Acho que o pessoal da confraria já tinha até desistido, ou até mesmo esquecido desta postagem. Faz tempo, claro. Trata-se dos vinhos que bebemos em nossa especial do final de 2016! Quase um ano depois, estou aqui postando. Bem, antes tarde do que nunca. E alguns leitores já haviam reclamado. Vamos lá então.
Prá começar, belos brancos. O primeiro deles, e também o que gostei mais, foi um grande Buçaco Branco 2009. Este, como os Tondonias, é difícil não agradar. A bela cor amarela brilhante do vinhão, feito com uvas da Bairrada e do Dão, apresentava um vinho com aromas deliciosos de uvaia, florais, ervas frescas, cítricos e alecrim. Em boca, a acidez vibrante lhe aporta um frescor impressionante. É cítrico, mineral e com notas de ervas frescas. O final, interminável, é mineral e muito fresco. Um super branco, que nunca cansa. Uma raridade do Castelo do Bussaco.
O outro branco apreciado, do lado do Buçaco na foto, foi um Chateau Brown Blanc 2009. Aqui muda-se o estilo. O vinho é um bordeaux de Pessac-Léognan feito com Sauvignon Blanc (majoritária) e Semillon. A fermentação é feita em barricas 50% novas, sobre as lias, com batonnage periódico. A maturação ocorre por 8 meses em barricas 50% novas com tosta leve. O vinho tem aromas de pera, pêssego e ervas, tudo sobre um tostado muito elegante. Em boca é amplo, denso, com boa acidez e notas tostadas da barrica. Muito equilibrado, com final longo e amendoado. Ótimo branco bordalês! Estilo distinto em relação ao Buçaco, mas também, delicioso.
E passando para os tintos, só vinho de primeiríssima também. O primeiro que descreverei, e também um dos melhores da noite, é um Aalto PS 2009. Aqui o negócio pega. O vinho é produzido por ninguém menos que Mariano Garcia, que foi durante 30 anos enólogo da Vega Sicília. A bodega produz apenas dois vinhos, o excelente Aalto e o grandioso Aalto PS (de Pagos Selecionados). As videiras, de baixo rendimento, de onde vêm as uvas para este vinho possuem de 60 a 100 anos. A maturação ocorre por 22-24 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, o vinho mostra notas de cerejas pretas, ameixas, toffee, chocolate e tabaco. Em boca é volumoso, intenso, acidez perfeita e taninos muito sedosos. Uma explosão de sensações que perduram pela noite e deixam lembranças. Um soco com uma luva de veludo. Sempre digo aos amigos que, se quiserem me dar 3-4 garrafas deste em troca de uma de Vega Sicília (é esta a relação), faço a troca na hora e saio dando risadas.
O outro branco apreciado, do lado do Buçaco na foto, foi um Chateau Brown Blanc 2009. Aqui muda-se o estilo. O vinho é um bordeaux de Pessac-Léognan feito com Sauvignon Blanc (majoritária) e Semillon. A fermentação é feita em barricas 50% novas, sobre as lias, com batonnage periódico. A maturação ocorre por 8 meses em barricas 50% novas com tosta leve. O vinho tem aromas de pera, pêssego e ervas, tudo sobre um tostado muito elegante. Em boca é amplo, denso, com boa acidez e notas tostadas da barrica. Muito equilibrado, com final longo e amendoado. Ótimo branco bordalês! Estilo distinto em relação ao Buçaco, mas também, delicioso.
E passando para os tintos, só vinho de primeiríssima também. O primeiro que descreverei, e também um dos melhores da noite, é um Aalto PS 2009. Aqui o negócio pega. O vinho é produzido por ninguém menos que Mariano Garcia, que foi durante 30 anos enólogo da Vega Sicília. A bodega produz apenas dois vinhos, o excelente Aalto e o grandioso Aalto PS (de Pagos Selecionados). As videiras, de baixo rendimento, de onde vêm as uvas para este vinho possuem de 60 a 100 anos. A maturação ocorre por 22-24 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, o vinho mostra notas de cerejas pretas, ameixas, toffee, chocolate e tabaco. Em boca é volumoso, intenso, acidez perfeita e taninos muito sedosos. Uma explosão de sensações que perduram pela noite e deixam lembranças. Um soco com uma luva de veludo. Sempre digo aos amigos que, se quiserem me dar 3-4 garrafas deste em troca de uma de Vega Sicília (é esta a relação), faço a troca na hora e saio dando risadas.
