quarta-feira, 31 de julho de 2019

Carmes de Rieussec 2011

Nada melhor que um bom vinho de sobremesa para fechar uma refeição. Ele pode até fazer a gente esquecer possíveis zurrapas apreciadas durante o evento. E geralmente, todo mundo sai feliz, lembrando só dele. Um bom Sauternes, sempre faz bonito. Mas tem boas opções de outras nacionalidades, inclusive, botrytizados. Recomendo os chilenos Viu Manent e Morandé (tanto o simples quanto o Golden) e o sulafricano Nederburg. Eles têm bom preço e não decepcionam. Este Carmes de Rieussec 2011 apreciamos tempos atrás, ao final de um bom jantar.

Carmes de Rieussec 2011: Segundo vinho do Chateau de Rieussec. Feito com Semillon (majoritária) e pitadas de Sauvignon e Muscadelle. Dezoito meses em barricas. Vinho amarelo dourado, brilhante, bem bonito. Aromas de damasco, papaia, mel e gengibre. Em boca, a acidez equilibra o dulçor. Menos concentrado que seu irmão maior, mas agrada bastante. Muito bom. Saint Agur para acompanhar o danado.







segunda-feira, 29 de julho de 2019

Cadus Blend de Alturas 2014: Equilíbrio

Cadus Blend de Alturas 2014: O JP gosta deste vinho. De vez em quando aparece com uma garrafa dele. Se não me engano, ele se chamava Blend of  Vineyards (Ou Tri-Malbec). É feito com uvas de vinhedos plantados em Agrelo, Vista Flores e Los Arboles, todos com mais de 1.000 m de altitude, aumentando do primeiro ao último. Além das diferentes alturas, os solos são diferentes, contribuindo para características distintas de cada vinhedo. Assim, cada um aporta características diferentes ao produto final. O vinho tem aromas de ameixas e framboesas, em meio a baunilha e outras especiarias. Em boca, repete o nariz e tem o dulçor bem equilibrado pela acidez e taninos firmes. Aliás, uma coisa que admiro nele é o seu equilíbrio. É um Malbec que não é enjoativo, pelo contrário, é muito agradável. Para quem aprecia um bom Malbec, tá aí uma boa pedida.  









Champagne Jacquart Mosaique Brut: Para celebrar a visita de um amigão!

Há alguns anos conheci o Ahmed. Era visitante do laboratório de um grande amigo e, por vezes, aparecia em meu laboratório para usar uns equipamentos. As visitas ao laboratório foram ficando cada vez mais frequentes e aquele Iraquiano tímido, com recente cidadania Alemã, foi ficando mais falante e risonho. Ficou amigo de meu pós-doc Indiano, o Chakra, e sempre estavam juntos. Um dia resolvi ir com eles para São Paulo, para que conhecessem a cidade. No mercadão municipal, foi diversão pura. O Ahmed pode se deliciar com as tâmaras e também matar as saudades de falar sua língua natal com vizinhos de sua terra moradores da cosmopolita São Paulo. Quando foi embora, deixou saudades. Mas na semana passada, nos deu o prazer da visita. Breve, mas suficiente para matar um pouco das saudades. E para um dos jantares, levei este Champagne Jacquart Mosaique Brut, que agradou. Cor palha, bolhas finas e persistentes e aromas de maçã, damasco, panificação e leve mel. Em boca, fresco e cremoso. Bem gostoso e pedindo outra taça, como deve ser um Champagne. Evaporou logo, como a visita do amigo Ahmed...





