Repetindo: Sou fãzaço dos vinhos da Compañia Vinícola del Norte da España (CVNE). E não é só porque seu Imperial Gran Reserva 2004 faturou o primeiro lugar na lista dos top 100 da Wine Spectator ano passado. É porque seus vinhos são bons mesmo! A CVNE reune 3 vinícolas: Cune, Contino e Viña Real. Cada uma possui características particulares. Os da Viña Real têm como característica um caráter mais frutado. Este Viña Real Reserva Oro 2005, que abri para beber com meu amigo Paolão ontem em casa, é um vinho feito com uvas da Rioja Alavesa (Tempranillo 90% e Graciano, Garnacha e Mazuela 10%). Nem preciso lembrar que a safra foi excelente em Rioja. O vinho maturou 22 meses em barricas de carvalho francês e americano. É um vinho de cor mais escura que os tradicionais Rioja, rubi para grenat. Lembrou-me muito características do Imperial Gran Reserva 2004. Aliás, vale lembrar que o Imperial Gran Reserva 2004 é bem diferente de seus irmãos de 2005 e 2007 (que logo pintarão por aqui). Ele é mais denso, mais estruturado. Este Viña Real tinha aromas de cereja preta, ameixas, tostados, balsâmicos e chocolate amargo. Em boca era intenso, mais seco que o usual, com notas cítricas e um final especiado e de chocolate amargo. A acidez era correta e os taninos sedosos. Uma beleza de vinho! Sem dúvida quero apreciar mais uns destes, mesmo que de outras safras, visto que a Vinci, que o importa, só tem o 2007 em sua página (mas talvez ligando lá pinte um 2005).
quarta-feira, 30 de julho de 2014
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Carmelo Patti Gran Assemblage 2004: Vinhão!
Meu amigo JP sabe que eu gosto dos vinhos Carmelo Patti. Bem, ele também gosta. E quando pode, descorcha um para apreciarmos (clique aqui e aqui). E foi o caso também deste Carmelo Patti Gran Assemblage 2004. A primeira versão da linha Assemblage foi feita em 2002, que infelizmente, ainda não tive o prazer de apreciar. Este 2004 é feito com 48% Cabernet Sauvignon, 25% Malbec, 20% Merlot e 7% Cabernet Franc. A fermentação é feita isoladamente, mas o blend já é montado para a maturação por 12 meses em barricas de carvalho. Após seu engarrafamento, em 2008, permaneceu 4 anos na vinícola antes de ir ao mercado. Sua cor é bonita, granada mais clara, e não muito transparente. Ao nariz mostra notas de frutas compotadas, cerejas, ameixas e cassis, em meio a especiarias, tabaco, couro e alcaçuz. Em boca é muito elegante, com acidez perfeita e taninos levemente arenosos. É um vinho de corpo médio e com final longo e especiado. Ganha muito com tempo em taça e/ou decanter. É uma delícia! Se você não conhece, experimente. Os vinhos do Sr. Carmelo Patti ocupam uma outra dimensão em questão de vinhos argentinos. Ele produz, além deste Assemblage, o Malbec e o Cabernet Sauvignon. Embora o Malbec seja bom, eu sou mais fã do Cabernet Sauvignon e do Assemblage.
Valeu, JP!
Valeu, JP!
Poderi Luigi Einaudi Dogliani Vigna Tecc 2009: Elegância!
Luigi Einaudi foi um renomado político italiano, que foi eleito presidente da república em 1948. Apesar de suas atribuições, era apaixonado por vinhos e não deixava de acompanhar a produção na vinícola da família em Piemonte.
Tempos atrás pintou aqui no blog um Dolcetto mais simples da vinícola, o Dogliani, que agradou bastante (clique aqui). Agora é a hora de um seu irmão mais elaborado, o Poderi Luigi Einaudi Dogliani Vigna Tecc 2009. Este vinho é feito com uvas do vinhedo Tecc, que fica na parte sul de Dogliani, o local considerado mais adequado para a produção da Dolcetto. O vinhedo tem apenas 8.5 hectares, dos quais 7 são de Dolcetto e o restante de Cabernet Sauvignon e Pinot Grigio. O vinho é fermentado em tanques de inox e maturado por 1 ano em barricas e barris grandes de carvalho. O vinho é parecido com seu irmão "menor", mas com maior complexidade. Sua cor é mais escura, rubi violácea, bonita. Os aromas são de frutas silvestres, alcaçuz, chocolate e tabaco. Depois de um tempo, surge um mentoladinho bem legal. Em boca, repete o nariz, tem boa acidez e taninos sedosos. O final é longo e especiado. É um vinho que melhora muito ao lado de boa comida, principalmente com molho mais forte. Muito bom! Até a WS gostou dele, lhe outorgando 91 pontos. Quando o comprei, peguei por ótimo preço, pagando o mesmo valor pelo qual ele é vendido nos EUA.
