sexta-feira, 7 de junho de 2013

Wine Day Qualimpor em São Paulo: Destaque para os Portos da Taylor, incluindo um Vintage 2011, em primeira mão!


Nessa última quinta-feira, fomos em caravana para uma degustação da importadora Qualimpor, em São Paulo. O evento foi realizado na Casa do Itaim, no bairro do mesmo nome, em São Paulo.  
Bem, devo adiantar que estava tudo ótimo: Ambiente agradável, comida boa (caldos deliciosos...rs) e vinhos excelentes!
Eu comecei com os Cavas da gigante Freixenet. Todos bons, mas destaque para o bom custo benefício Vintage 2010, para a novidade Elyssia (rosé de Pinot Noir e Trepat interessante) e para os dois últimos, o Segura Viudas Reserva Heredad (67% Macabeo e 33% Parellada) e o Cava Reserva Real (Macabeo, Parellada e Xarel-lo). Dois ótimos Cavas. O primeiro, além da bela garrafa, tem toques cítricos e de panificação, sendo mais fresco que o Reserva Real, que traz os toques amendoados pela fermentação particular, feita com rolhas de cortiça em vez das metálicas. Ambos deliciosos, mas eu prefiro o frescor do Segura Viudas. Entretanto, acho que o Reserva Real deve escoltar uma comida maravilhosamente. 
Bem, então parti para os vinhos da Quinta do Crasto, que dispensam elogios. Pude experimentar alguns de safras que não havia provado. Gostei do sempre bom Crasto Douro 2011, com fruta, especiarias e um toque vegetal legal. É compra certa. Embora bem feito, o Crasto Superior 2011 já me agradou mais. Acho um pouco doce e fruta madura demais para o meu gosto. Mas é aquele tipo de vinho para fazer sucesso em um jantar. O Crasto Reserva Vinhas Velhas 2010 segue o padrão da linha: Riqueza e elegância de sobra! Amoras e kirsch em meio a chocolate e especiarias. Esse 2010 eu já havia bebido (clique aqui). Uma delícia! Com longos anos pela frente. O Roquette e Cazes é um vinho que para mim, definitivamente, não é para ser bebido jovem. O 2010 que provei é um vinho denso, voluptuoso, mas a baunilha da madeira me incomoda. Talvez isso se ajuste com o tempo. Ainda do Crasto, provei um ótimo Porto Vintage 2008, com muita fruta e tendendo para o lado mais doce (mas sem ser enjoativo).

Da Herdade do Esporão apreciei quase todos. Para os tintos, meu destaque foi para o Esporão Reserva 2010, sólido, com boa fruta e madeira no ponto certo. Sempre confiável e de bom preço. Esperavam que eu citasse o Esporão Private "Garrafeira" Selection 2009, não? Pois é, apesar de ser um vinho rico, potente, com um potencial de envelhecimento enorme, estava como o Roquete e Cazes: Baunilha  denunciando a juventude. A madeira também estava um pouco saliente e me incomodou. E olha que eu gosto muito desse vinho. Espero que daqui a alguns anos a fruta apareça mais e a madeira diminua um pouquinho.  Aí, o danado ficará uma beleza! Talvez se tivesse sido decantado a impressão fosse outra. Senti o mesmo no Quinta das Murças 2009, projeto da Esporão no Douro, que também trazia a baunilha. O 2008 que provei tempos atrás estava mais austero e menos abaunilhado. Será que eu estou ficando muito chato??? Mas do Esporão, meu destaque vai para o Esporão Private Selection branco 2012. Que beleza de branco! Eu não consegui o corte, que muda nos diferentes anos. Mas é um vinho excelente! Lembrava um bom Chateauneuf du Pape branco. Notas de pêssego e pêra em meio a toques florais. Delicioso! Um dos melhores da noite.

