sábado, 29 de outubro de 2011

E temos Estrelas do Brasil em São Carlos!

Estrelas do Brasil na Adega Spazio
Nesta última semana o amigo Eugênio, do Decantando a Vida, postou sobre os espumantes Estrelas do Brasil, da Serra Gaúcha. E foram muitos elogios aos espumantes, que tem agradado demais a muitos conhecedores. Pouco tempo depois, Didú Russo postou sobre a vinícola, com elogios rasgados aos seus vinhos e produtores. Bem, para nossa felicidade, temos em São Carlos um local diferenciado que oferece não apenas os produtos da Estrelas do Brasil, mas também de outros produtores brasileiros, como Don Guerino, Pericó, Sanjo, Panceri, Lidio Carraro, Cordilheira de Santana etc. Além de uma linha grande de vinhos importados, muito bem acomodados em uma belíssima adega climatizada. Aliás, nesta última semana a Adega Spazio ofereceu aos seus clientes mais um belo happy hour, com vinhos e petiscos de primeira. Quem não foi, perdeu! E eu, aproveitei para levar para casa umas garrafas do Estrelas do Brasil Brut Champenoise, além do Riesling Itálico e do Brut Rosé de Pinot Noir. O final de ano será Estrelado! 
Estrelas do Brasil Brut champenoise

E no aniversário do Carlão, vinhobão!

Nesta última sexta-feira o amigo Carlos André completou primaveras, e ofereceu uma recepção com vinhos aos seus amigos. Para divertir, alguns deles em decanter, "escondidos". Tive que acertar na bucha o Notas de Guarda Cabernet Sauvignon, que já comentei aqui e já disse não ser muito fã. Mas esse 2003 estava bem diferente do 2002 que apreciei anteriormente. Está ainda bem vivão pela idade, mas a madeira está mais bem integrada. Mas com a potencia de sempre. 
Um outro vinho em decanter, não difícil de acertar a procedência, era um Santa Rita Medalla Real 2007. Vinho potente, com madeira presente, mas com boas notas de cassis e chocolate amargo. Bom vinho! Do lado dele, outro encoberto, muito gostoso e com notas de figo, cassis e chocolate. Muito equilibrado e que ficava um degrau acima dos outros. Também estava na cara que era um chileno, e era um Tarapacá Reserva Privada 2005. Muito bom vinho! Elegante, macio e com ótimo final. Para mim, um dos melhores da turma. Mas ainda estava por vir um que me chamou mais a atenção. De cara mostrava que não era sulamericano, e que não era um vinho dos mais comuns. Depois de discutir um pouco com o Akira chutamos ser o Chateau Kefraya e matamos! Era o danado, do ano de 2002. Eu já comentei aqui no blog sobre o 2007 (clique aqui). Este 2002 também estava uma beleza, e mostrava a capacidade de envelhecimento deste belo vinho libanês. É um  corte de Cabernet Sauvignon (majoritária), Grenache, Cinsault, Carignan e Mourvèdre. Vinho muito rico, com notas de cassis, groselha, melaço, mescladas a notas especiadas, de cravo e canela, além de couro e tabaco. Em boca, repetia o nariz, tinha boa acidez e taninos bastante finos. Para mim foi o melhor da noite.
Mas ainda tinha um belo chileno, o Undurraga Founder's Collection 2005, um Cabernet Sauvignon 100% elaborado com uvas de vinhedos selecionados. Vinho aromático, com boa fruta, notas mentoladas e de tabaco. Em boca, muito equilibrado e macio. Muito gostoso!
Bem, e teve ainda um Max Reserva Cabernet Sauvignon 2005, que já havia evaporado quando cheguei, mas que em se tratando de um Errazuriz, devia estar bom.
É isso ai! Parabéns Carlão!!!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Two Hands Bella's Garden 2009, Brunello Casanova di Neri 2006, Ghemme 2003 e Achaval Ferrer Malbec 2010 - Tudo isso mais os assados do Tom! Que maravilha!

