segunda-feira, 27 de junho de 2016

Paulinho triunfou com um CH by Chocapalha 2008, em noite com belos vinhos!

Em noite cheia na confraria, o Paulinho, Rei dos Portugas, matou a pau novamente, e desta vez, com um vinho de Lisboa: CH by Chocapalha 2008! É o segundo vinho da foto, com o rótulo escuro. Ele é feito pela enóloga Sandra Tavares da Silva em homenagem a sua família, de origem suíça. É um 100% Touriga Nacional, elaborado com uvas de vinhas velhas, fermentado em lagares e maturado por 24 meses em barricas novas de carvalhos francês. Os aromas são riquíssimos, com notas florais da Touriga, domadas, sem exageros, em meio a framboesa, cassis, chocolate amargo e um mentolado bem evidente, muito charmoso. Em boca era igualmente rico, com ótima acidez que lhe conferia muito frescor, mineralidade e taninos firmes. Uma beleza de vinho, que pedia a cada momento uma nova taça. Foi mudando com o tempo e no final da noite estava bem macio. É muito legal acompanhar sua evolução. É um dos melhores Touriga Nacional que apreciei recentemente. Excelente! O Paulinho fez sucesso novamente com um português.
Não gastarei muitas linhas com o vizinho esquerdo dele na foto, o Roquette e Cazes 2012. Isso por que ele já pintou por aqui. Desta vez, foi levado pelo Rodrigo, e obviamente, também fez sucesso. Só quero citar que o vinho está uma beleza. É para mim um dos melhores da linha: Belo nariz e intenso em boca, com muita presença. Ótimo vinho!
À direita do CH, um ótimo riojano levado pelo Caião: Marqués de Murrieta Reserva 2010. Belos aromas de cereja, baunilha e outras especiarias. Em boca, muito macio, bom frescor e taninos redondos. A madeira é presente, mas muito bem integrada. Delicioso! O melhor Murrieta Reserva que bebi.
Um pouquinho mais à direita, no meio da foto, um Ribera del Duero levado por este que vos escreve: Torre de Golban Crianza 2008. Antes, este vinho da Dominio de Atauta, era chamado Atalayas de Golban. Mudou na safra de 2007. Gosto dos vinhos deste produtor, principalmente, do mineral Domínio de Atauta. Mas o Golban mostra também qualidade. Tem um lado austero que aprecio. Ao nariz mostra notas de ameixa, cereja e tabaco. Em boca mostra maciez, boa acidez e um final de boca com toque de café. Vinho gostoso, que desce fácil. 
Seguindo na foto, um Chateau du Cédre Le Cédre 2007. O JP chegou com este vinho perguntando se não havíamos levado vinho pesado para matar o francês dele...rs. Mas foi justamente o contrário. Foi o mais pesado da noite. O vinho é um Malbecão de sua origem, Cahors, muito intenso, denso, tanto nos aromas quanto em boca. Bem rico ao nariz, com notas de cereja madura, framboesa e pasta de figo, em meio a café, chocolate e especiarias. Em boca, bem potente, denso, mastigável, lembrando Malbecs argentinos de peso. Mas ao mesmo tempo que mostrava o lado denso e frutado, tinha acidez para contra-balançar. Mas mesmo assim, apesar de gostoso, é daqueles vinhos que satisfaz com uma taça, devendo ser bebido em grupos grandes.
Caminhando no sentido contrário, o vinho levado pelo Thiago: Kumeu River Pinot Noir 2009. Como um bom PN neozelandês ele mostrava boa clareza e frescor. No começo, um pouquinho nervoso, mas em pouco tempo foi se equilibrando na taça e se mostrando um PN muito gostoso, com boa fruta, acidez correta, mineralidade e especiarias. Pede comida! Muito bom vinho.
E para finalizar, um Pulenta XI Cabernet Franc 2011. O vinho apresentava um nariz apimentado, amoras, azeitonas e chocolate amargo. Em boca, repetia o nariz, era concentrado e mostrava final longo e especiado. Um pouco doce para o meu gosto. Aliás, é um vinho que já gostei mais.  Ele era um Cabernet Franc argentino que se destacava. Mr. Parker (ou o pessoal de sua equipe) sempre lhe outorgava belas notas. Atualmente, a casta caiu na graça dos produtores argentinos, e há muitos outros no mercado para competir. Este é no estilo para quem aprecia vinhos mais novomundistas, concentrados. 
Isso aí!


quarta-feira, 22 de junho de 2016

Quinta do Mouro Estremoz 2004 e Finca Els Camps Ull de Llebre 2002: Evolução perfeita!