domingo, 28 de julho de 2019

Com todo direito a replay: Cheval des Andes 2010

Raramente repito postagem de vinhos. A não ser, para mostrar a sua (boa) evolução em alguns anos, informação que acho importante. Mas no caso deste Cheval des Andes 2010, há um motivo a mais. Foi um presente do amigo Vitor, que atentou-se a desejo que já manifestei em relação ao Cheval des Andes, que é o de bebe-lo já com alguns anos nas costas, já que os que apreciei sempre foram jovens. Eu queria saber sobre a sua evolução, já que os próprios produtores dizem que o vinho é de longa guarda. Bem, a maioria já sabe que a Cheval des Andes nasceu após uma viagem de Pierre Lurton, Presidente do Cheval Blanc, a Argentina em 1998. Na ocasião ele ficou encantado com a beleza do vinhedo Las Compuertas, da Terraza de los Andes. E já em 1999 foi fundada a Cheval des Andes, uma joint venture do grande Cheval Blanc com a Terrazas de los Andes. Em 2001 foi lançado o primeiro Cheval des Andes, tendo já feito muito sucesso, que se arrasta nesses anos. O vinho é feito com Malbec, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, que nesse 2010 foram na proporção de 50/30/20, respectivamente. A Petit Verdot teve uma participação maior nesta safra. É um vinho de cor escura, densa, e aromas florais, de cereja preta, ameixa, chocolate, café e minerais. Em boca, repete o nariz e é denso, sedoso, com um toque levemente austero, talvez oriundo da Petit Verdot e/ou da barrica. Os taninos já estão devidamente arredondados pelo tempo e o final é longo e com notas de café e alcaçuz. Com o tempo, o vinho vai ficando cada vez mais equilibrado e agradável. Estilo muito bordalês. Foi ganhando ainda mais qualidade com a aeração. Um belo vinho, que mostrou o se potencial nesses mais de 9 anos. Atendeu as minhas expectativas em relação à guarda. Se tem um desse, pode guardar sem medo de ser feliz. Para melhorar, foi um presente muito gentil de meu amigo Vitor, que sabe apreciar belos vinhos e os conhece muito bem. Vale, grande Vitor!






sexta-feira, 26 de julho de 2019

Remelluri Reserva 2009

Peguei esse Remelluri Reserva 2009 em uma bota-fora da Mistral. Riojano de categoria, com aromas de cereja preta,  ameixa, baunilha, couro, tabaco e terrosos. Em boca, boa concentração e um toque levemente doce. Boa acidez, mas não aquela acidez cítrica típica de riojanos clássicos. Os taninos já estão bem domados e o final é longo e especiado, com um toque terroso. Para mim, atingiu o seu ápice. Está muito bom agora, com 10 anos. Eu não guardaria mais.




quinta-feira, 25 de julho de 2019

Campolargo Alvarelhão 2012

O Sr. Carlos Campolargo é um craque da Bairrada. Tem um belo portifólio e foge da normalidade. Aprecio muito seus vinhos. O Campolargo branco, feito com a Cerceal é, para mim, um dos melhores brancos portugueses. Mas eles faz ótimos tintos também.  Este Campolargo Alvarelhão 2012, cujo belo rótulo traz uma foto antiga de pessoas no Parque da Curia (Tamengos, Anadia), foi feito com uma casta que estava esquecida em Portugal. Apenas 2.800 garrafas foram produzidas. É vinho leve, com passagem curta por madeira. Tem aromas florais, de ameixa fresca e toques vegetais. Em boca, boa acidez, taninos redondos e certa mineralidade. Notas vegetais e leve apimentado. A comparação pode parecer estranha, mas lembrou-me vinhos feitos com a italiana Nerello Mascalese, mas com uma pitadinha maior de Nerello Cappuccio. Vinho recomendado para ser bebido mais jovem, mas que aguentou bem esses 7 anos. E tres dias depois, na geladeira com o vacuvin, estava perfeito. Como bom bairradino, é resistente. Vai bem solo, mas fica melhor com comida. Gostei dele. Mas não pelo preço que é vendido. Não poderia passar muito de 100 pilas...







quarta-feira, 24 de julho de 2019

Noite de belos vinhos na confraria, com direito a um double de Pesquera Reserva 2012

