Manso de Velasco, Trapiche Orellana, Catena Adrianna, Lucarelli e Campo Viejo Gran Reserva |
Ontem na reunião da confraria apreciamos vários vinhos de primeira. Começamos com um Manso de Velasco 2006, levado por mim, e que já comentei aqui no Blog. Eu gosto muito dele, que é um cabernet com muita personalidade. Não é a toa que foi eleito no Guia Descorchados 2010 como sendo o melhor cabernet sauvignon do Chile. O segundo vinho foi, para mim, e para todos, o melhor da noite, e vou comentar sobre ele com mais detalhes no final deste texto. O terceiro vinho foi um vinhão levado pelo amigo João Paulo, o DV Catena Adrianna Vineyard 2003. Atenção, não é um DV normal! É de vinhedo único, e considerado um dos melhores malbecs da Argentina. Um vinho polido, elegante, macio, com excelente nariz e boa presença em boca. Notas de groselha e ameixa. Um vinho que tem mineralidade, que geralmente falta na malbec. No Descorchados o criticam apenas pela falta de carnosidade e profundidade. Eu já acho que muitos malbecs argentinos pecam pelo excesso e carnosidade. Quanto à profundidade, concordo. Mas é um vinhaço! O amigo Rodrigo levou um Lucarelli Primitivo de Mandúria 2005. É um vinho que tem feito muito sucesso, principalmente nos amantes de vinho do novo mundo. Eu gosto dele (uma tacinha...), mas acho um pouco doce e alcoólico demais. Mas ontem tive a oportunidade de prová-lo com o Queijo Minas da Canastra, como sugerido em uma revista de vinhos recentemente. Casou perfeitamente! O amigo Tom levou um Campo Viejo Gran Reserva 2001, de Rioja. Um vinho que apesar de não ser novo, mostrava-se muito vivo. Parecia safra nova. Notas de cereja e tabaco. O álcool sobressai um pouco. Um belo Rioja que deve melhorar muito com comida, de preferencia, gordurosa. Nós o tomamos já no final da noite, e certamente perdemos um pouco com isso.
Bem, agora vou comentar um pouco sobre o segundo vinho, o destaque da noite: Trapiche Malbec Viña Fausto Orellana de Escobar 2007. Um vinhaço levado pelo amigo Caio. Bem, com uma leve sugestão minha, que ainda quero provar os outros dois da caixa... O vinho é feito dentro do projeto Single Vineyards da Trapiche, que faz parte da gigante Peñaflor (a propósito confrades, é a Trivento que é da Concha y Toro...). Todo ano o enólogo chefe da Trapiche, Daniel Pi, escolhe, dentre 100, os 3 melhores malbecs de seus vinhedos. Os escolhidos têm então o nome de seu enólogo estampado no rótulo e são vendidos em uma bela caixa de madeira, de muito bom gosto. O Caio levou o mais pontuado deles (93 pontos da WS, e top 100 em 2010). O vinho é uma maravilha. É feito a partir de vinhas de mais de 60 anos de idade, cultivadas na altitude de 990 metros, em La Consulta, San Carlos. Possui excelente fruta, com notas de amora, framboesa e ameixa. Uma excelente mineralidade. Nem um pouquinho enjoativo. Uma delícia com taninos redondos, finíssimos e final longo e persistente. Elegância pura e que fez um sucesso danado. Matou a pau Caião! Ah, eu não poderia deixar de postar a foto do Pernilzinho de Cordeiro que levei... Decorado na hora pela Neide.