Que turminha, hein?
E nesse último domingo chuvoso, com temperatura amena, o Tom nos brindou com mais um daqueles seus superassados na sua super-cozinha. Aliás, como o cara domina bem a arte de assar uma boa carne! Lembra-me muito aquelas que eu apreciava no Bassi, em São Paulo. Não só por que o Tom utiliza as carnes do Bassi, mas por que ele as trata com muito carinho. E suas carnes merecem grandes vinhos. Eu cheguei atrasado e já haviam mandado um novíssimo Achaval Ferrer Malbec 2010, que obviamente não comentarei. Mas em se tratando de um Achaval, devia estar bom...
No entanto, cheguei em tempo de pegar o segundo vinho, levado pelo Caião, que já apreciamos na confraria. Era um Ghemme 2003, italiano da Cantina Dessilani. Claro que o vinho estava muito parecido com aquele que apreciamos semanas atrás, mas desta vez pudemos apreciá-lo mais calmamente, e isso nos permitiu observar como ele evolui bem na taça. Uma beleza! Gostei mais que da primeira vez. Vinho muito complexo, com notas de framboesa, amora e chá. Com o tempo foi se modificando, apresentando notas de cereja, terrosas e de tabaco. Muito bom mesmo!
E sabendo que o Tonzinho estava reservando um daqueles "poderosos" para o final, levei um que eu previa ser ótima companhia para as carnes: Um Brunello de Montalcino Casanova di Neri 2006. Pois é, novinho, novinho, mas já delicioso. O nariz estava riquíssimo, com notas deliciosas de cereja, ameixa e chá. Em boca, amplo, profundo, e obviamente, com taninos presentes e que levarão bons anos para se arredondarem, mas que estavam perfeitos para as carnes. Um vinhaço da grande safra de 2006 na Itália. Bem, Brunello é Brunello... E este produtor é de primeiríssima! A outra garrafa que tenho ficará calmamente guardada na adega, para se mostrar daqui a alguns anos.
E o Tom então resolveu sacar da adega um belíssimo australiano da vinícola Two Hands. Essa vinícola, fundada em 1999,  é colecionadora de prêmios e é figura constante nos top 100 da WS. O vinho ofertado pelo amigo Tom foi o Two Hands Bella's Garden 2009. O nome do vinho é uma homenagem à filha de um dos sócios da vinícola. É um dos vinhos tops da vinícola, elaborado com uvas de vinhedos selecionados de Barrosa Valley. O vinho estagia 18 meses em barricas francesas ~20% novas. É um vinho poderoso, denso, suntuoso! Sua cor, quase intransponível, já denuncia sua concentração. Ao nariz, uma explosão de frutas maduras e em compota, com destaque para groselha, ameixa e amora. A fruta era mesclada a notas de canela, azeitona preta, chocolate e chá preto. Em boca, potencia pura, mas com muita elegância. Daqueles vinhos de mastigar, mas com mineralidade e acidez que compensavam a fruta bastante presente. O final era longuíssimo! Obviamente, o vinho era ainda uma crianza e os taninos estavam presentes, mas nada que comprometesse sua excelente qualidade. Fico imaginando como estará este vinho daqui a alguns anos. Que beleza, hein Tonzinho!!!! Aliás, o Tom nos ofereceu este ano 3 grandes Shiraz: Tanagra, Pangea e este Two Hands. Uau! Terei que retribuir... Talvez com um Il Bosco, ou um St. Henri... Who knows? 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Excursão ao novo mundo na casa do amigo Carlos André

