domingo, 21 de abril de 2019

Quinta do Carmo Reserva 2011: Veludo!

Meu cunhado Bú, de Jaú, gosta muitos do vinhos da Quinta do Carmo. O cara não é bobo, rs. Mas ele diz que prefere o Quinta do Carmo normal ao Reserva. Eu gosto de ambos, mas para mim, o Reserva mostra mais elegância e estrutura que seu irmão menor. E no caso deste Quinta do Carmo Reserva 2011, ofertado pelo Bú nesse Sábado de Aleluia, isso ficou ainda mais patente. A safra falou alto aqui. Aliás, que safra! Um vinho bão atrás do outro! E este da foto estava uma beleza. Foi feito pelas mãos do enólogo Hugo Carvalho, com as castas Aragonez, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Syrah. Os 18 meses de estágio em carvalho novo francês lhe aportam muita riqueza. Sua cor é escura, impenetrável, e os aromas de frutas maduras (cereja preta, cassis e ameixa) se mesclam a notas de café, chocolate, alcaçuz e outras especiarias. Bem rico o vinho. Em boca é intenso, muito sedoso, com boa acidez e taninos maduros e superaveludados. Ótima estrutura e final persistente. Delicioso! Um belo vinho que pode ser bebido agora ou guardado. Bom deixá-lo meia horinha aberto ou em decanter para que se abra. 





domingo, 14 de abril de 2019

O dia em que um Tignanello 2006 foi "quase" prejudicado por um Carré mal-feito!

Esse Tignanello 2006, de ótima safra, me foi presenteado por uma cunhada querida e resolvi abri-lo para celebrar meu aniversário, pois não é todo dia que se abre um Tignanello. Dia chuvoso, friozinho, tudo pedinho um bom vinho e uma boa carne. Mas para minha insatisfação, o Carré de Cordeiro de um restaurante que frequento há anos, não fez jus ao ótimo vinho. Seco, esturricado e sem gosto, o Carré teve que ser deixado de lado para não prejudicar o vinho. Coisas da vida. Este Tignanello 2006 foi feito com 85% Sangiovese e pitadas de Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. A cor era rubi, brilhante, límpida e bem bonita. Ao nariz, mostrou notas florais, perfumadas e aromas de cassis e cereja, em meio a notas de especiarias e leve tabaco. Em boca, ótimo frescor e precisão, sem exageros e com taninos finos. Menos potente e apimentado que outros Tignanello que bebi, talvez reflexo da grande safra e dos 13 anos descansando. Muito fino. O mais italiano dos Tignanello que bebi*. Se tivesse sido escoltado por uma boa comida, melhor ainda. Da próxima, eu mesmo vou preparar o acompanhamento, para não me arrepender. De qualquer forma, acho que ele iria melhor com um bom bife de chorizo ou uma bela fatia de picanha.

Uma pergunta que fica, para mim e meus leitores: O Tignanello vale os 80 Euros que cobram por ele? Eu particularmente, acho um ótimo vinho, mas com este valor dá para comprar duas garrafas de excelentes Chianti Gran Selezione, ou duas de bons Brunello, e para rimar, uma de Flaccianello, que acho superior (e ainda sobra um troquinho). Isso significa que ele não vai para minha cesta...

*Parece estranho dizer isso, mas refiro-me ao fato de alguns serem mais "internacionais".

Nota pós-postagem (feita em 19/04): Eu bebi o restante do vinho durante a semana, apreciando uma tacinha pequena a cada dia. Olha, o vinho melhorou absurdamente nos dias seguintes. Fiquei impressionado com a complexidade que ganhou. Já estou revendo meus conceitos sobre ele. Vinhaço! E certamente, teria muitos anos pela frente.