terça-feira, 19 de março de 2019

Clous des Fous Grillos Cantores 2011: Bom Cabernet Sauvignon!

O projeto Clous des Fous nasceu em 2008 e é conduzido por quatro amigos, dentre eles, o "caçador de Terroirs", Pedro Parra. O Clous des Fous Grillos Cantores 2011 é feito com uvas de um vinhedo particular, aos pés da Cordilheira dos Andes, em região de solo vulcânico, calcáreo e granítico. O vinho não passa por madeira. Ao nariz, mostra notas de amoras, cassis, grafite e pimenta-do-reino. Com o tempo as notas apimentadas foram se acalmando e surgiram notas mentoladas. Em boca, boa acidez, corpo médio e taninos finos. É um vinho bem interessante, que foi melhorando bastante com o tempo. As notas picantes não incomodavam e foram se acalmando depois que o vinho foi aberto. Eu o bebei aos poucos, em alguns dias, e ao final, estava macio e muito agradável. Seus 8 anos não se faziam sentir e penso que teria ainda outros bons para viver, considerando que durante a semana foi tendo um comportamento muito resistente. Bom vinho! Importado, atualmente, pela World Wine.





segunda-feira, 18 de março de 2019

Noite da Confraria: Rutini Apartado Gran Blend 2014, Quinta de Foz de Arouce 2011, Neyen Limited Edition Syrah 2006, Post Scriptum de Chryseia 2015 e La Tremenda 2014

Aos poucos, liberando o que está engavetado. E não é pouca coisa. Abaixo, foto de vinhos apreciados semanas atrás em reunião da confraria. Todos estavam ótimos! Mas alguns me chamaram mais a atenção. Apesar do Post Scriptum 2015 estar grande, precisa de tempo. O La Tremenda, precisa de um prato denso para se espelhar. no mais, 5 vinhões. 

Rutini Apartado Gran Blend 2014, levado pelo Caião. Acho que é um corte com proporções parecidas de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e Syrah, e passagem por madeira nova e usada. Um belo vinho, floral e com notas de mirtilo, amoras, pimenta-do-reino e cacau. Em boca, complexo e persistente, com boa acidez e taninos firmes. Final longo e com notas de cacau e picantes. Todas as castas se mostram com ótimo equilíbrio. Um belo blend, que pede tempo em adega para ficar ainda melhor. 
Do lado dele um que já pintou aqui no blog, mas merece mais uma menção, pois melhorou muito em dois anos: Quinta de Foz de Arouce 2011! Vinho de grande safra e que parece melhorar a cada dia. Aromas florais, fruta viva, fresca, e especiarias, com aquele fundinho vegetal da Baga. É feito com esta casta, sinônimo de Bairrada, e Touriga Nacional. Foi unanimidade na noite, agradando a todos. Belo vinho, que lembro ter comprado em uma bela promoção da Decanter. Mais uma vez: Vasco!
O Cassião chegou meio ressabiado, com uma garrafa de Neyen Limited Edition Syrah 2006. Mas a desconfiança durou pouco, pois o vinho estava ótimo! Syrah muito bem feito, equilibrado, com ótimo corpo e sem aquele calor por vezes comum nos Syrah chilenos. Lembrava mais Rhone. Muito macio, com taninos já devidamente arredondados pelo tempo. Está em seu limite e não deve evoluir mais. Mas mostra que bons vinhos chilenos podem ser longevos.
O JP levou o Post Scriptum de Chryseia 2015. Vinho com pedigree! Segundo vinho do grande Chryseia, em grande ano. Blend de Touriga Nacional (53%) e Tinta Roriz. Notas florais, amoras, cereja, cacau, couro e tabaco. Em boca, boa acidez, mineralidade e taninos ainda um pouco nervosos. Bem francês... Precisa de tempo. Deve recompensar quem tiver paciência. 
E para finalizar, um vinho que o Tonzinho levou uma vez na casa do Rodrigo e eu não bebi, e que agora tive a chance: La Tremenda 2014. Monastrell do craque Enrique Mendoza, feito no sul da Espanha, mais precisamente, na bela região de Alicante. Vinho aromático, com notas de cereja preta e ameixas, em meio a um toque tostado e de chocolate amargo. Em boca, certo calor, fruta madura e taninos macios. Mas não tem exageros por vezes visíveis em vinhos feitos com a Monastrell, provavelmente, pela boa acidez que lhe aporta frescor. Bom vinho, que pede uma boa carne para acompanhar. Muito boa qualidade pelo preço. Vasco!











domingo, 17 de março de 2019

Mais um belo branco da terra de Vasco da Gama: Anselmo Mendes Curtimenta Alvarinho 2011!

