domingo, 27 de setembro de 2015

Quinta do Vallado Branco Reserva 2011: Grande Safra, grande produtor, grande vinho!

Quinta do Vallado é sinônimo de grandes vinhos. Sou fã fiel de seus Reservas e Touriga Nacional. Mas o Quinta do Vallado Branco Reserva 2011 foi o primeiro branco reserva do produtor que apreciei. E ele não deixou por menos. Seguiu os passos dos belos tintos e mostrou grande qualidade.
O vinho é feito com Rabigato, Gouveio, Viosinho e Arinto, fermentadas em barricas de 225 litros de carvalho francês (Allier, Vosges e Nevers), 40% novas e o restante de um ano. Depois da fermentação o vinho permanece por 10 meses nas mesmas barricas, com batonnage periódico. O vinho possui bela cor citrina e aromas muito ricos. É floral e mostra notas de pera, maçã e abacaxi, além de mel, amendoas e anis. Em boca repete o nariz, é muito elegante e mostra ótima acidez e mineralidade. O final é longo e com toque amanteigado bem sutil, que não enjoa. Um ótimo branco, muito estiloso, e que teria ainda muitos anos pela frente. Mais uma bela obra de Francisco Olazabal. Se encontrar, não hesite.


terça-feira, 22 de setembro de 2015

Quinta do Saes Reserva Encruzado 2010: Branco fino e fresco da Quinta da Pellada!

Meu amigo Paolão divide comigo o gosto pelos vinhos do Dão. Tanto tintos, quanto brancos. E se for um produzido pelo grande Álvaro Castro, melhor ainda. É o caso deste Quinta do Saes Reserva Encruzado 2010, aberto pelo amigo Paolão para acompanhar um belo Bacalhau a Gomes de Sá. Embora o nome sugira que o vinho seja um varietal Encruzado, ele é feito com 80% Encruzado e 20% Cercial, com fermentação lenta (2 meses) em pequenos tanques de inox e batonnage por 3 meses. É um vinho de bela cor citrina e aromas de frutas tropicais envoltas em grande mineralidade. Em boca esbanja frescor e mineralidade, com secura que sempre pede uma taça a mais. Alia corpo e finesse, sendo intenso e sem exageros. É um ótimo branco, pronto a escoltar pratos de bacalhau e frutos do mar.  Ah, e é vinho que se pode guardar. Este está em sua juventude. Outra ótima comprovação da qualidade dos vinhos do Dão, também em questão de brancos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Boa noite na confraria: Campolargo Vinha da Costa 2003, Terrunyo Cabernet Sauvignon 2011, Tito Zuccardi 2011, Numina Cabernet franc 2013 e Mocali Rosso di Montalcino 2012

