sexta-feira, 29 de abril de 2011

Quinta do Cabriz Reserva 2005

Anos atrás adquiri na Expand, do Outlet Premium da Bandeirantes, algumas garrafas do Quinta do Cabriz Reserva 2005. O vinho estava em uma excelente promoção, pela metade do preço. Tenho bebido as garrafas aos poucos, e nesta semana passada apreciei a última, que estava uma delícia, e por isso, não posso deixar de comentar. A Quinta do Cabriz é investimento da Dão Sul, que tem inclusive projetos no Brasil. Este reserva é feito com uvas nobres (Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz) e afina 9 meses em barricas de carvalho francês. O vinho possui aromas florais, de frutos silvestres, cereja, baunilha, notas de estrebaria, couro e um tostado bem integrado. Em boca é amplo, com taninos redondos e macios, e acidez característica dos vinhos do Dão. Gosto muito deste tipo de vinho. Aliás, o Cabriz mais simples, o colheita, que é uma pechincha, recebeu 90 pontos da Wine Spectator na safra de 2008. Bem, o reserva 2005 recebeu 89 pontos. Eu inverteria tranquilamente estes números. A propósito, os vinhos da Quinta do Cabriz são comercializados atualmente pela Wine Brands.

Stump Jump GSM 2008 - Bom e barato!

Esses dias passei na Mercearia 3M, do amigo Idinir, e vi várias garrafas do Stump Jump GSM 2008, da vinícola d'Arenberg. Tive então que levar para apreciar com uma boa massa ao molho vermelho. Este vinho foi o número 63 da lista dos top 100 da Wine Spectator, no ano de 2010. É vinho feito com o corte de Grenache, Syrah e Mourvédre, em proporções parecidas. Esta é uma mistura que combina muito bem. O vinho é leve e floral, com notas de groselha, romã, cassis, especiarias e chocolate amargo. Seus taninos são macios e o vinho tem acidez excelente para acompanhar comida ou também ser bebido sem acompanhamento. Sem dúvida, às cegas, passaria por um bom vinho do sul do Rhone, nada lembrando as bombas de frutas australianas. Um vinho a se experimentar, pois é bom e tem um preço muito atratativo. Se não me engano, é comercializado pela Zahil.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Valbuena Quinto Ano 1998, de Vega Sicilia

Nenhuma bodega espanhola é tão lendária quanto a Vega Sicilia, que produz grandes vinhos em Ribeira del Duero desde 1860. Mesmo que atualmente outros grandes vinhos sejam produzidos na Espanha (e sejam até mais caros), a bodega mantém o seu prestígio não apenas em seu país de origem, mas em todo o mundo. Vega Sicilia é sinônimo de elegância. Seus vinhos são exemplos de finesse. O Valbuena 5o Ano é o seu segundo vinho. Passa menos tempo em barrica que o irmão maior e está pronto para beber mais cedo. Além disso, embora seja majoritariamente Tempranillo (85%), possui 15% de Merlot e Malbec em seu corte. Isso mesmo, a Vega Sicilia tem vinhedos de Malbec. Obviamente, é menos complexo que seu irmão maior, mas aqui tratamos de dois cachorros grandes. Este Valbuena 1998 permaneceu 4 meses em tinas de 20.000 litros e daí foi transferido para barricas de carvalho (50% americano, 50% francês), onde permaneceu por 14 meses, voltando às grandes tinas de 20.000 litros por adicionais 6 meses. Como o próprio nome diz, foi comercializado apenas a partir de 2003.
Bem, mas vamos ao vinho. Este 1998 tem cor cereja púrpura, com notas alaranjadas. Ao nariz, notas de cereja e amoras, maduras, com leve tostado. Vinho de grande grande complexidade aromática. Em boca, repete o nariz e é elegância pura, como esperado. Taninos redondos, macios, super-sedosos e final duradouro. Como o tempo na taça vai ficando cada vez mais redondo e a cereja madura vai aparecendo mais ainda, combinando com notas de bala toffee. Que delícia! Uma maravilha de vinho e que honra o nome Vega Sicilia. Esta é a segunda garrafa que apreciei, da mesma safra. A outra bebi há dois anos atrás, e estava maravilhosa. Mas agora, está melhor ainda. Mas acredito que é seu ápice. A bebi em companhia de minha esposa, meus filhos e meus cunhados Bu e Miyoko , em meu bem comemorado aniversário. Os vinhos Vega Sicilia são comercializados no Brasil pela Mistral.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Casa Magrez tannat 2005