Noite de poucos confrades... Só JP, Caião e este que vos escreve, com passagem breve do amigo Rodrigo.
Eu levei um Quinta do Mouro 2004, alentejano feito por Miguel Louro, com as castas Aragonês, Alicante Bouschet, Touriga Nacional e uma pitada de Cabernet Sauvignon. O vinho, já com seus 12 anos, mostrava muita vivacidade. A cor era bonita, rubi bem límpida e brilhante. Ao nariz mostrava notas de framboesas e cerejas, em meio a cacau, couro e cedro. Em boca mostrava-se fresco, levemente austero, com notas de frutas silvestres e taninos mais secos. O final era longo e especiado. Um grande vinho, sem exageros, com frescor e muita presença em boca. Muito bom com a comida. Prova de que os grandes alentejanos envelhecem bem...
O JP levou um Finca Els Camps Ull de Llebre 2002, um vinho de Penedes, de Jané Ventura. Bem, Ull de Llebre é como a famosa Tempranillo é conhecida na Catalunha. O vinho, apesar de ser originado de uma safra não muito boa na Espanha, estava muito bom. A mineralidade típica da região estava presente, em um Tempranillo diferente, que lembrava até alguns do Toro. Aromas florais e de cereja se mesclavam a notas minerais. Em boca, boa acidez e mineralidade. Muito bom vinho! Teria ainda alguns anos pela frente. 



segunda-feira, 20 de junho de 2016

A noite em que o Thiagão mandou bem com um Villa Corullon 2007, de Álvaro Palácios!

Vou começar o post sobre esta noite da confraria com o vinho que chegou por último, pois o nosso amigo Thiagão chegou um pouquinho atrasado. Assim, se vinho foi fotografado em separado. Mas foi até bom, pois ele se destacou frente aos demais. Não por que os outros não estivessem muito bons, mas este Villa Corullón 2007 estava uma beleza e roubou a noite. O vinho elaborado pelo craque Álvaro Palácios, na região de Bierzo, obviamente com a casta Mencía, estava com uma elegância ímpar. Os aromas saltavam da taça e iam se modificando durante a noite. Frutas silvestres, confeitadas, especiarias e um toque leve de tabaco bem fino. Lembrava aromas de um Chateauneuf jovem, daqueles com estilo mais moderno, frutado... Em boca era tudo de bom: Fruta na medida, bela acidez e taninos redondos. O final de boca era longuíssimo, com notas especiadas e de chocolate amargo. Uma delícia de vinho! Matou a pau, Thiagão!
Descreverei os outros na sequência da foto abaixo.

