terça-feira, 30 de agosto de 2016

Castello di Brolio 2010, Aurius 2005 e Laurona 2006: 3 vinhos excelentes!


Semanas atrás reunimos Joãozinho, Paolão e eu para beber uns vinhões. O Paolão levou um vinhaço, cujos exemplares de 2004 e 2006 já pintaram aqui no blog. Era um Chianti Clássico Castello di Brolio 2010, de Barone Ricasoli. Este é certeza de agradar. É feito com 80% Sangiovese, 15% Merlot e 5% Cabernet Sauvignon, com envelhecimento por 18 meses em madeira. O 2013 já ganhou a nova classificação "Gran Selezione". Parece que o 2010 também, embora ainda não apareça no rótulo. O vinho mostra aromas de cereja preta, tabaco e notas achocolatadas, em um fundo tostado na medida. Em boca é de grande presença, com acidez vibrante e taninos firmes. Italiano na veia! O final é longo e levemente tostado. Uma beleza de vinho, como sempre... Valeu, Paolão! Você sabe que gosto deste danado...rs.
Do lado direito do Brolio, na foto, o vinho levado pelo Joãozinho: Laurona 2006. O vinho, do produtor homônimo, é um espanhol de Monsant feito com 55% Garnacha e o restante dividido entre Merlot, Cabernet Sauvignon e Syrah. Estávamos um pouco desconfiados desta garrafa, pois o Paolão havia aberto duas, compradas no mesmo bota-fora, e não estavam legais. Mas esta garrafa estava à altura dos vinhos do produtor. Vinho com aromas de ameixa e café, em um fundo balsâmico e mineral. Em boca, mostrava ótima acidez e mineralidade. O vinho tem um leve toque licoroso e ótima persistência. Muito bom!
E para finalizar, o vinho à esquerda na foto, levado por este que vos escreve: Aurius 2005! Este tem pedigree, pois é feito pelo grande José Bento dos Santos, na Quinta do Monte D'Oiro. Eu estava curioso para beber este vinho, pois havia lido elogios rasgados para ele no Wine Penacova Meeting, blog português que gosto (e confio) bastante. O vinho é feito com Touriga Nacional, Syrah e Petit Verdot (estas últimas em menor proporção). O estágio em madeira é de 12 meses, em barricas apenas 30% novas. Assim, a madeira não predomina. Aliás, este vinho destaca-se pela extrema elegância. É incrível como se abre discreto, sem muita estrepolia, e com o tempo vai se mostrando. Mas todo o tempo, com muita sobriedade e sem exageros. É bom ir sentindo a sua evolução na taça. Ao nariz, mostra notas florais (na medida), cereja ao licor, chocolate, tabaco fino e especiarias. Em boca, mostra elegância ímpar, sedosidade, grande complexidade e um final longuíssimo. É um vinho dos grandes, acima da média, para quem aprecia um grande vinho português e não é fâ de exageros, e sim, elegância. Por sorte, comprei mais de uma garrafa dele no último bota-fora da Mistral, incluindo uma bela vertical. Devia ter comprado mais, pois é vinhaço! 
Noite de primeiríssima!  

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Vinhões na cozinha do Tom: Tignanello 2011, Giusto di Notri 2009 e Brunello di Montalcino Il Poggione 2009!