O amigo Paulão levou, nesta última quinta-feira, um vinho que foi uma grata surpresa: O uruguayo Casa Magrez Tannat 2005. O vinho é feito pelo Establecimiento Juanicó, uma empresa da familia Deicas, produtora de bons vinhos no Uruguay (Don Pascual, Bodegones del Sur, Familia Deicas e Casa Magrez). O Casa Magrez é produzido em parceria com o milionário francês Bernard Magrez, proprietário do Chateau La Tour Carnet e Chateau Pape Clement, dentre outros na França e outros paises. Este tannat Casa Magrez 2005 é um vinho excelente. É feito com uvas tannat de videiras com baixo rendimento e o vinho tem crianza de 18 meses em barricas de carvalho francês, o que lhe aporta muita complexidade e acalma os taninos da tânica tannat. Ele abre com aromas de ameixa, marmelada, baunilha e doce de figo. Depois de um tempo na taça surgem notas de couro e côco queimado. Em boca repete o nariz, e é amplo, com final longo. Os taninos, sempre presentes na tannat, são domados com maestria e estão muito redondos. Um belo vinho, que mostra como o Uruguay tem crescido em qualidade nos últimos anos. Uma boa e positiva surpresa Paulão! Imagino que deve ser também excelente o Gran Reserva Casa Magrez, que é um corte de 60% Tannat, 20% Cabernet Franc e 20% Merlot. Infelizmente, não sei onde adquirir os vinhos aqui no Brasil. Se alguém souber, por favor, me diga. Para mais informações sobre a Casa Magrez ver http://www.bernard-magrez.com/content/en/casa-magrez-uruguay .

Quinta do Crasto vinhas velhas 2003

Já comentei aqui no blog sobre um dos vinhos preferidos da confraria do Ciao, o Quinta do Crasto vinhas velhas (2005, 2007). Ainda não havia comentado a respeito do 2003, nem tampouco o 2004 e 2006, pois os bebi antes de criar o "Vinhobão" (repetindo a dose comento aqui no blog). Na quinta o amigo Fernando Tinton (Fernandinho), nos levou uma garrafa do Crasto vinhas velhas 2003. E que beleza estava! Frente a tantos vinhos bons ele deu o show. Sem dúvida, já estava mais maduro que o 2005 e outras safras mais recentes, mas estava repleto de vida. A fruta ainda estava exuberante, com notas de cassis e cereja bem vivas. Além disso, notas de chocolate e café. Em boca, redondo com nunca, com taninos bem domados pelo tempo. Ou seja, uma delícia de vinho! Para mim, o Crasto vinhas velhas, juntamente com o Quinta do Vale D. Maria e o Carm Reserva, continuam sendo imbatíveis em sua faixa de preço. Valeu Fernandinho!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vini Vinci 2011! Não dá para perder!

A 3a edição do Vini Vinci já está programada para o mês de maio. Em São Paulo ocorrerá nos dias 24 e 25 (terça e quarta-feira, respectivamente), no Hotel Grand Hyatt. Eu fui em todas as edições deste encontro, e todas foram excelentes. Serão cerca de 30 produtores da mais fina estirpe. Vamos torcer para a presença de CVNE, Tondonia, Bodegas Mauro, Fontodi, Dei, Argiano, La Spinetta, Pertimali, Elio Altare, Albino Rocca, Hans Lang, Champy, Bruno Clair... E para a sempre elegante presença portuguesa de Jorge Seródio Borges, que além de produzir excelentes vinhos, é de uma finesse incrível.
Bem, a lista é excelente! É só conferir!