O primeiro, garrafona preta, imponente, era um Farnese OPI Riserva Montepulciano d'Abruzzo 2008, levado pelo Caião. Vinho  escurão, denso, aromático, com notas de frutas madura, azeitona preta, chocolate, alcaçuz e tabaco. Em boca era encorpado, carnudo, com acidez equilibrando o dulçor da fruta madura extraída. O final era longo e com notas de tabaco e couro. Vinho perfeito para uma massa com molho vermelho. Italianão na veia! Muito bom também!
O segundo da foto acima é um Tapanappa Whalebone Vineyard Cabernet-Shiraz 2005 da vinícola australiana Tapanappa, criada em 2002 a partir de uma associação do enólogo Brian Croser (ex-Petaluma) com a Champagne Bollinger e o Chateau Linch Bages (Jean-Michel Cazes). Ou seja, como mencionado no próprio site da Mistral, tem que se esperar coisa boa. E é! O vinho é um corte de Cabernet Sauvignon (65%), Shiraz (25%) e Cabernet Franc (10%), com maturação por 20 meses em barricas frances 70% novas. Nada de muita extração e geléia aqui! Vinho muito refinado, com notas de cassis e amoras, em meio a chocolate ao leite e leve apimentado. Em boca mostrava grande elegância, com taninos muito macios e um fundo lácteo evidente. Vinho excelente, muito macio e elegante. Ganhou 93 pontinhos da WS. Estou curioso para beber o Chardonnay deles, que dizem ser também excelente.
O penúltimo na foto, um Quinta da Touriga-Chã 2007, foi levado por este que vos escreve. O vinho é um duriense potente, encorpadão, do produtor Jorge Rosas. É feito com Touriga Nacional e Tinta Roriz, e a produção é pequena, de apenas 2.700 garrafas. Sua cor é escura, densa, e os aromas são profundos, de amora madura, cereja preta, kirsch, alcaçuz e fumo. Em boca é intenso, rico, levemente lácteo, com notas especiadas e final com chocolate amargo e alcaçuz. Um duriense nervoso, concentrado e ainda cheio de vida. A Revista de Vinhos de Portugal lhe tascou 18 pontos em 20. Vinhão que casou muito bem com cordeiro.
E para finalizar a noite, o vinho levado pelo nosso amigo Paulinho: Ponte Canas 2010, da Herdade do Mouchão. Este tem pedigree e agradou bastante. O vinho é feito com Alicante Bouschet, Syrah, Touriga Nacional e Touriga Franca. Ao nariz mostra fruta madura em meio a especiarias, cacau, baunilha e notas herbáceas. Em boca é muito macio e com boa acidez, que lhe dá frescor. O final é longo, levemente abaunilhado e com notas de cacau. Muito bom vinho, como era de se esperar do produtor.
Noite excelente na confraria! Não teve um vinho que não tenha agradado, e muito. Assim que é bão! Abaixo, o Thiagão celebrando a ponta...rs.
Thiagão celebrando o vinhão!


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Escultor 2007, Brunello Castiglion del Bosco 2010 e outros grandes vinhos na Confraria

Essa reunião da confraria também foi daquelas... Só vinhão, sem exceção!
Prá começar, um belíssimo branco para abrir os serviços: Chateau de Puligny-Montrachet Saint-Aubin 1er Cru "En Remilly" 2008, levado pelo Paolão. Impressionou este vinho! Aromas deliciosos de pêra e anis, em um fundo mineral nervoso. Em boca, destaque para sua grande mineralidade e acidez vibrante. Teve gente que perguntou: "Caramba! É da Borgonha ou do Loire?". Um grande branco, com 8 anos que nem mexeram com sua força. Teria mais um monte deles pela frente. Delicioso!