Fazia tempo que não íamos à cozinha do nosso querido Tonzinho. É um lugar onde já passamos muitos momentos legais, e é claro, comemos e bebemos muita coisa boa. E nessa semana matamos as saudades. não fomos em muitos, e quem não foi, perdeu. Para acompanhar os assados do Tonzinho mandamos 5 vinhos. Destaquei no título apenas 3 por que foram os que se destacaram. O primeiro deles, levado pelo confrade Rodrigo, era um Tignanello 2011. O supertoscano de Antinori, feito com Sangiovese (80%), Cabernet Sauvignon (15%) e Cabernet Franc (5%), estava uma maravilha. Nariz muito complexo, com notas de cereja preta, alcaçuz, chocolate amargo, grafite, leve mentolado e um fundo elegante de pimenta-do-reino. Em boca, repetia o nariz e mostrava grande elegância. Os taninos são redondos, apesar da juventude, e o final muito longo. Um vinho muito prazeiroso, delicioso, que teria muitos anos pela frente. Mas mandamos ver agora, sem dó e com muita felicidade! Valeu, Rodrigo!
Outro supertoscano também fez sucesso: Giusto di Notri 2009, da vinícola Tua Rita. Foi levado pelo Caião, que pegou pesado também. O vinho também estava uma beleza! É feito com Cabernet Sauvignon (60%), Merlot (30%) e Cabernet Franc (10%). Corte bordalês clássico, com passagem por 18 meses em barricas de carvalho 70% novas. Neste a fruta era um pouco mais presente que no Tignanello, com aromas de cereja e framboesa, em meio a tabaco e especiarias. Em boca mostrava taninos firmes e um final longo e especiado. Vinhaço também! Isso aí, Caião!
Eu levei um Brunello di Montalcino Il Poggione 2009. No começo, o vinho estava meio reticente em mostrar a fruta, mas em cerca de uma hora, e em temperatura mais adequada (um pouco mais fresco), mostrou toda a qualidade dos Il Poggione. Notas de cereja se mesclavam a tabaco e chá. Em boca, ótima acidez cítrica e toques terrosos. O final era longo e especiado. Uma delícia de Brunello! Já tinha ouvido falar que este 2009 tendia mais para o lado tradicional, e é verdade. Do jeito que eu gosto! Se tiver um deste, deixe em decanter por 1-2 horas antes de beber. O danado evolui muito bem.
O JP levou um Malbecão clássico: Lagarde Primeras Vinhas 2012! O vinho é feito com uvas de vinhedos centenários, plantados em 1906 e 1930, e é bem concentradão, com aqueles toques doces característicos. Notas de mirtilo e ameixas, com uns toques de cravo. A madeira é presente, mas nada que incomode. Muito redondo em boca, com boa acidez e final longo. É vinho bem feito, mas precisa de tempo em garrafa para dar uma amenizada na concentração. Par perfeito para uma carne suculenta e gordurosa...rs.
Faltou eu falar do vinho aberto pelo anfitrião, que era um Altos las Hormigas Vista Flores 2007. O motivo é simples: Bouchonné! E muito! Foi bater o naso e sentir... Uma pena, pois este 2007 foi considerado um dos melhores da linha. 
Isso aí! Grande noite para matar as saudades da cozinha do Tom. O saudosismo estava alto e tirei umas fotos de algumas garrafas que já abatemos lá, que o Tonzinho guarda de recordação. Quanta coisa boa para celebrar a vida...



segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Beronia Reserva 2011: Premiadíssimo no International Wine Challenge 2016!

Fico muito cabreiro quando leio notícias sobre um vinho que ganhou como melhor do mundo etc, etc... Vide fenômeno Toro Loco. Quando isso acontece, tento beber o vinho para saber do que se trata. Li notícias em vários blogs sobre os prêmios recentes que o Beronia Reserva 2011 ganhou no International Wine Challenge 2016. Bem, este evento está em sua 34a edição, e tem credibilidade. O Beronia Reserva 2011, de Gonzalo Byass, ganhou a tríplice coroa: Trophy, Gold e Great Value (abaixo de 15 Libras). Isso inclui o Rioja Reserva Trophy, Rioja Trophy, Spanish Red Trophy e IWC Great Value Champion Red 2016. Ou seja, é prêmio prá todo lado. Eu gosto dos Beronia. São riojanos que oferecem muita qualidade pelo preço. Este Reserva é feito com Tempranillo e aquelas pitadas típicas de Graciano e Mazuelo. A maturação ocorre por no mínimo 20 meses em barricas de carvalho francês e americano, com adicionais 18 meses em garrafa antes de ser liberado ao mercado. Ao nariz o vinho mostra notas de cereja preta, chocolate, tostado e especiarias como cravo e canela. Em boca repete o nariz e mostra boa acidez. A madeira aparece, mas está muito bem integrada. Os taninos são redondos e o final longo e levemente achocolatado. É riojano com perfil moderno, mas sem perder a raiz. Está pronto agora, mas pode ser guardado por bons anos. O que achei? Muito bom!!! Talvez até melhor no segundo dia e um pouquinho mais resfriado. Assim, o decanter fará  bem. Se encontrar, pode colocar na cesta que não se arrependerá. Eu comprei na Wine For