Não se pode falar de Vinho Verde sem falar de Anselmo Mendes. Ele é um craque e a sua lista de vinhos verdes é realmente de tirar o chapéu. Eu provei o Curtimenta pela primeira vez há alguns anos, em uma degustação da importadora Decanter. O estande do Sr. Anselmo Mendes foi o primeiro que visitei, em busca de brancos de muita qualidade, para começar a noite. E entre os belos brancos do Sr. Anselmo, provei o 100% Alvarinho Curtimenta, que me deixou impressionado. De cara, o vinho mostrava que era vinho para durar muitos anos, e a fermentação com as cascas lhe aportava muita complexidade. O coloquei na lista daqueles que apreciaria com tranquilidade um dia. E este Anselmo Mendes Curtimenta Alvarinho 2011, de safra histórica e com 8 anos, foi a "vítima" nessa semana. O vinho passa 9 meses em madeira, com batonnage semanal. Sua cor é palha, bem bonita, e os aromas remetem a limão siciliano, maçã verde e especiarias. A fruta é um pouco tímida no começo, mas com o tempo, vai dando as caras, principalmente quando a temperatura do vinho foi ficando mais alta. Em boca, o danado é mineral e com acidez vibrante, que lhe aporta muito frescor. Notas de maçã e ervas frescas. Uma beleza de Alvarinho, como só o Sr. Anselmo Mendes sabe fazer. E sem o menor sinal de cansaço! Vinhão! 










sexta-feira, 15 de março de 2019

Banalizando o vinho?

Eu gosto de beber vinho com tranquilidade e sabendo o que estou apreciando. Tirando os vinhos correntes, que podem ser apreciados sem grandes formalidades, alguns merecem "mais respeito". Isso não quer dizer burocratizar o vinho, e sim, valorizá-lo. Li recentemente um artigo do Adolfo Lona, enólogo argentino, mas que vive no Brasil há muito tempo, que concordei bastante. Além da presença de amigos para compartilhar, o vinho merece cuidados ao ser apreciado, que incluem a temperatura do serviço, taças apropriadas, abertura prévia (para grande parte deles) etc. E eu penso que os apreciadores devem procurar saber o que estão bebendo, e não fazê-lo apenas pelo simples prazer de beber. Se isso não é feito, o momento acaba por ser banalizado. Eu, particularmente, tenho notado que em minha confraria estamos banalizando os vinhos. Antes, bebíamos bons vinhos semanalmente e, de dois em dois meses, programávamos um jantar especial com vinhos melhores, denominando a reunião como sendo "especial". Com o tempo, fomos fazendo estas reuniões com maior frequência e elas se misturaram às reuniões ditas "normais". Assim, começamos a apreciar mais frequentemente vinhos que deveríamos apreciar mais raramente. Foi ficando difícil então fazer um discernimento entre eles. E vinhos que antes entravam em reuniões "especiais", foram ficando cada vez mais comuns em todas as reuniões. Exemplos são o Esporão Reserva, Quinta da Bacalhôa, Quinta do Crasto Vinhas Velhas, Esporão Private Selection, Castillo Ygay Gran Reserva Especial (até ele!), La Rioja Alta 904, Imperial Gran Reserva, etc. Esses, quando levados, sempre despertavam comentários elogiosos por parte dos confrades - Atualmente, não. E ainda tem os Barolos, Brunellos e Chateauneufs, que surgem frequentemente nas reuniões. E como há um grande número desses vinhos invadindo o país, de produtores às vezes não muito conhecidos (e alguns não muito bons), acaba que alguns não agradam, e os bons, quando levados, são injustiçados. Alguém pode imaginar que eu estou reclamando de beber vinho bão. Mas não é isso. É só um momento de reflexão.









quinta-feira, 14 de março de 2019

Amayna Chardonnay 2010, Domaine de Latroun Rose, Luis Cañas Reserva Selección de la Família 2008, Valduero Reserva 2008 e Castell de Falset 2004

Faz tempo que bebemos esses vinhos. Mas para não perde-los, vai a descrição breve.

Domaine de Latroun Rosé: levado pelo Tonzinho. Vinho Rosé Israelense, de vinícola perto de Tel aviv, na qual monges trapistas produzem vinhos desde 1890, com clara influência francesa. Um bom Rosé, seco e floral, que vale pela curiosidade de experimentar um vinho da procedência. 

