terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Tokaji Hétszolo 3 Puttonyos 2000 - Muito bom!


Os húngaros Tokaji são alguns de meus vinhos de sobremesa prediletos. Nada como terminar um bom almoço ou jantar com uma bela taça de Tokaji acompanhando uma bela sobremesa. É fechar com chave de ouro! Ou então, beber acompanhando uma bela fatia de Saint Agur ou Foie Gras. Que maravilha! 
Já comentei aqui no blog sobre alguns que apreciei (Dereszla 5 Puttonyos 1993 e Szamorodini 2004). Antes de tratar deste Tokaji Hétszolo 3 Puttonyos 2000, vou só lembrar brevemente algumas coisas (já batidas...) sobre os Tokaji. Primeiramente, Tokaj é a cidade e Tokaji o vinho. Há Tokaji secos, mas os mais famosos são os doces, feitos com uvas atacadas pelo fungo filamentoso Botrytis cinerea. Portanto, é "o" Botrytis, não "a" Botrytis, como as vezes dizem por aí. Aliás, alguns chamam a (levedura) Brett (Brettanomyces) de "o" Brett... Bem, voltando aos Tokaji, já escrevi aqui sobre um Szamorodini (link acima), que é feito com cachos inteiros contendo uvas botrytizadas e não-botrytizadas. Os Aszú (como são chamados os bagos botrytizados) são feitos apenas com bagos botrytizados, que são selecionados, esmagados e o mosto (chamado pasta aszú) é macerado com o vinho base. O mosto é novamente prensado e fermentado em barriletes de carvalho húngaro por meses ou até anos. A maturação total pode durar de 3 a 8 anos para os aszú e até 15 anos para os Eszencia, que são feitos apenas com o néctar proveniente do mosto, sem mistura com o vinho base. 
Puttony (http://www.antikea.hu)
A classificação dos Tokaji é feita de acordo com a quantidade de aszú adicionada a 136 litros de vinho base.  Os bagos aszú são acondicionados em cestos de madeiras chamados Puttonyos. Cada Putonny (figura) comporta cerca de 25 kilos de aszú. Ou seja, um Tokaji 3 Puttonyos teve 3 cestos de aszú (~75 kilos) adicionados ao vinho base, e assim por diante. Um Tokaji 6 Puttonyos teve 6 cestos, ou aproximadamente 150 kilos de aszú adicionados ao vinho base.
E não é por que é Tokaji, que é bom. Há de se escolher o produtor, assim como os Sauternes. Nomes como Oremus (Vega Sicilia), Royal Tokaji), Disznókö, Hétszolo, Királydvar e Pajzos são referências.
E voltemos a este que mostro na foto e que apreciei dias atrás. É um Hétszolo 3 Puttonyos 2000. Vinho caramelado, com notas de mexerica, damasco seco e um fundinho de gengibre. Tudo isso, em meio à uma acidez perfeita, que não o deixa nem um pouco enjoativo. Vinho do começo da pirâmide dos aszú, e já muito bom! Delicioso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário