Em tarde quente na nossa querida São Carlos, abri dois brancos para recepcionar o amigo Marcelo Vascaíno, que voltava de sua sofrida peregrinação pela europa e me trazia na mala 3 vinhozinhos meia-boca para este que vos escreve.
O primeiro vinho aberto foi o alsaciano Kritt Les Charmes Pinot Blanc 2007, do tradicional Domaine Mark Kreydenweiss. Kritt é um terroir muito rochoso e rico em ferro. O vinho, feito seguindo os preceitos da biodinâmica, tem cor amarelo ouro, densa e aromas de maçã, doce de casca de laranja da terra e amêndoas. Em boca é sedoso, cremoso e com final especiado. É muito gostoso e foi ficando melhor com o tempo. É vinho para paladares mais experientes. Iniciantes podem torcer o nariz. Eu apenas senti que já está começando a manifestar cansaço.
O segundo vinho ficava no lado oposto. Muito mais fresco e vivo. O Terrunyo Sauvignon Blanc 2011 é mais um que confirma a evolução dos vinhos feitos com essa casta no Chile. O vinho é feito com uvas do vinhedo Los Boldos, que fica na zona mais fria de Casablanca e a apenas 15 km do oceano pacífico. Mais especificamente, as uvas vem do Quartel #5, que é mais costeiro e com solos de argila vermelha e pobre em nutrientes. O vinho tem um estilo diferente do equilibradíssimo Casa Marin Cipreses e do mineralíssimo Laberinto. É um vinho com toques mais cítricos, grama cortada, lima da pérsia, capim-limão, mas sem deixar o lado mineral, com notas de giz. É muito fresco em boca. Um vinho muito bom e que deve vir na mala de quem vai ao Chile, pois lá, tem um ótimo preço. Apesar de muito bom, eu o coloco um pouquinho só abaixo dos outros dois supracitados (Cipreses e Laberinto).
Ah, querem saber quais foram as botellas que o Marceleto me trouxe de Amsterdã? Vai abaixo a foto...rs. Vale ou não a recepção?