Os vinhos Luigi Einaudi são importados pela Casa Flora/Porto a Porto.
Os vinhos Luigi Einaudi são importados pela Casa Flora/Porto a Porto.
sábado, 26 de julho de 2014
Quinta da Romaneira Syrah 2010: Intenso e Maduro!
Eu gosto muito dos vinhos da Quinta da Romaneira. A Quinta é tradicional, tanto na produção de vinhos do Porto quanto de vinhos de mesa no Douro. No entanto, foi a partir de 2004, quando foi adquirida por um grupo de investidores, é que teve uma revolução na qualidade de seus vinhos. O enólogo consultor é Antonio Agrellos, da Quinta do Noval. Portanto, seus vinhos são de respeito. O Quinta da Romaneira 2007 já pintou aqui no blog (clique aqui), mas este Quinta da Romaneira Syrah 2010 foi a primeira vez que bebi. O vinho passou 14 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz mostra-se bem frutado, com notas de frutas maduras, como a ameixa e cereja preta, em meio a baunilha, alcaçuz e canela. A baunilha se destacava no começo, e só foi se abrandando depois de um bom tempo de decantação. Em boca é denso, frutado, com taninos redondos e sedosos. O final é longo e especiado. É um vinho maduro, intenso e que ganhará com tempo em adega, principalmente no que tange à diminuição da presença de baunilha. Bem, mas isso é para meu gosto. Muita gente aprecia já assim. Ele me lembrou alguns bons exemplares australianos na fruta madura, principalmente a ameixa. Também para o meu gosto, queria um pouco mais de mineralidade e um apimentadinho para dar uma pegada. Parece que no da safra de 2011 isso já aparece. Vamos ver.
É importado pela Portuscale.
É importado pela Portuscale.
terça-feira, 22 de julho de 2014
A-Crux Malbec 2009: Frescor!
E continuando nos Malbecs de primeira, emendo o post sobre o Lindaflor com este sobre outro vinhão, que é o A-Crux Malbec 2009. Não por coincidência, também foi ofertado pelo amigo JP, que estava inspirado. Bem, já escrevi bastante sobre o A-Crux Blend, que já pintou várias vezes aqui no blog (clique aqui). Este, para mim, briga com bons espanhóis. Aliás, o considero um argentino com alma espanhola. Mas o A-Crux Malbec ainda não havia aparecido formalmente por aqui. E chegou a hora com este A-Crux Malbec 2009. É Malbec de altitude, vindo de videiras de La Consulta. A fermentação é em tanques de inox e a maturação por 20 meses em barricas novas de carvalho francês (80%) e americano (20%). E por incrível que pareça, estes 20 meses não fazem com que a madeira dite as regras. O vinho é mais seco, leve e fresco que seu compatriota Lindaflor. Ao nariz mostra notas de frutas silvestres, minerais e especiarias. Em boca, repete o nariz, é elegante e mostra ótimo frescor e mineralidade. Está ótimo agora, mas ainda ganhará com tempo em adega. Mais um vinho de primeira feito por José Manuel Ortega Fournier. Valeu (de novo) JP!
Nota: Os vinhos O.Fournier são importados pela Vinci.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Lindaflor 2008: Malbecão consistente este!
É difícil encontrar um vinho tão consistente quanto o Lindaflor. Ano após ano e ele mantém a regularidade, sempre mostrando muita qualidade. E por isso, é sempre presente em nossa confraria. Aqui no blog já pintaram vários (clique aqui). E o JP nos brindou com este Lindaflor 2008 dias atrás em sua casa, junto com um belo churrasco. O vinho é um Malbecão clássico, que passou 18 meses em barricas de carvalho francês. Ao nariz mostra notas de ameixas, figos e cerejas maduras, em meio a baunilha, leve cítrico e especiarias. Em boca é denso, concentrado, com acidez correta e taninos sedosos. O final é longo e especiado. Embora seja denso, não é enjoativo. É um vinho muito equilibrado e com grande potencial de envelhecimento. Agrada sempre, principalmente se estiver ao lado de um belo bife de chorizo. Valeu, JP! Falta agora o 2007 para completar a vertical desde 2002...
domingo, 20 de julho de 2014
3 amigões, 3 vinhões: Tondonia Reserva Branco 1999, Beronia Gran Reserva 2006 e Quinta Vale D. Maria 2007!
