sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Chianti Clássico Riserva Coltibuono 2006 e Liano IGT 2005

Ontem na confraria o amigo Paulão levou um excelente Chianti Clássico Riserva 2006 da Badia a Coltibuono. Esta vinicola milenar faz vinhos tradicionais, muito bons, utilizando agricultura orgânica. Seus Chianti básicos já são muito bons, mas os Riserva ganham em sofisticação e complexidade. Este 2006 estava uma beleza. Uma cor rubi brilhante, de vinho italiano, e aromas deliciosos de framboeza, flores e chá.  Depois de algum tempo na taça mostrava notas de rosas e também café e carne. Na boca repetia as sensações aromáticas. É um vinho de médio-corpo para encorpado. O álcool (14,5%) pode aparecer um pouco no começo, mas com o tempo se integrava bem. O final de boca é longo e muito gostoso. Os taninos são finos e a acidez pede comida, como todo bom italiano. Belíssima pedida Paulão! Vinho encontrado na Mistral.
O segundo vinho, levado por mim, foi um Liano IGT 2005 do produtor Umberto Cesari. É um vinho da região de Emilia-Romana, na Itália. Esta região, que fica acima da Toscana e abaixo do Veneto, é mais famosa pela comida que pelos vinhos. É só lembrar do molho à bolognesa, o presunto de parma e o aceto balsâmico... Em se tratando de vinhos, é famosa pelos leves e desacreditados Lambruscos. Mas atenção: Embora raros, há bons Lambruscos. Aliás, os Lambruscos tintos são boas companhias para nossa tradicional feijoada. Mas voltando ao vinho que levei, o Liano IGT 2005, é feito com 70% Sangiovese e 30% Cabernet Sauvignon. Um vinho distinto do Chianti, obviamente, mas que carrega a alma italiana. A Sangiovese de Emilia-Romana é distinta daquela da Toscana e o vinho traz certa doçura, talvez influência do Vêneto. A cor é mais forte, rubi escura. Os aromas são muito bons, com notas de amoras, cassis, café, chocolate e baunilha. Há um tostado bem sutil e agradável. Em boca é bastante elegante e redondo, bem fácil de beber. Um vinho a ser repetido, sem dúvida. Aliás, é comercializado pela World Wine.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Coldstream Hills Merlot e Matariki Sauvignon em tarde de domingo


Ontem à tarde eu e meu amigo João Paulo resolvemos apreciar uns vinhos no final da tarde. O primeiro deles foi um australiano Coldstream Hills Reserva Merlot 2000. Este vinho é feito por uma vinicola pequena de Yarra Valley, fundada pelo jornalista australiano James Halliday, e que foi adquirida recentemente pela Southcorp Wines (também proprietária da gigante Penfolds, Lindemans e Rosemount Estates). Os vinhos da Coldstream Hills são muito bons e têm excelente preço. Os Chardonnays são excelentes, assim como o Briarston, que é um autêntico corte bordalês. O seu Pinot Noir também é muito bom. O Merlot tem uma história interessante relatada nos catálogos da Mistral. Dizem que em uma degustação às cegas em São Paulo bateu o Chateau Pétrus e o Le Pin. Eu tive a oportunidade de apreciar alguns da safra de 2003, mas não eram os reservas. Estavam realmente muito bons. Esse que bebemos ontem é um reserva, da safra 2000. Ainda utilizava rolhas ao invés das atuais Screw caps. O vinho tinha uma cor rubi escuro bonita, já com leve atijolado e halo de evolução. Os aromas eram deliciosos e se repetiam no paladar: Kirsch e groselha. Notas de couro estavam também presentes. Um belo vinho! Pena que não aparece mais no catálogo da Mistral e tampouco em suas degustações. Perguntei ao Carlos, gentil representante da Penfolds, o que aconteceu. Ele respondeu que não estão fazendo mais, mas que podem voltar a fazer. Uma pena.
Terminando o Coldstream Hills passamos para um fresco e refrescante Sauvignon Blanc neozelandes, da Matariki. Esta vinícola aliás, faz um vinho muito bom chamado Quintology, digno de ser conhecido. O Sauvignon Blanc Aspire 2006 se mostrou ainda jovem, confirmando o quanto funcionam as Screw caps. Sauvignon mais para o lado herbáceo, com notas de grama cortada e anis. Muito vivo, com ótima acidez e bom para bebericar ou acompanhar um queijo.