Ainda na península ibérica, e com a mesma uva, passamos para um Crasto Tinta Roriz 2012. Embora a uva seja a mesma Tempranillo espanhola, as características são distintas em relação ao Aalto. Em comum, a grandiosidade! O Crasto matura 16 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, mostra notas florais, frutas silvestres, chocolate amargo e especiarias. Em boca, repete o nariz e mostra acidez vibrante, mineralidade e final longuíssimo, levemente achocolatado e com notas de alcaçuz. Os taninos são firmes e devem arredondar com o tempo. É mais fresco e mineral que seu primo de Ribera del Duero. Uma beleza de vinho, com aptidões gastronômicas e longa vida pela frente. Se tiver um desses, guarde sem medo. Mas se não resistir, será feliz também. Vinhaço!
Um outro tinto de muita categoria apreciado foi um Delas Hermitage Domaine des Tourettes 2010, em garrafa Magnum. O Domaine Delas, embora tenha sua história iniciada há mais de 100 anos, teve uma completa reformulação em 1996, com introdução de grandes cascos por barricas francesas. O Domaine des Tourettes compreendem apenas 10 hectares de Syrah. A cada safra os produtores variam a proporção entre barricas novas e usadas, para tirar o melhor resultado. Ao nariz o vinho mostrava notas de amoras, florais, cacau, couro e alcaçuz. Em boca, repetia o nariz e mostrava nervo e estrutura tânica. O final era longo, mineral, especiado e com notas de chocolate amargo. Um vinho grande, de grande safra, excelente produtor e que teria anos e anos pela frente. Já poderia ter sido bebido agora, mas sem dúvida, era o que mais necessitava de mais tempo em adega. Para ser bebido agora, precisa de decanter e uma boa carne gordurosa para fazer frente aos taninos.
E finalizando os tintos, um belo Brunello di Montalcino Siro Pacenti PS 2008. Eu sou fã incondicional deste produtor. E o Caio também, depois de beber um 2000 que levei anos atrás em um aniversário. É um vinho que mostra o seu melhor após uma década. Portanto, já adianto que este 2008 ainda estava nervoso. Ao nariz, notas florais, de cereja, cítricas e chá. Em boca, acidez marcante e taninos levemente terrosos. O final, longo, era especiado e mineral. Um belo Brunello, completo e com grande estrutura. Mas como o Hermitage supracitado, ainda novo. Imagino este vinho daqui a uns 3 anos ou mais...
Bem, e para finalizar a noite e acompanhar o meu aclamado Creme Brulée, um super vinho, representação máxima de Sauternes: Chateau d'Yquem 1997! Alguns irmãos seus já pintaram aqui no blog, mas considero este, o melhor d'Yquem que já bebi. Aliás, o melhor Sauternes que já bebi. Aqui, a qualidade se juntou a uma excelente evolução nesses quase 20 anos. O vinho estava extraordinário! A cor belíssima dourada, nos introduzia um vinho soberbo, com aromas riquíssimos, florais, de pêssego, damasco, mexerica, em meio a notas de gengibre, mel e frutas secas. Em boca, uma explosão de sabores, com acidez equilibrando o dulçor e um final interminável. Que qualidade! Um super vinho, para ficar na memória. Seu gosto ainda está nas minhas lembranças.
Ah, e o JP ainda ofertou uns portos. Vou me abster para não alongar a conversa.
Isso aí! Grande noite! Vejam abaixo a cara do Paulinho tentando eleger o que mais gostou...rs.
Um outro tinto de muita categoria apreciado foi um Delas Hermitage Domaine des Tourettes 2010, em garrafa Magnum. O Domaine Delas, embora tenha sua história iniciada há mais de 100 anos, teve uma completa reformulação em 1996, com introdução de grandes cascos por barricas francesas. O Domaine des Tourettes compreendem apenas 10 hectares de Syrah. A cada safra os produtores variam a proporção entre barricas novas e usadas, para tirar o melhor resultado. Ao nariz o vinho mostrava notas de amoras, florais, cacau, couro e alcaçuz. Em boca, repetia o nariz e mostrava nervo e estrutura tânica. O final era longo, mineral, especiado e com notas de chocolate amargo. Um vinho grande, de grande safra, excelente produtor e que teria anos e anos pela frente. Já poderia ter sido bebido agora, mas sem dúvida, era o que mais necessitava de mais tempo em adega. Para ser bebido agora, precisa de decanter e uma boa carne gordurosa para fazer frente aos taninos.