A reunião da confraria nessa última semana estava completamente esvaziada: Alguns viajando, outros dormindo e outros negando fogo mesmo. Bem, mas sobraram 3 mosqueteiros que foram ao Chez Marcel para celebrar com o Caião a notícia de que está vindo um novo meninão por aí! Parabéns, Caião!
O Caião levou um que dispensa apresentações: Tondonia Reserva Branco 1999. Nós somos fãs de carteirinha dos vinhos de Lopez de Heredia, tanto dos brancos quanto dos tintos. Este Reserva é feito com Viura (90%) e Malvasia (10%). O vinho é clarificado com claras de ovos e o envelhecimento é feito por 6 anos em barricas de carvalho, com duas trasfegas anuais. O engarrafamento é feito sem filtração. Tradição pura! O vinho começa a agradar pela bela cor âmbar e aromas deliciosos de frutas secas, amêndoas torradas e aquele leve oxidado, lembrando a Jerez, que muitos desavisados diriam ser defeito. Em boca, repete o nariz e mostra aquela presença e elegância típica dos Tondonia. Sempre digo: Quem fica bebendo branquelos sem graça, todos iguais, e nunca apreciou um Tondonia, está perdendo tempo.
O JP chegou com um Beronia Gran Reserva 2006. Seus irmãos de 1995, 2001 e 2005 já pintaram aqui no blog. Acho os Beronia vinhos de boa qualidade e bom preço, mesmo aqui no país. Mas este 2006 confirma uma coisa que tinha visto quando apreciei o 2005: São vinhos para serem bebidos mais velhinhos. Este 2006 tinha notas de ameixas e cerejas maduras, em meio a madeira e um tostado meio forte. Em boca, embora redondo, também mostrava a madeira um pouco acima do ponto. É um bom vinho, mas teve este porém. Espero que os anos lhe façam bem.
Eu levei um Quinta Vale D. Maria 2007, que já pintou aqui no blog anos atrás (clique aqui). Seu irmão de 2008 nos foi ofertado pelo Caião semanas atrás (clique aqui). E este 2007, depois de quase 4 anos, fico muito melhor! O vinho é feito pelo Douro Boy Cristiano Van Zeller, com um blend de uvas de vinhas velhas (mais de 40 tipos), com mais de 60 anos de idade. A maturação é por cerca de 21 meses em barricas de carvalho francês (75% novas e 25% de 1 ano). Ao nariz mostra notas de amoras, cerejas, kirsch, chocolate amargo e grafite. Em boca, repete o nariz e destaca-se pelo frescor e mineralidade. É daqueles que a taça evapora rapidamente e pede outra. Uma beleza de vinho! Estava muito melhor que quando o bebemos anos atrás. Pena que tenha subido tanto de preço desde aquela época.
Celebração bem feita, né Caião?
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Vizar El Redondal 2008: Dizem que o (ex) Rei da Espanha gosta. Eu que não sou bobo nem nada, também!
Sempre ouvi dizer que o vinho preferido do (ex) Rei da Espanha é o ótimo Imperial Gran Reserva, da CVNE. Mas de vez em quando aparecem novos vinhos ditos como sendo apreciados pelo Rei. Bem, nunca aparece uma zurrapa, claro. É sempre vinho bão! E aí é que se enquadra este Vizar El Redondal 2008, das Bodegas Vizar, de Castilla y León. E vou dizer, o Rei gosta de coisa boa mesmo. Este vinho é feito com Syrah, não muito comum em um país que é muito mais conhecido pelos vinhos feitos com a Tempranillo. Eu já bebi alguns Syrah de lá, como os ótimos El Linze e o natural Rubaiyat. Então, esperava coisa boa. Este Vizar é de produção pequena, apenas 3.000 garrafas. Parece que foram poucas as que vieram para o Brasil. Ele passa 14 meses em barricas novas de carvalho francês. É um Syrah com notas florais, de amoras, pimenta, chocolate amargo e um fundo mineral. Em boca, repete o nariz e mostra frescor e mineralidade, com um final especiado. É uma beleza de vinho, sem exageros e que evapora ligeiro da taça. É daqueles que todos vão na garrafa tentando pegar o restinho e se lamentam por ter acabado. O preço é salgado, mas o vinho, delicioso! Era importado pela Casa do Porto.
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Quanta Terra Grande Reserva 2010: Duriense de primeira!
