, o Reserva deve ser excelente (bem, isso nem sempre é verdade). Mas vamos ao vinho. Ele é feito com uvas provenientes de do vinhedo Kinghts Valley, em Sonoma County, a cerca de 25 km da base da vinícola (que é a maior possuidora de terras na denominação). Embora apenas a Cabernet Sauvignon seja citada, há uma pitadinha de outras uvas (menos de 10%). O vinho matura em pequenas barricas francesas (parte delas novas) por 15 meses. Ao nariz mostra notas muito agradáveis de frutas maduras (sem exagero), como cereja preta, cassis e ameixa, em meio a alcaçuz e café com leite. É bem diferente de exemplares chilenos. Talvez lembre uma versão mais light de um Manso de Velasco (que não tem exageros de mentol e eucaliptol). Em boca mostra bom corpo, boa acidez e taninos muito sedosos. Aliás, é uma característica marcante do vinho: Sedosidade! Realmente, muito elegante e agradável de beber. E sem ser doce, enjoativo, devido a excesso de extração. O final deixa um gostinho de café com leite gostoso. Olha, por esse exemplar dá para imaginar que o Reserva é coisa de primeira. Eu já fiquei bem contente com esse. A propósito, o vinho é importado pela World Wine

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Para descontrair: Esporão Verdelho 2011

E nesse final de ano em Jaú, terra de Saul e do Bu, meu cunhado, apreciamos esse Esporão Verdelho 2011. A Verdelho é muito cultivada na Ilha da Madeira (onde imaginam ser sua origem), e onde é utilizada na composição do tão famoso Vinho Madeira (Os "Madeira" Verdelho, para terem o nome no rótulo, precisam ter no mínimo 85% da casta). Atualmente, em Portugal, ela tem sido cultivada em várias localidades. Na Espanha se chama Verdejo, e recentemente tem sido utilizada para elaborar bons brancos, principalmente em Rueda (onde os espanhóis citam ser seu berço...). A casta é também plantada na Argentina e com muito sucesso na Austrália, onde se adaptou muito bem e origina vinhos florais e com notas de lima de pérsia. A uva é também utilizada em cortes de brancos do sul da itália. 
Mas voltando ao Esporão Verdelho 2011, ele é um vinho que estagia em cubas de inox e bastante fresco. Ao nariz mostra notas de pêssego, maçã, lima da pérsia e toques minerais. Em boca, é leve, mas com boa acidez (que lhe aporta frescor) e um fundinho levemente herbáceo. É um vinho para ser bebericado ou então acompanhar pratos a base de carne branca. Gostei do danado. É um vinho que carrega boa relação qualidade/preço, custo/benefício, custo/qualidade ou qualquer  outra coisa que se queira dizer* e que remeta a um "vinho bom e de bom preço"!

*bebedor de vinho adora complicar... Depois nos chamam de enochatos e não sabemos porque...rs.

Santenay Clos Rousseau 1er Cru 2008, de Prieur-Brunet: Qualidade e frescor para um natal (muito) quente!

Esse Natal foi o mais quente que já passei. Incrível! Parece que havíam aberto a porta do forno que aquece o mundo! E é claro, tivemos que mandar ver em um brancão, ofertado pelo cunhado Bu. O vinho era o branco Santenay Clos Rousseau 1er Cru 2008, do Domanie Prieur-Brunet. O Domaine tem mais de dois séculos e possui 20 hectares distribuidos em 6 comunas de Cote de Beaune. Em Santenay, localizada no sul de Cote de Beuane e mais conhecida pelos tintos (95%), o Domaine produz 7 vinhos, incluindo este Chardonnay, que tem produção bastante limitada e é considerado uma raridade. O vinho tem passagem em barricas de carvalho (principalmente Allier). O engarrafamento é feito sem filtração. É um vinho de cor bem clara, palha esverdeada, brilhante, bem bonita. Ao nariz, apresenta aromas muito refinados, de pêssego branco, pêra, erva-doce e notas florais. Em boca, repete o nariz e mostra excelente acidez, que lhe aporta muito frescor (tudo o que estávamos precisando naquele dia de calor...rs). Um vinho com vivacidade e que suplicava por um belo peixe, ostras ou uma cumbuca cheia de vôngoles com ervas... Grazie mille, Bu! Vinho de primeira!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Sastre Crianza 2008: Elogiar é chover no molhado...

