quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Colomé 180 Años 2010: Malbec de primeira, e nada óbvio!

Já mencionei aqui no blog várias vezes que conto nos dedos (de uma mão), os Malbecs que atualmente me agradam. Não aguento mais aqueles Malbecões doces, geleionas, para agradar gosto americano e de neófitos. Mas ainda dá para selecionar coisa boa. Eu gostei de um orgânico, sem sulfito, que experimentei tempos atrás (clique aqui). Também tenho dado preferência aos extremos argentinos: Sul (Patagônia) e Norte (Salta). Nesse sentido, me agradam aqueles da Bodega Noemía e da Colomé, respectivamente. Os da Colomé, apesar de alcoólicos (uma característica da região), fogem do padrão típico dos Malbecs de Mendoza, carregados na geléia, ameixa, baixa acidez, geralmente enjoativos. Esse Colomé 180 Años 2010 foi feito para celebrar, obviamente, os 180 anos da vinícola mais antiga da Argentina. Levei o danado no aniversário do amigo Carlão, que já estava lá com uma tropa formada por um Xisto 2005, Torre Muga 2005 e Don Maximiano 2005 (todos grandes vinhos, já comentados aqui no blog - Ótimos replays, claro...rs). Bem, mas vamos ao Colomé 180 Años... O vinho é biodinâmico, feito com uvas de vinhedos  centenários, de altitude (mais de 2.500 m) e com estágio de 12 meses em barricas francesas  (50% novas e 50% de vários usos). Ainda está novo, claro. Mas já apreciável. E como! Já na cor, difere dos Malbecs tradicionais. Lembra mais aquela cor de Malbec de Cahors. Eu sou meio ruim com esse negócio de cor, meus amigos sabem...rs (sou daltônico...). Mas é uma cor rubi escura, que depois, associei a seus aromas e paladar: Cranberry! Isso! Tem cor de Cranberry seca, e sabor de Cranberry seca. É um vinho denso, untuoso, com fruta madura, mas sem aquele exagero de geléia. Destaque para a Cranberry e cereja preta madura, que ficam em meio a notas de alcaçuz, grafite e leve floral. Em boca é potente, nervoso mas equilibrado, com ótima acidez e final muito longo. Os taninos são corretíssimos. Uma beleza de vinho. Nada enjoativo. Sempre pede outra taça. E a gente fica triste quando ele acaba. Se você, que já não aguenta os Malbecões, estava sem esperança, experimente um desses. Ficará feliz... Está muito acima da mesmice que reina no mercado... Deve evoluir muito bem em adega. Quero beber um desses daqui a algum tempo. 
A propósito, os vinhos da Colomé são importados pela Decanter.

2 comentários:

  1. Flávio, comprei algumas botellas da Colomé por influência sua... Olha a responsabilidade, rs.
    O Noemia, na minha preconceituosa opinião, é caro demais pra um Malbec, mas coloquei o J. Alberto na lista. Virá na próxima caçamba, sem falta.
    Abs.

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    1. Vixe...Responsabilidade grande! Bem, espero que goste...rsrs. Mas acho que vai gostar sim. Eles são diferentes e fogem do padrão "enjoativo". Só o Amalaya que bebi uma vez e não achei lá essas coisas. O Noemia realmente é caro, mas o J. Alberto já bem mais palatável, e é muito bom também. Seria legal colocá-lo frente a um Colomé, para ver (e degustar) a briga.
      Abraços,
      Flavio

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