Este Quanta Terra Grande Reserva 2010 é produzido pelos engenheiros Celso Pereira e Jorge Alves. Celso Pereira participa também da produção dos ótimos espumantes portugueses Vértice. Quem ainda não experimentou estes espumantes, deve fazê-lo, pois são muito bons. Mas voltando ao Quanta Terra Grande Reserva 2010, ele foi feito com Touriga Nacional (65%), Tinta Barroca (20%), Touriga Franca (13%) e Sousão (2%), e maturou 12 meses em barricas de carvalho francês. O vinho tem cor granada, bem bonita, e é muito aromático, com notas florais e de frutas silvestres, em meio a chocolate amargo e especiarias. Em boca mostra-se intenso, com boa acidez e taninos sedosos. O final é longo, especiado e muito agradável. É um vinho com tudo muito bem integrado, de muita presença e que me surpreendeu. Coloca-se muito bem na sua faixa de preço, peitando fácil outros conterrâneos mais caros. Recomendado! É importado pela Adega Alentejana.
Nota: O rótulo é um mapa antigo do Rio Douro e tem a intenção de representar uma videira.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Georges Vernay Condrieu Les Terrasses de L'Empire 2007, Barolo Paolo Manzone Meriame 2009, Pulenta XV Gran Pinot Noir 2010 e Campo Viejo Reserva 2005
Noite com 4 ótimos vinhos em reunião ocorrida há um tempinho na confraria. Era noite com poucos confrades, mas sedentos, como sempre.
O primeiro vinho foi levado pelo Caião e é um branco belíssimo de um produtor que somos fã: Georges Vernay Condrieu Les Terrasses de L'Empire 2007. Já havia bebido este vinho antes e o danado já pintou aqui no blog dois anos atrás (clique aqui). Ele é produzido com uvas de um vinhedo de apenas 4.5 hectares, cultivado sem uso de inseticidas e herbicidas. Apenas 10% do vinho afina em barrica de carvalho. É um vinho com aromas complexos, florais e de frutas como a pêra e pêssego branco, em meio a notas de mel, amendoadas e de camomila. Em boca é sedoso, amplo, com ótima acidez e levemente amanteigado. Maravilha de branco!
À direita dele, na foto, o vinho levado pelo Joãozinho, um Barolo Paolo Manzone Meriame 2009. É um Barolão de estilo mais denso. É um bebê, claro, mas já pode ser bebido. Eu queria que tivesse sido decantado algumas horas, mas já que não deu, foi assim mesmo...rs. Ele é feito com uvas do Cru Meriame, que fica em Serralunga D'Alba, a leste de Barolo. É do time dos Helvecianos, mais encorpados. Ao nariz mostra notas de frutas maduras, ameixas e cerejas pretas, em meio a alcaçuz, couro e tabaco. Em boca é potente, denso, tânico obviamente, e com final longo e especiado. Sem dúvida ganhará muito com adega. Mas já estava muito bom!
O terceiro vinho foi levado pelo JP e era um Pulenta XV Gran Pinot Noir 2010. Pertence àquela linha especial da Pulenta, que inclui o XI (Cabernet Franc), VII (Gran Corte) etc. É um vinho que me lembrou bons examplares da Patagônia. Este 2010 passou 12 meses em barricas de carvalho francês 50% novas. Os aromas são delicados, sem exageros, com notas de cerejas, terrosas e especiadas. Em boca é leve, fino, sem exageros, com boa acidez e final de boca especiado. É do tipo que eu gosto, e que a Wine Spectator nem tanto, pois deu-lhe apenas 84 pontinhos. Bem, ele foge ao padrão frutadão da maioria dos Pinot Noir sulamericanos. Se o álcool (14,5%) fosse um pouquinho mais baixo, ficaria ainda melhor. Mas não compromete. Gostei muito! Só que o preço é salgadinho.
E para finalizar, o vinho levado pelo Tonzinho. Era um Campo Viejo Reserva 2008. Riojano tradicional, com cor rubi e aromas de cereja, ameixa, tabaco, cedro e couro. Em boca, repetia o nariz, mostrava boa acidez, um toque cítrico, mineralidade e taninos corretos. Os vinhos deste produtor são bons e têm boa relação custo benefício. No entanto, apesar de agradar, não emocionam.
Isso aí!
Isso aí!
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Morgon Marcel Lapierre 2010 e Bila-Haut Côtes du Roussillon Occultum Lapidem 2011: Ricos e frescos!