Clos Apalta 2005: O primeiro do mundo em 2008!

Nessa última quinta levei à reunião premium da confraria um superchileno que ficou em primeiro lugar na lista dos top 100 da Wine Spectator. Neste ano, como sempre faço, arrisquei dois palpites certeiros para os top 10: Crasto vinhas velhas 2005 e Clos Apalta 2005. Fiquei feliz quando vi o Crasto faturar (com justiça, aliás) o terceiro lugar, e apreensivo quando vi que o Clos Apalta ainda não aparecia. Mas ai veio a surpresa: Ficou em primeiro! Feito único para um vinho chileno. E felizmente, eu havia já adquirido duas garrafas do danado, antes de sair a lista, pois depois que a ela saiu ele sumiu rápido das lojas. A propósito, os vinhos da Casa Lapostolle são comercializados pela Mistral. Bem, mas vamos ao vinho. Abri com antecedência e decantei por aproximadamente 3 horas, como recomendado pelo produtor. Aliás, o vinho já estava com leve borra na garrafa (não é filtrado) e precisava mesmo ser decantado. Logo ao abrir, os primeiros aromas já foram surpreendentes. Muita riqueza de frutas e também notas oriundas dos 24 meses em barricas de carvalho francês novas. Depois da decantação, acho que perdeu um pouco dos belos aromas de entrada. Mesmo assim, notas de cassis, amora, alcaçuz eram bem evidentes, se misturando ao chocolate amargo, cacau, baunilha, grafite e café-com-leite. A carmenére aparece bastante no vinho, com suas notas apimentadas (o vinho é um corte de 42% Carmenere, 28% Cabernet Sauvignon, 26% Merlot e 4% Petit Verdot). Aliás, nas últimas safras a porcentagem desta uva tem aumentado (o 2007, já comentado aqui no blog, tem 63% e o 2008 73% dela). Na boca é bastante amplo, untuoso e com taninos bem resolvidos. Mas eu esperava que o vinho estivesse mais sedoso, como um 2004 que experimentei anos atrás em degustação da Mistral (bem, o 2004 tinha mais Merlot em sua composição). Em verdade, este 2005 tinha uma notinha herbácea que me incomodou um pouquinho. É um grande vinho? Sem dúvida alguma! Mas para ser primeiro do mundo? Ai já não sei... A verdade é que a expectativa era muito grande, o que as vezes pode atrapalhar. Além disso, tomamos o vinho no final da festa, depois de ter tomado vários outros. Mas não sei o que meus confrades dizem disso. Eu geralmente fico mais feliz quando bebo um vinho sem muita expectativa e ele me surpreende positivamente. No caso deste Clos Apalta 2005, é um grande vinho, mas acho que vou esperar mais um tempo para abrir a outra garrafa que tenho na adega.

domingo, 17 de abril de 2011

Alfa Crux Malbec, Bramare de Cobos e Trapiche Single Vineyards - Uau!

Os três vinhos oferecidos pelos confrades Rodrigo, João Paulo e Caio, nessa última quinta-feira, são de encher a boca. Bem, começando com o Alfa Crux Malbec 2006, obra prima de O.Fournier, levado pelo amigo Rodrigo. Aliás, foi a segunda vez que ele me presenteia com este vinho. Eu já havia adorado na primeira, e continuo adorando! Vinho refinado, característica deste produtor, feito com uvas selecionadas de La Consulta. Estagia 20 meses em barricas de carvalho (80% francesas e 20% americanas), o que lhe aporta muita complexidade. Notas florais, de framboesa, ameixa e figo, leve cacau e um tostado bem gostoso. A acidez é boa e equilibra o lado doce da Malbec. Vinho redondo, sem arestas, uma delicia! Um dos melhores Malbecs argentinos. Valeu Doctor!