E finalizando os tintos, um belo Brunello di Montalcino Siro Pacenti PS 2008. Eu sou fã incondicional deste produtor. E o Caio também, depois de beber um 2000 que levei anos atrás em um aniversário. É um vinho que mostra o seu melhor após uma década. Portanto, já adianto que este 2008 ainda estava nervoso. Ao nariz, notas florais, de cereja, cítricas e chá. Em boca, acidez marcante e taninos levemente terrosos. O final, longo, era especiado e mineral. Um belo Brunello, completo e com grande estrutura. Mas como o Hermitage supracitado, ainda novo. Imagino este vinho daqui a uns 3 anos ou mais...
Bem, e para finalizar a noite e acompanhar o meu aclamado Creme Brulée, um super vinho, representação máxima de Sauternes: Chateau d'Yquem 1997! Alguns irmãos seus já pintaram aqui no blog, mas considero este, o melhor d'Yquem que já bebi. Aliás, o melhor Sauternes que já bebi. Aqui, a qualidade se juntou a uma excelente evolução nesses quase 20 anos. O vinho estava extraordinário! A cor belíssima dourada, nos introduzia um vinho soberbo, com aromas riquíssimos, florais, de pêssego, damasco, mexerica, em meio a notas de gengibre, mel e frutas secas. Em boca, uma explosão de sabores, com acidez equilibrando o dulçor e um final interminável. Que qualidade! Um super vinho, para ficar na memória. Seu gosto ainda está nas minhas lembranças.
Ah, e o JP ainda ofertou uns portos. Vou me abster para não alongar a conversa.
Isso aí! Grande noite! Vejam abaixo a cara do Paulinho tentando eleger o que mais gostou...rs.
Paulinho indeciso, mirando os vinhos... Tudo em duplicata. |
Flavio,
ResponderExcluirO teu amigo Paulinho aí da foto deve estar pensando: "beber ou beber, eis a questão".
No final, surge a dúvida de sempre: "por que as garrafas só tem 750ml?".
Mas para o teu pessoal vem o consolo: "semana que vem tem mais".
Grandes vinhos. E esses flagrantes dos bons momentos não tem preço.
Abraço!
Grande Alexandre!
ExcluirAcho que foi isso mesmo! O cara não estava indeciso, estava ansioso! rs.
Eu também gostaria de saber por que as garrafas têm (só) 750 ml...rs. Mas como você disse, a turma aqui não perdoa. Na semana seguinte sempre tem mais. Bem, uma zurrapinha nunca falta, mas geralmente tem coisa boa.
E como você disse, esses flagrantes de bons momentos vividos com os amigos não têm preço. Falta só a presença do amigo aqui um dia para compartilhar esses bons momentos!
Grande abraço!
Flavio
Nem tenho o que comentar..... bussaco, quem, brunello, em uma só degustação. Fica complicado pra os meros mortais....
ResponderExcluirParabéns pelas avaliacoes
E pelas degustações
Sempre grande vinhos
Caro Renato,
ExcluirObrigado! Foi braba mesmo a noite...rs. Nossa turma faz um depósito mensal e no final do ano compramos os vinhões. E muitas vezes, o pessoal traz de fora, para ser pago pelo bolão (foi o caso do d'Yquem). Foi uma estratégia boa que achamos para beber uns vinhões no final de ano.
Abraços,
Flavio
Ps. Estou tentando liberar postagens atrasadas...
Flávio,
ResponderExcluirEsse Ch. Brown você comprou no saldão do começo do ano? Eu comprei e adorei o vinho, um dos melhores brancos que já bebi. Pena que não comprei mais de uma garrafa. Não sei se foi apagado pelo Buçaco.
abs,
Alexandre (DF).
Oi Alexandre,
ExcluirEste compramos no ano passado, para nossa de final de ano. Pagamos o preço normal. Também gostei demais! Sabe que uma das garrafas que compramos estava passada? Pois é... azar. Mas a outra, uma beleza. Acho que ele não foi apagado pelo Buçaco. Brigou muito bem. Você conhece o L'Esprit de Chevalier Blanc 2013 disponível na Wine? Estou coçando a mão para colocar na cesta...rs.
Abraços,
Flavio
Não conheço, e nem tinha reparado nele. Acho que vale a pena arriscar.
ResponderExcluirPutz, vinho passado é de lascar heim, ainda mais neste preço.
Não conheço, pelo preço acho que vale o risco!
ResponderExcluirAbs
Acho que vou correr!
Excluirabs,
Flavio