Estávamos todos com sede e adiantamos a reunião da confraria para quarta-feira. A ideia era levar vinho bão, claro. Dois confrades estão em viagem, mas outros 6 marcaram presença. E a noite ainda foi marcada por um double de Pesquera Reserva 2012. São raros os doubles na confraria. Lembro de poucos, nesses anos todos. E este, foi bem vindo, claro. Uma levada pelo Paulinho e outra pelo JP. Ambas, idênticas, apesar de não terem obrigação de ser...rs. Um vinhão, com cereja preta, madura, ameixa, especiarias doces, alcaçuz e tabaco. Em boca, frescor e sedosidade, com taninos doces e já domados. Madeira bem dosada e toque abaunilhado. Um Pesquera típico. Bem gostoso. Ninguém reclamou de beber em duplicata. A propósito, o Caião já havia nos brindado com um desses (clique aqui). 
Mas dois belos espanhóis ainda figuraram na noite. O primeiro deles, levado por este que vos escreve, foi um Pingus PSI 2014. Um vinho muito bem feito, com aromas florais, de frutas silvestres, notas herbáceas e minerais. Em boca, ótima acidez, lhe aportando um belo frescor, fruta fresca, notas vegetais e taninos finos. Destaque para seus belos aromas florais e ótimo frescor. Bem distinto do Pesquera. Um belo vinho, que pode ser bebido agora, mas que pode ganhar com tempo em adega. Mas se não tiver paciência, pode beber agora sem medo. 
O outro espanhol, levado pelo Joãozinho, foi um querido da confraria: Imperial Reserva 2015. Aqui, 4 comentários: 1. Que bela safra a 2015 na Europa!; 2. O Imperial Reserva está fincando cada vez mais próximo de seu irmão Gran Reserva e 3. O vinho parece, a cada ano, adquirir uma faceta mais moderna e 4. Continua delicioso o danado! Aromas de cereja preta, tostado, alcaçuz e especiarias. Sedoso em boca, com frescor (não tão evidente quanto o PSI) e taninos finos. Final longo e com toque tostado. Desce redondo e suplica por mais uma taça. Belo vinho de uma grande safra!
Mas a noite ainda tinha 3 outros vinhos, e um deles, levado pelo Cássio, me arrebatou: Le Macchiole Paleo 2009. O produtor italiano acumula prêmios nos poucos tipos de vinho que produz. E este era um vinhaço! A Cabernet Franc em sua melhor forma. Aliás, sempre digo: A CF recompensa quem tem paciência! Eu guardo sem medo. Esse Paleo tinha um nariz incrível, que começou meio nervoso, com aquela pimenta-do-reino típica, e foi se amaciando, ficando equilibradíssimo, com notas florais e de amoras, cacau, azeitona preta, tabaco e, claro, pimenta-do-reino. Em boca, grande intensidade, mais seco que os outros apreciados na noite, fino, elegante, fresco e com taninos finíssimos. Final interminável e especiado. Que beleza de vinho! Para mim, degrau de cima na noite. Que sorte que tenho um 2004 desse descansando na adega.
O Tonzinho também levou um belo vinho, também italiano, mas agora, da Sicilia: Tornatore Trimarchisa 2014. O produtor fica na parte norte do Monte Etna e produz apenas 3 tintos, 2 brancos, um Rosé e um espumante. Esse Trimarchisa é um típico Nerello mascalese com aquela pitadinha de Nerello Cappuccio. A maturação é feita em botti de 2500 litros e cimento, por 18 meses, além de afinamento por 6 meses em garrafa. Vinho de cor mais clara e aromas de cereja e framboesa, em meio a alcaçuz e um toquezinho mentolado. Em boca, repete o nariz e mostra taninos finos e sedosos. Final longo e com notas de alcaçuz. Um belo vinho, muito elegante e com muita presença. Para beber em taça de borgonha. Acertou em cheio, Tonzinho!
E o Caião, levou um argentino bem conhecido: Angelica Zapata Malbec Alta 2015. Um representante típico da casta, mas com menos ameixa que o habitual. Cor mais clara e aromas de framboesa, florais e minerais. Em boca, dulçor, boa acidez e taninos ainda pedindo um tempinho. Esse vinho precisa de duas coisas: Um pouquinho mais de adega, e uma boa carne! E foi isso! Bela noite no L'Osteria.












terça-feira, 23 de julho de 2019

Boekenhoutskloof Semillon 2009: Um baita branco!

