segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Vinhões na confraria: Brunello di Montalcino Capanna 2007, Chateauneuf du Pape Les Cailloux 2008, Muga Reserva 2007, Trapiche Gran Medalla Malbec 2010 e Dolcetto Dogliani Luigi Einaudi 2010

Postagem (atrasada) sobre reunião da confraria, no Chez Marcel, com ótimos vinhos.
O Caio levou o vinho que considerei o melhor da noite. Era um Brunello di Montalcino Capanna 2007. O vinho, logo ao ser aberto, era tímido, mas com o tempo, foi se mostrando em notas florais muito expressivas em meio a framboesa, funghi secchi, tabaco, notas terrosas e ervas secas. Tinha também notas especiadas, de canela e uma que no começo eu tive dificuldades em identificar, lembrando salsão. Uma complexidade muito grande. Era muito fresco, limpo, bem diferente da tendência dos Brunellos atuais, que primam pela potência e concentração, tipo blockbuster. Não, este era bem distinto. Vale a pena conhecer. Felizmente já tem importador no Brasil (Viavini). Mas para quem tem um desses ou vai comprar: Se for paciente, guarde em adega por uns anos e terá um vinhão daqui a uns tempos. Se não tiver tanta paciência, decante umas 2-3 horas.
Nosso confrade Rodrigo levou um Chateauneuf Les Cailloux 2008, de Lucién et André Brunel. Anos atrás ele nos brindou com muitas garrafas do 2005 e um grande Cuvée Centenaire 2001 (se não me engano). Este Les Cailloux 2008 não fugiu à qualidade. O vinho tinha aromas de fruta madura, com destaque para a framboesa, em meio a notas de chocolate e alcaçuz. Em boca repetia o nariz, era mineral e mostrava muita sedosidade. Uma delícia! Foi o único que fez frente ao Capanna.
O João, irmão do Rodrigo, levou um Trapiche Gran Medalla Malbec 2010. Já mencionei aqui no blog que gosto dos Trapiche, e este não foi diferente. Este Gran Medalla segue uma linha diferente, menos doce, o que me agrada. É um vinho com mais clareza, mais fresco, com fruta não tão madura (destaque para cereja preta). Nota-se também o café e especiarias. O vinho é mineral, a acidez é correta e os taninos firmes. Mais um bom vinho da Trapiche. Agradou a todos.
O JP levou um vinho já comentado aqui no blog em duas oportunidades (1 e 2), o Muga Reserva 2007. Assim, nem preciso comentar, apenas atestar a sempre boa qualidade deste vinho. Pode comprar sem mêdo.
Bem, e para finalizar, o vinho que eu levei. Era o mais simples da noite. Mas não fez feio...rs. Era um Dolcetto Dogliani Luigi Einaudi 2010. O produtor é tradicional no Piemonte e a comuna de Dogliani é conhecida por ser um excelente berço para a casta Dolcetto. O vinho é fermentado e maturado em inox, não passando portanto, por madeira. Tem notas de amoras e framboesas em meio a alcaçuz e chocolate amargo. Em boca é bem fresco, festivo, com muito boa acidez. É bem sedoso e fácil de beber. Dá para apreciá-lo solo e é claro, com uma boa comida italiana. Comprei a um ótimo preço e vale cada centavo. 
Isso aí, pessoal!

4 comentários:

  1. Flavio, meu caro, parabéns por mais uma bela postagem. Como você, adoro os Mugas e, como já dito aqui, tive a oportunidade de, recentemente, degustar um belíssimo Prado Enea 2001: dos melhores vinhos que já tomei.

    Interessante esse brunello. Comprei, recentemente, duas garrafas do La Poderina Brunello di Montalcino, da excepcional safra de 2004. O que me fez comprar as duas, sem ter maiores referências sobre ele, foi, além da safra, o preço: R$ 179,00. Percebo que está cada vez mais difícil comprar um brunello por menos de R$ 200,00.

    Tens alguma referência sobre ele?

    Abs.,

    Roberto.

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    1. Caríssimo Roberto,
      Muito obrigado!
      Então, imagino que este Prado Enea que você bebeu, da grande safra de 2001, devia estar uma maravilha, não?
      Este Brunello Capanna é uma beleza! Daqui a uns anos ficará melhor ainda.
      Quanto ao La Poderina, eu provei o 2004 e gostei bastante. E o preço, é ótimo, pois ele custa mais de 70 dólares nos EUA. Ou seja, era para custar perto de 300 aqui, onde chega por bom preço. Vale a pena, sem dúvida. Acho que você vai gostar.
      Abraços,
      Flavio

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    2. Sem dúvidas, Flavio. No início, ele é fechadão, mas, com um bom tempo de decantação, se abre, e muito. Impressiona como a madeira é bem integrada: mesmo depois de três anos, ela não se sobressai. Quase perfeito, Esses espanhóis são muito bons nisso. Estou querendo muito provar o Imperial. Acreditas que perdi de compra-lo no Duty Free de Frankfurt por "meros" 26 euros? Na época, em julho, minha cota de espanhóis lá tinha fechado, trouxemos (eu e meu pai, com o auxílio das bagagens de minha mãe e do meu irmão) nove vinhos, sendo dois espanhóis, um Gaudium 2005 e um Torres Reserva Real 2004. Esta último, deve ser ótimo, mas foi bem mais caro: 70 e poucos euros. Meu pai, todavia, quis muito trazê-lo. Tens alguma referência dele? Já o Gaudium foi num preço muito bom: 35 euros.

      Abs.,

      Roberto.

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    3. Oi Roberto,
      O Imperial 2005 um colega trouxe agora da Espanha: 26,80!!! O Gaudium é um vinhaço, com grande potencial de guarda. Este 2005 que você pegou deve ser um estrondo. Infelizmente não conheço este Torres, mas conhecendo a procedência, imagino tratar-se de um vinhaço!
      Que pena que você não conseguiu pegar o Imperial 2004...
      Abraços,
      Flavio

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