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domingo, 3 de setembro de 2017

3 vinhões: Muga Prado Enea 2009, Brunello di Montalcino Castiglion del Bosco 2012 e Foradori Granato 2004

Noite com IBOPE baixo... Só 3 dispostos a beber bons vinhos: JP, Tonzinho e eu. Mas quem não foi, perdeu. O Tonzinho levou um Muga Prado Enea 2009, que já pintou por aqui e dispensa mais comentários. Muito bom vinho! Mas eu vou deixar a garrafa que tenho para beber daqui a uns anos, pois acho que deve melhorar muito. Agora, apesar do vinho ser grande, eu ainda prefiro o 2004...rs. Talvez por que o tenha bebido mais "velhinho"...
Eu levei um Foradori Granato 2004, vinho top de gama da Elisabetta Foradori, craque de Trentino-Alto Adige. Gosto demais dos vinhos dela, que produz sem muita intervenção, não adiciona sulfitos, usa só leveduras da própria uva, etc. Tempos atrás bebemos um Sgarzon e um Morei feito por ela. Belos vinhos! Este Granato é um 100% Teroldego de um vinhedos antigos que ocupam não mais que 4 hectares. A fermentação é feita em grandes tinas abertas, e a maturação por 18 meses em barricas. A rolha deste 2004 já estava baleada, mas uns 20% do topo estavam intactos. O vinho tinha uns aromas um pouco estranhos logo ao ser aberto, e precisou de um bom tempo para mostrar tudo que tinha. E tinha muito! Aromas de amoras, ervas, alcaçuz e minerais. Em boca era seco, com toques picantes e minerais. Apesar da idade, os taninos estavam presentes e clamavam por uma carne gordurosa (que não veio). Ótimo vinho! Nada de modernidade, novo mundo, internacionalização etc. Um comentário: Obviamente, ficou feliz de beber um vinho oriundo de uvas não tratadas com químicos etc etc. Ou seja, o chamado vinho "natural" (entre aspas por que o termo é controverso). No entanto, não é isso que garante sua qualidade. Tem gente que acha que vinho tem que ser "natural", mesmo que seja ruim (e tem muito vinho ruim feito de forma "natural"). No caso, este Granato é "natural" e excelente, pois é obra de uma grande enóloga. 
E para fechar, o JP levou um belíssimo Brunello di Montalcino Castiglion del Bosco 2012. Acho que foi o primeiro Brunello 2012 que mandamos ver. Dizem que a safra vai brigar pau a pau com a 2010. Espero que sim. E como eu bebi o 2010 do mesmo produtor, posso tirar uma conclusão: Para mim, o 2012 está melhor! No começo, até pensei que o JP estava fazendo um sacrilégio ao abrir um Brunello tão novinho. E já no nariz ele confirmava um pouco isso. Em boca, no começo, muito nervo e taninos poderosos. Mas como o tempo aberto lhe fez bem! Foi se abrindo em notas de cereja seca, flores, ervas, tabaco, couro e alcaçuz. Tudo isso, em um fundo terroso muito agradável. Os aromas de ervas deram o show mais para o final da noite. Em boca, acidez vibrante e taninos firmes, que pedem alguns anos para se arredondarem, mas que devem enfrentar uma picanha gordurosa com maestria! A mineralidade do vinho também surpreendeu. Um  belíssimo Brunello, que deve evoluir maravilhosamente na adega. Se for beber agora, tem que abrir com boas horas de antecedência, tomar uma tacinha e deixar o bichão respirar. Aí você verá o quanto ele evoluí. Nessa noite, só lamentei não termos apreciado uns bifes de Chorizo, bife Ancho ou uma boa picanha. Os vinhos eram para essas carnes.
Isso aí!


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Foradori Morei Teroldego 2010: Belo vinho!

Tempos atrás escrevi aqui no blog sobre o vinho biodinâmico Foradori Sgarzon Teroldego 2010, italiano do Trentino-Alto Adige que gostei bastante. Bem, agora chegou a hora de seu irmão, o Foradori Morei Teroldego 2010, que apreciamos na casa do Carlão. A diferença quanto ao seu irmão é apenas em relação ao vinhedo, já que a vinificação é parecida, assim como a maturação em ânforas (tinajas espanholas) por 8 meses. Também não são utilizadas leveduras industriais e a adição de sulfito é miníma, só ao final do processo. Dessa vez, deixamos o vinho descansar em decanter por no mínimo uma hora e fomos apreciando devagar, acompanhando a sua evolução. Ao nariz ele mostra notas de amoras silvestres, azeitonas pretas, alcaçuz e minerais. Em boca, repete o nariz, mostrando ótima intensidade e muita mineralidade. Os taninos são firmes e devem melhorar com os anos, mas nada que incomodasse agora. É um vinho de muita presença e, da mesma forma que o Sgarzon, distinto. Não quero ser prepotente, longe de mim, mas não é vinho para iniciantes. Novo-mundistas de carteirinha podem estranhar esta beleza. 
Cada vez eu fico mais fã dos vinhos de Elisabetta Foradori.

terça-feira, 30 de abril de 2013

E na noite do Sassicaia, ainda teve: Casa Ferreirinha Reserva Especial 2003, Don Maximiano 2008, Caballo Loco 12 e Foradori Sgarzon Teroldego 2010!

