quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O fim da Confraria do Ciao! Bons vinhos e muita saudade...

Na quinta-feira, 25 de julho, tivemos a última reunião da Confraria do Ciao no seu local de origem, ou seja, o Restaurante Ciao Bello. Isso porque o Fernandinho decidiu que funcionará apenas para os almoços. Uma pena. Frequento o Ciao há 18 anos, desde meu retorno de São Paulo, e a Confraria do Ciao existe há 6 anos, com reuniões toda santa quinta-feira. E rolou muito vinho bão nas reuniões... Bem, continuaremos a nos reunir em outros locais, mas não será a mesma coisa. A nossa mesa, barulhenta, que espantava outras tantas (rs), fará muita falta. Sem contar o tratamento super carinhoso da Lúcia, Cris e Cia. Ficarão saudades... 
Mas deixando a tristeza de lado, vamos aos vinhos que bebemos na última reunião. 
Eu levei um Barbaresco Bordini 2008, de Elvio Cogno. Já havia bebido este vinho em um jantar com o próprio (clique aqui), mas agora, já passado um tempinho na adega e devidamente servido, com decantação por algumas horas, o vinho se mostrou ainda melhor. É um vinho com aromas florais, de frutas como cereja e framboesa e funghi secchi. Em boca mostra acidez vibrante, mineralidade e taninos presentes, como deve ser em um Barbaresco. Pedia comida, mas era perfeitamente apreciável solo. Uma delícia. 94 pontinhos bem dados da WS.
O Paolão bateu de frente: Levou um Priorato que era um soco com luvas de veludo. Era um Clos Galena 2007, do Domini de la Cartoixa. O vinho é orgânico e elaborado com as castas Garnacha negra (40%), Cabernet Sauvignon (20%), Cariñena (20%) e Syrah (20%). Passa 12 meses em barricas de carvalho francês (90%) e americano (10%). É um vinho de cor escura, densa, e com aromas de frutas maduras em meio a notas balsâmicas, de chocolate amargo e minerais. Em boca é amplo, potente, com ótima acidez e taninos firmes. Outra beleza! Priorato é Priorato! A WS lhe outorgou 92 pontinhos (só para conhecimento, não para tomar como regra).
O Caião levou um alentejano da Fundação Eugênio de Almeida, o Foral de Évora 2008. É um vinho feito com Alicante Bouschet, Aragonez e Trincadeira, e que passa 12 meses em barricas de carvalho francês. Os aromas de frutas vermelhas se mesclam a notas de especiarias, como o alcaçuz e canela. É um vinho fácil de beber e muito sedoso em boca. Tem um toque doce, que não incomoda, e a madeira é muito bem integrada. É bem agradável. Obviamente, não briga com os anteriores, mas cumpre bem sua proposta e não faz feio, não! Fica um pouquinho atrás de um Cartuxa Colheita.
O JP levou um Cabernet Sauvignon californiano de pedigree, elaborado pelo craque Paul Hobbs. Era um Crossbarn Cabernet Sauvignon 2009. O vinho é feito com uvas de vinhedos selecionados e de baixo rendimento. Passa 18 meses em barricas de carvalho francês e americano (23% novas). Ao nariz mostra notas de cassis e amoras em meio a chocolate e grafite. Em boca, repete o nariz e é bastante sedoso. Um vinho muito bem feito. Para o meu gosto, um pouco doce, ao gosto dos americanos. Mas é um vinho de categoria. O preço aqui no Brasil é que não ajuda.
Bem, pessoal. Foi isso! A última noite no Ciao Bello foi muito divertida, com muitas risadas, e vinho bão! Teremos muitas saudades.

4 comentários:

  1. Flavio,
    Essa confraria rendeu bens vinhos e belas postagens.
    E pra tudo tem um jeito. O negócio é mudar de horário (rs).
    Sugestão: marcar uma degustação para debater o tema (rs).
    Abraço!

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    1. Obrigado, amigo Alexandre! Nós já estamos elegendo um novo local. Inclusive, já fizemos duas "reuniões testes" lá...rsrs. Acho que dará certo. Pode até não ser a mesma coisa, pela mudança de ambiente, mas os amigos são os mesmos.
      Grande abraço,
      Flavio

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  2. Despedida em grande estilo, Flávio!
    A Confraria do Ciao vai deixar muitos leitores saudosos também. Rendeu vários posts com vinhos memoráveis. Espero que consigam um novo local para as reuniões.
    Abs,
    Vitor

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    1. Obrigado, Vitor! Estamos tristes de deixar o local. A gente cria vínculos até com a cadeira que sentamos...rs. Mas como disse ao Alexandre, já estamos em busca de um novo local. Talvez o Fernandinho é que não esteja mais tão presente, pois o Ciao Bello era a casa dele, que não se sente tão à vontade em outro lugar. Mas a gente leva o cara...rs.
      Abração,
      Flavio

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