A prova do crime!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cune Reserva 2000 na Confraria

Ontem vários confrades deram o cano. Serão multados, sem dúvida, e condenados a beber uma garrafa inteira de "Chateau Margoso".
Eu levei um Cune Reserva 2000, da CVNE (Companhia Vinicola do Norte da Espanha - A mesma que produz o Imperial Gran Reserva, o vinho preferido do Rei Juan Carlos). Gosto muito dos vinhos deste produtor, que prima pela tipicidade Riojana e também pela elegância. Quando abri esta garrafa fiquei receoso de ter perdido o vinho, pois a rolha estava molhada e se desintegrou. Mas o vinho estava excelente. Uma cor rubi belíssima e aromas tipicos de um bom Rioja, com fruta na medida certa, com destaque para a cereja, notas sutis de casca de laranja e a madeira bem integrada. Em boca é muito elegante, com tudo muito bem integrado, e final longo. Bem, todos adoraram.
Depois disso, bebemos um que também foi unanimidade, mas infelizmente, pelo lado negativo. Nem queria comentar muito sobre isso, pois podem pensar que é preconceito meu com vinhos nacionais, o que não tenho. Mas o problema é simples: Não gostamos. Tanto que sobrou meia garrafa, o que é raro. Foi um Lidio Carraro Quórum 2005, do qual já ouvi comentários muito bons. Mas não deu. Todos acharam muito herbáceo, alcoólico, agressivo e carente de elegância, embora seja um vinho com complexidade. Há notas de folhas secas que incomodam, além de notas exageradas de sumo de laranja (notada por uma amiga da mesa ao lado). Espero que tenha sido apenas uma garrafa ruim, ou uma hora ruim para ele. Quem sabe outro dia...
Terminamos a noite com um leve Eugênio de Almeida 2008, carregado em notas de cereja.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Chacra Barda Pinot Noir 2008

Tempos atrás tomamos um Chacra 55 levado por nosso amigo João Paulo na confraria e não gostei muito. Achei que tinha pouca tipicidade. Ontem revi meus conceitos sobre esta bodega patagônica após tomar o vinho de início da casa, o Barda 2008. Bem, talvez tivesse algo errado com o 55, ou estávamos com a boca ruim. Temos que dar-lhe outra chance. Eu e o confrade Caio mandamos ver no Barda, acompanhado de um bom queijo. O vinho estava muito bom, e lembrando um borgonha em seu aspecto terroso. As notas de cereja, amora e leve morango, com um tostado sutil ao fundo, eram muito elegantes. O vinho tem também boa mineralidade. Sua cor é rubi, bonita, mas já aparece o halo de evolução em um vinho de apenas dois anos. Em boca também indica que já atingiu seu ápice. Não é um vinho para esperar mais. Os seus irmãos mais velhos, 55 e 32, sem dúvida tem mais tempo de vida. A Wine Spectator lhe outorgou 90 pontos para esta safra, e o chamou de suculento e atrevido. Também achei. Ah, Tom, agora só falta sua visita para apreciarmos um bom vinho.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vinhos que me marcaram em 2010: Só preciosidades!

Obviamente, não dá para listar todos os vinhos que bebi e gostei. Aliás, seria mais fácil fazer uma lista dos que não gostei... No entanto, vou citar alguns poucos que realmente me impressionaram. Sem dúvida devo esquecer alguns... Não incluo vinhos de degustações, pois conto apenas aqueles que abri a garrafa, tomei tranquilo, com amigos. Vai a lista:

Graham's Porto Vintage 1985 - Uma raridade! Vinho explêndido, para ficar na memória. Sem dúvida o melhor porto que já bebi e para mim, o melhor vinho que bebi em 2010. Levei na confraria para tomar com os amigos. É um vinho de consenso, que recebeu 96 pontos tanto da WS quanto do Mr. Parker.
Siro Pacenti Brunello de Montalcino 1998 - Este bebi com meu amigo Pepe, em casa. Uma delícia de Brunello, estilo mais moderno, mas extremamente complexo e cativante. De mastigar.
Siro Pacenti Brunello de Montalcino 2000 - Outra delícia que levei em meu aniversário para beber com os amigos da confraria do Ciao. Ficou sem identificação, em decanter, e foi eleito por todos (até aqueles que não gostam muito dos Italianos, como o Caio...), como o melhor da noite. Eu concordo! E olha que nesta noite levei Quinta do Vale Meão, Renacer, Santa Helena Don, Chambolle Musigny e um Sauternes.
Châteauneuf-du-Pape Les Vieilles Vignes 2000 (Domaine du Villeneuve) - Um Chateauneuf tradicional, feito com 13 uvas. Belo vinho! Bebido com meus amigos Pepe e Wilton José, na última visita que o Pepe fez ao Brasil. Complexidade a toda prova. Riquíssimo!
Chateauneuf-du-Pape Les Cailloux Cuvée Centenaire 2001 - Versão especial (e cara) de Lucien e André Brunel para o Les Cailloux. Foi levado pelo meu amigo e confrade Rodrigo Reiff  à uma reunião na casa do Paulão. Eu fiz o papelão de agitá-lo, o que levantou as borras. Mesmo assim, nos deleitamos com o maravilhoso vinho, que é uma beleza. Um dos Chateauneuf mais complexos que já bebi.
Don Melchor 2005 - Um grande chileno que levei à casa do Paulão para apreciar, junto com o confrade João Paulo. Uma beleza de vinho. Cassis maduro em meio a notas balsâmicas e alcaçuz. Já amaciado pelo tempo, mas guardei uma garrafa para apreciar daqui a uns anos.
Don Melchor 2006 - Esse foram várias garrafas. Uma levada pelo João Paulo em seu aniversário, e que às cegas bateu vários outros vinhões. Os outros foram levados pelo amigo Caio, que pelo jeito ficou sócio da Concha y Toro. Estilo mais macio que o 2006, mas com igual riquesa. Muito sedoso.
Chateau La Fleur-Petrus 2002 - Grande vinho oferecido pelo amigo Tom para comemorar o nascimento de seu filho. Só lembrando que, apesar do nome, não é o segundo vinho do Petrus, e sim, vizinho dele e do La Fleur. Fruta madura, notas tostadas e mineralidade. Dos grandes.
Barca-Velha 2000 - Um ícone português que bebemos na especial de final de ano da Confraria. Um belíssimo vinho, que a meu ver, pode envelhecer mais. Mas o carimbo Ferreirinha estava lá... Elegância pura!
Pera-Manca 1997 - Apesar de achar que já estava dobrando a esquina, este vinho é um ícone e muito particular. Levei ao Ciao Bello e apreciei junto com meus amigos Paulão e Fernandinho. Um vinho particular. Provavelmente muito diferente dos atuais, que contam com a assessoria de Michel Rolland e devem estar mais internacionais. Vinho para não esquecer.
Migliara 2006 - Vinho italiano de Luigi Alessandro. Uma maravilha engarrafada. Nenhum dos outros vinhos que bebi é melhor que ele. Um Syrah estupendo, que deve se abrir ainda mais nos próximos anos. Elegância pura! Justifica os 98 pontos da WS. Tomamos na especial de final de ano.
Quinta do Vallado Reserva 2007 - Este também foram várias garrafas. Mas a que mais me marcou foi bebida na companhia do Paulão, em sua casa, na copa do mundo, após um jogo do Brasil. Lembro também do Carré de Cordeiro com Risoto de Morango maravilhoso que sua esposa Regina fez. Combinação perfeita!
Rubaiyat Syrah 2006 - Vinho espanhol natural que bebi em Granada, no Restaurante Ruta del Azafran. Uma beleza de vinho, sem filtrar, com grande personalidade. Infelizmente não comercializado no Brasil (ainda). Se for a Granada, coloque um desses na mala.
El Linze Syrah 2007 - Outro espanhol, que bebi em Alicante. Também não é encontrado no Brasil. Uma beleza, encorpado, com bela acidez e mineralidade. Um Syrah de primeiro time.
Vega Sicilia Valbuena 1998 - O segundo vinho do mítico Vega Sicilia. Tomei com o Fernandinho no Restaurante Ciao Bello. Uma beleza que dispensa comentários.
Pagos Viejos 2000. Vinho top da espanhola Artadi, que bebi em Segóvia acompanhando o sensacional cochinillo de Segóvia. Um Rioja estupendo! Inesquecível. Tudo no perfeito lugar.
Quinta de Pancas Reserva Especial 2003 - Vinho português que infelizmente a Mistral não mais comercializa. Um grande vinho levado pelo Paulão recentemente para tomarmos em casa, junto com o João Paulo. Estava muito elegante e envelhecido no ponto certo.
Tokaji Disznoko 5 Puttonyos 1993 - Um Tokaji com 17 anos e com cor, nariz e sabor particulares. Eu adorei. Vinho particular que comprei em Alicante.
Chateau Rieussec Sauternes 2005 - Como cita a WS, um doce engarrafado! Maravilha de Sauternes, de uma grande safra. Destaque absoluto no final da especial de final de ano.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Casa Silva Cool Coast Sauvignon Blanc 2009