Já pertinho do Natal fui dar um abraço no amigo Fernandinho, que me recebeu com o carinho de sempre e uma garrafa do Sastre Crianza 2008. Olha, eu gosto demais dos vinhos dessa vinícola. Até hoje, não bebi um que não me deixasse (muito) feliz. Visitem a postagem sobre o delicioso Pago de Santa Cruz 2003, que levei para a turma tempos atrás (clique aqui). O Crianza da vinícola é um dos melhores vinhos de Ribera del Duero na faixa. O vinho é feito com uvas cultivadas de maneira artesanal, sem utilização de herbicidas e inseticidas. A crianza é feita por 14 meses em barricas novas de carvalhos francês e americano. É vinho que novo agrada muito, e que com alguns anos de adega, deixa sorrisos no rosto do felizardo que o aprecia. Ele prima pela elegância e vivacidade. Este 2008, por exemplo, mostrava belos aromas, com destaque para notas de pitanga e cereja em meio a um tostado gostoso e notas especiadas que lembravam um Pago de Carraovejas que apreciei tempos atrás. É um misto de noz moscada, cravo e canela que só perde mesmo para a Gabriela (claro...rs). Uma beleza! Em boca, mostra uma acidez perfeita e taninos corretíssimos. Vinho de primeira! E obviamente, ficou muito melhor escoltando uma conversa sincera com o amigo Fernandinho e mirando a cidade de São Carlos ao anoitecer. 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

SYNTHESIS THE BLEND 2007 e NIPOZZANO RISERVA 2007, em noite esvaziada da confraria...

No final de ano a coisa começa a complicar. O pessoal arruma um monte de compromissos e dá o calote na reunião semanal da confraria. Na última semana apareceram apenas 3 confrades: O Caião, Fernandinho (claro...rs) e esse que vos escreve. 
O Caião levou um argentinão de primeira, que eu estava querendo experimentar há algum tempo, o Synthesis The Blend 2007, da Finca Sophenia. A vinícola é relativamente nova, formada em 1997, ou seja, tem apenas 15 anos. O nome Sophenia é uma combinação dos nomes das filhas dos dois fundadores. Uma se chama Sophia e a outra Eugenia. Bem, o nome já diz que é um corte, no caso, de Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot, oriundas de vinhedos de altitude e baixo rendimento. A maturação é feita em barricas francesas, por 14 meses. O enólogo é Rogelio Rabino (mas tem a consultoria do onipresente Michel Rolland). Bem, é um típico novo mundo. É potente, muscular, com notas de ameixa, figo e cassis, em meio a café com leite e anis. Em boca é denso, com a doçura comum da maioria dos vinhos argentinos, e taninos bem sedosos. A acidez equilibra a doçura. É prato cheio para amantes dos vinhos do novo mundo. Na verdade, blend por blend, eu fico mais com o A-Crux, que é mais "light". Mas é um vinho muito correto e fácil de beber.
Eu levei um italiano bem conhecido, que é o Nipozzano Riserva 2007, de Frescobaldi. Esse é sempre figurinha batida entre os top 100 da WS. Esse, coincidentemente, além de também ser um 2007, tem 91 pontos da revista, assim como o Synthesis. Mas as coincidências param por aí. O vinho é completamente diferente. O nariz mostra a Sangiovese (majoritária) em ótima forma, com notas de cerejas secas, amoras silvestres, tabaco e especiarias. Em boca,  repete o nariz, mostra boa mineralidade e acidez vibrante, que torna o vinho excelente para acompanhar comida. Um Chianti típico, para fãs de bons vinhos italianos, como eu... Passando no Duty Free, é obrigatório colocar uma garrafa dele na cesta.
Bem, a noite foi esvaziada e os 3 que presentes estavam devagar. Mas os vinhos estavam bons.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Uma noite na confraria liderada pelo CHEVAL DES ANDES 2006! Mas com outros belos vinhos também brilhando...

