segunda-feira, 9 de abril de 2012

Uma tropa argentina e um Bad Boy!

Para acompanhar os assados do Tom, que vão além de um churrasco, só mesmo uma tropa argentina. E na semana passada seu assado foi acompanhado por belos e poderosos vinhos. E ainda teve um intruso francês no meio, um Bad Boy, literalmente. Mas vamos a lista de cachorros grandes.
O primeiro deles, levado pelo Caio, é sucesso certo. Mais um da linha Single Vineyards da Trapiche. Daqueles que são elaborados por enólogos selecionados pelo enólogo chefe da Trapiche, Daniel Pi. Já apreciei vários e comentei sobre 3 aqui no blog (1, 2, 3) Desta vez foi um Trapiche Viña Cristina y Bibiana Coletto 2006. Mais um belo vinho que mostra a riqueza desta série Single Vineyards. Pode comprar sem medo! O vinho é delicioso! Muito equilibrado, redondo, com notas de ameixa e figo, com toques de chocolate ao leite. De primeira! Um dos melhores da tarde.
O amigo Margarido também levou um dos grandes: Val de Flores 2006. Também já apreciamos este 2006 antes e comentei aqui no blog (clique aqui). É mais potente que o Trapiche, mas também é da linha rica em notas de figo, que eu tanto gosto. Ganha com tempo em taça, e muito. Muito intenso em boca, com taninos corretos e um final daqueles bem demorados. Outro vinhão! Mas é preciso decantá-lo. Se tiver paciência, guarde na adega por uns bons anos.
E no meio destes dois grandes, apresentei um Bad Boy 2006, francês elaborado pelo enólogo Jean Luc Thunevin, o mesmo responsável pelo grande Chateau Valandraud. Aliás, foi Robert Parker que inspirou o nome do vinho, chamando Thunevin certa vez de "Bad Boy". Um vinho feito com 95% Merlot e 5% Cabernet Sauvignon e que matura em barricas novas de carvalho francês. É muito equilibrado e gostei bastante dele. Obviamente, é mais leve que os dois primeiros, mas mostrando uma bela fruta e muita elegância. Acho que ele ficou meio perdido no meio de tanta garrafa mais potente, e se fosse bebido sozinho sem dúvida chamaria a atenção. Quero repetir este vinho logo. O vinho é importado pela Casa do Porto
E o JP levou um outro argentino de estirpe: Afincado Cabernet Sauvignon 2001. Este é a segunda vez que  o apreciamos (clique aqui). Um vinho de 11 anos e já no auge. Aromas de cereja e cassis reinavam em meio ao alcaçuz, caramelo e café. Em boca, taninos já perfeitamente domados pelo tempo, e levemente terrosos. Outro belíssimo vinho!
E aí o Tom começou a mostrar as armas. O primeiro vinho que ofereceu foi um Rutini Apartado 2003. Vinho top da Rutini, feito, nesta safra, com 50% Cabernet Sauvignon, 30% Malbec e 20% Syrah. Delicioso! Muito equilibrado, com ótima fruta e toques de café. Em boca, redondo, amplo e com final longo. Até hoje, não bebi um Rutini que não fosse bom*, e este não foi uma exceção, pois estava ótimo!
E não contente, o Tonzinho abriu um que eu estava muito curioso para apreciar: O Alta Vista Alto 2005. Vinho que tem sido muito elogiado pela crítica e que é elaborado com 75% Malbec e uma boa pitada de Cabernet Sauvignon (25%). E da tropa argentina, ele foi o comandante! Que potência! Totalmente diferente dos anteriores. Lembrava até aqueles Syrahs australianos parrudos. Um nariz riquíssimo, com muita fruta madura (amora, ameixa, cereja preta...), notas florais (violeta), grafite, alcaçuz e cacau. Em boca, uma explosão: Amplo, imenso, com final interminável. Um vinho poderoso, que poderia ter ficado na adega por muitos anos adicionais, mas não lhe demos esta chance, rsrs... Se for apreciá-lo, deixe o bichão respirar em decanter por umas duas horas para amansá-lo, pois é parrudo mesmo o danado. Desde o Renacer, das bodegas de igual nome, não me lembrava de ter tomado um argentino tão denso. Tem estrutura para aguentar tranquilo mais uma década de adega.
Bem, todos estes vinhões acompanharam com maestria a costela de Kobe e outras tantas iguarias feitas pelo Tom. Valeu Tonzinho!

*Nota: Recentemente bebi um mais básico que deixou a desejar...rs

2 comentários:

  1. Flavio,
    Verdadeira Seleção Argentina!
    E quem é o Messi dentre esses?
    O Alta Vista Alto?
    Abraço!

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  2. Oi Alexandre,
    Pois é, e daquelas que não saem na primeira fase da copa... rs. Mas já não sei quem seria o Messi. O Alta Vista Alto é muito forte para representar o Lionel. O Trapiche Single Vineyards faria mais esse papel, por ser mais sutil, mais redondo. Na verdade, acho que a tropa está mais para aquelas seleções argentinas mais antigas, daquelas brigadoras... rs. Mas uma ótima seleção!
    Abraços,
    Flavio

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