Dias atrás fomos ao Chez Marcel comemorar o aniversário do Paolão. A noite começou com um Chablis Domaine Long-Depaquit 2011, de Albert Bichot, levado pelo Caião (foto ao final do texto). O produtor é um négociant da Borgonha, que produz uma gama enorme de vinhos. Este Chablis passa 6 meses em barricas. Ao nariz mostra notas de limão siciliano, maçã-verde e minerais. Em boca é leve, com boa acidez e mineralidade. Um exemplar bem típico da região e bom para beber sozinho ou acompanhar um peixe.
Depois do branco, passamos para um Champagne Piper-Heidsieck levado por este que vos escreve (foto ao final do texto). É aquele, do rótulo vermelho. Estava já há alguns anos em minha adega e mostrava os sinais dos anos. O lado cítrico já não era tão evidente, como costuma ser nos Piper-Heidsieck mais novos. Ele mostrava notas de brioche, tostadas, de panificação e amendoadas, bem gostosas. Em boca era cremoso e as notas de panificação e amendoadas davam o tom. Todos, inclusive eu, gostamos muito.
Bem, e aí passamos para os tintos. E vou começar pelo grandão, levado pelo Paolão, aniversariante do dia. Era um belíssimo Giramonte 2006, de Frescobaldi. Alguns anos atrás o Paolão chegou na confraria dizendo que tinha ouvido falar de uma degustação da Grand Cru em São Paulo, com vários vinhos tops que tinham a Merlot como majoritária, dentre eles o Petrus 2004 e o Masseto 2006, ambos batidos pelo Giramonte. Completou dizendo que havia conseguido uma bocada incrível prá gente. Que comprara 6 garrafas de Giramonte 2006 com um descontão, uma para cada um dos confrades. Bem, era um descontão de uns 20 Reais por garrafa...kkkk. JP, Tonzinho e eu embarcamos na compra, e temos um desse guardado em nossas adegas. E vou dizer, a facada foi doída, mas valeu a pena, pelo que descreverei a seguir.
Depois do branco, passamos para um Champagne Piper-Heidsieck levado por este que vos escreve (foto ao final do texto). É aquele, do rótulo vermelho. Estava já há alguns anos em minha adega e mostrava os sinais dos anos. O lado cítrico já não era tão evidente, como costuma ser nos Piper-Heidsieck mais novos. Ele mostrava notas de brioche, tostadas, de panificação e amendoadas, bem gostosas. Em boca era cremoso e as notas de panificação e amendoadas davam o tom. Todos, inclusive eu, gostamos muito.
Bem, e aí passamos para os tintos. E vou começar pelo grandão, levado pelo Paolão, aniversariante do dia. Era um belíssimo Giramonte 2006, de Frescobaldi. Alguns anos atrás o Paolão chegou na confraria dizendo que tinha ouvido falar de uma degustação da Grand Cru em São Paulo, com vários vinhos tops que tinham a Merlot como majoritária, dentre eles o Petrus 2004 e o Masseto 2006, ambos batidos pelo Giramonte. Completou dizendo que havia conseguido uma bocada incrível prá gente. Que comprara 6 garrafas de Giramonte 2006 com um descontão, uma para cada um dos confrades. Bem, era um descontão de uns 20 Reais por garrafa...kkkk. JP, Tonzinho e eu embarcamos na compra, e temos um desse guardado em nossas adegas. E vou dizer, a facada foi doída, mas valeu a pena, pelo que descreverei a seguir.
O Cru Giramonte provém de uvas plantadas em um vinhedo de 6,5 hectares, na Tenuta de Castiglioni. Este 2006 foi feito com 87% Merlot e 13% Sangiovese. A maturação transcorreu em barricas novas de carvalho, por 16 meses, e adicionais 6 meses em garrafa antes de ir ao mercado. Ao nariz é muito intenso, com notas de frutas silvestres maduras, quase em compota, em meio a café, chocolate, alcaçuz e um fundinho de baunilha. Depois de um tempo surgia um mentolado bem charmoso. Impressionante! Em boca, repetia o nariz e mostrava taninos sedosos. É potente, untuoso, mas muito elegante. O final era interminável. Vinhaço, dos grandes! Valeu Paolão.