Só estávamos em cinco nessa última reunião da confraria. Mas aproveitamos a noite chuvosa e fria para mandar ver em bons vinhos. 
O primeiro deles, e para mim, o destaque da noite, foi um Campolargo Vinha da Costa 2003, Bairradino levado pelo Paolão. O vinho é feito com Merlot (60%), Syrah (20%) e Tinta Roriz (20%), com estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Com 12 anos de idade, o vinho mostrava uma bela cor rubi escura e halo de evolução. Ao nariz, não mostrava a idade. Tinha aromas florais, notas de cereja preta e amoras, em meio a um toque balsâmico que dava um charme muito legal. Em boca mostrava ótima acidez, intensidade e taninos já arredondados pelo tempo. O vinho era fresco, vivo, o que fazia com que buscássemos sempre outra taça. O final era longo e com um toque herbáceo na medida (um toque de sálvia). Não parecia ter 12 anos. Paolão, Joãozinho e eu o consideramos o melhor da noite. O JP e o Caio já não dividiram a mesma opinião.
O Caião levou um que queria beber: Terrunyo Cabernet Sauvignon 2011. Eu gosto da linha Terrunyo, que oferece ótima qualidade (a um preço que já foi bem melhor, principalmente no Chile, onde subiu bastante ultimamente). Este 2011 teve elogios rasgados da revista inglesa Decanter, que lhe considerou "outstanding"e o colocou a frente em um painel de Cabernet chilenos que incluiam vinhos bem mais caros. A revista lhe atribuiu 19 pontos em 20 (96 em 100), concluindo que seu preço é ridículo (média de 20 libras na Inglaterra). O legal deste vinho é a regularidade e a fidelidade ao Terroir de Pirque. Bebi outros vinhos da região e as características são muito parecidas. Ao nariz mostra notas de pimenta do reino, uma pitada de goiaba (sem exageros), amoras, cassis e mentol (na medida) em meio a chocolate amargo e grafite. Em boca, repete o nariz e destaca-se pela mineralidade, frescor e taninos finos. O final é longo e mineral. Não tem exageros e mostra grande potencial de guarda. É um vinho que quero beber daqui a uns anos para sentir sua evolução. Realmente, um belo exemplar de Terrunyo. Aprovadíssimo!
O Joãozinho levou um vinho top da vinícola argentina Zuccardi. Era um Tito Zuccardi 2011, vinho que fica alí bem pertinho da faixa do ótimo Zeta. Sebastian Zuccardi relata que é feito em homenagem ao seu avô, Alberto Zuccardi, conhecido como "Tito". Este 2011 é feito com Malbec (70%), Cabernet Sauvignon (17%) e Ancellotta (13%), plantadas em La Consulta. A novidade é a inclusão de uma casta não tão tradicional no corte, que é a Ancellotta. O vinho estagia 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz mostra notas de ameixa, amoras e cerejas, em meio a um chocolate e leve pimenta. Em boca, repete o nariz, é intenso e mostra boa acidez e taninos sedosos. O final é frutado, com alcaçuz e leve apimentado. É um vinho bem redondo e com pedigree argentino. Pede uma boa carne! Gostei dele, embora prefira seu irmão Zeta. 
O JP levou um Numina Cabernet Franc 2013, que já comentei aqui. É um ótimo vinho, com nariz frutado, mineral e boca muito bem equilibrada. Foi considerado um dos melhores vinhos feitos com esta casta na Argentina, onde, aliás, a CF tem se dado muito bem. Deve ganhar com anos em adega. Eu já tenho minhas garrafas descansando para provar sua evolução nos anos que virão. Experimente!
E para finalizar, o vinho que levei embrulhado para a turma advinhar. Bem, se deram mal nas tentativas... Era um Mocali Rosso di Montalcino 2012. O vinho foi considerado um dos melhores Rossos da safra. Sua cor é clara, típica da Sangiovese que não foi "mexida". Os aromas são bem florais no início, mas mudam um pouco com o tempo. Mostra notas de cereja e framboesa (que surge depois de bom tempo aberto), cítricas, chá e terrosas. Em boca é nervosinho no começo, mas vai ficando mais macio com o tempo. A acidez é ótima e os taninos estão presentes, indicando que o vinho tem boa vida pela frente. É um vinho com clareza e frescor, no estilo mais tradicional. Gastronômico por natureza. Eu gostei bastante dele, principalmente pelo preço que paguei na Casa do Vinho, de BH. Eu sou daqueles que preferem um bom Rosso a um Brunello meia boca... Quero experimentar o Brunello da vinícola.
Isso aí, pessoal!





domingo, 6 de setembro de 2015

Quinta do Carmo 2011

Este Quinta do Carmo 2011 foi aberto por meu cunhado Bu, nesse final de semana em Jaú. Tem dois vinhos que ele gosta muito: Quinta da Bacalhoa e Quinta do Carmo. Bom gosto... E este Quinta do Carmo, da bela safra de 2011, estava muito bom. O vinho é feito com Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, e passa um ano em barrica. Os aromas de cereja madura e ameixa se mesclam a alcaçuz, toques vegetais, azeitona preta e um tostado na medida. Em boca repete o nariz e mostra um calor alcoólico que para meu gosto, poderia ser mais discreto, mas que não compromete. É algo que talvez pudesse ser resolvido com decantação. Os taninos, apesar da juventude, são redondos, e o final é longo, frutado e com toques de alcaçuz. Muito bom vinho, com boa estrutura e que merece uns dois anos de adega para dar uma amaciada. Aliás, é um dos Quinta do Carmo com mais peso dos últimos anos. Tem estrutura para aguentar um bom tempo de guarda. Para acompanhá-lo, nada de pratos leves (tampouco bacalhau...): Faça uma boa carne. É daqueles que têm que entrar na cesta do Duty free nas voltas de viagens... Mesmo com o dólar nas alturas... rs.