Entrando nos tintos, um belíssimo vinho da Alentejana Monte do Pintor: Escultor 2007! Ele, que é o vinho top da vinícola, foi levado pelo Paulinho, o Rei dos Portugueses, claro... Eu estava curiosíssimo para beber este vinho, pois só conhecia os outros vinhos do produtor, incluindo, um que acho ótimo, o Monte do Pintor Reserva. Mas o Escultor consegue ficar ainda acima. É feito apenas em anos excepcionais, com Trincadeira, Alicante Bouschet e Alfrocheiro. Esta era a garrafa n. 212 de apenas 3.450 produzidas. É um vinho superlativo! Aromas ricos de frutas maduras, especiarias doces e chocolate. Em boca, denso mas com ótima acidez, que lhe aportava muito frescor. O vinho é mais seco que muitos alentejanos. O final, longuíssimo. Gostei demais do vinho! Não é só a garrafa que é grande, o vinho também!
 O nosso confrade Rodrigo também pegou pesado e levou um Brunello di Montalcino Castiglion del Bosco 2010. Já apreciamos alguns desta safra maravilhosa, mas este é o primeiro relatado aqui no blog. E ele mostrou por que a safra gerou grandes Brunellos. É um vinho rico em aromas de cereja ao marrasquino, couro, alcaçuz e leve tabaco. Em boca, apesar de jovem, já se mostra apreciável, com bela acidez e taninos marcantes, mas que nada incomodam. O final é longo e com notas de couro e alcaçuz. Uma beleza de Brunello, que faturou 94 pontinhos da WS. Se for beber, decanter no danado, claro.
 O Thiago levou um californiano, do Napa Valley: Fraternity Four Sons 2010, da Baldacci Family Vineyards. É um blend de Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot, que parece ter recebido umas pitadas de Malbec e Cabernet Franc. A partir de 2013 tiraram a Syrah... Bem, de qualquer forma, é um vinho que lembra o estilo bordalês. Tem aromas de licor de cassis, amoras, chocolate e especiarias. Em boca mostra extração, mas equilibrada por boa acidez e taninos firmes. Está novo ainda, e mostra grande potencial de envelhecimento. Bom vinho.
 O JP não ficou atrás e levou um ótimo Quinta do Roriz Reserva 2005. Vinho clássico do Douro, que nessa safra ainda não pertencia à familia Symington. Foi feito com Touriga Nacinal, Touriga Franca e Tinto cão. Deu um sustinho ao ser aberto, como se já estivesse indo... Mas não! Ainda está perfeito. Mas acho que não tem muitos anos pela frente. Ao nariz mostrou notas de kirsh, alcaçuz e chocolate amargo. Em boca mostrava fruta em meio a tabaco e alcaçuz, com um final longo e especiado. Um ótimo vinho, já senhorío, que acompanhou muito bem carne grelhada.
 E para finalizar, o vinho que levei: Chateauneuf du Pape Tardieu Laurent 2005. Não se engane com a palavra negociants no rótulo de baixo... Mesmo por que, o fato de ser negociant não quer dizer que não possa produzir vinhos de grande qualidade. A Maison Tardieu-Laurent foi estabelecida em 1994 e é uma parceria de Michel Tardieu e o borgonhês Dominique Laurent. Ou seja, tem que vir coisa boa. Eles não produzem uvas, tampouco as compram. Na verdade, compram vinhos de produtores ao longo do Rhône, promovem a maturação e o blend. A produção é pequena - Não mais que 20 barricas (geralmente 6-12) são produzidas de cada vinho. E os vinhos têm ganhado reconhecimento internacional, com grandes elogios da crítica. Este CdP que levei é o de entrada da Maison, e é feito com 80% Grenache e 20% Syrah. É um vinho com aromas de frutas silvestres, confeitadas, chocolate e alcaçuz. Ao ser aberto, a fruta é discreta, mas com o tempo ela vai se mostrando e o vinho fica muito equilibrado. Um belo Chateauneuf-du-Pape!
Como vocês podem observar, não teve zurrapa na noite... Coincidentemente, o Caião não levou vinho...rs. 

terça-feira, 14 de junho de 2016

Porca de Murça 2013: Destaque nos top 100 da Wine Spectator, bom e barato!

Coisa boa é encontrar vinho bom e barato. Difícil também... Mas este Porca de Murça 2013, que pode ser encontrado em prateleiras de muitos supermercados por menos de 40 pilas, é um exemplo de que isso é possível. O vinho é feito com Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca. Não passa por madeira. A produção é alta (1.500.000 garrafas), o que, juntamente com a fácil acessibilidade, contribuiu para a sua colocação n. 39 na lista dos Top 100 da Wine Spectator em 2015, com 90 pontinhos. O vinho é bem feito. Ao nariz, mostra notas de cerejas secas e framboesas, em meio a toques minerais e florais. Em boca destaca-se por seu frescor, aportado por uma ótima acidez, e boa mineralidade. É vinho que desce fácil e ótimo para acompanhar a refeição do dia-a-dia. Recomendei a muita gente, que comprou e gostou! Recomendo novamente!

Atenção: Estamos tratando de um vinho bem feito, para o dia-a-dia, não de um super Douro. Que fique claro.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Encontro Mistral 2016: Vinhão de 100 pontos e muitos outros!