O Tonzinho chegou com um Bressia Profundo 2007 debaixo do braço. A Bodega Bressia, conduzida por Walter Bressia, é familiar, pequena, e se propõe a fazer vinhos distintos, sem o peso e dulçor habitual dos vinhos argentinos. O vinho costuma ser feito com Malbec e Cabernet Sauvignon (majoritárias) e quantidades menores de Merlot e Syrah. No entanto, se me lembro bem do contra-rótulo deste 2007, era 50% Malbec, 40% Cabernet Sauvignon e 10% Merlot. Parece que a Syrah caiu fora nesta safra. Bem, se algum leitor tiver informação sobre isso, fique à vontade. O vinho matura 10 meses em barricas de carvalho francê e americano (de primeiro e segundo uso) e descansa 12 meses em garrafa antes de ser comercializado. Ao nariz mostrava notas de framboesa (bem evidente), amoras, alcaçuz, chocolate e baunilha. Em boca começava doce, mas depois mostrava um toque herbáceo que equilibrava o dulçor. A acidez é boa e os taninos muito macios. O final é bastante prazeiroso. O vinho ainda tem aquele lado doce dos vinhos argentinos, mas sem exageros. Fica melhor depois de um tempo aberto. Assim, a decantação por algum tempo é recomendada. Acompanha a comida muito bem, sendo bastante versátil. Uma bela surpresa. Aliás, só para polemizar, Mr. Parker (ou seus colegas... Jay Miller?), lhe outorgou 92 pontos. A Wine Spectator, 78!!! E ainda disseram que apreciaram duas vezes, com notas consistentes. Piraram. Aqui eu tenho que pender para Mr. Parker.
Nosso confrade Rodrigo chegou com o Brunello di Montalcino Casalino 2006. Bem, a safra foi ótima e a perspectiva boa. Não achei muito sobre o produtor na rede e não vai dar para falar muito sobre ele então. Ao nariz o vinho mostra notas de cereja preta, bem madura, chá, tabaco e couro. O álcool aparece e dá um ar "quente" para o vinho. Em boca, mostra essse lado "quente", levemente rústico, ficando no meio do caminho entre Brunellos tradicionais e modernos. Meu amigo Rodrigo terá que me perdoar, mas não apreciei muito o vinho. Mas que isso não o desestimule a levar Brunellos, pois ele sabe que sou fã de carteirinha. É que realmente, este não fez minha cabeça, e tenho que ser sincero. Sorry Doctor...
Seguindo, bebemos o português Roquette e Cazes 2010, levado pelo Fernandinho. Este dispensa apresentações. Já postei aqui sobre o 2006 e o 2007. Inclusive já havia provado o 2010 em uma degustação recente da Qualimpor. Minha observação na época foi de que o Roquette e Cazes precisa tempo na garrafa. Mas desta vez, eu mesmo decantei o vinho por 2 horas e voilá: Vinhão na taça! O irmão menor do Xisto, feito com Touriga Nacional (60%), Touriga Franca (15%) e Tinta Roriz (25%), deu o show. Ao nariz notas florais e de amoras maduras, kirsch, framboesa e baunilha. Em boca, repetia o nariz, mostrava ótimo corpo, acidez correta e taninos redondos. O final era longo e muito gostoso. Incrível como a decantação lhe fez bem. Quem o bebe logo ao ser aberto não aproveitará todas as qualidades do vinho. Fez sucesso o danado.
