domingo, 29 de janeiro de 2017

Tilenus Crianza 2005: Tá na hora!

Comprei este Tilenus Crianza 2005 em uma ótima promoção da Domus Vini. O vinho, das Bodegas Estefania (grupo MGWines), é produzido com a emblemática Mencía, de Bierzo. O nome do vinho é em referência ao deus Celta da guerra, Teleno (equivalente ao romano Marte). Passa 14 meses em barricas e o enólogo é o conhecido Raúl Pérez (Castro Ventosa). Este Tilenus 2005 já estava com a rolha seca, tendo se rompido ao ser retirada. Mas o vinho estava muito bom. Ao nariz mostrava notas de frutas maduras, cereja e framboesa, em meio a tabaco, cacau e couro. Em boca, fruta madura, boa acidez e taninos doces, já bem arredondados pelo tempo. O final tinha um toque de couro e especiarias. Um vinho muito agradável, que está no seu máximo, e a meu ver, deve começar a descer a ladeira. Pelo menos é como se mostrou esta garrafa. Assim, se tiver um, mande ver.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Laberinto Pinot Noir 2013: Muito bom!

Já escrevi algumas vezes aqui que sou meio chato em relação a Pinot Noir chileno. Toda vez que abro um, sempre fico com receio de encarar um Pinot Noir extraído, álcool exagerado etc. Mas já tive boas e positivas surpresas com alguns deles, como o Arboleda, Garcia-Schwaderer, Falernia etc. Conhecendo os vinhos da vinícola Ribera del Lago (Laberinto), que produz um ótimo corte Cabernet/Merlot (clique aqui) e Sauvignon Blanc (clique), eu fui com fé neste Laberinto Pinot Noir 2013. O vinho é produzido pelo enólogo Rafael Tirado, com uvas de videiras plantadas ao lado do Lago Colbun, no Vale do Maule. Fica bem pertinho de Talca, cidade de mi hermano Ariel. Aliás, quando estive lá passamos ao lado do lago em caminho aos Andes. Arrependi-me de não ter visitado a vinícola. Na próxima vez, irei lá, sem dúvida. Na ficha técnica do vinho, no site do produtor, está escrito que este Pinot Noir passa 12 meses em barricas francesas e 12 em garrafa antes de ser comercializado. Fiquei na dúvida se as barricas são usadas, se parte delas são novas, ou se apenas parte dele é maturado. O fato é que a madeira não deixa marcas. Ao nariz o vinho mostra notas de cerejas e morangos, em meio a notas minerais. Em boca é leve, refinado, com ótimo frescor e mineralidade. Nada de exageros, superextração etc. Um ótimo Pinot Noir, que evapora logo da taça e pede outra. O Luiz Cola também gostou dele. 



terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Gran Enemigo Single Vineyard Gualtallary 2012: Minhas impressões sobre o melhor vinho argentino, segundo a Wine Advocate!

Dias atrás bebemos este Gran Enemigo Single Vineyard Gualtallary 2012, obra do grande Alejandro Vigil e Adrianna Catena. Recentemente este vinho ficou em primeiro lugar em uma lista dos melhores vinhos argentinos pela Wine Advocate, com nada menos que 98 pontos! Seu irmão de 2011 havia obtido a mesma pontuação anteriormente. 
O vinho é feito com 85% Cabernet Franc, uva que gosto demais, e 15% Malbec. As uvas provêm de vinhedos de alta densidade e a produção é pequena (menos de 3.000 garrafas). Segundo o próprio Alejandro, ele e Adrianna Catena fizeram o vinho ao estilo bordalês, em que a Cabernet Franc é cortada com outras variedades da região. Quanto ao vinho, sua cor é escura, densa, intransponível, e os aromas, típicos da casta, com notas de amoras em compota, azeitona preta, pimenta do reino e chocolate amargo. Em boca é explosivo, muito denso, com longo final e taninos ainda jovens. Um vinho novo, que a meu ver, precisa de tempo. Aliás, Cabernet Franc costuma premiar quem tem paciência... Concordo mesmo que seja um Cabernet Franc ao estilo bordalês, e não Loire. Só por curiosidade, há uma discrepância grande entre a avaliação da Wine Advocate e a Wine Spectator. A primeira, como citei, lhe tascou 98 pontos e elogios rasgados. A segunda foi (bem) mais comedida, invertendo os números e lhe atribuindo 89 pontos. Olha, quem sou eu para me meter nesse negócio de pontos, mas eu acho que as duas revistas poderiam entrar em um acordo...rs. Particularmente, eu gostei mais do 2010. Talvez por tê-lo bebido um pouco menos jovem, sei lá... Questão de gosto. Nesse 2012, eu só queria sentir uma pitada a mais de acidez. Mas o vinho é grande!



segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Philippe Pacalet Grevrey-Chambertin 2011, Pintas 2012 e EPU 2010

