Foi uma noite estranha, que esquentou de repente e nos pegou de surpresa, sem nos dar chance para levar brancos para a reunião da Confraria lá no Chez Marcel. Mas de mais leves, dois Pinots deliciosos.
O primeiro deles, o patagônico Chacra Barda 2012, tinha cor clara, bonita, e aromas frutados, de morango e cereja, em meio a um tostadinho gostoso e especiarias (cravo). Destaque para ao seu frescor. Era um vinho fresco, mineral, do tipo festivo. Como o pessoal disse, para um fim de tarde à beira da piscina. Muito gostoso! Diferente de outros Barda que bebi, que eram mais tostados. Eu sempre achei este de entrada da Chacra o melhor. Não me encantaram o Chacra 55 nem o Chacra 32. Por outro lado, o preço que estão cobrando por aqui é surreal. O Caião trouxe direto da Argentina, direto para a nossa mesa. Valeu! Importante sobre este vinho: A experiência que tive com outros anteriores é que não aguenta guarda. É para beber logo.
Depois dele, outro Pinot de responsa, levado pelo Paolão. Mas agora, algo com mais peso e estrutura. Era um Chateau de Chamirey Mercurey Les Ruelles 2009. Vinho de excelente safra, cor mais escura que o primeiro, aromas deliciosos de cereja, framboesa e especiarias, como a canela. Em boca é amplo, mineral, com um toque salino bem gostoso. Foi um camaleão durante a noite, mostrando aromas distintos e fazendo a felicidade da turma. Para mim, e vários outros, o melhor da noite. Uma delícia! Vou guardar uma garrafa dele que tenho para apreciar daqui a uns anos. Quem pegou no último bota-fora da World Wine pode ficar feliz. A propósito, o Caião já havia levado uma garrafa destes prá gente semanas atrás, em postagem que ainda não publiquei.
O JP chegou disposto também (apesar do resfriado....rs): Levou um EPU de Almaviva 2010. Não este, mas dois de outras safras, já foram motivo de artigos (e "polêmica salutar") aqui no blog (clique aqui e alí). Mas este 2010 já me atraiu pela safra, que tem me trazido boas surpresas, com vinhos mais vivos e menos extraídos que o normal. E este seguiu a mesma linha. Estava pegado no começo, nervoso, mas depois de um tempo no decanter, foi se equilibrando. Diferentemente de outros EPUs que bebi, é menos extraído, mas fresco, como tenho visto nos Cabernets chilenos de 2010. Vinho com aromas de cassis, cereja preta e alcaçuz. Em boca, amplo, fresco e com taninos nervosos, do jeito que eu gosto. Para mim, o melhor dos EPUs que bebi. E com longa vida pela frente. Me lembrou o TEZ. Gostei, JP! Tá indo muito bem no ano.
Eu levei um Trefethen Estate Merlot 2001. A vinícola familiar do Napa Valley produz uma ampla gama de vinhos e muitos deles têm feito muito sucesso por aí (o Cabernet 2005 é muito elogiado e faturou 97 da WE). Este Merlot tem também uma pitadinha de Cabernet Sauvignon (e em algumas safras, Malbec). Passa 19 meses em barricas de carvalho francês e americano. Ao nariz, mostra notas de frutas maduras, tostadas, chocolate, couro e tabaco. Já traz o sinal dos 13 anos. O JP, que estava com o nariz um pouco afetado...rs, dizia que ele estava na descendente. Para mim, ele estava senhorío, maduro, evoluído, o que é diferente. Até acho que não ganhará mais com o tempo e talvez já comece a descer. Mas agora, está no ponto, macio, redondo, muito elegante. Eu gostei. Mas ele ficou na rabeira dos outros.
E para finalizar, o Thiago levou um Calyptra Assemblage Gran Reserva 2008. Chileno feito com Merlot, Syrah e Cabernet Sauvignon, e que passa 26 meses em barricas usadas. Apenas 3.500 garrafas foram produzidas. Tem aromas de amoras, pimenta do reino, madeira e chocolate amargo. Em boca, repete o nariz, mostra mineralidade e bons taninos. É um vinho com bom nervo. A madeira aparece um pouquinho, mas não incomoda. Pede comida. Pelo preço, uma boa pedida. Gostei dele. O Descorchados lhe atribuiu 93 pontos.
Isso aí, pessoal! Todos os vinhos aprovados! E como estava bom aquele Risoto com lula, chorizo e vieira, hein? O Bart estava inspirado.
A turma reunida |
Nenhum comentário:
Postar um comentário