E a turma não brinca. Na noite em que levei o Sassicaia os amigos surgiram com grandes vinhos. Três deles foram replays, pelo menos para esse que vos escreve. Mas que replays! Pode repetir que fico feliz! Um foi novidade, bem distinta. Mas vamos a eles...
O primeiro foi o Casa Ferreira Reserva Especial 2003 levado pelo amigo João Paulo. Bem, todo mundo já sabe da história: Quando não sai Barca Velha, lançam o Ferreirinha. Alguns, chegam bem perto de seu irmão maior, como foi o caso do grande 1997, já comentado aqui no blog (clique aqui). Esse 2003 também já apreciamos tempos atrás (clique aqui). Dessa vez, parecia ainda melhor. É um vinho que trás a elegância da Casa Ferreirinha. Tem um carimbo! Um gosto peculiar. A sua marca são as frutas vermelhas maduras, sous-bois e o tabaco leve, com um fundo de alcaçuz muito gostoso. Elegância total. Não tem como não agradar.
Do lado dele, um outro replay, levado pelo amigo Caio. Aliás, foi comentado aqui na semana passada (clique aqui). Falo do Don Maximiano 2008. Nem gastarei muitas linhas com ele, por dispensar. Agradou a todos e acompanhou a comida com maestria.
E vizinho do Don Max, seu conterrâneo chileno, que traz aquela interrante história dos blends com vinho do ano anterior. Esse Caballo Loco 12 também já passou aqui no blog (clique aqui). Uma beleza de vinho feito com uvas da colheita de 2007 mescladas com o vinho do ano anterior. Potente, pegado, chilenão típico, mas que mostra grande riqueza e potencial de envelhecimento. Esse não envelhece mais, e ainda contribuiu para que envelhecessemos menos...rs. Beleza de vinho! Valeu Rodrigo! Gracias!
Elisabetta Foradori - Foto de http://www.winestories.it/eng/elisabetta-foradori/
E do lado direito do Caballo, o mais diferente da noite, levado pelo amigo Paolão. É um vinho do nordeste da Itália, mas precisamente, do Trentino-Alto Adige, feito pela vinícola Foradori. A vinícola foi estabelecida em 1901, mas o primeiro vinho foi lançado na década de 60. Quem comanda tudo atualmente é Elisabetta Foradori (foto). E o faz, de maneira muito especial. Não são utilizados pesticidas ou adubos químicos e o cultivo é biodinâmico. São apenas 23 hectares de vinhedos, em sua maioria, da uva Teroldego, uma uva que é irmã da Dureza, que por sua vez, é conhecida como sendo a mãe da conhecida Syrah. Esse Foradori Sgarzon Teroldego 2010 é feito com uvas do vinhedo Sgarzon, que com seus poucos 2.5 hectares, é conhecido por ter muita influência do clima frio e gerar vinhos muito frescos. Junto com o seu irmão Morei é considerado o que mais expressa a caraterística da casta. 
Ânforas - Foto de http://www.winestories.it/eng/elisabetta-foradori/
O vinho não passa por madeira. A fermentação e maturação é feita com as cascas em ânforas espanholas (tinajas - foto) por 8 meses. Não são utilizadas leveduras industriais e pouquíssimo sulfito é adicionado, só ao final do processo. E o vinho é realmente distinto. Ao abrir e verter na taça senti um aroma diferente, talvez oriundo do estágio na ânfora. O aroma foi ficando mais integrado em pouco tempo em meio a notas de amora, cereja preta e toques minerais. Em boca o vinho era fresco, mineral, com taninos perfeitos e um leve amargor final, que de nada incomodava. Um vinho muito bom, mas para apreciadores mais vividos. Ainda bem que tenho um Morei e um Granato para apreciar logo. Só que esse último, já passa por madeira. A propósito, a fruta do rótulo, a romã, é a preferida de Elisabetta, que a considera a mais bela das frutas, por ser um mosaico espontâneo e surpreendente. Notem que gastei mais linhas com esse vinho, por dois motivos: Ele me atrai muito e os outros já haviam passado aqui pelo blog, dispensando maiores comentários.
Bem, e ao final, à direita, um Champagne levado pelo Fernandinho, que acabamos não abrindo na noite para não extrapolar.
Gracias, amigos!