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terça-feira, 3 de novembro de 2015

Que tarde foi essa na casa do Paulinho??? Trimbach Riesling 2011, E. Guigal Hermitage Branco 2010, El Enemigo Chardonnay 2011, Bruno Clair Savigny-les-Beaune La Dominode 2010, Incógnito 2009 e Le Dauphin de Guiraud 2004!

Nesse feriado prolongado o confrade Paulinho nos convidou para um almoço na sua casa, no qual o Caião faria sua famosa Paella Caieciana. E foi uma tarde das melhores. Aliás, como sempre são aquelas que passamos com a família do Paul...
Abrimos a tarde com um branco que levei, o Trimbach Riesling 2011, um alsaciano de produtor muito tradicional. É um vinho floral, cítrico, com notas de maçã verde e aquelas minerais típicas da casta (mas sem exageros). Ao fundo, um toque de mel na medida e bem agradável. Em boca, super fresco, com acidez vibrante e muita mineralidade. Perfeito para frutos do mar, de preferência ostras frescas. Uma delícia de Riesling! Dá para beber agora ou guardar com tranquilidade. 

Ainda nos brancos, o Thiago levou um que estava muito curioso para conhecer: El Enemigo Chardonnay 2011. Vinho das Bodegas Aleanna (Alejandro Vigil e Adrianna Catena). É um vinho feito com uvas plantadas a 1.500 metros de altitude e fermentadas em barricas de carvalho francês. O legal é que a barrica é muito bem utilizada, sem deixar marcas profundas. Tem aromas muito finos de pêra e camomila, amendoado e com um fundinho leve de abacaxi e favo de mel. Em boca é muito elegante, sem exageros de nada, com ótimo frescor e mineralidade. Eu esperava um Chardonnay mais pesado, como costuma ser os argentinos, mas não, era elegante e fino. Espero que o mantenham assim. Muito bom!

E para fechar a lista dos brancos, a foto abaixo mostra a garrafa do excelente E.Guigal Hermitage branco 2010, que levei para os confrades conhecerem Este já foi descrito aqui no blog e não precisa falar mais nada. Só que é um vinhaço!
 

E no meio da foto acima (e isolado na foto lateral) está o primeiro tinto da tarde, ofertado pelo anfitrião, Paulinho. Era um Bruno Clair Savigny-Les-Beaune Premier Cru 2010. Outro vinho de primeira grandeza. Ao nariz mostrava notas de cereja e morango, em meio a especiarias e toques terrosos. Depois de um tempo em taça, mostrou toda a sua força. Em boca mostrava acidez vibrante e taninos firmes. Era um vinho fresco e muito mineral, com final longo e especiado. Uma delícia de Borgonha! Ótimo agora e com grande potencial para uns bons anos de adega. 
Não contente, o Paulinho abriu uma de suas especialidades: Vinho português! E não era qualquer um! Simplesmente, um Incógnito 2009, da Cortes de Cima. Também não há muito que falar desse grande Syrah, que também já foi citado aqui no blog. Um vinhaço, fresco, mineral, com excelente fruta e um final interminável. Vinhão top, que teria muitos anos pela frente... Esse, já foi! rs.
E para finalizar, um belo Sauternes: Le Dauphin de Guiraud 2004. Aqui o negócio pega. É o segundo vinho do grande Chateau Guiraud, do qual sou fã incodicional. Atualmente, leva o nome Petit Guiraud. É um vinho feito no mesmo estilo de seu irmão maior, mas para ser bebido mais jovem. Leva 65% Semillon e 35% Sauvignon Blanc. A maturação é feita em barricas por 12 meses. É um vinho mais "comportado" que seu irmão, com aromas mais frescos e menos explosivos. Mas nem por isso, menos encantadores. Mostra notas de damasco, pêssego, pêra, gengibre e nozes. Os aromas de botrytis estão lá, dando charme ao vinho. Em boca mostrava frescor, com ótima acidez equilibrando o dulçor. Uma delícia, que escoltou com muita classe a bela torta de maçã feita pela anfitriã Dani, esposa do Paulinho!
Uma tarde de gala! Grazie mile, Flaquer Family!

Torta de maçã feita pela Dani: Crocante e caramelada, par perfeito para o Guiraud.

Caião elaborando sua famosa Paella



segunda-feira, 27 de julho de 2015

Uma dupla sensacional: E. Guigal Hermitage Branco 2010 e Duas Quintas Reserva Especial 2004!

