Na última terça-feira recebemos o convite de nosso confrade Rodrigo para assistir o jogo do Brasil em sua casa. E a noite foi regada a belos vinhos, que acompanharam belas paletas de cabrito. Do jogo, vimos os gols, e foi só...rs. Descreverei os vinhos na sequência da foto. O primeiro, um LAN Reserva 2009, foi levado pelo Thiago. LAN é sempre certeza de agradar. Este tinha estilo mais moderno, cor mais escura e notas tostadas ao fundo da cereja preta e ameixa. Em boca, boa acidez e taninos redondos. Mais um bom LAN!
Do lado do LAN, um conterrâneo dele, mas de Ribera de Duero: Pingus Psi 2012. Obra de Peter Sisseck, o vinho é uma introdução, cara, aos ainda mais caros Pingus. Ele é feito com uvas de microparcelas e envelhece em barricas utilizadas para o Pingus e Flor de Pingus. Embora as barricas sejam usadas, a madeira aparece um pouco, mas muito bem integrada. Ao nariz mostra notas de ameixas pretas e cerejas, em meio a toques balsâmicos e alcaçuz. Em boca, repete o nariz, é mineral e mostra taninos sedosos. O final é levemente balsâmico e especiado. Foi o melhor da linha que eu bebi. Muito bom! Levado pelo Paulinho, que desta vez, não levou português.
E do lado direito do Psi, um vizinho seu de Ribera del Duero, Alión 2006, levado pelo Tonzinho. Com a assinatura de Vega Sicilia, o vinho roubou a cena e ocupou o primeiro lugar no podium da noite. Aromas complexos, de frutas em meio a muita especiaria, curry e alcaçuz, em um fundo terroso. Em boca, muita presença, acidez correta e taninos firmes. O final era muito longo e especiado. Uma beleza de vinho, estilo moderno, e representante fiel do produtor. Com 10 anos, está ainda um menino. Teria ainda muitos anos pela frente. Excelente Alión!
À direita do Alión, dois portugueses. O primeiro, um Pôpa Vinhas Velhas 2007, levado pelo Joãozinho. O vinho, de produção pequena (apenas 3.000 garrafas) é duriense produzido unicamente com castas portuguesas, de vinhedos com mais de 60 anos, e tem a consultoria do grande Luis Pato. Não tem estágio longo em madeira, apenas 4 meses, o que faz com que a fruta tenha mais destaque. É vinho com ótimo frescor e com notas especiadas. Bebi pela segunda vez, e gostei! É vinho que pede comida e que fica no lado dos menos potentes. O melhor é bebê-lo sem a companhia de vinhos potentes.
O outro português, mas agora do Alentejo, foi o Monte do Pintor Reserva 2011. Este sou fã e desde que o experimentei em uma degustação da Adega Alentejana, fiquei curioso para bebê-lo mais calmamente. Me pareceu um pouquinho diferente de quando bebi da primeira vez. Na verdade, até me agradou mais. Seu destaque é a ótima acidez, que lhe aporta muito frescor. Desta vez, notei ainda mais um toque terroso bem interessante, em meio à fruta madura e chocolate amargo. Belo vinho, que deve evoluir muito bem. De novo, gostei muito!
O último tinto na foto foi levado pelo JP: Pulenta XI Cabernet Franc 2011. O Joãozinho havia levado um deste cerca de 3 meses atrás. E ele repetiu as sensações da outra vez: Nariz muito picante (pimenta do reino e pimentão), passando por cima das notas de amoras, azeitonas e chocolate amargo. Em boca, o pimentão ainda reinava, e estava lá o toque doce que notei da outra vez. Muito concentrado. Como eu mencionei na outra postagem, já gostei mais deste vinho. Este exemplar, não agradou. Será que alguns bons anos lhe amaciarão? Não sei... Eu prefiro ficar com outros Cabernet Franc que têm sido produzidos na Argentina, como o Numina e o Rutini.
Bem, e para finalizar a belíssima noite proporcionada pelo amigo
Rodrigo, ele me chega com uma garrafa de um grande Chateau Guiraud 2003! Uau! Este nem precisaria comentar muito. É um excelente Sauternes que faz muito sucesso, e que não deve ficar fora da mala de quem viaja. Cor dourada, belíssima, brilhante... Aromas de damasco seco, gengibre, mel e especiarias. Em boca, acidez equilibrando o dulçor e final interminável. Que beleza de vinho! Como mencionado na Wine Spectator, que lhe tascou 95 pontos (aliás, os Guiraud são colecionadores de grandes notas), uma explosão de Botrytis! Clama por queijo azul ou foie gras. E como não poderia deixar de ser, dividiu o podium com o Alión.
Grande noite, amigo Rodrigo! Grazie mile!
Cabrito by Barone e finalização da família anfitriã |
Grande Flavio!
ResponderExcluirBelos vinhos. Mas um cabritinho e esse jamón... bah, "tá loco"!
Coisa muito boa.
Abraço!
Grande Alexandre!
ExcluirBom tê-lo por aqui, meu amigo. Continuamos na luta, mantendo o blog vivo...
Foram mesmo belos vinhos. Mas como você disse, muito bem acompanhados. O cabritinho estava 10, e o Jamón, perfeito para acompanhar os espanhóis.
Grande abraço!
Flavio
Bom dia flavio!
ResponderExcluirMais uma bela degustação.
O monte do pintor reserva está mesmo uma beleza, uma acidez que pede sempre mais uma taça. e acho que melhora um pouco com mais 2 a 3 anos!
O pulenta também é um vinho do qual eu gosto bastante, mas andou encarecendo nos ultimos tempos.
Quanto aos outros imagino que devam ser grandes vinhos, principalmente o alion e o Chateau Guiraud , que por enquanto só habitam meu imaginario.
Parabéns pela postagem e pela turma que sempre tras bons vinhos para compartilhar conosco através do blog.
abraco
renato lopes
Bom dia, Ranato!
ExcluirRapaz, foi boa mesmo. Os vinhos estavam ótimos!
Concordo com você quanto ao Monte do Pintor. Ele deve ganhar com uns 2-3 anos.
Então, a meu ver, o problema do Pulenta, além do preço ter subido, é que está muito extraído e muito picante. Na faixa dele, prefiro uns bons Cabernet Franc do Loire.
O Alión é um vinho que pede adega. Já tive duas experiências com um 2004. Na primeira vez, estava novo e nervosão. Na segunda, bebi já com 10 anos, e estava uma beleza. Como este 2006...
Eu sou fã incondicional do Chateau Guiraud. Além de ser excelente, ele pode ser encontrado a preço muito justo lá fora. Bem distante de seu conterrâneo Yquem. É um vinho que nunca deixo escapar quando viajo.
Obrigado pela visita de sempre e comentário!
Abraços,
Flavio