Passei na casa de meu amigo Paolão para fazermos uma listinha de vinhos e acabei ficando por lá para assistir o sarrafo que o Brasil tomou do time da Holanda. E é claro, o Paolão serviu bons vinhos, como sempre. O primeiro deles foi um Cru de Beaujolais, o Morgon Marcel Lapierre 2010. Só lembrando que os dez Cru de Beaujolais (Morgon, Brouilly, Chiroubles, Côte de Brouilly, Fleurie, Juliénas, Moulin à Vent, Régnié, Chénas, Saint-Amour) originam vinhos ricos e longevos, diferentes dos leves e imediatos Beaujolais. Este Morgon 2010 de M. Lapierre é um vinho de primeira, feito com Gamay cultivada em apenas 15 hectares de solo granítico, sem uso de inseticidas e vinificada sem adição de sulfitos e por leveduras da própria uva. O envelhecimento é por 9 meses em barricas usadas. O vinho tem uma cor granada bem bonita, límpida, e mostra ao nariz notas de cerejas, framboesas, herbáceas e minerais. Em boca é intenso e mineral, com acidez vibrante e que lhe aporta muito frescor. O final é levemente herbáceo. É um vinho rico e que se beneficará de uns anos em adega. Muito bom!
O segundo vinho segue linha similar, mas é do Languedoc-Roussillon, o Bila-Haut Côtes du Roussillon Occultum Lapidem 2011. O vinho é obra do grande M. Chapoutier por aquelas paragens, e é um corte de Grenache, Syrah e Carignan. Metade do vinho matura em inox e metade em madeira. Ao nariz mostra notas de amoras, grafite e azeitona preta. Em boca, repete o nariz e destaca-se pelo frescor, mineralidade e taninos finos. É um vinho com muita clareza, rico ao nariz e em boca, e que prima pela vivacidade. Assim como o Morgon, ele caminha na direção oposta a das bombas novo-mundistas!
Os dois vinhos se alinham e são muito bons! Valeu Paolão!
sábado, 12 de julho de 2014
No aniversário do Caião, muito vinho bão: Scala Coeli 2009 et al
No aniversário do Caião, que aconteceu já há algum tempo, tomamos muito vinho bão no Chez Marcel.
O Joãozinho levou o argentino Carlos Basso Signature Blend 2009. É um produto da Viña Amália, que leva o nome de seu produtor. Vinho feito com Malbec, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Syrah. Ao nariz mostra notas de ameixas e cassis, em meio a chocolate e especiarias. Em boca é denso, concentrado, com taninos sedosos e final achocolatado. Um típico vinho argentino, com aquele lado adocicado, mas sem exagero. Mostra bom preço para o que oferece e confirma que os cortes argentinos estão cada vez mais acertados.
O Joãozinho levou o argentino Carlos Basso Signature Blend 2009. É um produto da Viña Amália, que leva o nome de seu produtor. Vinho feito com Malbec, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Syrah. Ao nariz mostra notas de ameixas e cassis, em meio a chocolate e especiarias. Em boca é denso, concentrado, com taninos sedosos e final achocolatado. Um típico vinho argentino, com aquele lado adocicado, mas sem exagero. Mostra bom preço para o que oferece e confirma que os cortes argentinos estão cada vez mais acertados.
O Tonzinho levou embrulhado o alentejano Quinta do Carmo Reserva 2009. Vinho de produtor tradicional, agora nas mãos da Bacalhôa, e que costuma sempre agradar. Mas dessa vez ele causou certa estranheza. Ao ser servido às cegas, Caião e eu pensamos até se tratar de um argentino, como aqueles cortes típicos de Malbec, Cabernet e Merlot. Senti o adocicado que me incomodou um pouco. O vinho é feito com Aragonês, Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet e Syrah, com estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz mostrava notas de frutas maduras, ameixas, caramelo e baunilha. Em boca, repetia o nariz e apesar de mostrar-se um vinho de peso, era mais doce que os seus irmãos de anos anteriores. Isso não me agradou.
O Caião levou um belo duriense, o Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Touriga Nacional 2008. Vinhaço! Nada daquelas notas florais exageradas comuns em muitos Touriga Nacional. Elas aparecem, mas não são as protagonistas. O vinho mostrava notas de amoras, tabaco (charuto), chocolate amargo, azeitona preta, alcaçuz e outras especiarias. Em boca repetia o nariz, era mineral e mostrava muita riqueza. Os taninos eram finíssimos e o final muito longo e especiado. Vinho que sempre pede outra taça. Sem dúvida um dos melhores que bebi nos últimos tempos feitos com esta uva. Muita categoria!
E por falar em categoria, nosso amigo Paulinho, Rei dos portugueses, levou um grande Scala Coeli 2009. O nome significa "escada do céu", e referencia o Convento Santa Maria Scala Coeli, ou Convento da Cartuxa. É um vinho da Fundação Eugênio de Almeida, de produção pequena e feito apenas em alguns anos, com a melhor casta naquele ano. Este 2009 foi feito com Touriga Franca e estagiou 15 meses em barricas novas de carvalho francês. Vinho muito rico, com notas florais, de framboesas, e chocolate. Em boca é amplo, intenso, sedoso e com final interminável. Outra beleza de vinho! O preço é salgado, mas é um vinhão! Teve um Scala Coeli que ficou entre os Top 10 da Expovinis este ano. Em nenhum lugar consegui saber se era este ou de outro ano. Bem, mas isso não importa muito, pois já vi muita zurrapa figurando entre estes Top 10.
