Nessa páscoa, para acompanhar o bacalhau, abri duas garrafas de vinhos mais simples de José Maria da Fonseca. Bem, todo mundo sabe que bacalhau pede vinho tinto leve ou branco barricado, com mais peso. Nada de tintão encorpado ou no outro extremo, vinho verde daqueles fraquinhos gaseificados. Dessa vez fiquei na primeira opção, com tintos leves portugueses. E foi uma briguinha legal, entre vinhos do mesmo (e tradicional) produtor, mas de regiões diferentes.
O primeiro deles foi o duriense Domini 2009. É feito com Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz, com estágio de 3 meses em barricas de carvalho. Vinho leve, com notas de cereja preta, amora, especiarias e tostado. Com o tempo, tabaco e café. Em boca tinha corpo leve para médio, com madeira perceptível ao final. No entanto, não incomodava e ficou mais branda depois de algum tempo aberto. É vinho correto, leve, fácil de beber e boa opção para o dia a dia.
O outro vinho, agora do Alentejo, o José de Sousa 2010, leva o corte parecido com de seu irmão maior (sem trocadilho), José de Sousa Mayor. É um blend de Grand Noir 45%, Trincadeira 35% e Aragonez 20%, com estágio de apenas 3 meses em barricas de carvalho francês e americano. Mostrava boa fruta, como framboesa e amora, em meio à alcaçuz, baunilha e chocolate. Em boca é leve, fresco, redondo, com final especiado e adocicado. Como seu irmão duriense, é bem fácil de beber e boa opção para o dia a dia.
Eu esperava que o Alentejano agradasse mais o pessoal de casa, que gosta de vinho mais leve e doce. No entanto, o Domini agradou mais. Eu também gostei mais dele, principalmente depois de algum tempo aberto. Ambos valem o que custam para sócios do Club Wine. Acima disso, já têm concorrentes fortes.
Os dois escoltaram muito bem o bacalhau, sem passar por cima dele...