terça-feira, 17 de setembro de 2013

António Saramago Escolha 2003: Um vinho de muita classe!

Dias atrás passei na casa de meu amigo Paulão para trocar um dedo de prosa e levei um vinho para bebermos tranquilamente, sem pressa, como deve ser. O vinho era um António Saramago Escolha 2003. O produtor é tradicional, com algumas boas décadas na produção de vinhos de ótima qualidade e trabalho junto a várias vinícolas portuguesas. António Saramago é filho de José Maria Saramago, que foi adegueiro da empresa de José Maria da Fonseca por mais de 40 anos. Formado em enologia em Bordeaux, trabalhou com o próprio José Maria da Fonseca e foi, na década de 90, responsável pelos ótimos vinhos Tapada dos Coelheiros. Além de produzir vinhos em diferentes regiões de Portugal, Saramago estendeu seu trabalho para o Brasil, junto à vinícola catarinense Villagio Grando. Em 2012, comemorou 50 anos de carreira. Ou seja, é experiência para dar e vender. Bem, mas voltando ao vinho que levei, o Escolha 2003, ele é feito com 100% Castelão (Periquita) e passa 12 meses em barricas de carvalho francês. Seus aromas já são de um vinho senhorío. No começo, me deu até a impressão de que em pouco tempo perderia vigor na taça. Mas pelo contrário, o tempo foi passando e o vinho foi se arredondando e ganhando novas nuances. Riqueza impressionante. Mostrava notas de cereja bem madura, quase em licor, ameixa seca, balsâmicas, chocolate, tostadas, alcaçuz e um fundinho de baunilha. Com o tempo, surgiu um mentoladinho bem gostoso e um toquezinho de sálvia. Em boca era muito equilibrado e mostrava taninos arredondados pelo tempo. Era intenso, com um final longo e muito gostoso, levemente amadeirado. Um senhor vinho, de muita categoria e que está no seu auge. Uma demonstração clara de que a Castelão pode gerar ótimos vinhos nas mãos de quem sabe trabalhá-la. Paolão e eu, que apreciamos muito vinhos portugueses devidamente amaciados pelo tempo, gostamos demais deste vinhão de 10 anos. Peguei esta garrafa na última promoção da Vinci, por praticamente a metade do preço. Estou (muito) arrependido de ter pegado só uma. Os vinhos de António Saramago são agora importados pela Viníssimo.
Ah, e para terminar a noite, o Paolão ainda serviu um belo macarrão e umas taças de um Lindaflor 2004, já comentado aqui no blog.

13 comentários:

  1. Mais um post interessantíssimo, Flavio, parabéns. Também sou um grande fã dos portugueses amaciados pelo tempo e dos blogs portugueses sobre vinhos. Por curiosidade, fui conferir os vinhos do Saramago no site da atual importadora. Que susto! Comparei o preço do Saramago Reserva com o da Garrafeira Nacional e fiquei chocado. Sinal dos tempos... vc já experimentou os vinhos da Aliança (Quinta da Terrugem, das Baceladas, etc.) e da Enoport que são vendidos em muitos supermercados daqui?

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    1. Olá Cristiano,
      Obrigado pela visita e também pelos gentis elogios! Que bom que dividimos o gosto pelos vinhos portugueses amaciados pelo tempo.
      Eu também visito bastante os blogs portugueses, que acho bem legais. Gosto bastante do Pingas no Copo, que trata bastante dos vinhos do Dão e do Wine Penacova Meeting, que sempre mostra vinhos extraordinários.
      Quanto ao preço do Reserva Saramago, lendo seu comentário fui ver lá na Garrafeira Nacional. Que absurdo! Seguindo os procedimentos que fazem aqui no Brasil, de multiplicar por 10 o valor em Euros para ter o valor final em Reais (o que já acho muito...rs), ele deveria custar no máximo 120 Reais. Mas no caso a multiplicação foi por 20!!! Que é isso! Entendo e concordo plenamente com seu susto. Assim não dá!
      Eu já bebi um T de Terrugem, mas dei azar e a garrafa não estava boa. Quero voltar a ele um dia. Da Enoport tenho ótimas lembranças do Quinta de São João Batista, que nunca mais vi, e que gostava muito. Onde você encontra?
      Grande abraço!
      Flavio

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  2. Caramba, Flávio, varri todo aquele catálogo e, mesmo assim, perdi essa bocada...
    Sobre o Quinta das Baceladas, achei o 2007 aqui, por 70 pilas!
    www.zonasulatende.com.br/Produto/Vinho_Tinto_Portugues_Quinta_das_Baceladas_DOC_Garrafa__750_mL_2007_--60935
    Abs,
    Vitor

