É difícil encontrar um vinho tão consistente quanto o Lindaflor. Ano após ano e ele mantém a regularidade, sempre mostrando muita qualidade. E por isso, é sempre presente em nossa confraria. Aqui no blog já pintaram vários (clique aqui). E o JP nos brindou com este Lindaflor 2008 dias atrás em sua casa, junto com um belo churrasco. O vinho é um Malbecão clássico, que passou 18 meses em barricas de carvalho francês. Ao nariz mostra notas de ameixas, figos e cerejas maduras, em meio a baunilha, leve cítrico e especiarias. Em boca é denso, concentrado, com acidez correta e taninos sedosos. O final é longo e especiado. Embora seja denso, não é enjoativo. É um vinho muito equilibrado e com grande potencial de envelhecimento. Agrada sempre, principalmente se estiver ao lado de um belo bife de chorizo. Valeu, JP! Falta agora o 2007 para completar a vertical desde 2002...
Flavio, mais uma bela postagem.
ResponderExcluirComo sabes, venho acompanhando seu blog há tempos. Sempre percebi que, de algum modo, você tinha um certo receio de alguns argentinos, em especial os malbecs. Por outro lado, já li várias postagens suas bastante elogiosas a eles, como esse Lindaflor, o Cheval de los Andes, o Catena Alta, o Colomé, o Alta Vista Alto entre vários outros.
De uns tempos para cá, eu passei a tomar mais vinhos argentinos, e tenho tido boas e ótimas impressões com vários, como o Angélica Zapata Malbec 2009, o Alta Vista Alto 2006 (embora seja um vinho muito concentrado) e o Cobos Bramare Malbec 2010 (embora, provado ao lado de Quinta do Carmo Reserva 2009, pareceu-me um tanto doce, mas sem incomodar). Todos, percebo, são vinhos mais concentrados, extraídos etc., mas, creio, ser isso um estilo bem próprio deles. O vinho não é pior por isso; apenas diferente do estilo, digamos, mais velho mundo, como os riojas clássicos, bons bordeaux e borgonha, vinhos do norte do Rhône e italianos tradicionais. Além dos portugueses de estilo mais tradicional, com o Mouchão e vários outros.
Numa disputa com os vinhos chilenos - para os quais também tenho me dedicado um pouco mais - acho que os argentinos estão na frente. Aquele mentolado dos cabernets do Maipo me incomoda, por exemplo, como também o pimentão verde de muitos carmeneres. Não troco, por exemplo, um Quinta da Bacalhoa pelos cabernets do Maipo que já provei, com exceção do Dom Melchor.
Enfim, são apenas divagações de um enófilo principiante e, muitas das vezes, bem confuso.
Abs.,
Roberto.
Grande Roberto!
ExcluirÓtimas colocações! Bem, nossos outros amigos, leitores aqui no blog, hão de concordar comigo que você entende bastante de vinho.
Apesar de eu ter enjoado um pouco dos Malbecs, alguns deles me agradam, principalmente em um churrascão. Você citou alguns de meus preferidos, aos quais juntaria os Trapiche Single Vineyards, Alpha Crux e Noemia. Mas recentemente, estou preferindo os cortes argentinos e também os vinhos feitos com outras uvas que não a Malbec. Gosto da Petit Verdot e Cabernet Franc da argentina. E falando na Cabernet Sauvignon, as vezes tenho até preferido os argentinos aos chilenos, pelos mesmos motivos que você citou. Mas há alguns chilenos que me agradam. Gosto do Domus Aurea, TEZ, Apaltagua Signature, Chacai e alguns outros menos "pimentões"...rs. Quanto ao Bacalhoa... É dificil achar um CS chileno na mesma faixa que o peite, hein! Bem lembrado!
Abraços,
Flavio
Flavio, primeiramente, muito obrigado pelo elogio.
ExcluirEu já tinha percebido seu apreço pelos cortes e outros varietais argentinos. Vou começar a prová-los, já estava com isso em mente.
De fato, o Chile tem grandes vinhos, como os que você já citou, além do Dom Melchor e outros. Estou para provar um Manso de Velasco 2008. Ocorre que, pelo que percebo, coisa boa no Chile só é possível quando partimos para gamas mais altas e preços maiores ainda. Abaixo de R$ 100,00 é difícil encontrar algo muito bom. Há exceções, óbvio: eu mesmo tive muita sorte com o Ventisquero Grey Merlot 2007 (em geral, acho que, na gama média, a merlot é a melhor casta tinta do chile), que evoluiu muito bem. Há a linha Gran Reserva da Tarapacá, com bons exemplares. Mas, pelo que vejo, não é muita coisa.
Enfim, pelos preços daqui, fico com os portugas mesmo. Aliás, estamos com ótimas promoções por aqui de vinhos portugueses: DQ Reserva 2006, R$ 119,00, Vale de Ancho 2006, R$ 159,00, Poliphonia Signature 2008, R$ 159,00, e, nos mais caros, Avó Sabica 2004 por R$ 299,00. Abri uma garrafa dele na quinta-feira passada e que vinho. Dos grandes do alentejo, sem dúvidas.
Abs.
Oi Roberto,
ExcluirNa faixa de 100 Reais eu coloco o Apaltagua, o Chacai (que andaram subindo) e o Erasmo (que acho uma bela compra). Mas tem outros. Temos que procurar. Você citou um que tem bom preço e agrada: Gran Reserva da Tarapacá!
Mas como você disse, os portugas são páreo dificeis para eles...
Aliás, que promoções boa ai, hein! Onde consegue estes preços? Tudo cerca de 40% mais barato que o normal.
Abraços,
Flavio
Flavio, de fato, esqueci-me do Erasmo, belo vinho. Já cheguei a comprá-lo por menos de R$ 70,00.
ExcluirOs preços são de uma promoção de um supermercado de bairro daqui, o RM Express, que tem ótimos vinhos, inclusive uns bem caros. Eles sempre fazem promoções em junho. Estou de olho mesmo é num Termanthia 2009 que, apesar de caro (quase R$ 600,00), está num preço bem compatível com o cobrado na Espanha. Já tomei o Numanthia, vinhão (eis um exemplo de um super-encorpado com estilo diferente dos nosso andinos). Imagine o Termanthia.
Abs.
Que beleza, Roberto! Poder encontrar estes vinhos em um supermercado é um privilégio. Até um Termanthia??? Eu ainda não bebi, mas tenho um 2006 descansando aqui na adega. Imponente até na garrafa. Seu irmão "menor" Numanthia já é um soco no peito. Potência e estrutura para muitos anos. Toro de verdade! rs. Um amigo aqui de São Carlos tem uma vertical invejável! De 2000 até 2009! De babar...rs.
ExcluirAbraços,
Flavio