O João Paulo continua abusando! Levou um Bramare de Cobos Marchiori Vineyards 2006. Que vinho exuberante! De encher a boca. Aqui as notas de figo aparecem maravilhosas, tendendo ao Ramy. Notas também de amora, ameixa, café com leite e chocolate. Vinho muito complexo e cheio de camadas. Os taninos são redondos, doces e o final é longo e sedoso. Vinhaço! Top, top! Grande JP!
E continuando nos grandes Malbecs, o Caio me leva um Trapiche Single Vineyards 2007 Viña Domingo F. Sarmiento. Já comentei aqui no blog sobre o Fausto Orellana de Escobar 2007, também levado pelo Caio. São vinhos escolhidos anualmente pelo enólogo principal da Trapiche, pela sua qualidade, para comporem um conjunto especial, de 3 garrafas, vendida em uma caixa muito bonita. Este Single Vineyards Viña Domingo Sarmiento é também um primor de vinho. Também apresenta notas florais e de frutas como amora, framboesa e figo. Notas também de chocolate ao leite. Vinho sedoso, de final longo e delicioso. Outro vinhaço! Isso ai Caião!
A propósito, o Alfa Crux Malbec é comercializado pela Vinci e pode ser encontrado em São Carlos na Gran Reserva, dos amigos Clóvis e Elena. O Bramare de Cobos Marchiori 2006 e os Trapiche Single Vineyards (conjunto com a safra 2006 e Fausto Orellana de Escobar 2007), na Wine.

sábado, 16 de abril de 2011

Yacochuya 2006

O amigo João Paulo nos ofereceu o argentino Yacochuya 2006, vinho top da bodega San Pedro de Yacochuya, localizada em Cafayate, Salta. A bodega é uma parceria entre Arnaldo Etchart e o onipresente Michel Rolland. O vinho Yacochuya é muito controverso, principalmente pela sua graduação alcoólica (este 2006 possui 16,2%). Por isso, é sempre motivo de muitas discussões. Mas o importante aqui é considerar as características do lugar onde é feito e a personalidade própria do vinho. É vinho de altitude (2.035 m) e de uma região que é quente de dia e fria à noite. Isso lhe dá características próprias, principalmente a concentração e potencia. Quem conhece os vinhos da Colomé, também de Salta, sabe que eles também tem estas características. Este Yacochuya 2006 é feito com Malbec de videiras de mais 60 anos. Aliás, a área plantada da bodega é pequena (apenas 16 hectares, na maioria de Malbec, mas também Cabernet Sauvignon, Tannat e Torrontés). A crianza é por cerca de 18 meses em barricas novas de carvalho francês de 225 litros. O vinho é muito concentrado, daqueles de mastigar, e o álcool, embora em quantidade acima do usual, está bem integrado e não sobressai. Notas de amora, ameixa preta e figo, tudo muito maduro. Além disso, notas tostadas, de baunilha e de chocolate com leite. Na boca é untuoso, com taninos muito redondos e final longo. É um vinho excelente, para ser decantado e apreciado devagar. Deve ganhar com algum tempo de adega. No caso deste vinho, vá desarmado! Se há preconceito contra vinhos menos densos, há também aquele para com vinhos muito densos. A meu ver, preconceito não combina com o mundo do vinho. Aliás, não combina com nada!
A bodega produz ainda o mais em conta San Pedro de Yacochuya (outro vinho concentrado, mas nem tanto quanto seu irmão mais velho) e um Torrontés excelente, um dos melhores da Argentina, que mesmo apesar da alta concentração alcoólica possui tudo bem integrado. Aliás, os Etchart produzem excelentes Torrontés, inclusive alguns de ótimo preço. Os vinhos Yacochuya são importados pela Grand Cru, podendo também ser encontrados na Wine.
Ainda neste dia, o amigo Caio nos brindou com um vinho que gosto muito e que já foi comentado aqui no blog: O Poesia 2002. Aqui, já do outro extremo da Argentina e com característica completamente diferentes do Yacochuya. Primeiro, porque é um corte de Malbec (60%) e Cabernet Sauvignon (40%). Depois, porque não tem tanta potência quanto o Yacochuya. Vinho redondo, sedoso, complexo e com final longo. Um vinhão! Entre os melhores.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2005 - Vinhobão!

