Ontem à noite o meu amigo Paolão me ligou e perguntou se eu estava a fim de abrir uma garrafa e apreciar um macarrão em sua casa. O convite veio em ótima hora! Sabe aqueles dias que parecem noite? Que tem enchem a paciência no trabalho até você não aguentar mais? Pois é... Era um dia assim que eu havia "desfrutado"... E nada melhor que um bom vinho para relaxar. Abri a adega e peguei um Côtto Grande Escolha 2011, que havia rachado com o Paolão para apreciarmos juntos. Imaginei que um vinho meia-boca não surtiria o efeito relaxante que eu esperava e parti para um grande. E foi na mosca! A centenária Quinta do Côtto produz este seu vinho top com Touriga Nacional, Tinta Roriz (ambas predominantes), Touriga Franca e Sousão. O vinho só é produzido em safras excepcionais. A maturação é feita em barricas de 225 litros de carvalho português de tosta média. É um vinho superlativo! Sua cor, rubi escura, é muito bonita, límpida, e os aromas muito ricos. Possui notas florais e de frutas como cereja preta e framboesa, em meio a especiarias e um tostado de fundo. Em boca, repete o nariz e mostra frescor e muita elegância. Vinho de grande clareza. Em se tratando de um vinho jovem, os taninos ainda se mostram, mas estão impressionantemente redondos. O final é muito longo e especiado. Uma maravilha de vinho! Está novo? Claro. Mas eu não estou nem aí. Aliás, vejam um pensamento escrito pelo produtor, Miguel Champalimaud: "Um vinho não é bom porque é caro. Um vinho não é bom porque é velho". Concordo plenamente! Bem, o vinho não é lá muito barato. Mas vale cada centavo. Quanto à idade, o danado, da maravilhosa safra de 2011, pode ser guardado por muitos anos na adega. Mas esta garrafa em especial, só será guardada em nossa memória. E diga-se de passagem, muito bem guardada. Vinhaço!