E para finalizar, o vinho levado por este que vos escreve. Era um Val de Flores 2005. Ele já apareceu outras vezes aqui no blog (clique aqui). Vinho feito com sob a batuta do onipresente Michel Rolland. Malbecão típico, concentrado, com notas de cassis, ameixas e cereja, em meio a chocolate e café. Em boca mostrava intensidade, boa acidez e final longo, muito longo. É um Malbec de categoria, que figura entre os tops. Embora seja concentrado, não é enjoativo. Possui longa capacidade de guarda. Este ainda teria alguns anos pela frente. Para mim, ele briga com seu conterrâneo Lindaflor, um queridinho de meus confrades.
O Caião levou um belo duriense, o Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Touriga Nacional 2008. Vinhaço! Nada daquelas notas florais exageradas comuns em muitos Touriga Nacional. Elas aparecem, mas não são as protagonistas. O vinho mostrava notas de amoras, tabaco (charuto), chocolate amargo, azeitona preta, alcaçuz e outras especiarias. Em boca repetia o nariz, era mineral e mostrava muita riqueza. Os taninos eram finíssimos e o final muito longo e especiado. Vinho que sempre pede outra taça. Sem dúvida um dos melhores que bebi nos últimos tempos feitos com esta uva. Muita categoria!
E por falar em categoria, nosso amigo Paulinho, Rei dos portugueses, levou um grande Scala Coeli 2009. O nome significa "escada do céu", e referencia o Convento Santa Maria Scala Coeli, ou Convento da Cartuxa. É um vinho da Fundação Eugênio de Almeida, de produção pequena e feito apenas em alguns anos, com a melhor casta naquele ano. Este 2009 foi feito com Touriga Franca e estagiou 15 meses em barricas novas de carvalho francês. Vinho muito rico, com notas florais, de framboesas, e chocolate. Em boca é amplo, intenso, sedoso e com final interminável. Outra beleza de vinho! O preço é salgado, mas é um vinhão! Teve um Scala Coeli que ficou entre os Top 10 da Expovinis este ano. Em nenhum lugar consegui saber se era este ou de outro ano. Bem, mas isso não importa muito, pois já vi muita zurrapa figurando entre estes Top 10.
E para finalizar, o vinho levado por este que vos escreve. Era um Val de Flores 2005. Ele já apareceu outras vezes aqui no blog (clique aqui). Vinho feito com sob a batuta do onipresente Michel Rolland. Malbecão típico, concentrado, com notas de cassis, ameixas e cereja, em meio a chocolate e café. Em boca mostrava intensidade, boa acidez e final longo, muito longo. É um Malbec de categoria, que figura entre os tops. Embora seja concentrado, não é enjoativo. Possui longa capacidade de guarda. Este ainda teria alguns anos pela frente. Para mim, ele briga com seu conterrâneo Lindaflor, um queridinho de meus confrades.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Ótima noite com Brunello Podere Paganico 2008, Regina di Renieri 2009, Barolo Elvio Cogno 2009, Quinta da Bacalhoa 2011, Chateau Rayas La Pialade 2007 e um Alambre 20 Anos para arrematar!
Noite fria e turma sedenta para matar uns tintões lá no Barone. O Joãozinho levou um Brunello di Montalcino Podere Paganico 2008, embrulhado, mas que acertei no nazo. A vinícola é pouco badalada e tem apenas 3 hectares de vinhedos. São apenas 3 vinhos produzidos: Aberlardo, Rosso e este Brunello. Este Brunello, apesar de novo, já deu muito prazer. Segue o estilo mais fresco. Ao nariz mostra notas de cerejas, cedro, chá, tabaco e couro. Com o tempo foi liberando uns aromas mentolados legais. Em boca, mostra grande clareza e frescor. É seco, com taninos presentes e longa vida pela frente. O final é longo e especiado. Muito bom! Valeu, Joãzinho!