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    1. Oi Vitor,
      Esse vinho acabou logo no comecinho. Acho que devo ter pego uma das últimas garrafas. Uma pena, pois se tivesse mais, não hesitaria. Valeu pela dica de onde encontrar o Quinta das Baceladas. Você já o bebeu?
      Abraços,
      Flavio

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    2. Não bebi ainda, mas li alguns elogios desse 2007 em blogs. Faz tempo que não vou ao Rio. Tentei comprar "à distância", mas eles pediram um valor proibitivo pelo frete. Se ainda sobrar no final do ano, pego uma garrafa.
      Abs,
      Vitor

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    3. Beleza, Vitor! Vinho recomendado, e da bela safra de 2007, é sempre bem-vindo! rs.
      Abraços,
      Flavio

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  3. Flávio, encontrei esses vinhos nos supermercados do Grupo Walmart (Nacional e Big), aqui no RS. Há vinhos de todas as linhas tanto da Aliança quanto da Enoport e os preços são muito interessantes. O Quinta S. João Batista, tanto syrah quanto cabernet sauvignon/TN, sai por 50 R$, pelo menos na cidade em que moro. Fiz um belo estoque. Alias, talvez os supermercados venham a se tornar uma alternativa as importadoras, como tem observado também o Vítor do Louco por Vinhos (junto com freeshops e viagens ao exterior).

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    1. Que ótimo, Cristiano! Procurarei no Walmart da vizinha Ribeirão Preto. Tomara que eu consiga achar. O Quinta de S. João Batista por 50 é um achado. Concordo com você: Os supermercados serão uma boa alternativa as importadoras. O Vitor tem feito a festa...rs. Pegou grandes vinhos recentemente. O cara tem um rastreador de vinho a preço bom...rs.
      Abraços,
      Flavio

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  4. Flavio, boa tarde, gostaria de parabenizá-lo pelo blog, o descobri a umas duas semanas e não consigo para de ler, fantástico, estou me sentindo "a entendida" , mas vamos às minhas dúvidas, sou uma iniciante neste maravilhoso mundo, minha bebida predileta são os espumantes e champagnes, os quais conheço bem,mas não rola tomar todos os dias, queria diversificar já que gosto da bebida, mas não entendo nada, (aspereza, paladar,taninos rsrsrsrs), mas acho que é com o tempo, o que gostaria era que vc me sugerisse alguns rótulos para o dia a dia,(gosto de almoçar degustando um), na faixa de 50 reais, mesmo que fossem previsíveis, pois já que não entendo, pagar muito mais é jogar dinheiro fora, lógico que em ocasiões especias, rola até um "Chateau Palmer", mas este (é para você que saberia degustá-lo), eu não soube diferenciá-lo de um Don Melchor, já tive esta oportunidade e me senti engulindo uma joia kkkkkkk, espero sugestões suas, grata e parabéns mais uma vez.

    Chris

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    1. O Chris,

      Boa tarde! Muito obrigado pela visita e pelos gentis elogios. Fico muito feliz. Mas isso aumenta minha responsabilidade...rs.
      Bem, já vi que você tem ótimo gosto: gostar de Champagne é sinal de que sabe apreciar vinhos! Vou pensar em uma listinha legal para te passar na faixa dos 50 Reais. Tentarei variar nacionalidades.
      Logo posto aqui a lista. Mas se você quiser adiantar, tem uma postagem na qual mencionei alguns (embora atualmente, tirasse alguns, como o Alamos...rs). Veja o link http://vinhobao.blogspot.com.br/2010/08/pequena-lista-mistral-para-o-dia-dia.html

      Abraços e mais uma vez, obrigado pela visita e elogios. Seja sempre bem-vinda!

      Flavio

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  5. Flavio, esqueci de dizer da minha preferência pelos tintos!Grata, Chris!

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  6. Flavio, obrigada pela sua presteza, já salvei a listinha, ainda não tinha chegado nela, estou lendo o blog de trás para frente, alguns não tem mais na Mistral, mas aguardo sua sugestão, e esqueça a responsabilidade rsrsrsrs, é um favor que está me fazendo, obrigada viu, ganhou mais uma leitora!
    Ah, na minha última viagem trouxe uma caixa de um rosé maravilhoso para nosso verão o Domaines Ott, não sei se conhece, o preço mais maravilhoso ainda em relação ao preço aqui no Brasil.Abraços, Chris.

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    1. Oi Chris,
      Logo coloco uma lista atualizada...rs. Que bom que ganhei mais uma leitora. E de bom gosto! Tem um amigo meu que bebeu o rosé Ott e gostou demais. É aquele da garrafa bonita, não? Infelizmente, aqui no Brasil o preço é sempre salgado...rs. E por incrível que pareça, o brasileiro ainda não aprecia rosés o quanto deveria apreciar.
      Abraços,
      Flavio

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