Neste último sábado me juntei aos amigos Akira e Carlos André para um jantar na casa deste último. O jantar foi regado a vinhos, em sua maioria, do novo mundo. O único do velho mundo foi o ótimo Palácio da Bacalhoa 2007, que já nos foi anteriormente ofertado pelo Akira e comentado aqui no blog (clique aqui). Desta vez ele descansou por mais tempo em decanter e pode mostrar ainda mais as suas qualidades. É quase um Bordeaux, que deve ganhar muito com alguns anos em adega. O Carlão e Akira também apreciaram um Notas de Guarda 2002, da chilena Santa Helena, também decantado. Eu declinei. Isso por que confesso não ser fã deste vinho, por achá-lo muito amadeirado. Já comentei sobre ele aqui no blog também (clique aqui). Não é perseguição ao Notas, mas uma questão de gosto. Apesar de gostar de vinhos potentes de vez em quando, ele supera um pouco meu limite para potência, principalmente pela madeira. Mas como eu mencionei, é uma questão de gosto. Conheço diversas pessoas que gostam muito dele.
Eu levei um vinho que já havia apreciado com o pessoal da confraria, o sulafricano Stellenbosch Hills 1707, de 2007 (para minhas impressões, clique aqui). O vinho é bastante frutado e com madeira presente. Exala notas de tabaco doce e chocolate. Um bom vinho, que agradou aos amigos Akira e Carlos.
Os outros dois vinhos apreciados foram duas novidades para mim. O primeiro foi o americano RedTree Petite Sirah 2009. A Petite Sirah é também conhecida como Durif. Aliás, essa é mais uma confusão no mundo do vinho, pois isso só foi identificado nos EUA por exames de DNA. A Petite Sirah (assim mesmo, com "I" não "Y") é um cruzamento entre Peloursin e Syrah.  O vinho em questão era fácil de beber. Em geral, a Petite Sirah gera vinhos mais potentes, este não estava tanto. Ao nariz, notas de frutas compotadas, geléia e baunilha. lembrava até a Bonarda. Em boca era bem resolvido, com taninos redondos e levemente doces. Um bom vinho.
O último vinho foi também um americano, o Leese-Fitch Cabernet Sauvignon 2008. Embora a Cabernet Sauvignon seja majoritária, parece que o vinho tem pitadas de Syrah, Tempranillo, Alicante Bouschet e Petite Sirah . Ao nariz o vinho mostrava inicialmente poucas características da Cabernet Sauvignon. Mas com o tempo foi se abrindo e melhorou bastante. Notas de cassis, groselha e baunilha. Eu achei esta última um pouco exagerada, o que é normal em vinhos dos EUA. Em boca tinha um herbáceo diferente, que contrastava com o doce do nariz. Ficou bem melhor acompanhando o Filé ao Molho Pavarotti do Ciao Bello.

domingo, 23 de outubro de 2011

Caballo Loco, Afincado, Erasmo, Chateau Signac e Cicônia - Mais uma bela rodada da Confraria do Ciao!