Não é todo dia que se aprecia vinhos deste calibre. E estes dois que descreverei foram abertos para celebrar o encontro com o amigo Roberto, leitor assíduo aqui do blog. Aliás, esta é uma das coisas boas do blog: A possibilidade de fazer novos amigos e até encontrá-los pessoalmente. O Roberto, que reside em Pernambuco, veio a trabalho para o interior de São Paulo e em sua passagem por Ribeirão Preto, deu uma esticada a São Carlos para um almoço e bons vinhos, claro. E acho que o "sacrifício" valeu a pena. Vamos começar pelo vinho que levei.  
Era um E.Guigal Hermitage 2010. Aqui, tem tudo para dar certo: Produtor excelente e safra histórica. Assim, só podíamos mesmo esperar coisa grandiosa. O vinho é feito com Marsanne (95%) e Roussanne, de vinhedos com 30 a 90 anos de idade, e a maturação feita em barricas de segundo uso. Sua cor era dourada, brilhante, belíssima. Ao nariz, mostrava notas florais, alecrim, de pêssego, uvaia, mel e frutos secos. Em boca, repetia o nariz e mostrava ótima acidez e mineralidade.  O final é muito longo, com toques de ervas (alecrim) e amêndoas. É daqueles vinhos que evapora ligeiro da taça e da garrafa, e que a gente fica triste quando acaba. Uma delícia! Perfeito sozinho ou acompanhando peixes e frutos do mar. Tem ainda longa vida pela frente, mas já está excelente agora.


NotaTem gente que ainda confunde Hermitage com Crozes-Hermitage. Bem, a colina de Hermitage (ou Ermitage, em escrita mais antiga), que tem apenas 134 hectares de vinhedos, é praticamente envolta pela bem maior AOC Crozes-Hermitage. A densidade permitida em Hermitage é menor, assim como o número de produtores bem limitado. As uvas e procedimentos usados em Crozes-Hermitage são semelhantes, mas os vinhos não atingem a qualidade dos grandiosos Hermitage, cujos vinhos tem como rivais no Rhone apenas os grandes Côte-Rotie (para os tintos) e os Condrieu e Chateau Grillet (para os brancos). Por outro lado, muita gente subestima os vinhos de Crozes-Hermitage. Embora possam ser encontrados nesta AOC vinhos de qualidade irregular, há aqueles, de grandes produtores, que são muito bons. Exemplos são aqueles produzidos por Alain Grillot, Jaboulet, Delas, Chapoutier, Colombier, etc, que são de primeira. Em suma, se for comprar um Hermitage, pode fechar os olhos, tirar o escorpião do bolso e mandar ver. Se for comprar um Crozes-Hermitage, fique com os melhores produtores. E se quiser fazer uma brincadeira, pegue um bom Crozes-Hermitage tinto de um bom produtor e coloque ao lado de um Syrah do novo mundo, na mesma faixa de preço, e depois me diga o que aconteceu...rs. 

Bem, e depois de apreciarmos o belo branco, passamos pelo vinho trazido pelo amigo Roberto. E era um grande vinho, top da tradicional Casa Ramos Pinto: Duas Quintas Reserva Especial 2004! Se o Duas Quintas Clássico já é muito bom e o Duas Quintas Reserva excelente, imaginem este Reserva Especial... O vinho é feito de forma tradicional, com fermentação em lagares de granito e pisa a pé. É um corte de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinto Cão, Tinta Barroca, Tinta Amarela, Tinta Francisca, Tinta da Barca, Souzão e Bastardo. A maturação é feita em barricas de carvalho francês por 18 meses. O vinho tem cor bem escura, com halos amarronzados. Ao nariz é riquíssimo, mostrando notas de frutas maduras (destaque para a cereja preta), ameixa seca, minerais, tabaco, café, alcaçuz e carvalho. Em boca é untuoso, denso, mineral, com notas de ginja, café e alcaçuz. Os taninos são redondos e o final interminável, com notas de chocolate amargo e especiarias. Riquíssimo! Um vinho superlativo. Foi o primeiro da linha que bebi, e fiquei impressionado. Bem, esperar o que de um vinho feito sob a batuta de João Nicolau de Almeida, filho de Fernando Nicolau de Almeida, criador do mítico Barca Velha? 
Valeu, Roberto!