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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A celebração de 1 ano do Vinhobão! Cos d'Estournel 2002, Castillo Ygay Gran Reserva 2001, Quinta da Pellada TN 2001, Chateau Olivier 2000, Awatea 2008 e Campo Viejo 2003

Nessa última quinta-feira comemoramos o primeiro aniversário do blog Vinhobão e a volta do confrade Rodrigo, que estava viajando. A noite foi regada a grandes vinhos. O primeiro a ser aberto foi um levado por este que vos escreve, o Castillo Ygay Gran Reserva Especial 2001, das Bodegas Marqués de Murrieta. Este vinho foi considerado o terceiro melhor vinho de Rioja pelo prestigiado Guia Peñin, em sua edição de 2011. Só ficou atrás do Contador 2008 e do grande Viña Él Pison 2008, de Artadi, o primeiro da lista. Bem, e atrás dele ficaram uma lista de grandes vinhos, como Cirsion, San Vicente, Pagos Viejos, Dalmau, Aro, Real de Asúa, Trasnocho e aí vai... Para ver a lista completa (e muitas outras coisas boas) visite o blog Vivendo a Vida, do colega Silvestre Tavares.
Mas vamos ao Castillo de Ygay 2001, que maravilhou a todos da confraria.  Um rapaz de 10 anos de idade, mas com muita vida pela frente. A cor já mostrava que ainda tem lenha para queimar. Um vermelho rubi brilhante bonito, sedutor. Ao nariz, fruta madura, com notas clássicas de licor de cereja mescladas a tabaco, notas herbáceas, casca de laranja e couro. Em boca, elegância pura! O vinho é amplo, untuoso, com uma acidez viva e taninos sedosos ao extremo. Uma maravilha!
Seguimos com um belo Bordeaux levado pelo amigo João Paulo, o Chateau Olivier 2000. É um Gran Cru Classé de Pessac-Léognan e de uma safra maravilhosa. E também foi sucesso. Demorou um pouquinho a se abrir, mas quando isso aconteceu, deixou o recado. Ao nariz, notas de cassis maduro, groselha, alcaçuz, e estrebaria. Em boca, redondo, elegante, com taninos muito macios. Vinho muito gostoso mesmo. Poderia ainda ficar na adega por uns bons anos, mas felizmente, o amigo JP não lhe deu esta chance! Valeu JP!
O amigo Paulão nos brindou com outro grande vinho, de corte bordalês, mas de terras neo-zelandesas, o Awatea Cabernets-Merlot 2008, da vinícola Te Mata. Bem, eu gosto muito dos vinhos da Nova Zelândia. Acho que é o lugar que produz os Pinot Noir mais próximos dos borgonheses. Mas eles não ficam só no Pinot. Produzem Sauvignon blanc estupendos e cortes bordaleses excelentes e que têm alta capacidade de envelhecimento. Eles geralmente colocam "Cabernets" no rótulo para se referir à Sauvignon e sua mãe Franc. Na verdade, este Awatea 2008 é um blend de 44% cabernet sauvignon, 33% merlot, 16% cabernet franc, e 7% petit verdot, vinificadas separadamente e que estagiaram 20 meses em barricas de carvalho francês antes de comporem o blend. E o vinho estava, como esperado, muito bom. Um vinho que precisa de tempo, muito novo ainda, mas que foi se abrindo devagar e mostrando muita categoria. Um nariz gostoso, com notas florais e de amora, cereja, cedro e um pouco de chocolate ao leite. Em boca, elegante, limpo, mas com taninos a arredondarem. Dêem-lhe um tempo e terão um bordeaux de primeira! Valeu Paulão!
O Caião nos levou um vinhão do Dão. O Quinta da Pellada Touriga Nacional 2004, do grande Álvaro Castro. Bem, a Touriga Nacional se dá muito bem no Dão (de onde dizem ser originária), onde gera vinhos geralmente um pouco mais leves que aqueles do Douro. Mas a danada já se manifestava logo ao abrir a garrafa. Era como se entrássemos em um jardim de violetas. Que perfume! Além disso, notas de frutas silvestres e azeitona preta, entremeadas com um pouquinho de chocolate. Em boca, potente, com acidez viva que implorava um leitão à pururuca. Um belíssimo vinho que teria muitos anos ainda de vida em uma adega paciente. Isso aí Caião!
E nosso amigo Rodrigo, de retorno de viagem, trouxe consigo uma jóia de Saint-Estèphe, o famoso Cos d'Estournel. Este vinho é sempre garantia de qualidade - Um deuxième que com nível de premier cru. O Chateau é vizinho do Chateau Lafite, que fica ao sul, separado do primeiro por um riacho. Aliás, dizem que do Chateau Cos d'Estournel, cuja construção é baseada em pagodes chineses, pode-se ver os vinhedos de Lafite ao sul. O que o amigo Rodrigo levou era da safra de 2002, que não foi uma safra top como 1982, 2000, 2005 etc, mas que com a qualidade do produtor, gerou um vinho de primeiríssima. Inclusive, foi citado no livro 1001 vinhos para se beber antes de morrer. Bem, já bebi alguns deles...rs. E com esse, ficam faltando ainda algumas centenas...
A composição do Cos varia de ano para ano e este 2002 foi feito com 58% cabernet sauvignon,  38% merlot, 3% cabernet franc e 1% petit verdot. O vinho ainda está novo, mas já dá muito prazer (e que prazer...). Ao nariz, notas florais, de frutas maduras (cassis, amoras) e alcaçuz, com um tostadinho de fundo e baunilha bem gostosos. Em boca mostrou a pujança de um Cos d'Estournel, que sempre consegue aliar potência com muita elegância. Mesmo novo, ele estava com uma sedosidade incrível! Macio, amplo e com um final muito longo. Vinho que poderia ganhar ainda mais em complexidade com mais uns anos de adega, se o amigo Rodrigo não decidisse nos dar o farto prazer de apreciá-lo. E eu fiquei feliz com isso! Vale Rodrigão!!! O Vinhobão agradece!
E finalizando, nosso querido Tom chegou com um espanhol muito bom, o Riojano Campo Viejo Gran Reserva 2003. A Bodega Campo Viejo é nova, tendo iniciado em 2001, mas é promissora. Suas instalações, por sinal muito bonitas e modernas, ficam perto de Logroño. O seu Gran Reserva estagia 2 anos em barrica de carvalho e 3 anos em garrafa antes de ser comercializado. Este 2003 parecia bem mais novo do que era, talvez pela boa acidez. Ao nariz, boa fruta e casca de laranja, com notas de sândalo ao fundo. Em boca, levemente tânico e com acidez marcante. Vinho que pede comida, e com longos anos pela frente. Fechou a noite muito bem Tonzinho!
E para acompanhar tudo isso, os belos pratos do Ciao Bello, como o sempre eleito Filet a Pavarotti, sucesso entre os confrades e exclusividade do Ciao.
Bem, foi um aniversário bem comemorado! Obrigado confrades!