segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Cune Imperial Gran Reserva 2004: O que achei do primeirão da lista dos Top 100 da Wine Spectator

Sou suspeito quando comento sobre os vinhos da CVNE (Compañia Vinícola del Norte da España). Gosto muito deles. São raras as vezes nas quais não fiquei contente quando apreciei um de seus vinhos. E quando o negócio é o Imperial Gran Reserva, fica ainda mais difícil não gostar. Adorei o 1998 e gostei muito quando provei os de 1999 e 2001. E recentemente, fiquei muito feliz com o fato do Cune Imperial Gran Reserva 2004 ter faturado o primeiro lugar na lista dos Top 100 da Wine Spectator. Sempre achei que os espanhóis são injustiçados pela revista. Bem, é claro que sei que o fato dele ter faturado o primeiro lugar não quer dizer que seja o melhor vinho do mundo. É o melhor do ano para a revista, dentro de seus critérios, que incluem, além da qualidade, o preço, a disponibilidade no mercado americano e o tal do X-Factor, que utilizam para expressar a excitação (?) causada pelo vinho. E sem dúvida alguma, dentre os mais de 20.000 vinhos avaliados, é um grande (e merecido) feito para a CVNE ter o Imperial Gran Reserva 2004 como primeiro. 
Mas vamos ao vinho. Ele é feito com Tempranillo (85%), Graciano (10%) e Mazuelo (5%). A fermentação é realizada por leveduras nativas e a crianza é feita em barricas de carvalho americano (70%) e francês (30%), por 3 anos.  A clarificação é pelo modo tradicional em Rioja, utilizando clara de ovos. O vinho tem cor mais escura que a maioria dos Riojas. Ao nariz, mostra notas de ameixas, cereja preta, alcaçuz, tabaco e baunilha, em meio a um tostado gostoso e notas balsâmicas. Em boca, repete o nariz, é mineral e mostra ótima acidez. Aquele toque de casca de laranja se faz presente. É um vinho cheio, untuoso, intenso e com um final muito longo e especiado. Os taninos são firmes e devem ficar ainda mais redondos com os anos. É vinho com austeridade e elegância. Uma beleza engarrafada! Apesar de já ter um leve precipitado, parece novo e aponta para uma longa vida. Quero beber outra garrafa deste danado daqui a uns anos para sentir a sua evolução, que deve ser muito boa. Não farei nem responderei a pergunta: -É bom mesmo para ser o primeiro da lista? Só digo o seguinte: Independente de lista, dos 95 pontos que ele ganhou, de ser o preferido do Rei etc, é um vinho que sempre quero ter na adega. Vinhaço!
A propósito, se ele já era bom, ficou melhor ainda, pois foi apreciado com meu grande amigo Márcio, que me deu a honra da visita nesse domingo. Vinho bão, bebido com um grande amigo, fica bão demais! E o danado escoltou magistralmente um pernil de leitoa caipira que assei por longas horas no fogão à lenha, devidamente pururucado (na manha, sem uso de óleo quente etc), fatiado, banhado na manteiga de sálvia e acompanhado de purê de maçã. E ainda tinha uma picanha de javali para arrematar...rs. Eu gosto muito de Rioja com carne de porco.

8 comentários:

  1. Grande Flavio!
    Essa tua bela adega só fica esperando o reconhecimento da mídia internacional (rs).
    Tinhas que escrever aquela frase: "eu já sabia"!
    Primeira coisa que me vem à cabeça com Rioja tb é carne suína.
    Abraço!

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    1. Grande Alexandre!
      Obrigado meu amigo! Mas olha que desta vez foi uma grande surpresa prá mim... E fiquei feliz com a indicação e com a garrafa que abri. Resolvi abrir logo para saber se os caras da WS estão realmente com bom gosto...rsrs. Então, meu filho e também minha filha dizem sempre que tenho que comprar menos, e beber mais vinho... Não entendem por que guardo na adega...rs. Bem, às vezes eu também acho!
      Legal que o amigo concorda com a parceria Rioja-Carne de porco. Eu também acho que casa muito bem.
      Abraços,
      Flavio

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    2. Muito bom, Flavio. Recentemente, tomei dois riojas de nível Gran Reserva. O primeiro, na Alemanha, o MC 2004. Achei-o bastante amadeirado, sei que é característica dos riojanos, mas, no caso, estava acima daquilo que considero agradável. Talvez tenha sido devido às condições que tomei: num quarto de hotel, sem a devida decantação etc. No entanto, há duas semanas, abri uma garrafa do Muga Gran Reserva - Prado Enea, safra 2001. Simplesmente sensacional. Dos melhores vinhos que já bebi. Aqui, a madeira perfeitamente integrada: incrível com esses espanhóis sabem utilizá-la.

      Abs.,

      Roberto.

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    3. Carissimo Roberto,
      Obrigado!
      Realmente a madeira aparece nos Riojas, mas as vezes, demais. Ainda não tomei o MC, mas gosto muito do produtor.
      Quanto ao Muga, esse é certeza de agradar, desde o mais simples, até o mais elaborados, como este belo Prado Enea 2001 que você bebeu. Ainda mais desta safra... Que beleza!
      Abraços,
      Flavio
      Ps. Estou te devendo a publicação e respostas a dois comentários. Não esqueci, pode deixar. Estes dias estou em uma correria danada. Mas logo respondo.

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  2. Flávio,

    Você já tinha o danado na adega?

    Porque esse aí deve dobrar ou triplicar de preço agora.

    grande abraço!

    Alexandre/DF

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    1. Oi Alexandre,

      Comprei no dia seguinte, bem cedinho. Não tinha no site (que mostrava só o 2001), mas estava no catálogo. Imagino que agora o preço vai mesmo subir. Talvez até dos outros vinhos do produtor. Vamos torcer para que não, mas...

      Grande abraço!

      Flavio

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  3. Grande Flávio, Esse Gran Imperial é do nivel do Marques de Murrieta Gran Reserva Especial?.

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    1. Grande Mauri!
      Tudo em paz?
      Rapaz, agora você me apertou...rs. Ambos são grandes vinhos. Este Imperial 2004 se destacou na linha. Vinhaço! Este, desta safra maravilhosa, fica sim no nível do Ygay. Recentemente bebi o 2009 e achei bem parecido, com um perfil mais moderno, denso. Quanto ao Ygay Gran Reserva Especial, é um dos meus preferidos. Digo que o 2001 que bebi é sem dúvida um dos melhores vinhos espanhóis que mandei ver. E por incrível que pareça, levou 89 pontos da Wine Spectator, que disse que ele não era grande, mas era bom...rs. O cara que provou devia estar resfriado no dia...rs. Este mesmo vinho, anos depois, ganhou 97 pontos do Guia Penin e foi considerado o melhor da Espanha. O Ygay é grande, mais denso, portentoso. Estilos diferentes, mas ambos grandes. Difícil escolher. Mas não vou ficar em cima do muro: Para mim, no geral, o Ygay fica um nível acima!
      Grande abraço!
      Flavio

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