E para finalizar, nada melhor que um vinho do Porto, e dos bons: Taylor! Que show! Como são finos os portos desse produtor. Todos de uma sedosidade impressionante. Elegância pura! Mesmo dispensando alguns, a minha cota de vinhos estava já se esgotando e tive que cometer a indelicadeza de partir direto para o Taylor's 10 Anos, que estava uma delícia! Ótima fruta e um toque de castanhas que eu adoro. Do lado dele, um belo Taylor's 20 Anos. Quem bebia o 10 Anos e partir para esse poderia ser induzido a preferir o primeiro. Já na cor, o 20 Anos era mais claro e em nariz e boca era mais comportado. Mas o final de boca era muito elegante. E era só cafungar o finalzinho de taça para sentir aqueles aromas gostosos de charuto que mostravam o quanto o vinho era rico. Excelente! Passei então para o ótimo Taylor's LBV 2008, que vale a pena conhecer.  Quer gastar menos que em um Vintage e tomar um belo Porto? Compre um LBV. Mas o melhor ainda estava por vir: Os Vintages! O primeiro deles foi o Taylor's Vintage 2007. Vinho de grande safra e que tinha uma intensidade incrível. Ao nariz mostrava notas florais, de amoras e cacau. Em boca, repetia o nariz e era untuoso, denso, sem dulçor exagerado, tudo no lugar. Uma maravilha de porto. Segundo o Sr. Fernando Seixas, da Taylor, é um vinho mais pronto e que, embora deva ganhar com os anos, já pode ser apreciado agora. E como se não bastasse, tive que apreciar uma taça, em primeira mão, do Taylor's Vintage 2011. Todos sabem que várias vinícolas estão declarando Vintage para os Portos de 2011, que segunda elas, também foram estupendos. E esse 2011 estava sensacional. Mesmo sendo um bebê, mostrava uma riqueza e finesse incrível que nos leva a imaginar o quanto estará bom em 2021...rs. O duro é esperar até lá... Eu fiquei doido para sair com uma garrafa dele do evento, mas eles não estavam vendendo. Segundo o Sr. Fernando Seixas, toda a safra 2011 foi já foi comprada. Espero que a Qualimpor tenha reservado algumas, pois o vinho é incrível! Destaque total da noite! Cor escura, impenetrável, notas florais, minerais e de frutas (amoras e frutas silvestres), alcaçuz e chocolate amargo. Uau!
                                          Fernando Seixas orgulhoso com o Vintage 2007
Bem, é isso aí pessoal. O evento foi legal, tomei belos vinhos e me diverti com os companheiros de viagem, que eram muito animados.
Grazie pelo convite, Leozinho!

9 comentários:

  1. Mais um belo post, Flavio!
    Coincidência, na sexta apreciei um Real Cia Velha Vintage 1996.
    É mesmo um espetáculo um Porto de estirpe.
    Abraço!

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    1. Obrigado, amigo Alexandre! Os vinhos ajudaram muito...rs.
      Esse Real Cia Velha 1996 devia de estar uma beleza, hein? Um Vintage com mais de 10 anos é o que há...
      Abração!
      Flavio

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  2. Flávio,
    Ia falar o Esporão Private Selection é meu branco português favorito.
    Ia pedir pra que vc maneirasse nos elogios ao Quinta do Crasto Reserva. Vai acabar inflacionando a brincadeira...
    Mas, depois dessa prova de Taylor's Vintages, incluindo 2007 e 2011, os outros assuntos perderam importância. Show!
    Abs.

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    1. Oi Vitor,
      Olha, o Private branco 2012 está uma beleza! Os caras estão melhorando esse vinho a cada ano.
      Bem lembrado quanto aos elogios para o Crasto Reserva...rs. O danado tem aumentado de preço. Mas nesse evento, não teve jeito: Os Taylor's Vintage deram o show! Que elegância! Esses Vintages vão para a lista.
      Abraços,
      Flavio

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  3. Flavio, nessa minha odisseia no mundo vitivinícola, estou iniciando minhas aventuras nos portos. Adquiri, em julho, um Ramos Pinto Tawny 10 anos. Achei muito bom, muito mesmo. No domingo, achei aqui um Burmester Tawny 20 anos, por algo em torno de R$ 150,00. Achei o preço bom, pois, pesquisando, os tawnys desse envelhecimento, costumam passar de R$ 200,00. Já provastes algum deles?