Amayna Chardonnay 2010, levado pelo Rodrigo. Chard chileno típico, A madeira um pouco acima para meu gosto. Para acompanhar peixe gorduroso. Depois do Rosé Israelense, um Luis Cañas Reserva Selección de la Família 2008, levado pelo Caião. Riojano com muita fruta, cereja, framboesa, em meio a especiarias doces, cravo e alcaçuz. Estilo mais moderno. Sedoso e muito agradável. Do lado dele, um belo Ribera del Duero: Valduero Reserva 2007, levado pelo JP. Este vinho é excelente! Sempre agrada. Aromas ricos, madeira bem dosada e complexidade. Taninos redondos e ótima persistência. Tudo de bom! E para fechar, um Castell de Falset 2004 levado por este que vos escreve. Este também não tem erro. Um ótimo exemplar de Montsant, com fruta madura, toques balsâmicos, tabaco e especiarias. Sempre colocava este vinho na cesta em promoções da World Wine, e nunca me decepcionava. 






quarta-feira, 13 de março de 2019

Altamura Cabernet Sauvignon 2007: Um grande vinho Californiano!

Frank e Karen Altamura estabeleceram a vinícola Altamura em 1985. Frank trabalhou por 5 anos na famosa Caymus. Além do Cabernet Sauvignon eles produzem dois tintos feitos com as conhecidas castas italianas Sangiovese (que dizem ser muito bom) e Negroamaro, além de um branco com a Sauvignon Blanc. Os vinhos produzidos pela vinícola têm arrebatado muitos prêmios. Este Altamura Cabernet Sauvignon 2007, por exemplo faturou o posto de #5 na lista dos Top 100 da Wine Spectator em 2010, com 96 pontos. Mr. Parker também gosta dos vinhos deles, tendo atribuido 95 pontos para este CS da postagem. Ele diz também que o feito com Sangiovese é um dos melhores feitos com esta casta na Califórnia. Este Altamura CS 2007 estava já há um bom tempo em minha adega, e ontem resolvi descorchá-lo. O vinho tem cor escura e aromas densos de cassis, ameixa, alcaçuz, leve tabaco e aniz. Com o tempo, um mentolado bem gostoso foi surgindo. Em boca, mostrava bom frescor, toques terrosos e taninos já bem redondos. O final era bem longo, especiado e com notas herbáceas. Os 30 meses em barricas de carvalho (70% novas) se fazem mostrar, mas a madeira é bem integrada e não incomoda. Um grande Cabernet Sauvignon Californiano!









domingo, 10 de março de 2019

Aniversário do Thiago: Quinta da Leda 2014, Brunello di Montalcino Rennina 1999, Pera-Velha Grande Reserva 2012, Pera-Grave Reserva 2014, Cos d'Estournel 2004, Quinta do Vesúvio 2014 e Quinta do Carmo Reserva 2012


