
Agora é moda: Uma garrafa de vinho é aberta e lá vem o pessoal com seus super celulares, tirar uma foto para o aplicativo VIVINO. Isso, antes mesmo de beber. E o pior é que não é apenas para documentar o vinho que vão beber, o que eu até acho legal, prá não esquecer. Na verdade, é para checar no aplicativo quantas estrelas os "sommelieres eletrônicos" deram para aquela garrafa. E não importa se é de outra safra, se o que está na rede é o Crianza e o que está sendo bebido é um Gran Reserva, etc. O nome é parecido e pronto. Também pouco importa quantas pessoas "avaliaram" o vinho - esse negócio de tamanho amostral não existe. Se dois deram 2 estrelas, pronto, a pessoa repetirá a nota e seu vinho entrará para a lista das zurrapas. Se for um vinho raro, que nunca algum "Vivinófilo" bebeu, aí você está perdido! Lá vem o comentário: "Ih, nem tem no VIVINO"! Ah, e voltando ao negócio das estrelinhas, isso é o que há! Um sujeito que não entende nada de vinho, que nunca viu uma ficha de avaliação, tasca 4 estrelas em um Casillero e pronto, virou vinhão! E é comum ver vinhos raros e de primeira linha com 1-2 estrelinhas, enquanto chilenos e argentinos superextraídos levam 4... e por aí vai. Sempre discuto isso com o amigo JP: O fato de eu gostar de um vinho não quer dizer que ele é bom. Quer dizer apenas que eu gostei (achei "gostoso"). E o contrário também é válido. Posso não gostar de um vinho que tecnicamente é perfeito, mas que não bate com meu paladar e gosto pessoal (bem, aí é questão de mau gosto mesmo...rs). É como um carro. A pessoa é obrigada a gostar de um Mercedes? Não! Mas por isso um Mercedes deixa de ser um bom carro? Claro que não. Obviamente, é apenas um exemplo meio bobo, para ilustrar minha posição sobre o tema, que é controverso.
E já que tô malhando...rs. Os caras enchem a cara, tiram uma foto horrorosa, e voilá: 5 estrelas na zurrapa! Ou seja, totalmente confiável o negócio! E o pior: Tem gente que acredita!
Na minha opinião, há coisas mais relevantes a serem conhecidas sobre um vinho. Que tal saber sobre o enólogo? Esse coitado parece que não existe. E a(s) uva(s) com que foi feito? Como foi a vinificação? Sou capaz de apostar que tem gente que nem com a nacionalidade do vinho se importa. Ou seja, ao final das contas, a turma vai embora sem saber o que bebeu, pois o que importa são as estrelinhas do Vivino. Oportunidade perdida...
Logo que saiu o tal do aplicativo eu o instalei, pois pensava que ia me ajudar no blog. Usei uma ou duas vezes e foi o suficiente para abandonar. Para mim, não tem o que se salve no negócio. Talvez, para registrar as fotos.
Chega, vai... Já fui chato demais por hoje. Vou voltar para meu Paul Sauer... Aliás, será que ele alcança 2 estrelinhas??? rs.
Ps. Caro leitores que usam o Vivino: Não fiquem bravos! É só uma opinião pessoal. Não sou dono da verdade. Apenas sou meio old fashion quando a questão é apreciar vinhos...rs