No meu oitavo Encontro Mistral apreciei, como sempre, muita coisa boa. E é claro, muita coisa passou, pois só tenho um fígado. Farei descrições breves daqueles que mais me marcaram. Começarei aqui pelo hemisfério sul, por dois motivos: 1. Por tratar-se de um vinho que recentemente foi agraciado com 100 pontos pelo James Suckling (ex-WS); 2. Por que o enólogo, o grande Alejandro Vigil, mostrava uma alegria e disposição em atender a legião de visitantes que dava gosto. Simpatia pura! E na foto à esquerda, ele segura orgulhoso o vinho agraciado com 100 pontos: Adrianna Vineyards Fortuna Terrae 2012. Um super vinho, grande riqueza aromática, fino, com uma clareza incrível, sem exageros e acidez vibrante. Novo, um bebê, mas com grandes anos pela frente para mostrar todo o seu potencial. Esqueça aqueles Malbecs densos, concentradões etc... Aqui o negócio é finesse... Mas precisa de tempo... Ah, o que acho dos 100 pontos? Deixa prá lá, vai...
Grandes vinhos na mesa do Alejandro: Estiba Reservada 2003, Nicolas Catena Zapata e os belos El Enemigo, com destaque para o Gran Enemigo Gualtallary 2011, com Cabernet Franc majoritária e uma pitadinha de Malbec. Grande vinho! Um dos melhores vinhos argentinos da atualidade, na minha modesta opinião.
Continuando nos vinhos sulamericanos, partindo para o Chile, não há como não destacar o superelegante Monte Alpha M 2011. Vinho de estirpe, grande presença e maciez. Junto dele, o untuoso Montes Folly 2011, Syrah de primeiríssima, para brigar com grandes australianos. Mudando de estande, mas não de pais, fiquei impressionado com a riqueza do Clos Apalta 2011. Mais nervoso que o Montes M, intenso, taninos vivos, especiarias e grande final. Um vinhaço!
Para variar, os espanhóis deram um show: Pesquera, Conde de Valdemar, Perez Páscoa e os Macan de Vega Sicilia. Belos vinhos. De Pesquera, gostei de todos, como o ótimo El Vínculo Paraje La Golosa, mas fiquei mesmo impressionado com o primeiro vinho que bebi, o branco Alejairén 2011, feito com a uva Airén, amplamente plantada e utilizada para vinhos mais simples, e que agora dá origem a um belíssimo branco, encorpado, amendoado e longo. Uma delícia! Bem, o "Ale" do nome deve ser de Alejandro Fernandez, o mago produtor dos Pesquera e El Vínculo.

De Conde de Valdermar, a surpresa de um Inspiración Valdemar Tempranillo branco 2013, que segundo o representante da vinícola, é feito com uma cepa mutante da Tempranillo. O vinho, bem gostoso. Mas gostei mesmo foi do Conde de Valdemar Gran Reserva 2005. Que vinhão! Cereja preta, tostado, tabaco, tudo de bom... Marcante!

Continuando nos espanhóis, fiquei impressionado com a riqueza e sedosidade dos vinhos de Perez Páscoa. Seu Cepa Gavilan já é ótimo, mas fiquei impressionado com o Viña Pedrosa La Navilla 2009 e o top Perez Páscoa Gran Reserva 1999. O primeiro, um vinho de pago, rico e delicioso, e o segundo, sensacional! Notas de ameixa, cereja, caixa de charuto e alcaçuz. Vinho top, entre os melhores que bebi na noite. Maravilhoso!

Todos os da vinícola de Mallorca Anima Negra estavam excelentes! Deliciosos o AN/2 e o AN Anima Negra, mas o Son Negre 2007... Que estrondo! Vinho rico ao nariz e riquíssimo em boca: denso, untuoso, mastigável e com final longuíssimo! Uma beleza!



Passando para os portugueses, a lista é grande. Mas devo destacar aquele que achei o melhor branco da noite: Campolargo 2011! Uau! Que vinho! Já bebi algumas vezes o 2009, mas o 2011 consegue estar ainda melhor. Impressionante. Vinho riquíssimo, fresco, cítrico, especiado e mineral. Na minha opinião, uma dos melhores brancos portugueses.
Quinta do Vale Meão dispensa comentários. É tudo de bão. O grande Meão 2012 ainda está muito novo, mas é claro, grandioso. Mas o Quinta do Vale Meão Porto Vintage 2012, apesar de novo, estava sensacional! Tomaria várias taças...
Minha visita mais agradável foi no estande do Sr. Dominic Symington. A conversa foi muito prazeirosa. O entusiasmo do Sr. Symington é algo impressionante. Ele fala de seus vinhos com tanto carinho que dá gosto. E obviamente, ele tem toda razão, pois os vinhos são excelentes! O Altano Quinta do Ataíde 2009, uma delícia; O Chryseia 2012, um monstro de vinho, para muitos anos na adega. Estou devendo a postagem de um que bebemos na confraria tempos atrás. Adorei! E os Portos Graham's? Falar o que destes vinhos? Deliciosos! Fiquei com vontade de levar aquela garrafona do 10 Anos para casa...rs. E o 20 Anos estava uma beleza!