Nessa última reunião da Confraria do Ciao não combinamos, mas 3 de nós levamos os vinhos embrulhados. Eu levei um Erasmo 2006, e o JP já decifrou sua origem Chilena. Já comentei sobre este vinho aqui no blog (clique aqui), e por isso serei breve. Ele foi eleito a melhor mescla chilena no Descorchados 2010, e justifica o título. Corte bordalês clássico, é vinho muito elegante, com tudo na medida certa - sem arestas! É comercializado pela Casa do Porto.
O amigo Paulão levou também um embrulhado que decantamos, pois a rolha quebrou, já denunciando um vinho mais antigo. Ao nariz, notas de cereja, couro, tabaco e alcaçuz. Em boca, redondo, com taninos redondos e levemente terrosos. Lembrava um Tempranillo já evoluído. Imaginei também que poderia ser um português com presença de Aragonez. No entanto, para nossa surpresa, era o top da vinícola argentina Terrazas, o Afincado, na sua versão Cabernet Sauvignon. Eu havia apreciado apenas o Malbec da linha, que é muito bom. Mas este Afincado Cabernet Sauvignon 2001 estava uma delícia! Para mim, melhor que o Malbec. Ele, e o Trapiche Medalla 2002 que o Paulão levou tempos atrás, mostram uma tendência de evolução parecida dos Cabs argentinos, lembrando bons espanhóis. Belo vinho!
O outro embrulhado foi levado pelo amigo Tom, que está se especializando em levar grandes vinhos. Bati no naso e já senti o mentolado típico de Cabernet chileno, o que foi também sentido pelo JP. Bebendo mais um pouco o vinho, resolvi arriscar o nome do danado. E foi na bucha! Caballo Loco, da Valdivieso! Só não arrisquei o número, mas suspeitei ser dos mais novos, que mudaram para um estillo um pouco mais encorpado que os mais antigos. Era o Caballo Loco número 10. O Caballo Loco, que tem este nome devido ao apelido do proprietário Jorge Coderch, é produzido desde 1994 e desde lá foram 12 edições. O interessante é que o vinho atual é sempre cortado com 50% do vinho anterior, o que lhe aporta muita complexidade. Saber a mescla exata é difícil, mas ele conta majoritariamente com Cabernet Sauvignon e também Malbec, Carmenére e Merlot. Provavelmente este foi feito com uvas de 2005 e mesclado com a versão anterior (vi no site da Valdivieso que o no. 13 foi feito com uvas de 2008 e anteriores, assim, é só fazer as contas). Este número 10 estava uma maravilha! Era potente, mas elegante. Ao nariz notas de ameixa, café, especiarias e grafite, que se repetiam em boca. Vinho com boa mineralidade e amplo, cheio de camadas. Uma beleza! Os taninos são finos e em alguns anos devem arredondar e dar sedosidade ao vinho. É um vinho de dar inveja a muitos Bordeaux. Quem não conhece tem que experimentar este ultra-premium chileno.
O amigo Rodrigo levou um daqueles vinhos frescos, mais simples, mas muito bom para o dia-a-dia. Era um português, o alentejano Cicônia 2009. É um vinho tranquilo, sem complicações, com notas de frutas vermelhas e leve tabaco. Em boca é leve e fácil de beber. Um bom custo benefício.
O JP levou outro na mesma linha do anterior. Um Chateau Signac 2005, do Rhône. É um corte GSM com pitadas de outras uvas. Ao nariz, notas de frutas silvestres e cítricas. Em boca, era leve e fresco, também fácil de beber e bom para comida. Também é um bom custo benefício, comercializado pela Grand Cru.
Bem, amigos, foi mais uma daquelas noites boas da confraria. Até a próxima.

sábado, 15 de outubro de 2011

Só grandes vinhos na última reunião da confraria!!! Mais uma de impressionar!