Mais uma postagem atrasada de reunião da confraria. Não estou conseguindo acompanhar a turma...rs. Bem, mas vamos lá. A noite foi liderada por um grande sulamericano, um dos melhores a meu ver, o Cheval des Andes 2006. Vinho grande, de grande safra, levado pelo amigo João Paulo (JP). Já comentei aqui no blog sobre o 2006 no ano passado, também levado pelo JP (clique aqui) e sobre o 2007 em duas ocasiões (1 e 2). No ano passado o danado ainda estava fechadão, mas mostrava todo o seu poder. Agora, está mais aberto, embora ainda tenha longos anos pela frente. É um vinho riquíssimo, untuoso e elegante ao mesmo tempo. Ao nariz mostra notas de ameixas, figo, bala toffee, chocolate, café e alcaçuz. Em boca, repete o nariz e cada cantinho é preenchido com um vinho denso, mas sedoso, que pede sempre mais um gole. Um vinhaço! Valeu (de novo) JP!
Eu citei o Chevalzão primeiro, mas a noite começou mesmo foi com um belo branco levado pelo amigo Paolão, que o trouxe direto do Rhone, o Chateauneuf du Pape Les Vignes D'Alexandre branco 2010. A safra de 2010 foi excelente no Rhone, e eu esperava a chance de mandar ver em um Chateauneuf 2010, fosse ele branco ou tinto (gosto muito dos dois!). O vinho é produzido pelo enólogo Alexandre Favier com as castas Grenache Blanc, Clairette, Roussanne e Bourboulenc. É um vinho delicioso, com notas de flor de laranjeira, pêssego e amêndoas. Em boca mostra-se fresco e com final longo. Delicioso! Ainda tem anos pela frente que lhe trarão ainda mais complexidade. Beleza, Paolão!
Depois dele, veio um que é figurinha carimbada na confraria, o Fulvia Pinot Noir 2011. Essa garrafa foi levada pelo amigo Rodrigo, e é mais uma das muitas que bebemos desse vinho, sempre com muito prazer. Dê uma olhada no blog para saber do que falo (clique aqui). Um vinho delicioso e que não preciso comentar mais sobre ele  nessa postagem. Logo virá outra com mais sobre ele (e outros vinhos Tormentas). Nem vou colocar uma foto, pois ele está incluído na foto geral, ao final. 
Terminando o Fulvia, o que foi rápido, passamos para um uruguaio de peso, o Prelúdio Barrel Select 2006, da Família Deicas, levado por esse que vos escreve. Já apreciamos o 2005 em duas oportunidades (clique aqui). Esse 2006 não ficou atrás. O 2005 (Lote 81) é um corte de Tannat (38%), Cabernet Sauvignon (22%), Cabernet Franc (10%), Merlot (15%),  Petit Verdot (8%) e Marselan (7%), com envelhecimento por 26 meses em barrica, enquanto esse 2006 (Lote 86)  possui Tannat (39%), Cabernet Sauvignon (7,5%), Cabernet Franc (20%), Merlot (28%), Petit Verdot (3,5%) e Marselan (2%), com envelhecimento por 24 meses em barricas. Notem uma diminuição na Cabernet Sauvignon e aumento de Cabernet Franc e Merlot no corte. No entanto, o vinho continuou parecido com o anterior, com notas de figo seco, ameixa, anis, chocolate, baunilha e um tostado bem gostoso. Em boca é muito macio, redondo, com taninos muito sedosos. Um vinho que ainda tem longos anos pela frente. Muito bom mesmo!
E para finalizar, o Quinta dos Carvalhais Colheita 2008, levado pelo Caião. Um ótimo Dão, que já comentei aqui. O pessoal estranhou um pouco, mas acho que é falta de costume. Os vinhos do Dão me agradam muito, e esse não foi diferente. É um vinho com boa fruta, especiarias e ótima acidez. Gastronômico por natureza, implorando por comida. O negócio é que ele foi apreciado depois de dois vinhos muito macios (Cheval des Andes e Preludio), o que exaltou sua acidez e certa rusticidade. Mas se fosse apreciado "solo", acompanhando comida, a turma ia gostar mais.
Bem, pessoal... É isso aí! Mais uma noitada daquelas, padrão Vinhobão!