Depois dele, e para finalizar, o vinho levado pelo JP, o Chateau Haut-Bages Libéral 2000. O vinho é um 5éme Grand Cru Classé de Pauillac. Os vinhedos do Chateau ocupam 30 hectares, dos quais cerca da metade faz vizinhança com o Chateau Latour e a outra metade com o Chateau Pichon Baron. Bons vizinhos. O vinho, de uma safra grandiosa, foi feito com 65% Cabernet Sauvignon e 35% Merlot, com rendimento de 800 g/planta. A maturação transcorreu por 16 meses em barricas de carvalho (40% novas). Ao nariz, a fruta (amora e cassis) fica sob notas de tabaco, pimenta-do-reino e alcaçuz. A pimenta é bem evidente e presente também em boca. O lado mineral do vinho também é patente. Em boca, repete o nariz e nem parece ter quase 14 anos. Incrível a sua jovialidade e frescor. Os taninos são firmes e o final era longo e especiado. É o tipo de vinho que eu gosto. Precisaria ser decantado e sua vocação gastronômica é evidente. Um vinhão, que poderia ser guardado ainda por muitos anos.
Bem, e foi isso. O aniversário do Paolão foi muito bem celebrado!
Nosso confrade Rodrigo chegou com o Brunello di Montalcino Casalino 2006. Bem, a safra foi ótima e a perspectiva boa. Não achei muito sobre o produtor na rede e não vai dar para falar muito sobre ele então. Ao nariz o vinho mostra notas de cereja preta, bem madura, chá, tabaco e couro. O álcool aparece e dá um ar "quente" para o vinho. Em boca, mostra essse lado "quente", levemente rústico, ficando no meio do caminho entre Brunellos tradicionais e modernos. Meu amigo Rodrigo terá que me perdoar, mas não apreciei muito o vinho. Mas que isso não o desestimule a levar Brunellos, pois ele sabe que sou fã de carteirinha. É que realmente, este não fez minha cabeça, e tenho que ser sincero. Sorry Doctor...
Seguindo, bebemos o português Roquette e Cazes 2010, levado pelo Fernandinho. Este dispensa apresentações. Já postei aqui sobre o 2006 e o 2007. Inclusive já havia provado o 2010 em uma degustação recente da Qualimpor. Minha observação na época foi de que o Roquette e Cazes precisa tempo na garrafa. Mas desta vez, eu mesmo decantei o vinho por 2 horas e voilá: Vinhão na taça! O irmão menor do Xisto, feito com Touriga Nacional (60%), Touriga Franca (15%) e Tinta Roriz (25%), deu o show. Ao nariz notas florais e de amoras maduras, kirsch, framboesa e baunilha. Em boca, repetia o nariz, mostrava ótimo corpo, acidez correta e taninos redondos. O final era longo e muito gostoso. Incrível como a decantação lhe fez bem. Quem o bebe logo ao ser aberto não aproveitará todas as qualidades do vinho. Fez sucesso o danado.
Depois dele, e para finalizar, o vinho levado pelo JP, o Chateau Haut-Bages Libéral 2000. O vinho é um 5éme Grand Cru Classé de Pauillac. Os vinhedos do Chateau ocupam 30 hectares, dos quais cerca da metade faz vizinhança com o Chateau Latour e a outra metade com o Chateau Pichon Baron. Bons vizinhos. O vinho, de uma safra grandiosa, foi feito com 65% Cabernet Sauvignon e 35% Merlot, com rendimento de 800 g/planta. A maturação transcorreu por 16 meses em barricas de carvalho (40% novas). Ao nariz, a fruta (amora e cassis) fica sob notas de tabaco, pimenta-do-reino e alcaçuz. A pimenta é bem evidente e presente também em boca. O lado mineral do vinho também é patente. Em boca, repete o nariz e nem parece ter quase 14 anos. Incrível a sua jovialidade e frescor. Os taninos são firmes e o final era longo e especiado. É o tipo de vinho que eu gosto. Precisaria ser decantado e sua vocação gastronômica é evidente. Um vinhão, que poderia ser guardado ainda por muitos anos.
Bem, e foi isso. O aniversário do Paolão foi muito bem celebrado!
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A turma reunida |
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A lagosta do Chef Bart estava uma beleza |