Nesta última reunião da Confraria do Ciao comemoramos o retorno de nossos confrades Paulão e Tom, que estavam viajando com suas famílias. A lista de vinhos foi de babar! Preparem-se...
Mineralidade!
O primeiro a ser descorchado foi o espanhol do Priorato Vall Llach Embruix 2005, levado por este que vos escreve. Eu gosto muito dos vinhos do Priorato, que têm muita personalidade, são concentrados e possuem bela mineralidade. Vall Llach é uma vinícola relativamente nova, criada em 1990. Seus primeiros vinhos foram lançados em 1998 e desde lá, têm acumulado prêmios e elogios da crítica especializada. São apenas 3 vinhos produzidos: Embruix, Idus e o top Vall Llach. O Embruix é feito com uvas de videiras mais jovens e têm uma crianza de 14 meses em barricas francesas levemente tostadas, de segundo e terceiro uso. O corte é 38% Garnacha, 26% Cariñena, 15% Cabernet Sauvignon, 15% Syrah e 6% Merlot. É um vinho muito rico, tanto em aromas quanto em boca. Muita fruta madura (ameixa, cassis e amora) mesclada a notas de chocolate, balsâmicas e de especiarias. Como todo bom Priorato, muita mineralidade! Um belo vinho, que mostrava-se áspero em boca no início, e que precisou de umas 2 horas para amaciar. Mas depois disso, perfeito! E fez uma pareceria maravilhosa com os embutidos ibéricos levados pelo Tom. O amigo Margarido disse ter adorado. Bem, eu sou suspeito, mas também gostei muito. Mas vou deixar a outra garrafa uns bons anos na adega descansando, assim como a de seu irmão maior, Vall Llach. Eles estão novos ainda. Os vinhos Vall Llach são importados pela Expand. Aliás, este exemplar eu adquiri em uma excelente promoção.
Elegância pura!
O Caio levou uma maravilha portuguesa, do Alenquer, o Quinta do Monte D'oiro Reserva 2006. É um vinho que já foi considerado por João Paulo Martins um dos melhores de Portugal. É feito com 95% Syrah e 5% Viogner, fermentadas juntas, ao estilo dos Côte Rotie. Aliás, a vinícola tem parceria com a Maison Chapoutier. Uma beleza de vinho, equilibrado ao extremo. Ao nariz, notas de amora madura, florais e chocolate. Em boca repetia o nariz, com muita finesse. Os taninos estavam redondos e o final longuíssimo. Vinho de primeiríssima! É importado pela Mistral.
Multicamadas!
O nosso amigo Paulão levou um argentino de Zuccardi, já comentado aqui no blog (clique aqui), o Zuccardi Zeta 2007. É um vinhaço! Aliás, o 2006 foi eleito o melhor em uma degustação às cegas somente com tops argentinos, recentemente conduzida por Marcelo Copello e Wines of Argentina. E olha que havia poderosos na peleja, como o Catena Adrianna 2003, Yacochuya 2006, Cobos Bramare Marchiori 2006 e outros. Aliás, todos estes já apreciados e comentados aqui no blog. Esta garrafa do Zeta já se abriu um pouco mais em relação à última que bebemos. O vinho é feito com 68% de Malbec, 18% Cabernet Sauvignon e 14% Tempranillo. É complexo, cheio de camadas. Notas de amora, ameixa, figo e balsâmicas. Em boca é muito amplo, denso e com final longo. Uma beleza de vinho! Perfeito para carne assada! É importado pela Ravin.
O denso!
O confrade Rodrigo levou um outro argentino top, o Val de Flores 2006. O do ano de 2005 já apreciamos por duas vezes e já foi comentado aqui no blog (clique aqui). Este, da bela safra de 2006, estava também delicioso. Aliás, me pareceu ainda melhor que o 2005. Notas de ameixa e figo se mesclavam a notas tostadas e de baunilha. Em boca mostrava potência mas também muita elegância. Os taninos estavam macios e sedosos. Uma delicia que teria muitos anos pela frente! Vou guardar uma garrafa que tenho para apreciar daqui a alguns anos.
A unanimidade!
O amigo Margarido, confrade "flutuante", nos brindou com um grande Lindaflor 2002. O Lindaflor é figura sempre presente na confraria, e já apreciamos algumas garrafas dele (2002 e 2003). Este, da espetacular safra de 2002 na Argentina, estava divino. Nove anos e ainda com muitos pela frente. É vinho potente, denso, mas muito elegante e de uma presença incrível. Notas clássicas de ameixa e figo, mescladas a um tostado gostoso e alcaçuz. Em boca, denso, amplo, aveludado e com final interminável. Uma maravilha de Malbec! A meu ver, sempre entre os melhores Malbecs argentinos.
A modernidade!
E o amigo Tom, retornando de viagem, levou um vinho embrulhado, para tentarmos acertar. O Caio chegou bem perto. Era o argentino Tikal Locura 2006, de Ernesto Catena. Este vinho, tempos atrás, provocou grande agito em um Tour Mistral. É um corte inusitado de Malbec (85%), Bonarda (10%) e Torrontés (5% - fermentada junto com a Malbec). Bem, a Malbec reina, mas a Bonarda dá o ar da graça com fruta compotada e toques florais. Notas densas, até doces, de ameixa, figo, tostado e café com leite. É um vinho potente, novo mundista típico, daqueles para serem mastigados. É equilibrado, muito gostoso e perfeito para acompanhar as belas carnes assadas pelo amigo Tom! Acredito que deve envelhecer muito bem.
"Hors-concurs"!
E o JP? Bem, não deixou por menos: sacou do coldre um estupendo Brunello de Montalcino Altesino 1995! Como comentei com o amigo Rodrigo, grandes Brunellos, de grandes produtores, e com mais de uma década, são "hors-concurs". Esse Altesino estava divino. Não há outra palavra. Denso, com notas de cereja e florais mescladas a notas de tabaco, couro, alcaçuz e terrosas. Em boca, uma explosão! Qualquer elogio é pouco. Que maravilha!!! Para tomar sentado, olhando para o infinito e agradecendo a vida.
A sedosidade!
E como o pessoal ainda não estava satisfeito, busquei na adega um Ribera del Duero dos grandes, um Arzuaga Reserva Especial 2001. Esta bodega, criada no início dos anos 90, é vizinha de nada menos que Vega Sicilia e Pingus. Precisa mais? O empreendimento tem ainda um hotel 5 estrelas com Spa. Seu enólogo, Jorge Monzón, trabalhou no Domaine de la Romanée Conti e Vega Sicilia, de onde foi para a Arzuaga Navarro. Este Reserva Especial é um vinho top da casa, abaixo apenas do Gran Reserva e do raro (e caro) Gran Arzuaga. O vinho é feito com Tempranillo e maturou 24 meses em barricas novas de carvalho frances. É um espetáculo! Ao nariz é riquíssimo, com notas de ameixa, cereja marrasquino, bala toffee, alcaçuz e canela. Em boca, repetia o nariz e tinha uma sedosidade incrível. Para mim, estupendo! Entre os grandes espanhóis.
A raridade!
Bem, e para finalizar, depois destas maravilhas todas que acompanharam as belas carnes assadas pelo Tom, apreciamos um Tokaji Disznoko 5 Puttonyos 1993 com Foie Gras levado pelo JP. Já comentei sobre este mesmo vinho aqui no blog (clique aqui). É um vinho particular, já  com seus 18 anos, com notas de côco deliciosas e perfeito para acompanhar o Foie Gras. Um néctar dos deuses!
Ufa! Chega! Só posso dizer uma coisa sobre esta noite: INESQUECÍVEL!