Hoje, como estava calor, apreciei um Sauvignon da Casa Silva, o Sauvignon Blanc Cool Coast 2009. Como o próprio nome diz, é vinho de região fria, de Paredones, a parte mais costeira de Colchagua. O vinho tem influência marítima, e me lembra muito os Sauvignon do Limarí. Lembrou-me muito o Maycas del Limarí Reserva Especial, mas com um pouquinho mais de fruta (mas sem excessos). Possui cor palha, clara, com leve esverdeado. É um vinho herbáceo e com notas cítricas, de lima. Além disso, é bastante mineral, com notas de giz, o que eu gosto muito. Tem excelente acidez, o que o torna um vinho muito bom para comida, principalmente peixes e frutos do mar com molhos de ervas. É um vinho de muita qualidade e de custo benefício muito bom. Patricio Tapia, no Descorchados 2010, lhe outorgou merecidos 92 pontos. Aliás, quem quiser beber bons vinhos chilenos é só buscar as dicas neste guia, que foge a modismos e valoriza vinhos de terroir e com personalidade.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Clos des Andes 2006



Hoje eu e meu amigo João Paulo matamos um Clos des Andes 2006 comprado no bota-fora da World Wine. O vinho é da Bodega Poesia, empreendimento da família Garcin-Lévêque que produz os Grands Crus de Bordeaux Clos l’Église, Château Branon, Château Barde-Haut e Château Haut-Bergey. Os vinhos são elaborados de forma orgânica, a partir de uvas provenientes de um vinhedo pequeno, de 13 hectares, de vinhas antigas cultivadas a uma altitude de 900 metros em Luján de Cuyo. São uvas cultivadas em pé-franco (sem enxerto). A Bodega tem consultoria do onipresente Michel Rolland. O Clos des Andes 2006 maturou 16 meses em barris de carvalho Francês. Isso lhe aporta complexidade e muitas notas de especiarias. Fica evidente a noz-moscada. Há ainda um tostado na medida, bem agradável. Diferentemente de outros Malbecs, as notas de ameixa não são predominantes. Há notas de framboesa e amora. É um vinho potente, mas bem estruturado. É diferente de outros Malbecs, mais internacionais. A começar pela cor, que não é tão violeta, e sim, um rubi bem vivo e limpido. Aliás, o vinho parece um misto de Malbec argentino e de Cahors. As lágrimas são espaçadas e grossas, mas o vinho não mancha a taça (nem os dentes...). Tem boa acidez, o que o torna um excelente acompanhamento para comida (de preferência um churrasco). Mas foi bem com o Queijo da Serra Valmadeiros. Tanto eu como o João Paulo achamos o vinho um pouco alcoólico. A decantação é necessária, ou então, abrir, tomar um pouquinho e deixar a garrafa aberta por um bom tempo. Acho que com uns dois anos de adega vai ficar redondo. Por R$49,90 no bota-fora World Wine é uma pechincha.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Bota-fora World Wine - Janeiro 2011 - belas barganhas