Ontem o amigo Tom nos brindou com uma garrafa do Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2005 (acompanhado de excelente comida...). Bem, já comentei algumas vezes aqui sobre outras safras deste vinho, que é sucesso constante em nossa confraria. Mas este merece destaque especial. Isso por que em 2008 foi eleito o número 3 do mundo nos TOP 100 da WineSpectator. Eu, que tenho umas garrafas dele guardadas na adega, estava curioso para conhece-lo e compará-lo com aqueles de 2003, 2004, 2006 e 2007. Na minha opinião, o 2005 é o mais senhorío e refinado de todos eles. Possui cor forte e aromas profundos de amora e kirsch, além de notas minerais e especiadas. O vinho possui também notas de grafite e chocolate. Em boca, é suculento e muito elegante, com taninos muito finos. É vinho sem filtragem ou colagem, mas ainda não apresenta precipitados (só pequenos vestígios). Deve evoluir ainda por alguns anos e estou curioso para saber como estará em 2-3 anos. Para tristeza de muitos, é safra esgotada e dificil de achar, até mesmo em Portugal. Quem tiver alguma garrafa deste 2005 guarde com carinho e abra em ocasiões especiais. Valeu Tonzinho! A propósito, o vinhos da Quinta do Crasto são comercializados em São Carlos pela Mercearia 3M, do amigo Idinir.

domingo, 10 de abril de 2011

Microterroir de Los Lingues Carmenére 2006 - Casa Silva

Hoje apreciei um presente de minha amiga Marilene, o Microterroir de Los Lingues Carmenére 2006, da vinícola Chilena Casa Silva. Esta vinícola é muito caprichosa, e este vinho, em particular, tem sido reconhecido como um dos melhores Carmenéres Chilenos. Ele foi destaque no Guia Descorchados 2011, arrebatando 94 pontos e ganhando como melhor vinho feito com esta uva. E eu acredito muito na opinião de Patricio Tápia. Este Microterroir é um vinho suculento, de mastigar, mas muito elegante e com muito equilibrio. Notas de groselha, framboeza, alcaçuz, baunilha e café. Obviamente, apresenta as tipicas notas de pimenta, mas na medida certa e sem exageros (pecado de muitos Carmenéres). Com tempo na taça surgem ainda notas de canela, muito atraentes. É um vinho muito rico, cheio de camadas. Em boca é redondo, sedoso, com taninos bastante finos. Encha a boca e perceba as gostosas notas de azeitonas gregas. Sem dúvida um dos melhores vinhos feitos com esta casta que eu apreciei. Para mim, melhor que o Purple Angel, que acho muito potente.
Vinho de primeiríssima! Belo regalo da Marilene, que acertou em cheio! Obrigado!
É vinho que ganha com a decantação, mas não espere para apreciar uma taça e conferir a evolução do vinho com a oxigenação. A propósito, o vinho pode ser encontrado em São Carlos na Mercearia 3M, do amigo Idinir.

sábado, 9 de abril de 2011

Barista, Clos des Andes, Esporão Touriga Nacional e Lindaflor 2002

Nesta quinta-feira tivemos vinhos bons na confraria. A foto mostra a sequência dos vinhos, e também reflete, a meu ver, a sequência de complexidade.