As feras reunidas!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

T.H. Undurraga Sauvignon Blanc 2009, Stellenbosch 1707 2007 e Chianti Clássico Don Tommaso 2003

Voltei! Estava há alguns dias sem postar, mas já estou de volta para relatar sobre 3 ótimos vinhos que apreciamos ontem na confraria. Aliás, que ainda está desfalcada dos amigos Tom e Paulão, em viagem. O primeiro apreciado foi um branco chileno que levei, o T.H Undurraga Sauvignon Blanc 2009. É um vinho da vinícola Undurraga, feito com uvas de um pequeno vinhedo de pouco mais que dois hectares em Lo Abarca, Santo Antonio. O T.H. vem de Terroir Hunter (caçador de terroir). Apenas 555 caixas foram produzidas. O vinho é muito fresco, muito mineral e com aromas de lima e pêssego. Em boca é vivo e com acidez vibrante. Um belo vinho, para ser bebido sozinho ou acompanhando peixes e frutos do mar. É comercializado pela Wine.
O amigo Caio nos brindou com o sul-africano Stellenbosch Hills 1707. A linha 1707 é uma linha especial da vinícola, lançada apenas em ótimas safras. O vinho em questão é feito com as uvas  Shiraz, Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot, tendo sido maturado por 24 meses em barricas novas de carvalho francês. O nariz é rico em frutas maduras, chocolate, café e tabaco doce. A madeira é bastante presente. Em boca é intenso, redondo e com taninos doces. É um bom vinho, novo mundo típico. Acredito que seria um bom acompanhamento para um churrasco.
O amigo João Paulo (JP) levou um bom Chianti Clássico da Fattoria Le Corti, o Don Tommaso 2003. O vinho é feito com Sangiovese (85%) e Merlot (15%), e descansou por cerca de 15 meses em barricas de carvalho francesas 70% novas e 30% de segundo uso. Os 8 anos já aparecem. Ao nariz, notas de cereja, ameixa, chá-preto, canela, tabaco e couro. Em boca é redondo, com boa acidez e bom final. A Sangiovese reina, e a Merlot dá uma amaciada. Estava muito bom! Só o preço por aqui que é meio salgado...
Isso ai!