Bem, o espaço para o título era curto para abrigar o nome dos vinhos que apreciamos na visita do amigo Tony. Virou tradição de final de ano: O amigo Tony vem dos EUA, onde reside, e traz na mala um monte de vinhos para apreciarmos na casa do JP. Ele tem dado preferência a americanos, o que acho ótimo, porque tomo pouco deles durante o ano e é uma ótima oportunidade para conhecer um pouco mais. Por outro lado, a noite é sempre muito divertida, pois o Tony é alto astral demais. Bem, mas vamos aos vinhos.
O primeiro deles foi o Rutherford Chardonnay 2008. É um californiano do Napa Valley, leve, com notas de pera, amanteigadas e de mel. Falta-lhe frescor. Não fez minha cabeça... Pode ser facilmente superado por Chards chilenos simples.
Em seguida, apreciamos outro chardonnay, a meu ver, bem melhor que o primeiro. Era o Frei Brothers Reserve Chardonnay 2010, de Russian River Valley. O vinho também tem as notas amanteigadas e tostadas, mas bem mais integradas que no primeiro. Além disso, mostrava mais complexidade. Tinhas notas de maçã, melão e figo. A acidez é bem correta e dá frescor ao vinho. Esse eu gostei.
E saindo dos brancos, fomos para três Pinots. O primeiro deles, também californiano, foi o Montoya Pinot Noir 2010. O Tony já havia trazido o 2009 no ano passado (clique aqui). Eu achei o 2010 um pouco melhor, menos doce que o 2009. É um típico vinho novo-mundista, com fruta madura presente, em notas de framboesa e morango. Em boca é leve e fácil de beber.
O segundo Pinot, também de Monterey, foi o Chalone Vineyard 2010. A vinícola é quase centenária e produz uma ampla gama de vinhos, que incluem 3 PN, sendo um, esse de Monterey. O vinho é, a meu ver, melhor que o Montoya. Ele tem notas de cereja preta, framboesa e um fundo de tabaco e alcaçuz. Em boca mostra boa acidez e mineralidade (ausente no Montoya).
Depois desses dois, o Tony abriu um que imaginou que eu não acertaria a uva. Era um Oak Ridge Pinot Noir 2009, da região de Lodi (conhecida pelos Zins). E realmente, era difícil acertar do que se tratava. Eu só acertei ser um Pinot por um fundinho longe, longe. Tudo remetia a um Zinfandel. Isso mesmo! Tinha um tostadão exagerado, notas de nozes e quase nenhuma fruta. Eu achei muito estranho. Deve ter seu público (nos EUA).
Depois dos Pinots, partimos para um Louis M. Martini Cabernet Sauvignon 2010, de Sonoma County. O JP, sem saber do que se tratava, mandou ver logo que tinha um nariz de Cabernet chileno. E tinha mesmo. O vinho mostrava notas de cassis, amora e cedro. Em boca tinha corpo médio e apresentava taninos bem corretos. Um bom vinho e que figura na faixa dos best prices. Gostei dele.
E para finalizar, o JP abriu um brazuca, o Casa Valduga Identidade Ancelotta 2007. O vinho tem notas de amoras e especiarias (pimenta e alcaçuz). Nota-se também um toque herbáceo. Em boca é seco e com final tânico. Um bom vinho, que deve melhorar com um tempinho de adega.