O nosso amigo e confrade Thiago fez aniversário e nos convidou para conhecer sua nova casa. A recepção que ele nos deu, juntamente com sua esposa Karine, foi de gala. Uma noite memorável na bela casa. Além da ótima comida, a lista de vinhos foi de primeiríssima. Nem precisaria descrever muito a foto acima, mas sendo breve, ela começa com um Quinta da Leda 2014 levado pelo Joãozinho. Um belo vinho da Casa Ferreirinha, a qual, dispensa apresentações. Mas vale dizer que este mostra um estilo mais moderno que os outros da casa. Notas de framboesa, baunilha e especiarias doces. Sedoso em boca, com taninos já bem resolvidos para a pouca idade. Um vinhão, que apesar de poder ser guardado, mostra-se bem apreciável agora. Do lado dele um Brunello di Montalcino Pieve Santa Restituta Rennina 1999, levado pelo JP. A vinícola foi adquirida por Gaja em 1994, e este Rennina vem de um vinhedo particular (como o Sugarille). Já bebi o Pieve Santa Restituta, que é feito com um blend de uvas de diferentes vinhedos da vinícola, e que não me surpreendeu muito. Mas este Rennina, com seus 20 anos, estava incrível. Mais ao estilo tradicional, com notas de cereja, chá, especiarias, tabaco e couro novo. Ótima acidez e mineralidade em boca, com taninos muito acertados. Uma delícia de Brunello, na idade certa para ser apreciado. O anfitrião abriu dois vinhos da vinícola Alentejana Quinta São José de Peramanca. Um deles foi o Pera Grave Reserva 2014, feito com Touriga Nacional de Syrah (seu ótimo e elogiado irmão de 2013 tinha também a Alicante Bouschet). Vinho floral e com notas de fruta madura, ameixa e amoras. Em boca, muito volume, bom frescor e final especiado. Vi agora a descrição no site da vinícola e as impressões coincidem. É vinho que ainda deve aguentar bom tempo na adega. Muito bom na sua faixa. Mas o Thiago quis fazer uma (ótima) brincadeira e compará-lo com seu irmão maior, o Pera-Velha Grande Reserva 2012, top da vinícola e que já fica degraus acima. Este 2012 foi feito com Syrah, Alicante Bouschet e Touriga Nacional, sendo que esta última não estava no vinho da safra 2011. Ele lembra o Reserva, mas com mais polidez e finesse. A cor era mais clara e os aromas mais domados, com a fruta envolta em um toque abaunilhado. Demorou um pouco mais a se abrir. Em boca, bom frescor e mais estrutura que seu irmão. Bem sedoso e com muita finesse. Vinho para guardar. Um belo exemplar alentejano! E à direita deste belo vinho, o exemplar que este que vos escreve levou para o jantar: Chateau Cos d'Estournel 2004. Nada como um bom Bordeaux de 15 anos! Já com precipitado, o decantamos para que também se abrisse mais. E o vinho, corte clássico bordalês (CS 74%, Merlot 24% e uma pitadinha de Cabernet Franc), se abriu lindamente, com aromas de cassis, ameixa, alcaçuz, notas terrosas, tabaco e especiarias. Em boca, muito volume, intensidade e taninos generosos. O final era longo e com notas de café e tabaco. Uma delícia de vinho, muito elegante e que ganhou muito em adega. Bebi outro exemplar da mesma safra tempos atrás e este, agora, estava muito melhor. Valeu a pena guardar e mais ainda, apreciar com amigos queridos. Mas ainda não acabou... O penúltimo vinho da foto é um Quinta do Vesúvio 2014, levado pelo Cássio. Outro vinhaço! O vinho é feito majoritariamente com Touriga Nacional e uma parte menor de Touriga Franca, completadas com uma pitadinha de Tinta Amarela. Vinho feito pelo patriarca da família Symington, que me confessou certa vez, em um Encontro Mistral, que tinha grande apreço por ele. E o vinho é realmente grande. Para minha surpresa, bem diferente do 2013, ofertado tempos atrás pelo JP, que estava bem mais fechado e abaunilhado, clamando adega. Este 2014, surpreendentemente, está bem mais apreciável agora. Os aromas remetiam àqueles do Quinta da Leda acima, mas com um toque de cacau e notas minerais a mais. Em boca, ótimo frescor e taninos presentes, mas bem-vindos. Uma beleza de Quinta do Vesúvio!
Ah, o último da foto, o Quinta do Carmos Reserva 2012, levado pelo Caião, infelizmente não foi aberto... Mas sua hora chegará, pois trata-se de um belo vinho!
Grande noite, Thiago e Karine! Grazie mille! 









sexta-feira, 8 de março de 2019

Que trio! Valduero Reserva 2011, Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2012 e Esporão Private Selection tinto 2012!

Noite esvaziada da confraria. Éramos apenas 3: Rodrigo, JP e este que vos escreve. No meio da noite apareceu o Cássio, vindo de Sampa e mostrando que é ponta firme. Só vinhos bons, aliás, excelentes! Um Valduero Reserva 2011, replay do JP, delicioso, como são os vinhos desta vinícola que produz grandes vinhos em Ribera del Duero. Um vinho complexo, com bela fruta, cereja madura, em meio a tabaco, alcaçuz e couro novo. Macio em boca, com frescor e final longo e especiado. Uma delícia! Eu levei o Crasto Vinhas Velhas 2012, que já pintou aqui no blog, mas que agora, está ainda mais redondo. Aromas frutados, framboesa e especiarias doces. Em boca, sedoso, boa acidez e taninos redondos. Tudo muito ajustado. Um grande vinho, sempre! E para completar o trio ibérico, um belíssimo Esporão Private Selection tinto 2012, levado pelo amigo Rodrigo. Que vinhão! Um belo embate com o duriense descrito anteriormente. Vinho frutado, com notas de fruta madura, ameixas e framboesas, em meio a tabaco e notas balsâmicas. Ótima complexidade em boca, com taninos em camadas e final longo. Já com precipitação, inesperada para um vinho relativamente novo. Delicioso também! Noite de primeiríssima, com 3 vinhos ibéricos de muita classe, e no mesmo nível! Pode fechar os olhos, escolher qualquer um deles e ficará feliz!