O Tonzinho levou um que eu queria experimentar já há algum tempo, o Regina di Renieri 2009. O vinho é produzido pela Castello di Bossi, da Toscana. E para aqueles que acham estranho, é outro Syrah italiano. Bem, vinhos feitos com esta uva não são incomuns com muitos pensam, vide os belos Luigi D'Alessandro. E não são aqueles Shirazões australianos e chilenos, pesados, extraídos... Eles seguem mais a linha do Rhone. E este, que passa 18 meses em barricas e 12 em garrafa antes de ir ao mercado, estava muito bom. É um vinho floral, mas sem exagero, com notas de amoras, especiarias e minerais. Em boca é amplo, especiado e mineral, com final levemente terroso. Os taninos são sedosos e o final longo. Um belo Syrah! A WS lhe tascou belos 94 pontos. Valeu a espera para prová-lo.
O Caião continou na Bota, mas agora no norte, com um Barolo Elvio Cogno Cascina Nuova 2009. O 2007 já apareceu umas vezes aqui no blog (clique aqui). Este é o Barolo de entrada da vinícola, e segundo o produtor Valter Fissore, é uma introdução ao tema para quem quer entrar no mundo destes grandes vinhos. E uma bela introdução... O vinho é muito bom. Está novo, claro. Mas já bem apreciável. O decantamos por um tempo e pudemos sentir uma ótima evolução. Ao nariz mostra notas de pétalas de rosa, cerejas, funghi secchi, couro e especiarias. Em boca, repete o nariz e é claro, mostra taninos ainda nervosos, que devem se arredondar com uns bons anos de adega. Vinho refinado! Como o Caião disse, ele está sem vinho "fraco" na adega...rs.
E saindo da Bota e indo para a península ibérica, um lusitano de primeira, sempre: Quinta da Bacalhôa 2011. Bem, este dispensa comentários. É um vinho que sempre agrada e que justifica o preço. Aliás, coloque do lado de um Cabernet chileno do mesmo preço e verá o que vai acontecer. O Quinta do Bacalhoa é feito majoritariamente com Cabernet Sauvignon, mas tem uma pitadinha de Merlot. Passa 11 meses em barricas novas de carvalho francês. Este, particularmente, da maravilhosa safra de 2011, está muito rico. No começo é nervoso, mas em pouco tempo vai mostrando a que veio. Ao nariz mostra notas de cereja preta e cassis, em meio a especiarias e um fundo de madeira muito bem integrado. Em boca é amplo, mas com tudo no lugar. Os taninos ainda aparecem, mas são corretos, e o final é longo e muito prazeiroso. Um ótimo Quinta da Bacalhoa e que acena para uma bela evolução em adega. É um vinho que não pode faltar na adega de apreciadores de bom gosto... Daqueles para comprar vários e ir acompanhando a evolução. E como o Esporão Reserva, é um injustiçado pela crítica. É só ver as notas fraquinhas que leva da Wine Spectator.
O Thiago manteve a turma na Europa, mas levou um Francês: Chateau Rayas Côtes du Rhône La Pialade 2007. Bem, aqui trata-se de um produtor tradicional do Rhone. Não é um Côtes do Rhône dos mais simples. É mais elaborado. O vinho é feito com 80% Grenache, 15% Cinsault e 5% Syrah. Sua cor é rubi clara, bem bonita, e ao nariz mostra notas bem frutadas, de framboesa e cerejas, em meio a uvas passas e cravo. Em boca, repete o nariz e mostra notas terrosas e especiadas. Tem um final levemente rústico e que lembra folhas secas. Deixa na língua um amargor que pode incomodar alguns mais sensíveis à esta característica. Suplica por comida. É um vinho que precisa ser entendido.
E para finalizar, um Alambre 20 Anos, de José Maria da Fonseca, levado pelo JP. É um vinho especial, feito com um blend de vinhos de diferentes colheitas, em que o mais novo possui 20 anos e o mais velho, perto de 80 anos! São vinhos eternos. Vejam a bela cor âmbar do danado na foto. Ao nariz mostra notas de doce de laranja da terra (nem todos conhecem... tinha um pé no fundo de minha casa em Minas, cujas frutas eram usadas pela minha querida Mãe para fazer este doce), amêndoas, tabaco e café. Em boca é denso, guloso, e perfeito para acompanhar sobremesas. Este foi muito bem com uma torta de maçã com passas. Mas cuidado! Tem 18% de álcool e engana...rs.
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Luis Cañas Crianza 2010: Experimente!
