sexta-feira, 17 de junho de 2011

Goulart Gran Vin 2006

Bem, eu não gosto muito de postar sobre vinhos que não gostei, mas por insistência dos confrades, terei de fazê-lo. Comprei este vinho na World Wine, há algum tempo atrás, e resolvi apreciá-lo com os confrades na semana passada. É um vinho das Bodegas Goulart, propriedade de Erika Goulart, uma brasileira que produz vinhos em terras argentinas. Já havia apreciado um vinho mais simples da bodega, o Paris Goulart, há algum tempo atrás, e gostado bastante, pela qualidade e pelo custo.
Este em questão, o Goulart Gran Vin 2006, é um vinho top da bodega, feito com uvas de vinhedos privilegiados, e que estagiou 14 meses em barricas novas de carvalho francês. O vinho tem uma proposta interessante, que foge ao modismo, principalmente da fruta compotada em excesso de muitos malbecs argentinos. Sua cor já mostra isso, pois é mais rubi e menos violeta e densa que a maioria dos malbecs. Ao nariz apresenta notas de ameixa, figo e chocolate meio-amargo, mas a meu ver, a madeira aparece em excesso. Em boca nos pareceu agressivo, com a madeira aparecendo demais e muita acidez. Tava aí o que mais desagradou. A alta acidez! Eu acho que a maioria dos malbecs argentinos pecam por possuirem baixa acidez, mas neste ela se sobressai. Bem, eu espero muito que o tempo lhe dome.
No entanto, o problema maior é quando o comparamos com outros argentinos de peso, na mesma faixa de preço, como o Catena Alta, Angelica, Trapiche Single Vineyards, J.Alberto, etc. Aí a coisa complica.

4 comentários:

  1. Caro Flávio,
    Também degustei este vinho recentemente (http://vinhosemaisvinhos.blogspot.com/2011/04/direto-da-taca-goulart-malbec-grand-vin.html) e diferentemente de você, gostei dele justamente pela acidez destacada (a la italiana...), fugindo do "padrão" sobremaduro dos vinhos argentinos atuais.
    Nossa diferença de percepção pode ter sido causada também pelo gosto pessoal ou pelo fato de que eu o degustei escoltado por um suculento bife ancho...
    Enfim, coisas do mundo do vinho!

    Abs,
    Luiz Cola

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  2. Caro Luiz,
    Pois é, vi sua postagem. Eu também gosto de vinhos "mais italianos" em acidez. Mas achei ele muito ácido. Talvez até mesmo pela surpresa, vinda de um malbec. Por outro lado, penso que você tem toda razão na questão da escolta por um bom bife ancho. Isso pode mesmo ter feito diferença, pois bebemos nossa garrafa sem comida (o que para mim é um pecado, pois sou daqueles que penso que vinho tem que vir escoltado por um bom prato).
    Um grande abraço,
    Flavio

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  3. É isso aí Flavio, não gostou fala o motivo mas fala mesmo.
    Não conheço o vinho, mas o legal é o seguinte: No mundo do vinho não tem quem está certo nem quem está errado, duas opiniões divergentes podem estar totalmente certas sobre o mesmo tema. As variáveis são muitas.

    Abraço

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  4. Valeu Eugênio! Eu era um pouco reticente em postar sobre vinhos que não gostei, mas acho que é legal para que os leitores conheçam diferentes percepções. Gostei de sua frase: "duas opiniões divergentes podem estar totalmente certas sobre o mesmo tema".
    E como disse o amigo Luiz Cola, "são coisas do mundo do vinho!".
    Grande abraço,
    Flavio

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