quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Altazor de Undurraga 2005: Mucho gusto, soy chileno!

Estava já há algum tempo para abrir esse Altazor 2005, vinho top da vinícola chilena Undurraga. O nome do vinho é uma homenagem ao poema Altazor, do poeta chileno Vicente Huidobro. Esse, da grande safra de 2005, foi o último feito apenas com Cabernet Sauvignon. Aliás, tem uma pitadinha de Carménère, que aparece nas primeiras cafungadas. Depois desse ano, o vinho passou para a batuta de Álvaro Espinosa, que mudou bastante sua composição, aumentando a participação da Carménère e incluindo pitadas de Syrah, Carignan e Petit Verdot. A  sua imponência começa pela garrafa, que infelizmente foi mudada a partir de 2005. É uma bela garrafa com ombros largos, parecida com aquela do seu conterrâneo Clos Apalta, e com um rótulo dourado muito bonito.  Mas o melhor veio após o descorche. Quando o verti na taça mostrou-se muito aromático, com notas de cassis, cedro, leve eucalipto, especiarias e um fundinho terroso (mais evidente com tempo em taça). O vinho mostrava-se nervoso no início, mas com o tempo foi se equilibrando. Em boca, era intenso, com ótima acidez e taninos maduros e firmes.  O final era longo e levemente terroso. Vinho com pegada, nervoso, quente, mas sem excesso de extração. Uma beleza! Chileno de corpo e alma e que justifica o título da postagem. Uma pena que comprei apenas uma garrafa dele. Queria muito apreciá-lo daqui a uns 2-3 anos, pois seu potencial de guarda é muito bom. Nem parecia um chileno de 8 anos, pois estava muito vivo. O JP o comparou a um Dom Maximiano. Eu concordo que não perde nem um pouquinho. A mim, lembrou-me bastante o estilo do Peñalolen Tez. Bem, ambos são cachorros grandes...rs. Agora estou curioso para saber como ficou após a mudança implementada por Álvaro Espinosa. Mas em se tratando desse grande enólogo, a qualidade deve ter sido no mínimo mantida. A propósito, os Undurraga são importados pela Abflug e podem ser encontrados também na Buywine.

6 comentários:

  1. Flavio, se tratando de Alvaro Espinosa no mínimo a qualidade deve ter sido mantida. O melhor vinho chileno que já provei (incluindo TODOS os cachorros grandes do Chile) foi um Pargua 2001 que ainda era feito pelo Espinosa (Cab.Sauv. com uma pitada de Carmenére). Infelizmente esse vinho hoje é praticamente impossível de se achar, eu comprei na Mercovino e ainda tenho uma garrafa dessa jóia.

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  2. Oi Eugênio,
    Com certeza! O Espinosa é um craque. Eu tentei achar o Pargua 2001, sem sucesso. Vou pedir para um amigo chileno ver se consegue por lá, escondido nas prateleiras de alguma loja...rs.
    Abraços,
    Flavio

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    1. Flávio, sem contar que é possível achá-lo por cerca de US$ 55,00 lá fora, não é isso? Qualidade dos badalados, por 30% a menos? É tudo o que procuramos!
      Realmente, a Undurraga tem feito coisas muito boas. Tenho alguns vinhos deles na alça de mira, como o Founders Collection Cabernet e o TH Pinot Noir.
      Abs.

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    2. Pois é, meu amigo! Eu comprei por 50 doletas, muito bem pagos! Sem dúvida qualidade dos badalados por bem menos. Eu não conheço o Founders Collection da Undurraga, mas o TH Pinot Noir eu já apreciei algumas vezes, e gosto muito. E melhora a cada ano. Eu gosto muito também dos SB da linha TH.
      Só espero que não comecem a subir os preços...rs.
      Abraços,
      Flavio

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  3. Flavio,
    Não sei por que, mas sempre passei batido pelos vinhos da Undurraga, embora já tenha me chamado a atenção esse Altazor. Bom saber que gostaste.
    Interessante a informação de que o Alvaro Espinosa é o enólogo agora. Dele, lembro de ver sua assinatura no Coyam, da Emiliana (belo vinho), e no Liguai, da Perez Cruz, que comprei recentemente e que daqui a pouco vai pra degola.
    Sabe dos blends o cara.
    Interessante tb essa lembrança do Eugenio sobre o Pargua. Deparei-me com esse vinho ocasionalmente em Rivera, Uruguai, há algum tempo, e faturei uma garrafinha, porém do 2006, cujo enólogo já é o Jean Pazcal Lacaze, outra fera.
    Em janeiro último voltei a Rivera e não mais vi o Pargua, apenas o Anka, que é do mesmo projeto.
    Abraço!

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    1. Grande Alexandre,
      Dê uma chance para os Undurragas...rs. O Altazor eu ainda não havia bebido. É dos grandes.
      O Alvaro Espinosa é um craque. Tenho certeza de que você gostará do Liguai. Experimente apreciá-lo curtindo sua evolução em decanter. É muito boa.
      O Pargua, sugerido pelo Eugênio, ainda não bebi. Mas deve ser coisa boa. Quero ver se encontro algumas safras mais antigas dele.
      Grande abraço!
      Flavio

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