A turma reunida: Chateauneuf D'Alexandre, Cheval des Andes 06, Fulvia PN 2011, Preludio Lote 86 06 e Quinta dos Carvalhais.




segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Tony's visit 2012: Rutherford Vintners Chardonnay 2008, Frei Brothers Reserve Chardonnay 2010, Louis M. Martini Cabernet Sauvignon 2010, 3 Pinots americanos e um brazuca!


Bem, o espaço para o título era curto para abrigar o nome dos vinhos que apreciamos na visita do amigo Tony. Virou tradição de final de ano: O amigo Tony vem dos EUA, onde reside, e traz na mala um monte de vinhos para apreciarmos na casa do JP. Ele tem dado preferência a americanos, o que acho ótimo, porque tomo pouco deles durante o ano e é uma ótima oportunidade para conhecer um pouco mais. Por outro lado, a noite é sempre muito divertida, pois o Tony é alto astral demais. Bem, mas vamos aos vinhos. 
O primeiro deles foi o Rutherford Chardonnay 2008. É um californiano do Napa Valley, leve, com notas de pera, amanteigadas e de mel. Falta-lhe frescor. Não fez minha cabeça... Pode ser facilmente superado por Chards chilenos simples. 
Em seguida, apreciamos outro chardonnay, a meu ver, bem melhor que o primeiro. Era o Frei Brothers Reserve Chardonnay 2010, de Russian River Valley. O vinho também tem as notas amanteigadas e tostadas, mas bem mais integradas que no primeiro. Além disso, mostrava mais complexidade. Tinhas notas de maçã, melão e figo. A acidez é bem correta e dá frescor ao vinho. Esse eu gostei.
E saindo dos brancos, fomos para três Pinots. O primeiro deles, também californiano, foi o Montoya Pinot Noir 2010. O Tony já havia trazido o 2009 no ano passado (clique aqui). Eu achei o 2010 um pouco melhor, menos doce que o 2009. É um típico vinho novo-mundista, com fruta madura presente, em notas de framboesa e morango. Em boca é leve e fácil de beber. 
O segundo Pinot, também de Monterey, foi o Chalone Vineyard 2010. A vinícola é quase centenária e produz uma ampla gama de vinhos, que incluem 3 PN, sendo um, esse de Monterey. O vinho é, a meu ver, melhor que o Montoya. Ele tem notas de cereja preta, framboesa e um fundo de tabaco e alcaçuz. Em boca mostra boa acidez e mineralidade (ausente no Montoya). 
Depois desses dois, o Tony abriu um que imaginou que eu não acertaria a uva. Era um Oak Ridge Pinot Noir 2009, da região de Lodi (conhecida pelos Zins). E realmente, era difícil acertar do que se tratava. Eu só acertei ser um Pinot por um fundinho longe, longe. Tudo remetia a um Zinfandel. Isso mesmo! Tinha um tostadão exagerado, notas de nozes e quase nenhuma fruta. Eu achei muito estranho. Deve ter seu público (nos EUA).
Depois dos Pinots, partimos para um Louis M. Martini Cabernet Sauvignon 2010, de Sonoma County. O JP, sem saber do que se tratava, mandou ver logo que tinha um nariz de Cabernet chileno. E tinha mesmo. O vinho mostrava notas de cassis, amora e cedro. Em boca tinha corpo médio e apresentava taninos bem corretos. Um bom vinho e que figura na faixa dos best prices. Gostei dele.
E para finalizar, o JP abriu um brazuca, o Casa Valduga Identidade Ancelotta 2007. O vinho tem notas de amoras e especiarias (pimenta e alcaçuz). Nota-se também um toque herbáceo. Em boca é seco e com final tânico. Um bom vinho, que deve melhorar com um tempinho de adega.
Bem, toda essa "vinhada" acompanhou ótimas carnes assadas pelo JP, que também é craque no assunto. E é claro, regou muita conversa boa. Isso aí, amigo Tony! Até o ano que vem!


Eu e Tony, sob as lentes sem foco do Paolão!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Carmen Gran Reserva Carmenére 2009: Bom vinho!