Começou a época das liquidações de vinhos. A World Wine saiu na frente e já está oferecendo ótimos vinhos a ótimos preços. Acho que a deste ano está bem melhor que a do ano passado. São vinhos novos e muitos deles TOP. É o caso do Castello di Brolio 2006, que de R$300,00 passou a R$199,90. Caro? Só que este vinho foi o número 5 dos Top 100 da Winespectator em 2009, com 96 merecidos pontos. Tomei ele no final de ano e é um monstro [clique para ver meus comentários sobre o 2006]. Quer gastar um pouco menos com um irmão dele? Tem um da safra 2004, que segundo o Lucas da WW Ribeirão Preto é mais tradicional que o 2006, por R$129,90 [clique para ver meus comentários sobre o 2004]. E que tal um belo Champagne Delamotte Brut por R$119,90? No campo dos tintos, há vinhos de várias nacionalidades. Destaque para os espanhois da Falset-Marçà [leia sobre Castell de Falset 2001], Matarromera (o Emina Prestígio 2006 está uma barganha, por R$59,90) [veja comentários]; Para os Argentinos Goulart Gran Vin 2006 (R$49,90) [veja comentário sobre apreciação do vinho], Poesia 2002 de R$250,00 por R$119,90 (tem várias safras deste vinho, sendo que o 2002 é o melhor avaliado pela WineSpectator, com 92 pontos - No folheto da WW está com equivocados 90 - Bem, a safra de 2002 foi a grande safra argentina) [veja comentário sobre degustação], Clos des Andes 2006 (Uma barganha! Só R$49,90! Eu tomei o 2002, que era ótimo), etc. [veja o que achei do 2006]. Tem ainda outros italianos além do maravilhoso Castello di Brolio. O Lucas me recomendou o Liano IGT 2005 de Umberto Cesari (R$69,90) [veja o que achei dele]. Há também o Perlato del Bosco 2007, da tradicional Tua Rita (de R$175,00 por R$99,00). Bem, a lista é muito boa. Tem muitos outros, inclusive ótimos brancos e rosés. Não dá para citar todos aqui. Tem que conferir pessoalmente. Ou você pode acessar o folheto virtual em http://asp-br.secure-zone.net/v2/index.jsp?id=81/123/1327&lng=pt_br

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Confrades traidores!!!

Não pude deixar de postar a prova da traição! Tomaram e não me chamaram.
Nem vou comentar mais, só vou dedar os nomes dos trutas: João Paulo, Tom e Caio!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Confraria do Ciao - Malbecs de ponta ganharam a noite

Manso de Velasco, Trapiche Orellana, Catena Adrianna, Lucarelli e Campo Viejo Gran Reserva
Ontem na reunião da confraria apreciamos vários vinhos de primeira. Começamos com um Manso de Velasco 2006, levado por mim, e que já comentei aqui no Blog. Eu gosto muito dele, que é um cabernet com muita personalidade. Não é a toa que foi eleito no Guia Descorchados 2010 como sendo o melhor cabernet sauvignon do Chile. O segundo vinho foi, para mim, e para todos, o melhor da noite, e vou comentar sobre ele com mais detalhes no final deste texto. O terceiro vinho foi um vinhão levado pelo amigo João Paulo, o DV Catena Adrianna Vineyard 2003. Atenção, não é um DV normal! É de vinhedo único, e considerado um dos melhores malbecs da Argentina. Um vinho polido, elegante, macio, com excelente nariz e boa presença em boca. Notas de groselha e ameixa. Um vinho que tem mineralidade, que geralmente falta na malbec. No Descorchados o criticam apenas pela falta de carnosidade e profundidade. Eu já acho que muitos malbecs argentinos pecam pelo excesso e carnosidade. Quanto à profundidade, concordo. Mas é um vinhaço! O amigo Rodrigo levou um Lucarelli Primitivo de Mandúria 2005. É um vinho que tem feito muito sucesso, principalmente nos amantes de vinho do novo mundo. Eu gosto dele (uma tacinha...), mas acho um pouco doce e alcoólico demais. Mas ontem tive a oportunidade de prová-lo com o Queijo Minas da Canastra, como sugerido em uma revista de vinhos recentemente. Casou perfeitamente! O amigo Tom levou um Campo Viejo Gran Reserva 2001, de Rioja. Um vinho que apesar de não ser novo, mostrava-se muito vivo. Parecia safra nova. Notas de cereja e tabaco. O álcool sobressai um pouco. Um belo Rioja que deve melhorar muito com comida, de preferencia, gordurosa. Nós o tomamos já no final da noite, e certamente perdemos um pouco com isso.
Bem, agora vou comentar um pouco sobre o segundo vinho, o destaque da noite: Trapiche Malbec Viña Fausto Orellana de Escobar 2007. Um vinhaço levado pelo amigo Caio. Bem, com uma leve sugestão minha, que ainda quero provar os outros dois da caixa... O vinho é feito dentro do projeto Single Vineyards da Trapiche, que faz parte da gigante Peñaflor (a propósito confrades, é a Trivento que é da Concha y Toro...). Todo ano o enólogo chefe da Trapiche, Daniel Pi, escolhe, dentre 100, os 3 melhores malbecs de seus vinhedos. Os escolhidos têm então o nome de seu enólogo estampado no rótulo e são vendidos em uma bela caixa de madeira, de muito bom gosto. O Caio levou o mais pontuado deles (93 pontos da WS, e top 100 em 2010). O vinho é uma maravilha. É feito a partir de vinhas de mais de 60 anos de idade, cultivadas na altitude de 990 metros, em La Consulta, San Carlos. Possui excelente fruta, com notas de amora, framboesa e ameixa. Uma excelente mineralidade. Nem um pouquinho enjoativo. Uma delícia com taninos redondos, finíssimos e final longo e persistente. Elegância pura e que fez um sucesso danado.  Matou a pau Caião! Ah, eu não poderia deixar de postar a foto do Pernilzinho de Cordeiro que levei... Decorado na hora pela Neide.