Os vinhos da África do Sul são, por vezes (ou muitas vezes) renegados pelo público. Um grande erro, pois de lá saem grandes tintos e brancos. É que muita gente está acostumada com alguns exemplares de qualidade duvidosa que pintam no mercado. Mas eu acho os vinhos de lá bons e competitivos. E quem pensa que de lá vem tinto com corte bordalês e o famoso Pinotage, pode encontrar também ótimos Cabernet Sauvignon e Syrah. Dos Pinot Noir de lá, não sou muito fã. E os brancos? Há boa oferta de Chardonnay, Sauvignon Blanc e Semillon. Os primeiros não me agradam. Pelo menos os que bebi. Achei a madeira proeminente. Mas os Sauvignon Blanc e Semillon me deixam feliz. Como este Boekenhoutskloof Semillon 2009A safra, foi excelente e gerou belos vinhos. É vinho feito com uvas de videiras muito antigas, com mais de 100 anos. Passou 13 meses em madeira nova, sur lie. A cor é linda, amarelo dourado. Os aromas, remetem a frutas cítricas, pera e maçã, com fundo mineral e amendoado. Em boca, bela acidez, sedosidade e mineralidade. Ótima textura, persistência e final mineral e amendoado. A madeira é presente, mas não incomoda nem um pouco. Ah, tem uma pitadinha de Sauvignon Blanc (5%), que contribui para o frescor. Lembrou-me o português Esporão Private Selection, mas ainda com mais estrutura. Gostei demais! Comprei em um bota-fora da Mistral e se pintar de novo, coloco na cesta.






Terranoble Estate Chardonnay 2018

Rapidíssimo: Sem madeira e fresco!

Titular Reserva 2013: Dão, e pronto!


Titular ou Reserva? No meu time, joga fácil. É Titular Reserva 2013, vinho do Dão feito com Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz. O nariz do Dão, com aromas florais comedidos, sem exageros da Touriga Nacional de outros locais, fruta acertada, notas de banana da Alfrocheiro, chocolate e algum vegetal. Em boca macio e ao mesmo tempo, com boa presença, frescor e mineralidade. Taninos finos e final médio, com toque de cacau e vegetal. Vinho que agrada, só ou com comida (principalmente com essa). Boa compra! Adquirido no Emporio Festval. Preço condizente com terra brasilis.








segunda-feira, 22 de julho de 2019

Brunello di Montalcino Ciacci Piccolomini Vigna di Pianrosso Riserva Santa Caterina D'Oro 2001: Para os 18 anos de meu filho!

Comprei este Brunello di Montalcino Ciacci Piccolomini Vigna di Pianroso Riserva Santa Caterina D'Oro 2001 há uns bons anos, pensando no aniversário de 18 anos de meu filhão, que nasceu em 2001. Ele teve a sorte de nascer em um ano de belos vinhos na Itália. E este Brunellão, de vinícola centenária, foi um ótimo representante da safra, aberto no dia do aniversário de meu filho. É o vinho top da vinícola, feito com uvas selecionadas do vinhedo Pianrosso, de apenas 12 hectares. O vinho matura por 4 anos em botti de 2000 e 3000 litros de carvalho da Eslavonia, e mais um ano de afinamento em garrafa. O vinho é especial. Bela cor brilhante e aromas complexos de flores, cereja, chá, couro e especiarias. Em boca, ótimo corpo, acidez perfeita e taninos finíssimos. Grande persistência e final especiado. Uma beleza de Brunello, digno da data! Só para se ter uma idéia, a WS lhe outorgou belos 98 pontos. O nome é grande, o vinho também! A propósito, meu filho bebeu só uma tacinha, pois não curte bebida alcoólica. Eu tive que me esforçar e liquidar a garrafa.