Em reunião recente da confraria bebemos ótimos vinhos, e ainda rimos muito com o que nosso confrade Rodrigo aprontou. Bem, mas quem começou aprontando foi o Paulinho, Rei dos Portugueses, mas que está se tornando também Rei dos Uruguaios... Estou devendo relatos de uns grandes que ele levou, mas dessa vez ele pegou pesado. Levou simplesmente aquele que considero o melhor vinho uruguaio que conheço. Era um Massimo Deicas 2009. Esse vinho antigamente era chamado 1er Cru de Exception. Eu já descrevi aqui o 2007, que estava uma maravilha. E esse 2009 não ficou atrás. Aliás, diferenciava-se de seu irmão por ser um pouquinho mais maduro. Ao nariz mostrava notas de ameixas pretas, alcaçuz, chocolate amargo, couro e tabaco. Em boca era amplo, mineral, com ótima acidez e taninos típicos da Tannat, mas redondos. O vinho evoluiu maravilhosamente em taça. O final era interminável e com notas de alcaçuz. Um vinhaço uruguaio! Para mim, o rei da noite.
Vou logo para outro top, levado pelo Rodrigo. Bem, aqui tem algo engraçado... Quando o Rodrigo chegou, todos já estavamos bebendo outros vinhos, e ao olhar para a sua garrafa, ficamos surpresos. Era um Judas Blend 2012, top da vinícola argentina Sottano. A surpresa se justificava pelo fato de termos comprado duas garrafas dele para nossa especial de final de ano. Ficamos então elogiando o confrade, e até mesmo indecisos se abriríamos o vinho, pois perderíamos a surpresa em nossa especial de final de ano. Bem, é claro que resolvemos abrir e mandar ver no danado. Só quando já estávamos na metade alguém resolver perguntar onde estavam as duas garrafas que compramos, e alguém respondeu: - Na casa do Rodrigo! Bem, concluindo, o cara passou a mão no primeiro vinho que viu na sua frente e levou o vinho da reunião de final de ano para ser abatido, sem saber. O fato é que rimos muito pelo ocorrido. Bem, o vinho é um blend de 70% Malbec, 20% Cabernet Sauvignon e 10% Merlot. Passa 24 meses em barricas novas francesas. Apenas 2.500 garrafas foram produzidas. Segundo o produtor, era um vinho feito apenas para consumo da família, que resolveram comercializar. Surpreende pela cor mais clara que o normal para blends com Malbec. Ao nariz mostrava fruta envolta em muita especiaria. Bem rico. Em boca era muito macio, redondo, com taninos doces e final longo e novamente, especiado, com notas de canela, noz moscada etc. A boa acidez equilibrava o dulçor. O incrível e que seus mais de 15% de álcool nem apareceriam. Mas muito álcool é algo que não me agrada. É vinho para muitos anos de adega. A outra garrafa dele foi bebida em nossa reunião de final de ano, que descreverei logo. Aí o negócio pegou, pois a briga foi feia...
O Tonzinho levou um ótimo Mas la Plana 2010, Cabernet Sauvignon do craque espanhol Miguel Torres. Este, em particular, celebra os 40 anos do lançamento do primeiro da marca, que em uma degustação às cegas deu umas chineladas em uns bordozões, incluindo um Latour. O 2009 já frequentou nossa confraria algumas vezes (veja uma aqui). Esse 2010 não ficou atrás, embora tenha me parecido mais pronto que seu irmão, e menos apimentado. Mas estava excelente, claro! Notas de cereja preta, tabaco, chocolate amargo, especiarias... Taninos redondos e ótima intensidade. Anos de vida pela frente, mas já apreciável agora (e como). Vinhão! Para esse que vos escreve, foi o segundo da noite, só atrás do Massimo Deicas.
Eu levei o mais simples da noite, mas nem por isso, o pior...rs. Era um Rívola 2009, espanhol da Abadia Retuerta. Esse nunca decepciona. Vinho de bom preço e que satisfaz. Às cegas, JP notou bastante presença da Cabernet Sauvignon, que entra com 40% no corte junto com a Tempranillo. Realmente ela aparece até mais que a tradicional espanhola. Vinho de bom nariz e redondo em boca. Um tanto modernoso... Eu gostaria que tivesse mais presença da Tempranillo. Mas nem por isso, deixa de ser bom.
O Caião levou um branco que já pintou por aqui: Esporão Reserva branco 2014! Ótimo vinho! Fresco, boa fruta, com muita presença e difícil de ser batido em sua faixa de preço.
E para finalizar, o JP levou um El Enemigo Bonarda 2011. Lembro que o primeiro Bonarda que bebi foi um Colonia las Liebres 2002, da Altos las Hormigas. Se não me engano, em sua primeira safra. O que eu gostava nele? Frescor! Não passava por madeira e era vinho fácil de beber. Custava apenas 9 doletas na Mistral. O que vejo agora são Bonardas mais pesados, concentrados. Este El Enemigo é um bom vinho, mas no estilo concentrado, com estágio em madeira e uma pitadinha de Cabernet Franc para dar uma apimentada. É complexo, com notas de alcaçuz, kirsch, chocolate amargo e especiarias. Deve envelhecer bem e também ser bom par para um churrasco.