Três vinhos de responsa na foto. O primeiro deles, da esquerda para a direita, é um EPU de Almaviva 2010, já comentado aqui no blog (clique aqui). Da época que bebi, começo de 2014, para cá, ele mudou um bocadinho. Acho que ficou com ares mais de frutas maduras, taninos doces, coisa assim. Mas continua bom (embora não seja o vinho que eu coloque na cesta). Eu preferi quando ele estava com 4 anos, por mostrar mais frescor.
O segundo da foto, o borgonhês biodinâmico Philippe Pacalet Gevrey-Chambertin 2011. Vinho com pouco álcool (12,3%), leve, com aromas florais e evidentes de jaboticaba, em fundo terroso e especiado. Em boca, sutil, leve, boa acidez e taninos redondos. Um ótimo vinho do craque Pacalet. Mas confesso que as notas de jaboticaba causaram uma certa estranheza nos presentes. 
E para finalizar, um Pintas 2012, do casal Sandra Tavares da Silva e Jorge Serôdio Borges. Feito com uvas de vinhas de mais de 80 anos, contendo mais de 20 castas, entre elas a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinto Cão, Tinta Barroca e Rufete. Pisa a pé em lagares de granito. A densidade aparece já na cor, escura, intransponível. Ao nariz, fruta madura, amoras em compota e cereja preta, em meio a cacau, grafite e especiarias. Em boca era intenso, muscular, mineral, com ótima acidez e taninos ainda por se arredondar. Um vinho poderoso, de grande presença, e para durar muitos e muitos anos. Bebê-lo agora foi, claro, uma grande experiência. Mas ele merecia uns bons anos na adega para se acalmar. Grande vinho! Se tiver um, guarde.
Isso aí!


Amarone della Valpolicella I Filari del Pigno 2011: Gostei!

Bebemos este Amarone della Valpolicella I Filari del Pigno 2011, da Azienda Agricola Brigaldara, semanas atrás. Não encontrei muitas informações sobre ele no site da vinícola. Só sei que é feito com as uvas Corvina, Corvinone e Rondinella. Eu não sou lá muito fã de Amarone, principalmente por que alguns são muito pesados para o meu paladar. Mas este tinha características que me agradaram muito. Sua cor era granada, bem bonita, brilhante. Ao nariz, mostrava notas de cereja preta, baunilha, menta e minerais. Em boca, clareza e destaque para a ótima acidez, que lhe aportava frescor e fazia com que pedíssemos uma nova taça. Os bons taninos completavam o conjunto. Vinho de ótima persistência, com final mineral e com aquele toque amaro característico.  Engraçado que me remetia a bons vinhos do Priorato, principalmente pela acidez e mineralidade. Gostei dele!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Uma noite fraca na confraria


Nenhum agradou. Simples assim...

Levado por mim. Paul Jaboulet Ainé Syrah 2013. Tânico, melhor ao nariz que em boca. 
Levado pelo JP. Corte de Malbec, Carmenére, Syrah, País, Carignan e Touriga Nacional. Aromas um pouco estranhos, resinosos. Em boca, não pedia outra taça.

Para combinar com o nome de quem levou, Paulão... Cabernet Sauvignon majoritária, com quantidades menores de Merlot, Cab Franc, Malbec e Petit Verdot. Não empolgou. Será que pela idade? E olha que não é baratinho...

Oferta do Tonzinho. Merlot majoritária, com quantidades menores de Cabernet Sauvignon e Franc. Mais sedoso que seu primo de Pauillac. Mas também não empologou. Será que precisava de tempo em adega?



quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Fincas de Ganuza Reserva 2004: Que belo Riojano!

Os vinhos do produtor Remirez de Ganuza são mesmo de primeira! Só tenho uma pequena ressalva quanto ao branco (Erre Punto), que para mim, tem que ser bebido jovem, pois com a idade perde frescor. Mas os tintos, são excelentes. O Trasnocho, um vinho top da vinícola, é uma beleza. O Remirez de Ganuza Reserva, um estouro, e este Fincas de Ganuza Reserva 2004, é um vinhão.  Bem, a safra foi excelente e gerou vinhos mais concentrados, cheios de força. O vinho é feito com 90% Tempranillo e 10% Graciano, e fermenta em tanques pequenos de aço inox e tinas de carvalho francês de 7.000 litros. A maturação transcorre por 24 meses em barricas novas de carvalho francês (70%) e americano. Trata-se de um Rioja no estilo moderno, de cor mais escura e com aromas ricos de cereja preta e ameixa, em meio notas tostadas, de café e um fundo mentolado e de aniz (que vai surgindo com o tempo). Em boca, repete o nariz, mostra muito vigor, ótima acidez e taninos redondos. O final é longo e com toque de café. Um vinhão, que pede sempre outra taça! Considerando o seu preço no exterior, poderia ser comercializado a um menos salgado aqui.