Ainda tenho que citar os belos brancos da vinícola grega Gaia, frescos e minerais. O tinto top da vinícola também é grande.



Da Borgonha, não há muito que dizer: Drouhin e Faiveley dispensam comentários. Belos brancos e tintos representando os mais nobres dos vinhos. 



Da Itália, muita coisa boa. Difícil enumerar todos os belos vinhos apreciados: Felsina, Castello del Terriccio, Capezzana e Castello di Montepó/Biondi-Santi... Só coisa boa! Mas só destacando, belíssimo o Syrah Capezzana 804, da vinícola homônima e o Schidione 2000 de Castello di Montepó/Biondi-Santi. Este último, uma beleza de vinho, devidamente amaciado pelo tempo. Ah, e a WS lhe deu apenas 87 pontinhos... Só pode ser brincadeira. O Brunello de Montalcino Biondi Santi 2008 estava ainda muito nervoso, mas é claro, grande. Para agora, gostei do Rosso di Montalcino 2012, que estava uma delícia.

E que tal terminar este post com um maravilhoso Quarts de Chaume 2008, servido pelo produtor Florent de Baumard? Este vinho é um néctar, intenso, dulçor equilibrado por bela acidez... Belíssimo! Mas se não quiser gastar muito, compre seu irmão menor, o Coteaux du Layon, que já terá muito prazer.



É para fechar a noite em grande estilo!

domingo, 12 de junho de 2016

Degustação Casa Deliza: Bons Portugueses e Espanhóis!

Nesse último sábado fomos até a Casa Deliza, de São Carlos, para participar de uma degustação de vinhos portugueses e espanhóis. De entrada, um fresco e vibrante Cava Cristalino Brut, que gosto bastante pela qualidade e preço. Nos brancos destaque para o Paulo Laureano Vinhas Velhas branco 2014, leve, notas cítricas, bom frescor e refinado. Não é vinhão, mas agrada pela elegância e bom preço.
Nos tintos, bons vinhos para o dia-a-dia da Quinta da Alorna, com destaque para um Castelão 2013 bem redondo e para um Syrah 2013 com ótimo corpo. Subindo um pouquinho, muito bom (mas ainda novo) o Tapada do Fidalgo Reserva 2013. Vinho com boa intensidade, fruta madura e notas achocolatadas. Precisa de um pouquinho de tempo em adega. Já o Cortes de Cima 2012 mostrava-se mais pronto, com a qualidade de sempre de um Cortes de Cima. Mas na mesma mesa, o que gostei mais foi um Cartuxa Colheita 2012: Rico ao nariz, com notas de ameixas pretas, geléia de amora, notas terrosas e chocolate. Em boca, boa concentração e taninos já amigáveis. Bom Cartuxa.
E nos espanhóis, 3 bons tintos e de bom preço. São de importação própria da Deliza. O primeiro deles, um Palácio de Burgo Crianza 2012. Riojano com notas de cerejas pretas, tostado e herbáceas, que se equilibravam com os goles. No começo, este toque herbáceo pode causar estranheza, mas com o tempo, vai se ajeitando e vinho agrada. Um bom vinho para seu preço, e que ganhou 90 pontinhos da WS. Boa compra. No entanto,, seu irmão Palácio de Burgo Reserva 2010 fica degraus acima. Nariz complexo, com ameixa preta, azeitona, tostado e toques minerais. Em boca repetia o nariz e mostrava-se muito macio e com boa intensidade. Só senti falta de um pouquinho mais daquele toque cítrico típico de Rioja. É um Riojano mais moderno e com preço bem adequado. Só por curiosidade, levou 93 pontos da WS. Um bom feito para um vinho de pouco mais de 100 pilas. 
O terceiro vinho era um de Jumilla, o Casa Castillo El Molar 2014. Um 100% Garnacha feito com uvas de vinhedos com mais de 60 anos de idade. Fruta madura, especiarias, boa acidez e mineralidade. Vinho gastronômico, que também mostra boa qualidade para seu preço. Novinho ainda, mas já apreciável. Mas deve melhorar com adega.
Isso aí!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Noite porreta na confraria: Brancos, Rosé Italiano e belos tintos liderados por um Manyetes 2003!