O Thiago levou um Malbec de Matias Riccitelli, o The Apple doesn't fall far from the Tree Malbec 2013. O nome é original e o rótulo é de muito bom gosto. Há tempos queria experimentar vinhos desse produtor. Esse tinha cor clara e aromas doces de frutas, baunilha e chocolate. Em boca, a doçura também reinava, até nos taninos. Por esses motivos, não é meu vinho.
Isso aí!
O Tonzinho levou um ótimo Mas la Plana 2010, Cabernet Sauvignon do craque espanhol Miguel Torres. Este, em particular, celebra os 40 anos do lançamento do primeiro da marca, que em uma degustação às cegas deu umas chineladas em uns bordozões, incluindo um Latour. O 2009 já frequentou nossa confraria algumas vezes (veja uma aqui). Esse 2010 não ficou atrás, embora tenha me parecido mais pronto que seu irmão, e menos apimentado. Mas estava excelente, claro! Notas de cereja preta, tabaco, chocolate amargo, especiarias... Taninos redondos e ótima intensidade. Anos de vida pela frente, mas já apreciável agora (e como). Vinhão! Para esse que vos escreve, foi o segundo da noite, só atrás do Massimo Deicas.
Eu levei o mais simples da noite, mas nem por isso, o pior...rs. Era um Rívola 2009, espanhol da Abadia Retuerta. Esse nunca decepciona. Vinho de bom preço e que satisfaz. Às cegas, JP notou bastante presença da Cabernet Sauvignon, que entra com 40% no corte junto com a Tempranillo. Realmente ela aparece até mais que a tradicional espanhola. Vinho de bom nariz e redondo em boca. Um tanto modernoso... Eu gostaria que tivesse mais presença da Tempranillo. Mas nem por isso, deixa de ser bom.
O Caião levou um branco que já pintou por aqui: Esporão Reserva branco 2014! Ótimo vinho! Fresco, boa fruta, com muita presença e difícil de ser batido em sua faixa de preço.
E para finalizar, o JP levou um El Enemigo Bonarda 2011. Lembro que o primeiro Bonarda que bebi foi um Colonia las Liebres 2002, da Altos las Hormigas. Se não me engano, em sua primeira safra. O que eu gostava nele? Frescor! Não passava por madeira e era vinho fácil de beber. Custava apenas 9 doletas na Mistral. O que vejo agora são Bonardas mais pesados, concentrados. Este El Enemigo é um bom vinho, mas no estilo concentrado, com estágio em madeira e uma pitadinha de Cabernet Franc para dar uma apimentada. É complexo, com notas de alcaçuz, kirsch, chocolate amargo e especiarias. Deve envelhecer bem e também ser bom par para um churrasco.
O Thiago levou um Malbec de Matias Riccitelli, o The Apple doesn't fall far from the Tree Malbec 2013. O nome é original e o rótulo é de muito bom gosto. Há tempos queria experimentar vinhos desse produtor. Esse tinha cor clara e aromas doces de frutas, baunilha e chocolate. Em boca, a doçura também reinava, até nos taninos. Por esses motivos, não é meu vinho.
Isso aí!
Flávio, fiquei muito curioso para provar o Mas la Plana do Miguel Torres. Acho que a Wine comercializava esse vinho. Se houver nova disponibilidade no site deles, certamente vou adquirir.
ResponderExcluirEsse ano estive em Mendoza e trouxe um República Del Malbec 2012. Não pude provar o vinho lá, mas como tinha lido boas coisas sobre ele, resolvi trazer. Será que segue a mesma linha desse The Apple doesn't fall far from the Tree?
Abraço.
Oi Felipe!
ExcluirO Mas la Plana é um vinhão! A Wine tinha mesmo o 2009. Tomara que ofereça o 2010 logo. Ele pode ser encontrado na Super Adega. Dá uma olhada lá. Eu comprei um 2009 no Chile, onde pode ser encontrado a bom preço. Aqui salgam um pouco. Mas é um vinho de categoria e de grande potencial de guarda. Quanto ao República del Malbec, eu não conheço. Mas espero que ele não seja na mesma linha do The Apple, pois acho que esse último foi o Malbec mais doce que eu já consumi.
Abraços,
Flavio
Pois é... Como sei que vc é comedido nas palavras que em tese podem desabonar os vinhos provados, imaginei mesmo que a doçura desse vinho tinha sido muito além da conta rsrsrs. Espero que o Republica siga outra linha e que o tempo jogue a seu favor (vou deixar descansar mais uns 2 anos ao menos).
ResponderExcluirOi Felipe,
ExcluirVocê matou na mosca...rsrs. Eu quero dar mais uma chance aos vinhos do Riccitelli, pois já ouvi falar bem deles. Além disso, ele é um produtor que tem feito sucesso recentemente. Mas esse primeiro realmente não bateu com meu paladar...rs. Eu também gosto de deixar Malbecs descansando bem. Costumam perder o dulçor com um bom tempo na adega. Espero que goste do República. Quem deve conhecê-lo é meu ammigo Vitor, do saudoso Louco por Vinhos. Vou perguntar prá ele.
Abraços,
Flavio