Eu gosto dos vinhos da vinícola chilena Carmen. O Merlot Reserva era um de meus preferidos, pelo bom preço, elegância e taninos sedosos. A vinícola é conhecida por ter sido onde a Carmenére foi redescoberta. Segundo o site da Carmen, isso aconteceu em 1994, e em 1996 foi elaborado o primero vinho com essa uva, um corte de Carmenére e Cabernet Sauvignon chamado Grande Vidure. A De Martino, outra ótima vinícola chilena,  cita em seu site que foi a primeira a exportar um Carmenére, em 1996. Bem, deve ter uma "briguinha" nesse aspecto...(rs), mas seja como for, as duas vinícolas foram fundamentais para o ressurgimento da casta no Chile e sua difusão para o mundo.
Dias atrás apreciei o Carmen Gran Reserva Carmenére 2009. É o primeiro da linha Gran Reserva que aprecio. O vinho é feito com uvas de Apalta, de baixo rendimento e com seleção das uvas mais maduras. A Carmenére é majoritária (95%), mas tem uma pitadinha de Cabernet Sauvignon (5%). A maturação é feita em barricas francesas por 10 meses e o vinho descansa 2 meses em garrafa antes de ser comercializado. É um vinho difícil de não agradar. Ao nariz mostra frutas maduras, como a cereja preta, cassis e ameixa, em meio a um fundinho tostado, tabaco e alcaçuz. Em boca o destaque é para a sedosidade. Nada daqueles Carmenéres verdes e pegados, ou daqueles com exagero de extração. Um vinho muito correto, elegante e fácil de beber. Bom mesmo! Pelo preço (mesmo com o doleta alto e tudo mais), vale a pena. O vinho é importado pela Mistral.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

CARM SO2 FREE 2010: Ótimo vinho da Vinha CARM!

Já apreciei vários vinhos da vinícola duriense CARM e nunca me decepcionei. Do Carm Reserva 2007, que figurou entre os top 10 da WS, foram várias garrafas, e todas estavam excelentes. E todos os amigos que beberam gostaram. Se tiver sorte e achar uma garrafa dele, não hesite. Eu bebi umas taças do 2008 também, que não me agradou tanto. Pois é, o próprio produtor me disse que gosta mais do 2008 que do famoso 2007 ou do 2009. Controvérsias à parte, eu gosto deles. E havia experimentado o Carm Touriga Nacional SO2 Free 2010 no World Wine Experience desse ano, e gostei do danado. Mas só agora abri uma garrafa que havia adquirido tempos atrás. Apenas 50% do vinho tem passagem ligeira por madeira, o que lhe deixa fresco. Ao nariz, mostra as notas florais típicas da Touriga Nacional, até exageradas, o que me incomodou um pouco. Mas com o tempo em decanter foram ficando mais integradas e o vinho melhorou muito! Faça como recomendado para vinhos sem adição de SO2: Decante e aere! Agite sem dó! E vai ver como melhora. Esse, no caso, ficou bom depois de umas duas horas. Mas pode ser que para quem gosta da Touriga "pegadona", beber no começo faça a cabeça. É testar. Bem, voltando ao vinho. As notas de violeta da Touriga se mesclavam a notas de cerejas pretas e chocolate amargo, bem gostosas. Em boca, ótima acidez e um finalzinho de chocolate amargo bem legal. Um ótimo vinho, que a meu ver, precisa descansar para mostrar suas qualidades. Mas confesso: Embora sejam vinhos diferentes, eu gostei mais do Carm Reserva 2007. Ah, os vinhos são importados pela World Wine.

Ps. Levei embrulhado este vinho e o amigo Akira gostou tanto do Reserva 2007 que mandou na hora: É da vinícola Carm!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Quinta do CRASTO VINHAS VELHAS 2010: Seria desnecessário comentar...