Começamos com um pinotage sul-africano de Paarl, o Barista 2009. Bem, todo mundo sabe, mas vale a pena lembrar que a Pinotage é o resultado de um cruzamento entre Pinot Noir e Cinsaut (conhecida como Hermitage na África do Sul). A variedade foi desenvolvida pelo professor de enologia da Universidade de Stellenbosch, Abraham Perold, em 1925. Desde então, se tornou uva emblemática da África do Sul. O amigo João Paulo o levou embrulhado e de cara chutei Syrah Australiano, tão evidentes eram as notas de chocolate e café. Fernandinho, prá variar, errou feio: chutou Malbec! Se bem que é característica da Pinotage ter notas de ameixa. Mas o chocolate e café imperam neste vinho, que também mostra notas de baunilha, ameixa e cereja. Tudo muito maduro, o que na verdade não me agrada muito. O vinho é feito realmente com frutas muito maduras e ainda descansa em carvalho frânces tostado, o que lhe aporta as notas de café tão evidentes. Aliás, quem visitar o site da vinicola verá que a referência é mesmo para os "Baristas", artistas na elaboração do café. A associação com o café está em toda parte. É vinho que tende para o lado doce, fácil de beber (uma taça...rs) e novo-mundista por excelência. Não repetiria.
Seguimos com um vinho levado pelo Paulão, que gosto muito e que já foi comentado aqui no blog, o Clos des Andes 2006. Vinho aromático, potente, gostoso, mas ainda novo e que deve ganhar com o tempo na adega. Para beber agora deve ser decantado por no mínimo uma hora.
O vinho seguinte foi um Esporão Touriga Nacional 2004. Bem, sou suspeito, pois fui eu quem o levei, mas sendo imparcial, é um vinhão. O Esporão Touriga sempre ganhava como melhor vinho em sua faixa de preço nas antigas e saudosas megadegustações da revista gula. Este 2004 eu bebi há uns 2-3 anos anos e era um menino, agressivo, mas agora, já estava redondinho. Tive que decantar antes para livrar das borras já intensas. Vinho prontíssimo para beber. Ao nariz, já mostrava a riqueza da touriga nacional, com as notas florais típicas de violeta. A fruta era também exuberante, com cereja e ameixa. Também presentes notas especiadas e de café. Um vinho muito gostoso. A propósito, também levei embrulhado e o amigo João Paulo acertou que era português, talvez o Quatro Castas, da vinícola Esporão... Chegou bem perto! Tá craque o cara.
Bem, prá terminar, um vinho de primeiríssima linha levado pelo amigo Tom, que tem se especializado em boas surpresas. Levou desta vez um Lindaflor Malbec 2002. Uma raridade, pois esta safra foi a melhor da Argentina e é dificil de achar. Aliás, foi um destes que apresentei aos colegas da confraria anos atrás, e foi adorado por todos, principalmente pelo Fernandinho. De lá para cá, já bebemos algumas garrafas do 2003, já comentado aqui no blog. O Lindaflor 2002 é um vinho concentrado, vivíssimo, cheio de fruta (ameixa, figo) e com notas tostadas. Em boca, repete o nariz e é amplo, com final persistente. Um malbec de primeira linha. Valeu Tonzinho!

terça-feira, 5 de abril de 2011

La Planta 2008 versus Prazo de Roriz 2003 - duelinho Ibérico

Nesta última sexta-feira fui ao Ciao Belo e levei o portugues Prazo de Roriz 2003 para duelar com o espanhol La Planta 2008, levado pelo amigo Fernando. Combinei com o Fernandinho de levar vinhos mais simples, e com preços similares em suas origens. O Prazo de Roriz é o segundo vinho da Quinta do Roriz, que faz o hoje caro Quinta de Roriz Reserva. Digo "hoje caro" porque tempos atrás custava menos da metade do preço em dólares que custa hoje. Ganhou fama, deitou na cama! A Quinta de Roriz foi comprada, em 2009,  pela familia Symington, a mesma que é dona dos grandes portos Graham, os vinhos Altano e Quinta do Vesúvio. Ou seja, continua em ótimas mãos. O Prazo de Roriz é considerado um segundo vinho melhor que muitos vinhos de reputação em Portugal. O da safra 2003 foi o melhor avaliado até hoje, tendo obtido 91 pontos da Wine Spectator e sendo eleito o número 55 do mundo nos top 100 2005. Eu já havia bebido umas garrafas dele anteriormente, assim como o de 2004, que me agradaram bastante. É vinho feito com as cepas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca, e maturado em barricas de carvalho francês usadas, que lhe tornam bem redondo e elegante. É um vinho rico, com notas de amora, chocolate, alcaçuz e boa mineralidade. Realmente uma fantástica relação custo benefício. É compra certa.

