domingo, 10 de março de 2013

Herú Pinot Noir 2009 e Terredora Aglianico 2008

Nessa última sexta-feira passamos na Mercearia 3M para rever os amigos e é claro, beber uns vinhões. Dois foram abertos. O primeiro deles, um que queria conhecer há algum tempo, o Herú Pinot Noir 2009, da Ventisquero. O vinho feito com PN de Casablanca e possui uma cor mais escura que os PN tradicionais. Passa 14 meses em barricas francesas (no 2008 35% de primeiro uso, 35% segundo e 30% terceiro - No Descorchados Patricio Tápia cita que na safra de 2009 as de primeiro uso foram diminuidas para 20%). Ao nariz, apresenta-se como um tipico Pinot chileno. Notas de morango, framboesa e cereja se mesclam a baunilha e um toque de chá. Em boca mostra bom corpo e boa acidez, com um fundinho herbáceo, até um pouco amargo, que equilibra sua doçura. É um vinho que se diferencia nesse aspecto. Ficou melhor bebido a temperaturas mais baixas. Acredito que deve melhorar muito em 2-3 anos. Agora, eu acho que não justifica o seu preço. Mas vamos dar-lhe tempo... A vinícola menciona que tem guarda de até 8 anos. Outra coisa: Um bom Pinot deve ser bebido em taças apropriadas, sem correria e, de preferência com uma comida adeguada (não petiscos, como fizemos). Assim, a nossa percepção sem dúvida pode ter sido prejudicada. A garrafa que tenho do 2010 vou guardar mais tempo e beberei como manda o figurino. A propósito, o nome Herú vem de uma lenda de um duende de gorro vermelho que protege as melhores uvas.
Do Herú, partimos para um italiano, do sul da bota, mais precisamente da Campania, o Terredora Aglianico 2008. A Aglianico, uva de origem grega, compete com a Nerello Mascalese pelo posto de uva mais importante do sul da itália. A vinícola Terredora tem ganhado destaque nos últimos anos, principalmente com a produção de ótimos brancos feitos com a Fiano de Avellino. Esse Aglianico é um vinho que apresenta sua nacionalidade na cor e aromas bem vivos. Notas de frutas silvestres se mesclavam a notas de verniz e especiarias, com destaque para a Sálvia. Em boca, mostra ótima acidez, vivacidade e taninos firmes. A Sálvia apareceu mais ainda e confesso que me incomodou um pouco. O vinho é um pouco rústico e certamente melhoraria com comida (italiana, claro). Mais uma vez: Do jeito que foi bebido, em uma tarde quente, com petiscos, não emplacou. E não é vinho para iniciantes, que podem estranhar.
Isso aí, pessoal!

2 comentários:

  1. Olha outro Pinot Roundhouse Kick aí, Flávio!
    Costumo me entender bem com os temperamentais Aglianicos, rs. Mas a oferta não é das melhores, e o preço dos Taurasi tb não ajuda. Aliás, nem lembro quando tomei o último... talvez no Gambero Rosso de 2012, sei lá.
    E a Nero d'Avola, não tem lugar nesse pódium?
    Abs.

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    Respostas
    1. Sem dúvida! rs. Quero deixar o 2010 por um bom tempo e ver se acontece uma revolução na garrafa. Mas não sei...
      Então, tenho pouca experiência com Aglianico. Preciso investir mais. Uma vez estive com uma garrafa do Aglianico del Vulture Basilisco na mão, e não peguei. Mas quero voltar a eles.
      Quanto a Nero d'Ávila, também acho que tem lugar no pódio. Principalmente nos últimos anos, que tem gerado ótimos vinhos (e também mais caros...). Acho que a briga é boa entre as três.
      Abraços,
      Flavio

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