domingo, 10 de novembro de 2013

Catena Alta 2002: A elegância adquirida em 11 anos de vida!

O danado... Com o Paolão ao fundo, 10 min...
Quando em 2004, nas saudosas megadegustações da Revista Gula, vi o Catena Alta Malbec 2002 ganhando como vinho do ano, resolvi comprar uma garrafa e guardar na adega para apreciar depois de um tempo. E o tempo foi longo. Só nessa última sexta-feira, 9 anos depois, e com o vinho já com os seus 11 anos de vida, resolvi abrir a danada para beber com meu amigo Paolão. Deitei uma picanha na churrasqueira e trocando muita prosa, bebemos o bitelo. Confesso que estava um pouco apreensivo, pois havia lido no blog de meu amigo Silvestre Tavares, o Vivendo a Vida, sobre uma vertical de Catena Alta, na qual ele mencionava que os vinhos não haviam lhe encantado. Bem, eu torci para que o problema fosse com as garrafas dele...rs. E eu acho que era, por que este, da grande safra de 2002, estava belíssimo. Obviamente, pelos anos, o vinho já não era explosivo e floral como costumam ser os Catena Alta novos. A potência deu lugar à elegância. O vinho, que passou 12 meses em barricas de carvalho francês 50% novas, mostrava-se um senhor com tudo no lugar. A fruta estava lá, menos doce que o usual (aliás, bem menos doce...), com notas de ameixa fresca e pitanga, em meio a alcaçuz, ervas frescas e um toque de cedro. Em boca, repetia o nariz, era mais seco que Malbecs usuais e mesmo depois de mais de 10 anos, mostrava uma ótima acidez, acima do que eu esperava. Valeu a pena esperar esses anos todos. Pena que a garrafa era filha única... No entanto, acho que o vinho está em seu ápice e não deve ganhar mais na adega. Se você tiver um desses, abra logo e se delicie.

4 comentários:

  1. Que maravilha, Flavio!
    Ótima safra e vinho de responsa. Como é bom manter um vinho bem adegado, olhar pra ele e pensar que um dia a hora dele irá chegar. E chega mesmo (rs).
    Abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Alexandre!
      Realmente, um vinho de responsa. E eu guardei o danado com muito carinho. Há tempos estava namorando a garrafa na adega e pensando em abrir. E chegou a hora...rs. Eu estou guardando uma 2007 prá ver se a evolução será parecida. Mas acho que não conseguirei esperar 10 anos...rs.
      Abraços,
      Flavio

      Excluir
    2. Flávio, bebi uma gfa do 2007 há umas duas semanas e foi uma experiência e tanto. No primeiro dia, sem aerar, esse aroma a cedro dominava completamente, simplesmente não havia a fruta tão característica dele. Deixei meia garrafa para o dia seguinte, tapada apenas com a rolha (não estava levando muita fé, confesso, cheguei a pensar que o vinho não estava legal) e dai veio a surpresa. O vinho renasceu, a fruta mesclando com esse aroma a cedro de uma maneira muito interessante. Tb vou segurar um Angélica malbec 2007 por mais um tempo, até para comparar as evoluções. Abs, Cristiano

      Excluir
    3. Oi Cristiano,
      Legal sua experiência e saber que o 2007 já está mudando. Eu o bebi em 2011 e estava bastante floral e com uma explosão de frutas. Em 2007 eu bebi um Angelica Malbec Alta 1999, ou seja, com 8 anos na época, e foi um dos melhores Catena que eu apreciei. Tinha uma elegância incrível. Eu trouxe da Argentina e lá a confusão de nome com os Catena é incrível. Parece que o Angélica Alta lá é o Catena Alta aqui (ou pelo menos era)... Bem, mas que tava bão, tava...rs. Acho que você faz bem em deixar seu Angélica Malbec 2007 descansando mais um pouquinho. Vai tomar um vinhaço daqui um tempo.
      Valeu pelo comentário e relato da sua experiência com o Catenão! Seja sempre bem-vindo aqui no Vinhobão!
      Abraços,
      Flavio

      Excluir