A Cabernet Franc costuma recompensar quem tem paciência. Nova, ela pode ser nervosa, mas o tempo lhe faz muito bem. E se o vinho vem do Vale do Loire, a recompensa é maior ainda. E este é um produtor que sempre me agrada. Sou fã dos vinhos de Catherine e Pierre Breton. Eles são adeptos da produção chamada "natural", com pouca intervenção. Praticam a agricultura orgânica, utilizam leveduras da própria uva etc... O resultado é um vinho mais puro, sem manipulações. A história do "vinho natural" é bastante controversa e dá margem a muita discussão. É claro que o fato de ser feito com pouca intervenção não garante a qualidade do produto. Os produtores precisam saber vinificar. E estes sabem. Este Catherine e Pierre Breton Chinon Les Picasses 2004 estava muito bom. O vinho ainda estava com uma cor viva e aromas típicos da casta, com notas de amoras, azeitonas, tomate, alcaçuz e apimentadas. Em boca, repetia o nariz e mostrava-se seco, mineral, picante e bastante fresco. O final é apimentado e mineral. A única crítica é que o final não é lá dos mais longos. Se fosse um pouco mais persistente... Mas no geral, o vinho é muito típico e prazeiroso. É vinho que pede comida e que caminha em direção oposta às bombas concentradas, cheias de geléia, álcool alto e madeira no talo. Portanto, se você é fã desses últimos, talvez demore um pouquinho a virar um fã dos vinhos de Catherine e Pierre Breton. Mas quando ficar, vai querer repetir sempre que puder.
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