Rapidinho: As Bodegas Luis Cañas ficam no coração da Rioja Alavesa e contam com 350 hectares de vinhas. As uvas para produção deste Luis Cañas Crianza 2010 provêm de vinhedos de cerca de 30 anos de idade, sendo o vinho feito com 95% Tempranillo e 5% Garnacha. A maturação é por um ano em barricas de carvalho francês (70%) e americano (30%). O vinho tem cor rubi escura e aromas de cereja preta, ameixa, herbáceas e balsâmicas, em um fundo tostado. Em boca, mostra boa acidez, que lhe aporta frescor, taninos corretos e final de boca tostado e com toque de alcaçuz. É um Crianza com toque moderno, ótima estrutura e muito bem feito. Seu irmão de 2009 foi considerado pelo Mr. Parker uma das melhores relações custo-benefício do mundo. Realmente é um vinho que passaria por primos mais caros. Gostei! Se for bebê-lo, uma horinha de decanter fará bem. É importado pela Decanter.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Bela noite com Cenit 2005, Flor de Pingus 2008, Seña 2006, Quelén 2009 e um Chateau Cantegril 2002 para arrematar!
Tempos atrás nos reunimos em casa para beber belos vinhos. Muitos da turma estavam viajando, e outros, ainda não faziam parte dela.
Recebi os amigos com uma taça de Casa Valduga 130, que ainda não conhecia. É um espumante feito com Chardonnay e Pinot Noir, pelo método Champenoise, ficando 36 meses em autólise de leveduras. Possui uma cor amarelo claro, dourada, e borbulhas finas. Ao nariz, aromas de nêspera, maçã gold, frutas secas e panificação. Em boca, é leve, amendoado e cremoso. Um espumante elegante e muito bem feito.
Depois partimos para os tintos. Foram 4 garrafas de grandes vinhos.
O primeiro dele, ofertado por este que vos escreve, foi um Cenit 2005. O vinho é feito pela vinícola Viñas del Cenit, que fica localizada no vilarejo de Villanueva de Campeán, na região de Toro, na margem esquerda do Rio Duero, abaixo de Zamora. Embora muito próximo, e até se confunda com Toro, a Denominação de Origem é Tierra del Vino de Zamora. Este Cenit é um vinho top da vinícola, tendo acima dele apenas o Cenit VDC, com rótulo dourado. Ele é feito com Tempranillo 100% de vinhedos com mais de cem anos e passa 19 meses em barricas de carvalho francês. Traz muito das características dos vinhos de Toro. Sua cor é escura e é bastante denso. Mostra notas de cerejas pretas, ameixas, café e alcaçuz, em meio a um tostado bem gostoso. Em boca repete o nariz, é denso e com taninos firmes. O final é longo e levemente tostado. Um vinhão!
E à direita do Cenit, um primo seu, também espanhol, mas de Ribera del Duero, o Flor de Pingus 2008. Este vinho foi levado pelo Rodrigo e é obra de Peter Sisseck. É feito com Tempranillo de vinhedos antigos e passa 14 meses maturando em barricas novas e usadas de carvalho francês. É outro vinho denso, carnudo, cheio de camadas. Mostra notas de ameixa, balsâmicas, café e chocolate amargo. É muito rico, tanto ao nariz como em boca. Os taninos são maduros e o final muito longo. Grande vinho! Já havíamos apreciado um desta mesma safra no final de 2011, quando ainda era um bebê (clique aqui). Agora está mais aberto, mas ainda mostra juventude e grande potencial de guarda.
O JP levou outro vinhaço, o Seña 2006. Este mesmo já pintou aqui no blog há um bom tempo atrás (clique aqui). Este vinho dispensa apresentações. É um vinho top chileno, que costuma bater alguns famosões de Bordeaux em degustações às cegas. O 2006 foi feito com Cabernet Sauvignon, Carmenére, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot. Possui aromas de amoras, pimenta do reino e cacau. Em boca ainda mostra juventude, com taninos firmes e final muito longo. Ainda com longa vida pela frente. Eu acho o Seña um dos melhores e mais longevos vinhos chilenos. Vinhaço, JP!
O Caião levou um Quelén 2009, da Perez Cruz. Este vinho também já deu o ar da graça aqui no blog (clique aqui). Assim, não vou gastar muitas linhas com ele. Particularmente, gostei mais de seu irmão de 2008. Este 2009, apesar de bom, mostra muita goiaba. Talvez o tempo dê uma amenizada nesta característica. É um vinho que tem estrutura para guarda. Quem tiver um destes, espere um tempo se quiser um vinho com menos goiaba saliente.
E para finalizar, abri um Sauternes, que ninguém é de ferro...rs. Era um Chateau Cantegril 2002. Vinho feito com Semillon e Sauvignon Blanc, sob a batuta do craque Denis Dubordieu. É um vinho com notas de damasco, gengibre e um fundinho de mel muito gostoso. Em boca, a boa acidez compensa o dulçor, tornando o vinho muito agradável e perfeito para uma sobremesa. Os 12 anos lhe fizeram bem.
Isso aí, pessoal! Grandes amigos e grandes vinhos!
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