Casa cheia em reunião da confraria, com ótimos vinhos. Começamos com dois bons brancos e um rosé italiano... 
O primeiro branco foi levado por este que vos escreve. Havia bebido uma garrafa dele junto com o Paolão em semanas anteriores, e estava cansado... Mas era coisa de garrafa. Este Quinta do Falorca Encruzado 2011 estava muito bom. Frutas cítricas, toques florais, minerais e finalzinho picante. Bom para beber sozinho ou acompanhar peixe. Gostei! Ainda mais pelo valor que paguei no bota-fora da World Wine...
À direita do Falorca, um Pazo Barrantes 2013, Albariño de Marques de Murrieta levado pelo Little John. Nariz bem floral e com notas de maçã e tangerina, com toques amendoados. Em boca mostrava boa acidez, boa fruta e final floral. Um bom Albariño, que seria perfeito para o Salmão com Mel e Mostarda do Chef Bart... Já no ponto para ser bebido.
O terceiro da foto foi um Rosé Italiano levado pelo Thiago: Grótollo Rosato Toscano 2011, da vinícola Colle Massari. Um Rosé feito com Sangiovese majoritária, muito fresco, gostoso e perfeito para bebericar.

Passando para os tintos, o nosso amigo Rodrigo pegou pesado e levou um Val de Flores 2008. É um vinho para mudar o conceito daqueles que torcem o nariz para Malbecs e Michel Rolland. É potente? Claro... Mas tem grande elegância. Os aromas são deliciosos, de frutas maduras, amoras e framboesas em calda, em meio a figo e chocolate. Em boca era denso, mas sem ser enjoativo, com boa acidez, taninos redondos e final intereminável. Um grande vinho! Se tiver um desses, pode beber agora ou esquecer sem medo na adega. E nem preciso dizer que ele implora por um belo bife ancho...
Do lado dele, na foto, o Quinta Ponte da Pedrinha Reserva 2005, levado pelo Caião. É um Dão que apesar da idade, ainda vive. Ao nariz mostrava ameixa e especiarias, com um toque de chocolate. Em boca, repetia o nariz e mostrava taninos já bem domados pelo tempo. Um bom vinho, mas que já mostra o sinal dos tempos.
À direita do Pedrinha, o vinho levado pelo Tonzinho: Las Moras Gran Syrah 3 Valleys 2013. Seu irmão de 2012 já pintou por aqui (clique). É um vinho feito com Syrah de vinhedos cultivados em 3 diferentes vales: Zonda, Tulum e Pedernal. Passa 17 meses em barricas. O nariz é potente, com notas de amoras maduras, chocolate e especiarias. Em boca é denso, boa acidez e final longo, com notas de alcaçuz. Como citei para seu irmão de 2012, ele comprova a vocação da vinícola para elaborar bons Syrah. Eu queria bebê-lo daqui a uns 3-4 anos. JP e Tonzinho dizem que o anunciam na Argentina como melhor Syrah do mundo etc. Bem, espero que continuem a fazer um ótimo vinho e não caiam nessa...




O Paolão levou aquele que achei o top da noite: Manyetes 2003! O vinho é o segundo do Clos Mogador, obra do craque René Barbier. Aqui o negócio pega! Priorato de primeira grandeza, com nariz complexo, floral, mineral e com bela fruta. Em boca era intenso, mineral e com final muito longo e levemente herbáceo. Priorato na veia! Os 13 anos lhe fizeram muito bem! Vinhão!
O JP levou um Pôpa VV 2007, da Quinta homônima, que é feito com vinhas com mais de 60 anos, incluindo Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinta Barroca. O estágio em barricas é curto, de apenas 4 meses, e a produção pequena, de apenas 3.000 garrafas. Ao nariz mostra fruta madura e especiarias. Em boca, repete o nariz, possui toques terrosos e mostra final longo e especiado. É um vinho sem excessos e com bom frescor. Acho que foi injustiçado pela turma, que não gostou muito dele. Penso que ele ficou um pouco "ensanduichado" entre vinhos mais potentes, como o Val de Flores e o Manyetes. Mas achei um bom vinho. De qualquer forma, o que tenho não levarei para a turma, visto que torceram o nariz...rs.
Isso aí!