Por outro lado, o La Planta 2008, que é produzido pelas Bodegas Arzuaga Navarro, em Ribeira del Duero, é o vinho de entrada da bodega. É um vinho do tipo joven, ou seja, com crianza de 6 meses, e feito com a uva Tempranillo. Expementei no último Decanter Wine Show e gostei bastante, ainda mais considerando que é o vinho de entrada da bodega. No entanto, só agora pude aprecia-lo com calma, e com comida. É um vinho de bom corpo, bem frutado, com notas de cassis, groselha e baunilha. Na boca é gostoso, liso, com taninos bem amaciados, mas um pouco compotado demais para o meu gosto. Embora seja até um pouquinho mais barato que o Prazo de Roriz em sua origem (menos de um euro... rs), aqui no Brasil ele é mais caro. Resumindo, levou um banho do Prazo, que tem mais complexidade e, na sua faixa de preço, é dificil de ser batido. A propósito, o La Planta é importado pela Decanter e o Prazo de Roriz pela Mistral.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Dolceto D'Alba Renato Ratti 2008, Castell de Falset 2001 e Crasto Superior na confraria

Nesta última quinta tomamos tres vinhos muito bons na confraria. Dois deles são figurinhas carimbadas e já comentadas aqui no blog: o Castell de Falset 2001 e o Crasto Superior 2007. O Falset é um vinho excelente, da região de Monsant, Espanha. Este 2001 ainda está muito bom, inteiro, com notas de café, alcaçuz, tabaco e minerais. Vinho que sempre agrada. O Crasto Superior já se tornou um sucesso na confraria, e este 2007 muda a cada mês. O Rodrigo levou embrulhado e no nariz já mostrava seu lado português. No entanto, está desenvolvendo notas de chocolate depois de algum tempo, o que não notamos nas outras garrafas que bebemos. Um vinho de excelente custo benefício.
A novidade da noite, levada pelo João Paulo, foi o Dolcetto D'Alba Colombé 2009, de Renato Ratti, o qual é um produtor renomado do noroeste da Itália. Aliás, de doce a Dolcetto não tem nada. É uma uva que gera vinhos ácidos, com personalidade e próprios para acompanhar pratos típicos italianos, de preferência com molhos vermelhos. Geralmente são vinhos tomados jovens, mas que ficam mais redondos com um tempinho de adega. Este vinho, de cor rubi, tinha notas de cereja, chocolate amargo e na boca taninos presentes e acidez marcante, com leve amargor no final. Vinho tipico para comida e prá quem gosta de vinho italiano. Boa pedida. A propósito, é comercializado pela Expand.

domingo, 3 de abril de 2011

Vinho Casalobos, Los 800 e outros espanhóis na Gran Reserva

Nesta última semana o casal Clóvis e Elena, da Gran Reserva (16 3374 2028), nos brindou com uma apresentação de novos vinhos espanhóis da importadora Mercovino, de Ribeirão Preto. Os vinhos foram apresentados pelo representante da Diva Vinos, da Espanha, o simpático Eduardo Davis. Iniciamos com um belo Cava, da Cataluña, o Castell de La Comanda Brut.