Queijo da Canastra - Canastra Real



Sendo um bom mineiro, adoro um queijo... É claro que o queijo feito na Serra da Canastra, onde nasce o Rio São Francisco, me agrada muito. Embora quase todos os queijos Minas tenham em sua etiqueta a procedênia Canastra, isso não é verdade. O verdadeiro queijo da Canastra é artesanal e até há bem pouco tempo só podia ser vendido na região onde é produzido. Isso por questões sanitárias, visto que é feito com leite não pasteurizado, o que, aliás, faz uma diferença enorme. É um queijo de Terroir! É um conjunto de fatores que o tornam diferenciado, e quem é acostumado nota sua superioridade. Eu compro sempre em uma pequena loja em Passos, minha cidade natal, de um produtor de São Roque de Minas. Na última vez que fui lá solicitei a ele um Canastra Real, que é feito apenas por encomenda. É um queijo maior, de mais de 3 quilos, dificil de fazer (mas fácil de comer...). Tem cerca de 30 centimetros de diametro e 8-10 centimetros de altura. São cerca de 40 litros de leite gordo para fazer o danado, que pinga gordura com a curagem. Uma beleza! Ontem levei para o pessoal da Confraria. Até o Fernandinho, que não aprecia muito queijo minas, adorou. Não é prá menos. Vejam as fotos do danado. A propósito, vai muito bem com vinho, principalmente com Zinfandel.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Vietti Nebbiolo Perbacco 2005: Melhor que muito Barolo meia-boca

São Carlos é uma boa cidade para os amantes do vinho. O clima é muito favorável. Até mesmo no verão as noites são frescas e agradáveis, como a de antes de ontem, que estava chuvosa e levemente fria, própria para um risoto e um bom tinto. Resolvi então fazer um Risoto al Funghi Secchi com Costeletas de Cordeiro reduzidas em balsâmico. Sem modéstia, estava bom o prato. Para acompanhar nada melhor que um Nebbiolo, afinal, risoto é especialidade do Piemonte. Abri então um Nebbiolo Perbacco 2005, do excelente e tradicional produtor Vietti. O vinho é considerado por muitos um mini-Barolo, e muito melhor que muitos Barolinhos vendidos por ai. Eu concordo plenamente. Obviamente, não tem a potência de um bom Barolo, mas fica pronto mais cedo e pode ser bebido sem uma longa decantação. Este 2005 é o melhor Perbacco já feito. Apresenta uma cor rubi intensa, muito bonita, e aromas de framboesa e muitas notas florais, típicas da Nebbiolo. O vinho ganhou muito com o tempo na taça. Os aromas florais se abriam todo o tempo. A Nebbiolo é isso! Os taninos são presentes, mas redondos e muito finos. O final é longo e muito agradável. É uma aposta certa. Eu incluo este vinho no grupo dos excelente custo benefícios, como o Pensées de Pallus, Meandro e Erasmo, que são muito melhores que muitos vinhos que custam duas ou três vezes mais. Nem preciso dizer que casou perfeitamente com o risoto... Aliás, como todo bom vinho Italiano, dos quais sou fã incondicional, é vinho perfeito para acompanhar comida. A propósito, os vinhos de Vietti são comercializados pela Vinci.