domingo, 28 de julho de 2019

Com todo direito a replay: Cheval des Andes 2010

Raramente repito postagem de vinhos. A não ser, para mostrar a sua (boa) evolução em alguns anos, informação que acho importante. Mas no caso deste Cheval des Andes 2010, há um motivo a mais. Foi um presente do amigo Vitor, que atentou-se a desejo que já manifestei em relação ao Cheval des Andes, que é o de bebe-lo já com alguns anos nas costas, já que os que apreciei sempre foram jovens. Eu queria saber sobre a sua evolução, já que os próprios produtores dizem que o vinho é de longa guarda. Bem, a maioria já sabe que a Cheval des Andes nasceu após uma viagem de Pierre Lurton, Presidente do Cheval Blanc, a Argentina em 1998. Na ocasião ele ficou encantado com a beleza do vinhedo Las Compuertas, da Terraza de los Andes. E já em 1999 foi fundada a Cheval des Andes, uma joint venture do grande Cheval Blanc com a Terrazas de los Andes. Em 2001 foi lançado o primeiro Cheval des Andes, tendo já feito muito sucesso, que se arrasta nesses anos. O vinho é feito com Malbec, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, que nesse 2010 foram na proporção de 50/30/20, respectivamente. A Petit Verdot teve uma participação maior nesta safra. É um vinho de cor escura, densa, e aromas florais, de cereja preta, ameixa, chocolate, café e minerais. Em boca, repete o nariz e é denso, sedoso, com um toque levemente austero, talvez oriundo da Petit Verdot e/ou da barrica. Os taninos já estão devidamente arredondados pelo tempo e o final é longo e com notas de café e alcaçuz. Com o tempo, o vinho vai ficando cada vez mais equilibrado e agradável. Estilo muito bordalês. Foi ganhando ainda mais qualidade com a aeração. Um belo vinho, que mostrou o se potencial nesses mais de 9 anos. Atendeu as minhas expectativas em relação à guarda. Se tem um desse, pode guardar sem medo de ser feliz. Para melhorar, foi um presente muito gentil de meu amigo Vitor, que sabe apreciar belos vinhos e os conhece muito bem. Vale, grande Vitor!






2 comentários:

  1. Caro Flávio,
    não só é com muita satisfação que leio seus textos como também aprendo muito com eles.Li a matéria sobre este Cheval e a achei muito curiosa, sobretudo porque ainda tenho em minha adega 03 garrafas da safra 2006. A quarta (também de 2006) eu abri há cerca de uns 05 anos atrás e infelizmente, para minha decepção, não achei lá essas coisas e não fez jus a fama que li a respeito da safra. Como considerei a possibilidade de ter aberto uma "zebra",ou seja,uma daquelas garrafas que,apesar da safra e da fama do produtor,simplesmente não entregam tudo aquilo que esperamos,seja por mal armazenamento,gosto pessoal ou sabe-se lá qual motivo,resolvi então guardar as outras por mais alguns anos para confirmar (ou não ) a minha primeira impressão.Assim sendo, tenho aguardado pacientemente por uma nova ocasião que mereça abrir uma segunda e tirar a "prova dos nove".Se minha opinião vai mudar eu sinceramente não sei mas após ter lido sua matéria pelo menos posso dizer que já tenho um bom motivo para tentar.
    Abraço,
    Renato Ponte

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Renato,
      Muito obrigado pelo comentário e gentis elogios. Fico muito feliz que seja um leitor assíduo do blog.
      Então, eu tive a oportunidade de beber o Cheval des Andes 2006 em algumas oportunidades. Todas, quando ele ainda era jovem (no máximo 6 anos). Gostei muito em todas elas. Eu estou torcendo para que você tenha tido azar e pegado uma daquelas garrafas "premiadas", ou como você bem definiu, uma "zebra". Isso não é anormal, mesmo com grandes produtores. Eu li comentários recentes sobre o 2006 nos quais é citado que ele ainda está ótimo, e até com mais anos de bela vida. Eu acho que você será bem sucedido na sua prova dos nove. O que notei com esse 2010 é que a decantação fez uma grande diferença. O vinho ganhou um equilíbrio notável.
      Depois me fale como foi a experiência com a nova garrafa!
      Abraços,
      Flavio

      Excluir