Passei na casa de meu amigo Paolão para fazermos uma listinha de vinhos e acabei ficando por lá para assistir o sarrafo que o Brasil tomou do time da Holanda. E é claro, o Paolão serviu bons vinhos, como sempre. O primeiro deles foi um Cru de Beaujolais, o Morgon Marcel Lapierre 2010. Só lembrando que os dez Cru de Beaujolais (Morgon, Brouilly, Chiroubles, Côte de Brouilly, Fleurie, Juliénas, Moulin à Vent, Régnié, Chénas, Saint-Amour) originam vinhos ricos e longevos, diferentes dos leves e imediatos Beaujolais. Este Morgon 2010 de M. Lapierre é um vinho de primeira, feito com Gamay cultivada em apenas 15 hectares de solo granítico, sem uso de inseticidas e vinificada sem adição de sulfitos e por leveduras da própria uva. O envelhecimento é por 9 meses em barricas usadas. O vinho tem uma cor granada bem bonita, límpida, e mostra ao nariz notas de cerejas, framboesas, herbáceas e minerais. Em boca é intenso e mineral, com acidez vibrante e que lhe aporta muito frescor. O final é levemente herbáceo. É um vinho rico e que se beneficará de uns anos em adega. Muito bom!
O segundo vinho segue linha similar, mas é do Languedoc-Roussillon, o Bila-Haut Côtes du Roussillon Occultum Lapidem 2011. O vinho é obra do grande M. Chapoutier por aquelas paragens, e é um corte de Grenache, Syrah e Carignan. Metade do vinho matura em inox e metade em madeira. Ao nariz mostra notas de amoras, grafite e azeitona preta. Em boca, repete o nariz e destaca-se pelo frescor, mineralidade e taninos finos. É um vinho com muita clareza, rico ao nariz e em boca, e que prima pela vivacidade. Assim como o Morgon, ele caminha na direção oposta a das bombas novo-mundistas!
Os dois vinhos se alinham e são muito bons! Valeu Paolão!
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