sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Boa noite na confraria: Campolargo Vinha da Costa 2003, Terrunyo Cabernet Sauvignon 2011, Tito Zuccardi 2011, Numina Cabernet franc 2013 e Mocali Rosso di Montalcino 2012

Só estávamos em cinco nessa última reunião da confraria. Mas aproveitamos a noite chuvosa e fria para mandar ver em bons vinhos. 
O primeiro deles, e para mim, o destaque da noite, foi um Campolargo Vinha da Costa 2003, Bairradino levado pelo Paolão. O vinho é feito com Merlot (60%), Syrah (20%) e Tinta Roriz (20%), com estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Com 12 anos de idade, o vinho mostrava uma bela cor rubi escura e halo de evolução. Ao nariz, não mostrava a idade. Tinha aromas florais, notas de cereja preta e amoras, em meio a um toque balsâmico que dava um charme muito legal. Em boca mostrava ótima acidez, intensidade e taninos já arredondados pelo tempo. O vinho era fresco, vivo, o que fazia com que buscássemos sempre outra taça. O final era longo e com um toque herbáceo na medida (um toque de sálvia). Não parecia ter 12 anos. Paolão, Joãozinho e eu o consideramos o melhor da noite. O JP e o Caio já não dividiram a mesma opinião.
O Caião levou um que queria beber: Terrunyo Cabernet Sauvignon 2011. Eu gosto da linha Terrunyo, que oferece ótima qualidade (a um preço que já foi bem melhor, principalmente no Chile, onde subiu bastante ultimamente). Este 2011 teve elogios rasgados da revista inglesa Decanter, que lhe considerou "outstanding"e o colocou a frente em um painel de Cabernet chilenos que incluiam vinhos bem mais caros. A revista lhe atribuiu 19 pontos em 20 (96 em 100), concluindo que seu preço é ridículo (média de 20 libras na Inglaterra). O legal deste vinho é a regularidade e a fidelidade ao Terroir de Pirque. Bebi outros vinhos da região e as características são muito parecidas. Ao nariz mostra notas de pimenta do reino, uma pitada de goiaba (sem exageros), amoras, cassis e mentol (na medida) em meio a chocolate amargo e grafite. Em boca, repete o nariz e destaca-se pela mineralidade, frescor e taninos finos. O final é longo e mineral. Não tem exageros e mostra grande potencial de guarda. É um vinho que quero beber daqui a uns anos para sentir sua evolução. Realmente, um belo exemplar de Terrunyo. Aprovadíssimo!
O Joãozinho levou um vinho top da vinícola argentina Zuccardi. Era um Tito Zuccardi 2011, vinho que fica alí bem pertinho da faixa do ótimo Zeta. Sebastian Zuccardi relata que é feito em homenagem ao seu avô, Alberto Zuccardi, conhecido como "Tito". Este 2011 é feito com Malbec (70%), Cabernet Sauvignon (17%) e Ancellotta (13%), plantadas em La Consulta. A novidade é a inclusão de uma casta não tão tradicional no corte, que é a Ancellotta. O vinho estagia 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz mostra notas de ameixa, amoras e cerejas, em meio a um chocolate e leve pimenta. Em boca, repete o nariz, é intenso e mostra boa acidez e taninos sedosos. O final é frutado, com alcaçuz e leve apimentado. É um vinho bem redondo e com pedigree argentino. Pede uma boa carne! Gostei dele, embora prefira seu irmão Zeta. 
O JP levou um Numina Cabernet Franc 2013, que já comentei aqui. É um ótimo vinho, com nariz frutado, mineral e boca muito bem equilibrada. Foi considerado um dos melhores vinhos feitos com esta casta na Argentina, onde, aliás, a CF tem se dado muito bem. Deve ganhar com anos em adega. Eu já tenho minhas garrafas descansando para provar sua evolução nos anos que virão. Experimente!
E para finalizar, o vinho que levei embrulhado para a turma advinhar. Bem, se deram mal nas tentativas... Era um Mocali Rosso di Montalcino 2012. O vinho foi considerado um dos melhores Rossos da safra. Sua cor é clara, típica da Sangiovese que não foi "mexida". Os aromas são bem florais no início, mas mudam um pouco com o tempo. Mostra notas de cereja e framboesa (que surge depois de bom tempo aberto), cítricas, chá e terrosas. Em boca é nervosinho no começo, mas vai ficando mais macio com o tempo. A acidez é ótima e os taninos estão presentes, indicando que o vinho tem boa vida pela frente. É um vinho com clareza e frescor, no estilo mais tradicional. Gastronômico por natureza. Eu gostei bastante dele, principalmente pelo preço que paguei na Casa do Vinho, de BH. Eu sou daqueles que preferem um bom Rosso a um Brunello meia boca... Quero experimentar o Brunello da vinícola.
Isso aí, pessoal!





4 comentários:

  1. Olá, sou a sommelière da www.casadovinho.com.br. Li suas opiniões sobre nosso Rosso. Realmente ele é muito bom! Espero que logo você prove o Brunello, que é ainda mais encantador. Quando vier novamente à loja da Bias Fortes peça para me chamarem que te atenderei com todo prazer. Abraço.

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    1. Oi Gil,
      Tudo bem? Gostei do Rosso e estou botando fé no Brunello Divasco. Pelo que vi, segue uma linha mais tradicional, que me agrada. Postei aqui também sobre o Champagne Gimonnet, que gostei muito. e também sobre o Barbaresco La Ca Nova. Bem, os Barolos Schiavenza vou guardar mais um pouquinho...rs.
      Abraços,
      Flávio

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  2. "O vinho era fresco, vivo, o que fazia com que buscássemos sempre outra taça. O final era longo e com um toque herbáceo na medida (um toque de sálvia). Não parecia ter 12 anos"
    por sua recomendação comprei este vinho (campolargo vinha da costa 2002) no bota fora da mistral, e que belo vinho.
    copiei sua impressão pois é a mesma que tive, agora com 15 anos de safra deste vinho.
    ótimo vinho
    mais uma vez parabéns pelo blog
    Renato lopes

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    1. Caro Renato,
      Eu que agradeço a presença constante aqui no blog!
      Que bom que também gostou do vinho. Muito bom o danado, né? Ainda tenho uma garrafa guardada, que logo devo abater.
      Abraços,
      Flavio

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