    Me dá umas dicas aí, de portos nessa faixa de preço.

    Abs.

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    1. Caro Roberto (é você?),
      Realmente o preço que você pagou pelo Burmester foi muito bom! Um Tawny 20 custa mais caro que isso. No entanto, eu não o conheço. Mas imagino que deve ser bom. O Ramos Pinto já bebi, e acho bom. Eu gosto do Messias 10 Anos. Acho bom preço e boa qualidade. Um pouco mais caro, mas que eu adoro, está o Graham's 10 Anos (é uma delícia). O 20 Anos já custa quase o dobro. O Taylor's 10 Anos também é muito bom, e custa mais ou menos o preço do Graham's (~150). O 20 Anos é uma delícia (~250). O Niepoort 10 Anos fica na faixa dos 200 R$. É muito bom, mas aí eu prefiro o Graham's. O Niepoort 20 Anos é excelente, mas acho caro. Pelo preço dele já pego um Vintage (embora seja outra proposta). O Duorum, por exemplo, pode ser encontrado por 250. Bem, a lista é grande. Eu gosto muito de vinho do Porto. Sempre tomo uma tacinha depois do almoço...rs.
      Bem, mas as taças pós-refeição eu gosto do Graham's Six Grapes, do Fonseca Bin 27 e um pouquinho mais caro, o Niepoort Senior. Tem Porto bem mais barato no mercado, mas aí, a gente corre o risco de enfrentar aquele gosto terrível de Biotônico...rsrs.
      Abraços,
      Flavio

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    2. Sou eu mesmo, Flavio, sempre te aperreando kkkkk. Muito boas as dicas. Então, vamos ver esse Burmester. Ruim não deve ser, não mesmo. Aqui em Recife, costumamos tomar muito o Adriano Ramos Pinto, um Ruby Reserva, não sei se você conhece. Custa por volta de R$ 50,00. Sei que os vintages são o que há. Uma coisa que, por ora, me faz optar por esses tawnies, em especial os envelhecidos, é o fato de eles poderem ser conservados depois de abertos. Tomar uma garrafa toda é complicado, por vários motivos. Mas já provei alguns, como o Graham´s 2003 e um Sandeman Vau Vintage.P

      Percebo que a oferta é grande, haja vista que várias casas de vinhos tranquilos (para usar a nomenclatura típica do Portugal) fazem vinhos do porto, como a Quinta do Crasto, a do Passadouro, a do Vallado etc. Por ora, prefiro começar pelas casas que se destacam, antes e acima de tudo, pelos portos, como as por você citadas.

      Abs.,

      Roberto.

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    3. Oi Roberto,
      É sempre um prazer, meu amigo.
      Sem dúvida deve ser bom o Burmester. Eu costumava beber o Adriano Ramos Pinto Ruby. Gostava dele. Faz tempo que não o encontro por aqui. Tinha aquela meia garrafa, né?
      Bem, sua escolha pelos Tawnies faz todo o sentido. É duro beber um Vintage de uma tacada só... Tem que ter muito amigo acompanhando. E com disposição!
      Abraços,
      Flavio

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    4. Sim, Flávio. Na verdade, 3/4 de garrafa, 500ml. Eu falei ser ele um ruby reserva, mas tenho minhas dúvidas se ele não seria um tawny reserva. Sei que a diferença entre ambos é a forma de amadurecimento: nos tawnies, barris menores para permitir maior contato com a madeira, não? Pela cor, arrisco dizer ser um ruby reserva.

      Outra coisa, sabe-se que os vintages e os lbvs ficam fora da classificação: ruby, tawnie. No entanto, se levarmos em conta a coloração, eles não seriam classificáveis como espécies de rubys? O mesmo se poderia dizer dos colheitas em relação aos tawnies?

      Abs.

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