Os leitores do blog sabe o quanto meus amigos e eu gostamos do Quinta do Crasto Vinhas Velhas. É só dar um clique aqui e ter uma idéia. Esse vinho é daqueles que você pode comprar sem mêdo, ou para você, ou para presentear um amigo que gosta mundo. E outra: Ele não enjoa, nunca! Só lembrando algo que todo mundo já sabe: O vinho é feito com uvas de vinhedos de mais de 70 anos de idade ("vinhas velhas"), e que contêm diferentes castas, de difícil identificação. Foi o que o Sr. Álvaro Castro (não Crasto...rs) me disse um dia: "Quando se tem um monte de videiras, já velhinhas, e que não sabemos o que são, lhe chamamos vinhas velhas". Bem, estima-se que para fazer o Crasto Vinhas Velhas são utilizadas mais de 30 castas. 
Bem, esse Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2010, último lançamento da vinícola, foi apreciado umas duas semanas atrás em uma tarde lá na Mercearia 3M. "Coincidentemente", alguns membros de nossa confraria passaram por lá, no mesmo horário, incrível! rsrs. E aí, meus amigos, não tem conversa, é vinho na taça. E além de um Quinta do Vallado Touriga Nacional 2006 (já descrito aqui), bebemos este novo vinhas velhas. O vinho passa 16 meses em barricas de carvalho francesas (85%) e americanas (15%). Sua cor rubi bem forte já denuncia a juventude. Ao nariz, ela também se mostra, com notas de baunilha. Mas com pouco tempo em taça começam a surgir notas deliciosas de frutas silvestres, florais, kirsch e chocolate. Tudo isso em meio a notas especiadas. Em boca, no começo estava meio fechado (como esperado), mas em poucos minutos na taça já começou a mostrar porque é tão regular. Um vinho tão jovem e já tão sedoso. Os taninos estavam lá, mas corretíssimos! O final, como sempre, prazeiroso, sempre pedindo outro gole. Mais um ótimo Vinhas Velhas, que deve melhorar ao longo dos anos que se seguem.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MARINA Sauvignon Blanc 2011: Nome lindo, vinho excelente!

Dias atrás vi em um site um vinho chamado Marina. Era um Sauvignon Blanc chileno, e obviamente, me chamou a atenção, pois tinha o nome de minha princesa. Logo em seguida, vi no (excelente) blog do amigo Silvestre Tavares uma postagem sobre o mesmo vinho. Na postagem, o amigo Silvestre teceu-lhe muitos elogios, o que me entusiasmou a adquirir umas garrafas. Dias atrás tive a oportunidade de apreciar uma botella do danado. E caríssimos, o Silvestre estava com toda razão (como sempre...rs): O Marina Sauvignon Blanc 2011 é excelente! É produzido pela (bastante) jovem vinícola Bravado Wines, que lançou seu primeiro Sauvignon Blanc com uvas de Casablanca em 2009. A vinícola é um projeto do casal de engenheiros agrônomos e enólogos Felipe Garcia e Costanza Schwaderer. O primeiro, foi enólogo da Casas del Bosque, e ela , da Agustinos. Segundo o que vi no site do amigo Silvestre, o vinho leva um dos nomes que não foram aprovados pelo casal para serem de seus filhos. Bem, eu já o comprei por ter o lindo nome de minha princesa. Bem, mas vamos ao vinho. Sua cor é palha esverdeada, bem clarinha. Ao nariz, esbanja mineralidade e mostra ótima fruta. Notas cítricas e de pera chinesa se mesclavam a grama cortada, aspargo e giz. Em boca, repetia o nariz e mostrava uma acidez vibrante, deliciosa. Ficou perfeito com uma bela fatia de Cablanca. Imagino que pode ganhar com um ou dois anos de adega. Mas está fresquíssimo agora. Um ótimo vinho, que mostra o potencial chileno para a Sauvignon Blanc. O Loire tem que  ficar esperto, pois os Sauvignon  chilenos de clima frio têm melhorado a cada ano. A propósito, o vinho é importado pela Terramatter

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

No aniversário do Paulão, vinhobão! Muros de MELGAÇO 2006, MOREY-SAINT DENIS Cossard 2010, Chateauneuf du Pape CUVÉE LAURENCE 05, BRUNELLO de Montalcino MARTINA 2006, MUGA Selección Especial 2005, Chateau du TERTRE 2007 e Chateau COUTET 2002!