Eduardo Davis apresentando o Cava Castell de La Comanda Brut

É um vinho artesanal, feito com 50% Macabeo e 50% Parrellada, pelo método tradicional, com segunda fermentação na garrafa. Possui cor amarelo claro, com leve esverdeado e borbulhas pequenas e não muito abundantes. Notas de panificação, cítricas, de lima, maçã verde, e herbáceas. Possui acidez marcante que o torna adequado para acompanhar comida. Um bom vinho, por bom preço. Foi seguido pelo Riojano das Bodegas Pujanza, o Dios Ares branco 2009, um vinho 100% Viura, muito fresco e com notas de abacaxi e maçã. Uma boa pedida para bebericar ou acompanhar peixes e frutos do mar.

Vinhos apreciados

Saindo dos brancos, fomos para o tinto Los 800 2004, o qual é uma excelente introdução ao Priorato, e com bom preço. O vinho é um corte de 50% Garnacha, 30% Carinena, 10% Syrah, e 10% Cabernet Sauvignon, com envelhecimento em carvalho francês e americano por 6 meses. É um vinho potente, complexo, com notas de cereja, amora e outras tantas aportadas pela madeira, como notas terrosas, de tabaco, couro e balsâmicas. Um vinho com a mineralidade típica do Priorato, muito gostoso e que se abre com algum tempo na taça. Vinho de muito boa relação custo benefício.
Seguimos com o vinho Casalobos 2005, da bodega Casalobos. Esta é uma bodega nova, inicialmente chamada 14 viñas, em referência aos seus 14 fundadores, jovens amigos, muitos deles conhecidos em todo o mundo, como os jogadores de futebol Manolo Sanchis (idealizador), Butrageño e Michel. Atualmente o número de sócios aumentou. A bodega se localiza próxima a Madrid, em Tierra de Castilla, província de Ciudad Real, em um povoado chamado de Picon, aos pés da Serra de Casalobos. Ela conta uma sede moderna e pouco de 20 hectares de videiras, sendo metade delas de Syrah e a outra metade dividida entre Tempranillo, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. A enóloga é a jovem Sonia Llorente, discípula do enólogo Ignácio de Miguel, um dos sócios da bodega. As uvas que compõem o vinho Casalobos são vinificadas em separado e mantidas por 6 meses majoritariamente em barricas de carvalho francês (também se utiliza o Americano e Húngaro) para só depois comporem o blend, que é mantido por adicionais 6 meses em barricas de carvalho e um ano em garrafa antes de ser comercializado. O vinho Casalobos é, segundo o site da Casalobos, um corte de Syrah (50%), Cabernet Sauvignon (40%) e Tempranillo (10%). É um vinho moderno e bastante complexo. Possui notas de amora, toques balsâmicos e de alcaçuz. É um vinho amplo, de médio corpo para encorpado e com final longo. Os taninos já estão bem sedosos e o vinho já pronto para beber, no entanto, pede uma decantação anterior, e deve ganhar com alguns anos de adega. Um vinho excelente e de bom preço.
Finalizamos com o Riojano Dios Ares Reserva 2006. Um Tempranillo com boa fruta, cereja, e com notas marcantes da madeira, que lhe aporta notas doces (caramelo, bala toffe). Um vinho mais moderno, que até lembra vinhos de Ribeira del Duero. É vinho fácil de beber e que fica um degrau acima dos Dios Ares normal, que lembra mais Rioja.
A propósito, não posso deixar de destacar os deliciosos acompanhamentos para os vinhos, que incluiam queijos, embutidos, sanduiches frios e belas tortas.

Elena preparando os maravilhosos acompanhamentos

Todos os vinhos citados devem fazer parte do portifólio da Gran Reserva, que comercializa, dentro outros, os vinhos da Mercovino. Aliás, a Gran Reserva me agrada muito, pois além de um atendimento de primeiríssima, oferece uma ampla gama de vinhos, acomodados em ambiente climatizado e de forma adequada. Além disso, oferece uma boa variedade de azeites especiais, produtos gourmet e ainda organiza excursões para várias regiões vinicolas do mundo. Ou seja, está além de uma loja de vinhos.