domingo, 5 de junho de 2016

Alguns destaques na Degustação Mercovino em Ribeirão Preto

Tempos atrás fui a Ribeirão Preto participar de uma degustação da Mercovino. Ótima recepção do Ricardo e bons vinhos para apreciar. Vou destacar apenas alguns que me chamaram a atenção. 
O primeiro foi o de abertura, um Chablis Seguinot-Bordet 2013 muito fresco, com notas de pera e cítricas, em um fundo mineral muito legal. 
Nos tintos, destaque total para um Barolo Cascina Ballarin Bussia 2007. Foi o rei da degustação. Bem, sou suspeito em se tratando de Barolo, mas este estava uma delícia! Notas típicas de pétalas de rosas, morango, funghi secchi e especiarias. Em boca mostrava grande complexidade, taninos redondos e final longo e especiado. Barolo no ponto exato!
Do lado do Barolo tinha um Amarone della Valpolicella Corte Majoli 2011 muito gostoso, denso e de longo final. Dê-lhe tempo...
Dois vinhos chilenos me surpreenderam por fugirem daquele perfil apimentado, goiaba etc. Um deles era um Lauca Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2011, feito na terra de meu hermano Ariel, Talca, no Vale do Maule. O vinho tem aromas de cassis, amoras, alcaçuz e chocolate amargo, em meio a toques terrosos. Em boca, repete o nariz e tem um ótimo final de boca. Muito bom vinho, para quem quer beber um chileno com características distintas da maioria. Quero experimentar os outros do produtor. O João Filipe Clemente comenta em seu blog sobre o Reserva, destacando a ausência do pimentão e a goiaba, e o bom preço. É um vinho a ser conhecido. Pode comprar, e se não gostar, pode escrever aqui.
O outro chileno, localizado alí pertinho de Talca, em Curicó, foi um Matapenquero 5, dos Viñedos Puertas. Esse é um blend secreto, de uvas de 5 diferentes terroirs. Passa 18 meses em barricas. Também é muito bom! Notas de frutas maduras e tostadas, em meio a chocolate e especiarias. Acho que é mais caro que o Lauca...

Tinha ainda muita coisa boa. Gostei do Barbaresco Bondino 2011, de Piero Busso; dos bordeaux Domaine du Compostelle 2011 (Pomerol) e Chateau Tayac Cuvée Nicolas 2012 (Margaux), ambos bons, mas ainda bem fechados; Clos de Chacras Gran Estirpe Blend 2010, complexo e com muita presença (assim como seu irmão Malbec); Juan Gil, etc. E ao final, para arrematar, um ótimo Marsala Francesco Intorcia Virgine Secco Vintage 2004, para acompanhar ótimos doces que estavam sendo servidos. Uma delícia de vinho! Notas de frutas secas e laranja em meio a toques especiados. Em boca era intenso e com final longuíssimo! Uma beleza!
Mesa com queijos, pães e sobremesas...
Espumantes
Saint Joseph ainda novo, Capatosta (sou fã) e Touriga Solar dos Lobos (floral e fresco)...
A produtora do vinho Palacio Queimado estava lá... Vinhos de boa presença e bom preço.


sábado, 4 de junho de 2016

Baton Douro 2008: Ótima compra!

Aproveitei uma promoção da Domus Vini e peguei este Baton Douro 2008 por um valor excelente. Estava com 50% de desconto e ainda tive um descontinho pela primeira compra. Ou seja, paguei mais barato que o preço em Portugal. O vinho é feito pela Terroir d'Origem (Casal de Loivos) utilizando Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Tinta Francisca. O nome dele vem do battonage, usada por dois meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz mostra notas de framboesa, ameixa preta, alcaçuz, chocolate e um fundinho de tabaco. Em boca repete o nariz e mostra um final longo, mineral e com um toque herbáceo. Destaque para o frescor, aportado por uma ótima acidez. Eu gostei muito dele, ainda mais pelo preço que paguei. Corre lá no site da Domus que ainda está em oferta! A propósito, a Revista de Vinhos de Portugal lhe mandou 17.5 pontos em 20.