Fernandinho, JP, Caio, Paolão, Tom, Rodrigo e eu mesm...
Estou atrasadíssimo como esta postagem! O amigo Paolão já estava ficando chateado, pois trata-se da descrição dos vinhos apreciados no jantar de comemoração de seu aniversário. Bem, mas antes tarde, que nunca. Vamos lá...
O jantar foi uma típica "Festa de Babette". Vinhos maravilhosos e comida de primeiríssima preparada pela anfitriã Regina. O bacalhau de entrada estava demais, a salada com Foie Gras perfeito com o borgonha que descreverei a seguir e o French Rack de Cordeiro, como sempre delicioso. Bem, e eu contribui com meu Créme Brulée (fotos ao final da postagem). 
A recepção foi com Tapas (calma gente! Tapas espanhóis, não brasileiros...rs) e dois brancos, feitos com a mesma uva, mas em países diferentes. O primeiro foi um tradicional Alvarinho Muros de Melgaço 2006, do grande Anselmo Mendes. Aqui os elogios são dispensáveis. Os alvarinhos de Anselmo Mendes são muito bons. A uníca coisa é a idade, já um pouquinho avançada para um Alvarinho, que para mim, sempre é melhor mais jovem. Mas estava bom, com notas de maçã e toques discretos de mel e leve amendoado. Pena que guardaram uma tacinha pouco resfriada para este que vos escreve (puxão de orelha...rs)... 
O seguinte, aí sim, mais resfriado, foi o Albariño Don Olegário 2010. O irmão espanhol do primeiro era mais novo, mais fresco, embora não tivesse a profundidade do primeiro. Mas era bem refrescante. Notas clássicas de maçã e florais e ótima acidez em boca.
Bem, mas aí o negócio começou a pegar fogo. Foram muitos vinhões. O primeiro a ser apreciado foi um grande Chateauneuf du Pape Cuvée Laurence 2005, do Domaine de Pegau, levado pelo JP. Esse já apreciamos no final do ano passado (clique aqui), junto com outras feras, e é um vinhaço! Raridade! Para quem gosta, a WS lhe outorgou 96 pontos e cobriu de elogios, o colocando como colecionável. Bem, em meio a tantos vinhões, é meio difícil e injusto ficar com aquela história  de "qual é o melhor da noite". Eu acho isso uma bobagem. Mas no caso, fazendo uma exceção, esse era o vinho mais rico, untuoso e classudo da noite. Notas de frutas maduras, ameixas se misturavam a notas de chocolate, tostadas, café, couro e alcaçuz. Ficou dando o show durante toda a noite (eu, esperto, guardei minha taça para apreciar no finalzinho, e me dei bem).
O que acompanhou a salada de Foie Gras foi um ótimo borgonha levado pelo amigo Tom, o Morey-Saint-Denis Les Monts Luisants 2010, de Fredéric Cossard. Eu não conhecia o produtor. Les Monts Luisants ("Montes brilhantes") é um vinhedo Premier Cru da denominação Morey-Saint-Denis, e o nome vem das folhas verde-douradas dos vinhedos de Chardonnay e Aligoté que cobrem a região e contrastam com as folhas vermelhas dos vinhedos de Pinot Noir. Bem, mas voltando ao vinho, ele é de primeiríssima. Notas de frutas silvestres, sous-bois e alcaçuz. Em boca, muito bom mesmo, com ótima acidez, mineralidade e final delicioso. Par perfeito para o Foie Gras. Isso aí Tonzinho! Só cuidado para não ensinar o Fernandinho a gostar de Pinot...rs.
O amigo Rodrigo levou um outro vinhão, o espanholzão Muga Selección Especial 2005. Eu já havia oferecido um desses para o pessoal tempos atrás (clique aqui), coincidentemente, em uma despedida do Paolão quando viajava à França. Bem, e mais uma vez o Rodrigo e eu mostramos afinamento em questão de vinhos, pois já levamos alguns do mesmo produtor em ocasiões diferentes. Mas confesso que gostei mais desse 2005 agora, pois se mostrava mais aberto. O vinho é feito com 70% Tempranillo, 20% Garnacha e 10% Graciano e Mazuelo, e a fermentação é feita por com leveduras indígenas, com crianza de 28 meses em barricas produzidas na própria bodega. Vinhão! Notas de cereja em licor, ameixa, cravo, couro, alcaçuz e baunilha. Em boca, frutas e notas de café com leite. Delicioso! Muga nunca decepciona, ou melhor, sendo mais positivo, Muga sempre agrada! E muito!
Eu levei o Brunello de Montalcino Martina 2006. Esse me foi trazido diretamente de Firenze por minhas queridas irmãs. Mantive contato com o produtor Tony Sasa até que elas me trouxessem. Ele é um apaixonado por vinhos e boa comida, sendo proprietário da Enoteca Pontevecchio, em Firenze. A enoteca organiza eventos relacionados com vinhos, gastronomia e enoturismo, além de produzir seus próprios vinhos. O Brunello Martina leva o nome de sua filha, e é produto do trabalho de Tony com o enólogo Paolo Caciorgna. Apenas 6.000 garrafas são produzidas por ano. A produção é artesanal, o que já dá para notar pela marca da máquina manual na rolha. O vinho matura por 3 anos em barricas de carvalho de 540 litros, e mais 10 meses em garrafa antes de ser comercializado. Obviamente, esse 2006 ainda está jovem, mas já pode ser apreciado sem problemas (depois de uma boa decantação). Ao nariz estava riquíssimo, com aromas florais, de cerejas, morango, alcaçuz, tabaco e couro. Em boca mostrava-se amplo, denso, com ótima acidez e taninos presentes, que devem obviamente se arredondar com o tempo, mas que nada incomodavam. Um belo Brunello, na opinião desse aficionado que vos escreve. Espero logo postar sobre outro vinho do Sasa, dedicado à sua Avó, e chamado "Vida" (70% Cabernet Franc e 30% Cabernet Sauvignon - Belo Corte...).
O Caião levou o Grand Cru Classé Chateau du Tertre 2007. O vinho, da região de Margaux, foi feito com 62% Cabernet Sauvignon, 20% Merlot e 18% Cabernet Franc. A maturação é feita em barricas francesas (45% novas) por 14 meses. A safra não foi das mais expressivas e deu origem a um vinho de corpo médio e final curto. Mas era bem agradável, com notas de frutas vermelhas, terrosas, carne, baunilha e alcaçuz. Era bem leve, fácil de beber. Foi aquele vinho aberto no exagero, quando todos já estavam mais prá lá, que prá cá, o que obviamente, prejudica sua avaliação.
Bem, e para finalizar, e acompanhar meu "famoso" Créme Brulée, o anfitrião ofertou um Sauternes, o Chateu Coutet 2002. O Botrytis aparece bem no vinho, entre notas de damasco, cêra de abelha e gengibre.  Em boca mostrava boa acidez e bom final. Claro que acompanhou magistralmente meu Créme Brulée!
E foi isso, pessoal! Mais um aniversário de gala do amigo Paolão, à altura de sua elegância. Merci beaucoup mon ami!