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Apaltagua Grial 2008: Carménère do andar de cima

Gosto dos vinhos da chilena Apaltagua. O Signature, por exemplo, é muito bom. Este Apaltagua Grial 2008 é um vinho top da vinícola. É feito com vinhas de mais de 60 anos e matura por 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Tem aromas de ameixas, amoras, café, tostado e terrosos. A pirazina, está lá, claro... Mas não é exagerada. Em boca é denso, mais seco que muitos conterrâneos, boa acidez e taninos firmes. Tem ótima estrutura para escoltar uma boa carne na brasa com aquela dose carregada de gordura. Gostei do vinho, ainda que a Carménère não seja minha uva predileta. Para mim, mesmo depois de beber o famoso (e caro) Carmin de Peumo, ainda considero o Microterroir e o El Incidente os melhores vinhos feitos com a casta, por não serem carregados de pirazina. Este Grial bate fácil de frente com o Terrunyo. Mas seu lado mais seco, frescor e taninos firmes me agradam mais.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Falernia Pedro Ximenez 2013: Experimente!

A uva Pedro Ximenez é muito mais conhecida pelos vinhos Jerez de sobremesa. Mas a vinícola chilena Falernia produz este branco com a casta. O vinho é fermentado em tanques de inox e permanece por 4 meses com as borras, com battonage semanal. Levei este Falernia Pedro Ximenez 2013 embrulhado para beber com amigos e a aprovação foi geral. A maioria pensou se tratar de um Riesling. O vinho tem cor amarela, bem clarinha. Ao nariz mostra notas florais e cítricas (lima e limão), em um fundo mineral que remetia a vinhos feitos com a Riesling (mas sem aquelas notas fortes de petróleo). Em boca, destacava-se pela ótima acidez, que lhe aportava muito frescor, e mineralidade. O final é mineral e com leve toque herbáceo. É um vinho refrescante, para bebericar ou acompanhar queijo de cabra. Acho que também escoltaria ostras frescas. Muito bom! Vale a pena experimentar. Mesmo por que, tem bom preço.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Quinta das Bágeiras Bruto Natural Reserva 2004: Espumante Português Austero!

Um dos espumantes que abri nesse final de 2016 foi este Quinta das Bágeiras Bruto Natural Reserva 2004. O espumante bairradino é feito sob a batuta de Mário Sérgio Alves Nuno, com as castas Maria Gomes, Bical e Rabo de Ovelha. O vinho é fermentado em tanques de inox e estagia 2 anos na adega antes de sair ao mercado. Como o próprio nome diz (Natural ou Nature), não tem adição de licor de expedição. A foto mostra sua cor amarelo ouro, brilhante, bonita. As borbulhas são finas e numerosas. Ao nariz mostra notas de mel, vegetais, leve jerez e frutas cítricas, lembrando cagaita (Conhece? É uma fruta do cerrado, produto de árvore grande, de cor amarela e aromas e sabor exótico. Comia muito quando era moleque em minha Minas Gerais... Mas chamava apenas de gaita... Diziam que dava dor de cabeça se comesse muito...rs). Em boca é que o espumante mostra sua força. É seco, austero, vibrante, com ótima acidez, cítrico e final levemente vegetal. Muito vivo! Aqui do Brasil, lembrou-me o Estrelas do Brasil Brut, mas mais seco e com mais estrutura e pegada. A meu ver, não é para bebericar. É espumante que se destaca acompanhando comida. Pelo menos uns petiscos e/ou salada. Mas ele aguentou firme e fez par perfeito com belas postas de bacalhau. Vale a pena conhecer. É importado pela Premium, de BH. Só lamento que seja tão difícil encontrar os vinhos deles aqui no interior de São Paulo.



domingo, 1 de janeiro de 2017

Os destaques do Guia Descorchados 2017

Patricio Tapia lançou recentemente o Guia Descorchados 2017, com novidades bem-vindas, como novas vinícolas e descrição de novos vinhos que têm surgido e as mudanças recentes na viticultura de nossos vizinhos. Ele também traz uma descrição de cada um dos vales chilenos. Ainda não li, mas me parece interessante esta nova edição. Abaixo alguns destaques, retirados do site Vivir para Comer:

Melhor Tinto: Gandolini Las 3 Marias Vineyard Cabernet Sauvignon 2011 (98 pts) (Disponível no Brasil nas lojas paulistanas Dom Castilho e Bacco’s)

Melhor Branco: Cono Sur 20 Barrels El Centinela Estate Sauvignon Blanc 2016 (97 pts). Acho que é importado pela La Pastina. Mas os vinhos da Cono Sur são encontrados facilmente no mercado brasileiro.
Melhor Espumante: Bodegas Re, Re Renoir Virgen (94 pts) - Grand Cru; Caballo Loco Brut Nature (94 pts) – Não sei onde encontrar; Morandé Brut Nature (94 pts) – Grand Cru
Melhor Rosé: Bodegas Re, Pinotel Moscatel Rosado 2016 (93 pts) – Grand Cru; De Martino, Gallardía Rosé Cinsault 2016 (93 pts) - Decanter
Vinícolas Revelação: Bisquertt, Caliterra, Roberto Henríquez, Tinto de Rulo
Linha Revelação: Santa Carolina Cuarteles Experimentales; William Fevre Quino
Super Preço Tinto: Palo Alto Orgânico CS, Carignan, Shiraz, Carmenere, Malbec 2015 (91 pts)
Super Preço Branco: Caliterra Reserva Sauvignon Blanc 2016 (91 pts) - Decanter