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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

No aniversário do Paulão, vinhobão! Muros de MELGAÇO 2006, MOREY-SAINT DENIS Cossard 2010, Chateauneuf du Pape CUVÉE LAURENCE 05, BRUNELLO de Montalcino MARTINA 2006, MUGA Selección Especial 2005, Chateau du TERTRE 2007 e Chateau COUTET 2002!

Fernandinho, JP, Caio, Paolão, Tom, Rodrigo e eu mesm...
Estou atrasadíssimo como esta postagem! O amigo Paolão já estava ficando chateado, pois trata-se da descrição dos vinhos apreciados no jantar de comemoração de seu aniversário. Bem, mas antes tarde, que nunca. Vamos lá...
O jantar foi uma típica "Festa de Babette". Vinhos maravilhosos e comida de primeiríssima preparada pela anfitriã Regina. O bacalhau de entrada estava demais, a salada com Foie Gras perfeito com o borgonha que descreverei a seguir e o French Rack de Cordeiro, como sempre delicioso. Bem, e eu contribui com meu Créme Brulée (fotos ao final da postagem). 
A recepção foi com Tapas (calma gente! Tapas espanhóis, não brasileiros...rs) e dois brancos, feitos com a mesma uva, mas em países diferentes. O primeiro foi um tradicional Alvarinho Muros de Melgaço 2006, do grande Anselmo Mendes. Aqui os elogios são dispensáveis. Os alvarinhos de Anselmo Mendes são muito bons. A uníca coisa é a idade, já um pouquinho avançada para um Alvarinho, que para mim, sempre é melhor mais jovem. Mas estava bom, com notas de maçã e toques discretos de mel e leve amendoado. Pena que guardaram uma tacinha pouco resfriada para este que vos escreve (puxão de orelha...rs)... 
O seguinte, aí sim, mais resfriado, foi o Albariño Don Olegário 2010. O irmão espanhol do primeiro era mais novo, mais fresco, embora não tivesse a profundidade do primeiro. Mas era bem refrescante. Notas clássicas de maçã e florais e ótima acidez em boca.
Bem, mas aí o negócio começou a pegar fogo. Foram muitos vinhões. O primeiro a ser apreciado foi um grande Chateauneuf du Pape Cuvée Laurence 2005, do Domaine de Pegau, levado pelo JP. Esse já apreciamos no final do ano passado (clique aqui), junto com outras feras, e é um vinhaço! Raridade! Para quem gosta, a WS lhe outorgou 96 pontos e cobriu de elogios, o colocando como colecionável. Bem, em meio a tantos vinhões, é meio difícil e injusto ficar com aquela história  de "qual é o melhor da noite". Eu acho isso uma bobagem. Mas no caso, fazendo uma exceção, esse era o vinho mais rico, untuoso e classudo da noite. Notas de frutas maduras, ameixas se misturavam a notas de chocolate, tostadas, café, couro e alcaçuz. Ficou dando o show durante toda a noite (eu, esperto, guardei minha taça para apreciar no finalzinho, e me dei bem).
O que acompanhou a salada de Foie Gras foi um ótimo borgonha levado pelo amigo Tom, o Morey-Saint-Denis Les Monts Luisants 2010, de Fredéric Cossard. Eu não conhecia o produtor. Les Monts Luisants ("Montes brilhantes") é um vinhedo Premier Cru da denominação Morey-Saint-Denis, e o nome vem das folhas verde-douradas dos vinhedos de Chardonnay e Aligoté que cobrem a região e contrastam com as folhas vermelhas dos vinhedos de Pinot Noir. Bem, mas voltando ao vinho, ele é de primeiríssima. Notas de frutas silvestres, sous-bois e alcaçuz. Em boca, muito bom mesmo, com ótima acidez, mineralidade e final delicioso. Par perfeito para o Foie Gras. Isso aí Tonzinho! Só cuidado para não ensinar o Fernandinho a gostar de Pinot...rs.
O amigo Rodrigo levou um outro vinhão, o espanholzão Muga Selección Especial 2005. Eu já havia oferecido um desses para o pessoal tempos atrás (clique aqui), coincidentemente, em uma despedida do Paolão quando viajava à França. Bem, e mais uma vez o Rodrigo e eu mostramos afinamento em questão de vinhos, pois já levamos alguns do mesmo produtor em ocasiões diferentes. Mas confesso que gostei mais desse 2005 agora, pois se mostrava mais aberto. O vinho é feito com 70% Tempranillo, 20% Garnacha e 10% Graciano e Mazuelo, e a fermentação é feita por com leveduras indígenas, com crianza de 28 meses em barricas produzidas na própria bodega. Vinhão! Notas de cereja em licor, ameixa, cravo, couro, alcaçuz e baunilha. Em boca, frutas e notas de café com leite. Delicioso! Muga nunca decepciona, ou melhor, sendo mais positivo, Muga sempre agrada! E muito!
Eu levei o Brunello de Montalcino Martina 2006. Esse me foi trazido diretamente de Firenze por minhas queridas irmãs. Mantive contato com o produtor Tony Sasa até que elas me trouxessem. Ele é um apaixonado por vinhos e boa comida, sendo proprietário da Enoteca Pontevecchio, em Firenze. A enoteca organiza eventos relacionados com vinhos, gastronomia e enoturismo, além de produzir seus próprios vinhos. O Brunello Martina leva o nome de sua filha, e é produto do trabalho de Tony com o enólogo Paolo Caciorgna. Apenas 6.000 garrafas são produzidas por ano. A produção é artesanal, o que já dá para notar pela marca da máquina manual na rolha. O vinho matura por 3 anos em barricas de carvalho de 540 litros, e mais 10 meses em garrafa antes de ser comercializado. Obviamente, esse 2006 ainda está jovem, mas já pode ser apreciado sem problemas (depois de uma boa decantação). Ao nariz estava riquíssimo, com aromas florais, de cerejas, morango, alcaçuz, tabaco e couro. Em boca mostrava-se amplo, denso, com ótima acidez e taninos presentes, que devem obviamente se arredondar com o tempo, mas que nada incomodavam. Um belo Brunello, na opinião desse aficionado que vos escreve. Espero logo postar sobre outro vinho do Sasa, dedicado à sua Avó, e chamado "Vida" (70% Cabernet Franc e 30% Cabernet Sauvignon - Belo Corte...).
O Caião levou o Grand Cru Classé Chateau du Tertre 2007. O vinho, da região de Margaux, foi feito com 62% Cabernet Sauvignon, 20% Merlot e 18% Cabernet Franc. A maturação é feita em barricas francesas (45% novas) por 14 meses. A safra não foi das mais expressivas e deu origem a um vinho de corpo médio e final curto. Mas era bem agradável, com notas de frutas vermelhas, terrosas, carne, baunilha e alcaçuz. Era bem leve, fácil de beber. Foi aquele vinho aberto no exagero, quando todos já estavam mais prá lá, que prá cá, o que obviamente, prejudica sua avaliação.
Bem, e para finalizar, e acompanhar meu "famoso" Créme Brulée, o anfitrião ofertou um Sauternes, o Chateu Coutet 2002. O Botrytis aparece bem no vinho, entre notas de damasco, cêra de abelha e gengibre.  Em boca mostrava boa acidez e bom final. Claro que acompanhou magistralmente meu Créme Brulée!
E foi isso, pessoal! Mais um aniversário de gala do amigo Paolão, à altura de sua elegância. Merci beaucoup mon ami!


Paolão cortando os blocos de Foie Gras
French Rack de Cordeiro e Risoto de Funghi Secchi, da Regina - Um exagero de bom! 
Créme Brulée com Sauternes