Paolão cortando os blocos de Foie Gras
French Rack de Cordeiro e Risoto de Funghi Secchi, da Regina - Um exagero de bom! 
Créme Brulée com Sauternes

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer se foi... Mas sempre estará entre nós!

Oscar Niemeyer - foto de www.panorama.com.br
Acabei de ouvir a notícia que o grande Oscar Niemeyer nos deixou... Notícia triste. O grande artista, que completaria 105 anos em 15 de dezembro, se foi... Mas sempre estará entre nós. Alguém disse recentemente que daqui a 100 anos, o único brasileiro que será lembrado em todo o mundo será Oscar Niemeyer. Acho que esta pessoa tem razão. Niemeyer foi um gênio, e gênios, nunca se vão. Lembro-me de quando eu estudava em São Paulo e ia ao Memorial da América Latina, às vezes cedinho para assegurar um ingresso para assistir a algum show. Mas o show começava antes, quando caminhava no Memorial. Que beleza! Uma obra de arte inconfundível em meio à selva de pedra. E a arte se repetia no Ibirapuera. O mesmo deslumbre tive quando vi suas obras na lagoa da Pampullha. Que maravilha! Adeus, Oscar! Pobres mortais, desconhecidos e inexpressivos, questionavam suas obras... Pobres mortais... Oscar gostava de vinhos. Dizem que apreciava uma taça de tinto diariamente. Esse sabia das coisas. Sou um felizardo  por ter sido seu contemporâneo.