domingo, 18 de setembro de 2016

Niver do JP: Barolo Ornato Pio Cesare 2005, La Rioja Alta 904 2001 e outros vinhões!

Esta postagem também estava engavetada... E trata dos vinhos apreciados no último aniversário do JP (pois é, o do ano passado ainda nem postei). Foi uma noite de primeira. O JP levou todos os vinhos embrulhados para a turma identificar. E foram vinhões. Comecemos pelos brancos. Um deles foi um que cujo produtor já passou por aqui algumas vezes: Georges Vernay Condrieu Les Chaillées de L'Enfer 2007. O termo "Chaillées" vem do dialeto local e signifca "rochoso", em referência ao solo seco e pedregoso do terraço onde o vinhedo, de apenas 2,5 hectares, é plantado. O "L'Enfer" é devido ao calor e aos comentários das pessoas que ali estavam, dizendo que estavam no inferno.  É um vinhão! Aromas florais, pera, melão e frutas secas. Em boca é um pouco mais seco que seus irmãos e com um toque amendoado. Acho que o tempo já está se manifestando, mas o vinho ainda estava belíssimo. 
Outro branco foi o Pera-Manca branco 2012. Bem, o vinho tem pedigree e trata-se de um belo branco. É feito com Antão Vaz e Arinto, sendo parte fermentada em inox e outra em barricas de carvalho. Depois da fermentação segue-se um estágio de 12 meses, sobre as lias, com batonnage periódica. Em comparação com alguns anteriores que bebi, a cor é mais clara e os aromas um pouco mais minerais. Talvez pela tenra idade. Tem aromas florais, de abacaxi, maçã gold e mel, em um fundo mineral. Em boca é amplo, cremoso, boa acidez e final levemente amendoado. Um ótimo branco que acompanha muito bem comida. Ficou ótimo com a paella e ficaria ainda melhor com uma posta de bacalhau. 
O último branco, que às cegas todos pensaram se tratar de um Poiully-Fuissé, era um Lindaflor Chardonnay 2013.  O vinho é feito com uvas de vinhedos de altitude (1000 m). A fermentação é feita em barricas novas de carvalhos francês, sobre as lias, com batonnage periodica e estágio por 12 meses. Ao nariz mostra notas de fruta madura, com destaque para pera e abacaxi (sem exagero), leve amanteigado e um fundo mineral. Em boca mostra boa fruta, maciez e mineralidade. Quer saber? Fez mais sucesso que o Pera-Manca. Um ótimo Chardonnay.
E partindo para os tintos, o negócio pegou... Vinhões! O primeiro deles, e para mim o primeiro da noite, foi um Barolo Ornato Pio Cesare 2005. O JP decantou e pudemos acompanhar sua bela evolução durante a noite. A última taça que bebi, devagar, já no final da noite, estava uma maravilha! O vinho tinha notas de morango silvestre, pétalas de rosa, funghi secchi e terrosas. Em boca, foi se amaciando e ganhando complexidade ao longo da noite. No começo, os taninos se mostravam com força, mas depois, tudo foi se equilibrando. A acidez era perfeita e a fruta se mesclava a toques terrosos. Os taninos eram firmes e o final, mineral, era interminável. Que beleza de vinho! Não ganhou 95 pontinhos da WS à toa.
Do lado direito dele, na foto grande ao final da postagem, o vinho que ficou ao seu lado no podium: La Rioja Alta 904 2001! Este considero um grande custo benefício (lá fora, claro). É um vinhaço, que sempre agrada. É a terceira vez que bebemos desta safra e queremos sempre mais...  Aliás, é uma das safras que mais me agradam na Espanha. E este exemplar estava impecável! Nariz finíssimo, com notas de cereja seca, caixa de charuto, especiarias e cítricas. Em boca, maravilhoso! Acidez perfeita, taninos sedosos e final interminável. Se estiver em viagem e vir um deste na frente, não hesite um segundo: Joga (devagar) na cesta! Adoramos este danado! Valeu, JP!
Como não poderia faltar, um ótimo Malbec: Altos las Hormigas Paraje Altamira 2011. É um Malbec de altitude, maturado em foudres de 3.500 litros por 18 meses. Ao nariz mostra notas de ameixas e framboesas, em meio a especiarias e toques minerais. Em boca mostra ótima acidez, taninos sedosos e final longo e mineral. Um ótimo Malbec da sempre confiável Altos las Hormigas.
O JP ofertou ainda um Brunello di Montalcino Da Vinci Collezione Speciale 2006, da Cantine Leonardo da Vinci. Parece ser um exemplar especial da vinícola. Ao nariz, mostrou aromas de cerejas e amoras, em meio a leve tabaco, cítricos e cravo e outras especiarias. Em boca, mostrou boa acidez, taninos firmes e boa persistência. Um bom Brunello, correto e boa pedida para uma carne gordurosa. Mas não surpreende.
Bem, e como ninguém é de ferro, fechamos a noite com um Tokaji Oremus 2006, que estava uma delícia!
Isso aí, JP! 





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